Capítulo 48
02/2072 – Um ano e oito meses após o acidente.
Diego e seus companheiros receberam a ordem de se reunirem no módulo de vidro. Permaneceram lá por alguns minutos até que o comandante Eduardo chegou.
— Está quase na hora. — Eduardo falou, puxando a porta metálica de correr, que isolou aquele módulo do resto da estação.
Diego estava próximo de Michel, que olhava ao redor esperando algo acontecer.
— Entre as duas camadas desse vidro — Eduardo apontou para o vidro que os cercava —, existe uma fina película de um fluido de microrganismos daqueles que vocês estudaram..
Um zumbido se iniciou e foi aumentando gradualmente. Uma luz vermelha ameaçava acender. Michel reparou que a luminosidade estava se intensificando e se tornando estável.
— Preparem-se.
O módulo se movimentou afastando-se de onde estava ancorado, jatos de gás pressurizado fizeram o quarto de vidro rotacionar deixando a parede abaixo deles. Ele foi propelido para cima, afastando-se da Terra. A parede e a porta eram onde Michel se apoiava, não conseguiam mais ver a estação de construção nem a terra, pois a parede do módulo estava sob eles, conseguiam ver apenas a vastidão das estrelas acima.
Eles desaceleraram quando já estavam a uma distância considerável da estação. Ficaram parados ali por alguns instantes. Alguns deles estavam claramente amedrontados.
Eduardo aproximou-se de um painel controlador fixado na porta. O zumbido era audível por todos e a luz vermelha irradiava mais intensamente.
— Três... Dois... Um... — Eduardo contou.
Ele deu o comando.
Michel e os demais assustaram-se ao verem a enorme nuvem sustentando o terreno gramado. Ela vinha em direção a eles. Conforme se aproximava, foi possível perceber que haviam árvores no gramado. Uma pirâmide preta era visível. Ao aproximar-se, foi possível ver que ela era separada por andares, a parede ao redor de um dos andares superiores era uma vidraça.
— Vamos bater! — Michel gritou ao perceber que a coisa se aproximava cada vez mais na direção deles.
A estação do Comando Superior terráqueo alcançou o módulo de vidro e o atravessou sem tocá-lo. Ao afastar-se, eles observavam abobados.
— Existem pessoas ali? — um dos garotos perguntou.
— O que são eles? — Michel perguntou curioso.
— Vocês precisam saber que estamos entre brasileiros, somos aqui uma comunidade, então vocês saberão a verdade: Eles são entidades de outro plano, que agem como deuses e querem ditar as regras, acham que podem nos controlar, eles são nosso inimigo, e nós iremos impedi-los.
Diego, vendo e ouvindo aquilo, sentia que seu trabalho era uma conquista que o completava. Não se imaginava exercendo outra função, ele havia nascido para aquilo.
Sua posição era de prestígio, a afiliação com a Abin o fornecia benefícios estratégicos fundamentais, ele estava pronto para exercer seu propósito naquele planeta. Os atributos por ele conquistados eram algo que ele jamais abriria mão, sabia que eles seriam fundamentais nos planos que estavam por vir.
Os primeiros passos da jornada a ele incumbida foram conquistados com êxito. Quando voltasse à Terra, poderia dar prosseguimento às movimentações para a ascensão de seu Líder. E seria lembrado eternamente por ter livrado o povo dos governantes que escondiam deles aquela realidade. A verdade era a recompensa que ele podia ver com seus próprios olhos, e ele lutaria para que o mundo todo também pudesse enxergar.
O módulo retornava em segurança à estação de construção. Eles tinham um último panorama do Comando Superior, enquanto a grande massa se afastava deles, ficando cada vez menor.
Michel estava impressionado. Se perguntava quem teria vindo primeiro, os deuses ou os homens?
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