Capítulo 22
05/2071 – Dez meses após o acidente.
Duas viaturas estacionaram, a rua de terra era sombreada por árvores. No muro coberto de hera, apenas uma pequena porta fazia o isolamento do local. O policial, inteiramente de preto, vestia um colete a prova de balas sobre uma camiseta. Usava um boné da mesma cor. Ele se aproximou da porta, percebeu que não possuía qualquer brecha que permitisse ver o outro lado. Notou que havia uma câmera sobre a porta. Tocou o interfone.
— Quem deseja? — um homem atendeu.
— Senhor, polícia civil. Vocês estão com Diego Desaran. Viemos interrogá-lo.
— Um momento.
O policial olhou para seus colegas, fez um movimento com a cabeça expressando que teriam problemas.
— Veja bem, acho que vocês se enganaram, não temos nenhum Diego Desaran.
O policial se afastou da porta e deu o sinal para que trouxessem o aríete de arrombamento.
Dois golpes seguidos foram suficientes. Quatro policiais atravessaram a porta armados. Um homem no balcão da pequena recepção ergueu as mãos se rendendo.
— A porta, abre! — O policial que usava boné para trás liderava, próximo a porta.
O homem balançou a cabeça e negou fazendo uma cara marrenta.
Um dos quatro deu a volta e foi para trás do balcão.
— Peraí que eu vou dar um tiro na perna dele.
Eles aguardaram, mas o homem não se moveu.
— Negativo, sem incidentes. — o líder do grupo respondeu.
Eles retornaram com o aríete. Essa porta era mais resistente que a anterior. O homem se ria atrás do balcão com o fracasso dos policiais, até que a porta finalmente cedeu.
Dois dos quatro permaneceram na recepção e outros dois seguiram. Eles atravessaram o gramado dando a volta ao redor do internato, que era uma construção antiga. Das paredes podres a tinta bege despencava.
Diego percebeu uma movimentação do lado de fora pelas sombras que passavam por baixo da porta.
Os dois pularam a janela, freiras passaram correndo. Os alienados viam a movimentação, mas não apresentavam reações.
— Elas não parecem afim de cooperar.
— Tem muitas salas. — o policial falou ao andar até o corredor próximo e se deparar com a quantidade de portas.
— Aqui! — Os policiais ouviram o grito vindo de uma sala próxima e identificaram de onde ele partia.
Chamaram um colega que arrombou a porta.
Diego foi libertado e levado para o pronto socorro da AEB, onde enfaixaram sua mão.
À noite, quando se encerrava seu expediente, foi orientado a ir para a sala de Widsom, onde ele lhe disse que não deveria em hipótese alguma retornar para a casa de seus pais. Os dois conversavam sentados à mesa onde Widsom costumeiramente aconselhava seus protegidos.
— Vou para a casa da minha tia, irmã do meu pai.
— Não, Diego. Não é uma boa ideia. Eles podem ir até lá, não conheço sua tia, então não posso dizer se ela permitiria que te levassem de lá. Esse internato tem o costume de não desistir na primeira derrota.
— Ela não faria isso.
— Você tem todas as condições para morar em um lugar onde eles não podem te alcançar. Por que não compra sua própria casa?
— Eu só recebo meu primeiro salário daqui a um mês, eu poderia alugar uma casa com esse dinheiro, mas não comprar.
— Diego — Widsom sussurrou —, você pode comprar. Pelas minhas contas, você saiu da sua escola há quase um ano. Você deve recorrer ao Sérgio.
— Mas... foi só dez mil.
— Não, dez mil por mês. Você já tem uns cem mil. — Widsom sussurrou.
— Então... meu pai estava escondendo de mim esse tempo todo. Eu usei a conta dele.
— Aquele internato é muito caro. Certamente foi com esse dinheiro que ele pagou. De qualquer forma... Pode deixar isso comigo. Eu vou fazer o adiantamento do seu salário agora, para a sua conta.
— Passe essa noite em um hotel. — Widsom abriu a gaveta sobre a mesa de onde retirou um cartão. – Nesse hotel.
Diego recebeu o cartão onde lia-se "Hotel Belmond", nele estava o número de telefone e um endereço em Copacabana. O verso continha a assinatura de Widsom.
— Você vai precisar dos seus documentos. — Widsom falou pegando um envelope em uma estante próxima e passando para Diego.
— Obrigado.
Widsom sorriu.
— Eu estou aqui pra isso. — Ele se adiantou para uma porta aos fundos da sala, que Diego imaginou que deveria ser a porta do quarto. — Pode ir, quando sair feche a porta. — Em seguida fechou a porta, deixando Diego sozinho no escritório.
Diego foi em direção a saída, reparou que na estante de onde Widsom retirou o envelope de documentos havia um cartão preto. Diego o pegou, nele havia escrito o nome de Widsom. Em seguida, devolveu o cartão à estante, passou pela porta e a fechou. Moveu a maçaneta e constatou que a porta só podia ser aberta sem cartão pelo lado de dentro.
