Capítulo 5
07/2070 – Dias após o acidente.
Brenda chegava em casa após passar três dias no hospital. As complicações no parto e os eventos de força maior fizeram com que o processo de recuperação transcorresse mais devagar que o planejado.
A casa simples possuía apenas um andar, logo que se passava pela sala vinha um corredor com o quarto do casal, um quarto de visitas, e o quarto dos gêmeos, que ficava bem ao lado da cozinha. Os preparativos para a chegada dos bebês ainda estavam sendo feitos.
— Querida, os berços me deram mais trabalho que o esperado. — Marcos era o pai das crianças. — Mas eu prometo que vou terminar de montar antes do dia escurecer.
— Assim espero. Não quero ter que imaginar nós quatro na mesma cama.
Brenda era uma mulher séria, o bom humor da casa era mantido na grande parte do tempo pelo marido, que fazia questão de estar sempre alegrando o ambiente. Os acontecimentos durante o parto certamente fizeram o humor de Brenda piorar em um nível que ele só percebeu após chegar em casa. Apesar disso, ele faria de tudo para manter o clima agradável como sempre fez.
Os bebês foram resultado de um grande trabalho de convencimento feito principalmente por Marcos. Com a ajuda de alguns familiares, tentavam dar o exemplo de como era bom ter crianças em casa. Brenda demorou para ser convencida e decidir que realmente queria engravidar.
Junto com a mudança de ideia, vieram os preparativos para a chegada dos bebês, e a mudança de casa. Como era do costume de Brenda, foi ela quem ficou responsável por ajustar as finanças do casal e se adaptarem aos novos hábitos e estilo de vida que teriam com a chegada das crianças. Marcos sempre foi mais otimista.
— Eu acho que vamos ter que pedir comida para hoje à noite.
— Em alguns dias você vai chegar a minha conclusão de que precisamos de uma empregada. Por mais que eu esteja de licença, eles são dois. E não quero demorar para voltar ao trabalho. — Brenda trabalhava em uma imobiliária.
— Você definitivamente não vai precisar de muito para me convencer. Eu troquei a fralda do Arthur mais cedo e o próprio cheiro já me convenceu de que não vou querer fazer isso muitas vezes.
Os berços ficavam um em cada extremidade do quarto dos bebês. A proximidade com a cozinha contribuía com que ao passarem por ali para coisas comuns como beber água, os gêmeos fossem facilmente monitorados.
Marcos e Brenda já haviam jantado e ido se deitar quando os gêmeos começavam a chorar.
— Está ouvindo? — Brenda perguntava sem muita vontade de levantar-se.
— Estou ouvindo sim, acho que eles estão chamando você.
— Ah, francamente, eu mereço uma noite de descanso. Aproveita e faz o curativo do Lino.
— Haha, você está certa, essa noite é minha.
— Põe comida pros gatos. — Brenda o lembrou.
Marcos levantou-se, e ao chegar no quarto dos gêmeos percebeu que apenas um deles estava chorando no berço.
— Quem chamou o papai?
Arthur chorava. Para não se confundirem, haviam combinado de que Arthur ficaria no lado esquerdo, e Lino no berço da direita. Além disso, as cores das roupas também eram diferentes para não haver confusão.
— Ah você de verde é o Arthur. Deu trabalho com aquela fralda hoje cedo, hein. — Ele conversava como se pudessem lhe entender.
Aquela era apenas uma das idas ao quarto dos gêmeos, que certamente se repetiriam algumas vezes durante toda a noite. Além dos bebês, estava no quarto Toby, um dos três gatos da família.
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