★
Diego estava deitado naquela noite em seu quarto no luxuoso hotel. O momento em que acordou no quarto branco do internato retornava constantemente a sua memória, pensava nas insanidades ditas pela religiosa e na imagem que ela tinha dele. Percebeu a possibilidade de outros daqueles jovens que ele viu no gramado do internato terem sido levados para lá forçados, por motivos semelhantes aos que o fizeram ir parar naquele lugar horrível. Imaginou se após o que seus pais fizeram com ele, algum dia voltariam a se falar.
Assumindo para si mesmo que não conseguiria dormir, ele entrou no elevador e desceu para a piscina. O local estava deserto, exceto por uma mulher deitada mais afastada em uma das espreguiçadeiras que rodeavam a piscina. Também haviam algumas mesas com guarda-sóis. A lua era visível no céu limpo.
Ele deixou a blusa e a toalha em uma das espreguiçadeiras. Desenfaixou sua mão, já não sentia tanta dor como antes.
Mergulhou. Sentiu a água morna e relaxante. Passou-se cerca de meia hora e ele nadava de uma borda à outra. Pensou em como seria bom se Rebeca estivesse ali com ele.
A mulher já havia ido embora. Ele nadava em direção ao lado em que estava sua espreguiçadeira, quando percebeu que havia um senhor em uma das mesas com guarda-sol. O homem fez um gesto chamando Diego.
Ele se cobriu com a toalha após sair da piscina e se sentou na mesa com o homem.
— Augusto. — o homem falou estendendo a mão.
— Diego. — ele respondeu ao apertar a mão do homem.
— Você está a serviço?
— Não.
— Que ótimo. Tenho um serviço na China que pode entrar para o seu histórico, caso você seja proveitoso.
— Me desculpe, eu tenho planos para o Brasil.
— Ah, certo. E me diga, você é bem jovem, a quanto tempo está na Abin?
— Na verdade, eu trabalho para a AEB. Acabei de entrar.
— Não há motivos para mentiras meu rapaz, te entendo se não quer ir pra China, mandarim também não é o meu forte, mas o fato é que esse é um hotel de agentes.
— Não, deve haver um engano, eu realmente não sou um agente.
— Ah... bem, vejamos, deixe-me conferir uma coisa.
O homem de idade pegou o celular.
— Ora, você não está mentindo, só não está por dentro das informações. — Augusto terminou com uma risada. — Você realmente trabalha para a Agência Espacial Brasileira, mas parece que sua contratação teve um vínculo com a Abin. Então, sim, você é um agente.
★
Diego reuniu-se com seus quatro colegas no alojamento. Seguiram juntos até que o carro de golfe que parou diante de uma extensa construção de cinco andares, a fachada era repleta de vidraças. Diego leu em uma placa que se tratava do Laboratório de Bioengenharia. Ao lado do prédio havia um hangar. Os quatro desembarcaram.
Outros carros de golfe continuavam estacionando, as pessoas que desembarcavam seguiam para o interior do prédio. Diego dobrou a esquerda após entrar e seguiu pelo corredor, até que um homem orientava os recém-chegados a entrarem em uma das portas.
O pequeno auditório rapidamente se encheu, restando apenas alguns lugares vagos. Foram distribuídas folhas para que cada um assinasse. O homem que falava à frente fez insistentes ressalvas sobre os cuidados que deveriam ter nos laboratórios e a confidencialidade requerida por parte deles acerca das tecnologias empregadas naquele setor da AEB. Fez questão de frisar que vazamento de informação estratégica resulta em desligamento.
Pelo presente Termo, expedido pela Agência Espacial Brasileira no ano de 2071
Eu, Diego Silva Desaran
doravante denominado PARTE RECEPTORA, que se obriga a manter o mais absoluto sigilo com relação a toda e qualquer informação a que tiverem acesso a respeito do objeto do presente contrato apresentado pela PARTE REVELADORA:
Instituto de Bioengenharia da Agência Espacial Brasileira
Para tanto, a PARTE RECEPTORA declara e se compromete:
A manter o mais absoluto sigilo a respeito dos conhecimentos aqui desenvolvidos, sigilo este, escrito ou verbal, ou, por qualquer outra forma, de todos os dados, informações, sejam de natureza científicas, técnica, operacional, ou outra, mas não se limitando, a quaisquer tipos de, contratos, estudos, pesquisas, projetos, programas de computador/software, de qualquer natureza, processos, fórmulas, designs, investidores, clientes, distribuidores, pesquisas, resultados de qualquer natureza, invenções, criações, ideias, experiências, bem como, toda e qualquer forma patenteada ou não, registrada ou não, dentre outros;
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, com dano a entidade pública:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Assinatura: Diego Silva Desaran
Rio de Janeiro, 2071
Após terem sido recolhidos os termos assinados, o homem iniciou propriamente a apresentação.
— Então agora que estão todos cientes dos termos, vocês terão uma explicação sobre o que deve ser o principal interesse de vocês aqui na AEB, o mecanismo de funcionamento da cúpula.
Houve um murmurinho de excitação que se propagou pelo auditório.
"Quem ministrará a palestra será a coordenadora do núcleo de ciências biológicas, Sthefany Vasconcelos. Passo a palavra a ela."
— Obrigada, Carlos. — Foi possível ouvir enquanto ela se encaminhava ao púlpito.
— Bom dia, a todos. — Ela limpou a garganta com alguns goles de água e devolveu o copo à tribuna. — Eu gostaria de me apresentar brevemente, para ambientar vocês aqui ao laboratório de bioengenharia. Eu sou formada em ciências biológicas e especializada em engenharia bioquímica.
"Vocês não precisam ficar preocupados porque a base do conhecimento que será abordado aqui vocês certamente já aprenderam no colegial. Vocês provavelmente devem se lembrar do seu professor de biologia, que explicou: Nós, seres humanos, e todos os animais, respiramos oxigênio e liberamos dióxido de carbono."
"As plantas, por sua vez, metabolizam o dióxido de carbono que nós liberamos e usam ele para realizar a fotossíntese, que é um processo feito absorvendo a energia que recebemos do sol, gerando energia para as células. Alguns animais e microrganismos também realizam a fotossíntese."
"Durante anos, nós trabalhamos modificando geneticamente microrganismos e verificando quais desses seres vivos microscópicos apresentavam maior eficiência em realizar essa conversão de energia. Em nossa busca, usamos um raciocínio simples de que um composto formado por um elemento mais energético, quando metabolizado pelo microrganismo, potencializaria a energia convertida por ele."
"Então, caso vocês não saibam, uma grande porcentagem da nossa matriz energética atual tem como base o urânio, que quando enriquecido é usado nas usinas nucleares para gerar energia elétrica."
"Acontece que para as usinas nucleares, o urânio é enriquecido, um subproduto do enriquecimento do urânio é o urânio empobrecido. Unindo o útil ao agradável, o incentivo a hegemonia de usinas nucleares como fonte de energia certamente foi propiciado graças ao interesse em se obter secretamente o urânio empobrecido, para ser transformado em dióxido de urânio e utilizá-lo como "alimento" dos microrganismos que utilizaríamos na cúpula. O Dióxido de urânio então é excelente para potencializar a eficiência de absorção de radiação solar."
"Por ser muito denso, o urânio empobrecido tem uma forte ligação com o meio militar, já que ele pode propiciar uma blindagem altamente resistente, embora haja controvérsias sobre os dados epidemiológicos desse elemento, ele estará muito distante de nós."
— Mas esse não é o aspecto que nos interessa. — ela mentiu.
"Os dois anéis da cúpula são constituídos de uma liga metálica leve e resistente, eles são tubulações largas por onde os microrganismos e o alimento, que é o dióxido de urânio, formam um fluido que é induzido a distribuir-se em quatro setores que formam uma esfera ao redor da Terra."
"Atualmente estamos na etapa de enviar a estrutura dos anéis. Futuramente, quando a construção deles for concluída, iniciaremos a etapa de envio do fluido."
"A energia captada pelos microrganismos será distribuída até os anéis, cada um deles possui disparadores que enviarão rajadas de energia em direção a estações receptoras aqui na terra. Cada um dos quatro setores pode acumular energia equivalente a milhares de bombas atômicas antes de enviar a energia ordenadamente para cada estação."
"Os microrganismos possuem a habilidade de transferir-se para a posição de outro ser semelhante ao ser feito o contato visual. Ainda não descobrimos como eles fazem isso, já que efetivamente não possuem olhos, mas o que sabemos é que eles se convertem em um tipo de luz não visível ao olho humano, e se transportam."
"Além de gerar energia para usarmos aqui na Terra, os disparadores dos dois anéis terão a função de fragmentar asteroides que estejam em rota de colisão com a Terra."
"No início da operação de anexar os módulos à estrutura metálica da cúpula, os mecanismos robóticos faziam o trabalho de acoplar cada módulo, então, para cada um, precisávamos de um robô operador. Acontece que após o acidente com um módulo ano passado, as autoridades chegaram à conclusão de que embora eficientes, os robôs não apresentavam a mesma qualidade que um humano. Com essa alteração, devido a quantidade de módulos que precisam ser anexados diariamente, foi necessário iniciar esse processo de contratação em massa."
"Agora vocês serão levados para o hangar ao lado para uma demonstração."
Os estagiários saíram do auditório, subiram por uma escada e atravessaram uma passarela suspensa no quinto andar que conectava o prédio ao hangar.
Dentro do hangar, caminharam por um corredor que os levou a uma profunda piscina circular cheia de um líquido que parecia ser água. Mais adiante, havia outra piscina do mesmo tamanho, porém esta estava vazia. As paredes de cada uma apresentavam diversas colunas de lâmpadas que iam até o fundo. A parede era revestida com uma tinta branca.
Todos se acomodaram de frente aos reservatórios. Uma grade de proteção garantia que todos estariam a uma distância segura.
— Hoje está quente né, alguém aí quer dar um mergulho? — Sthefany brincou.
Houve muitos "Eu!" como resposta.
— Esse líquido cristalino que vocês estão vendo são na verdade os microrganismos. — Sthefany explicou.
Muitos reagiram surpresos.
— Vocês podem ver ao redor de todo o tanque uma combinação de lâmpadas incandescentes e fluorescentes que servem para que eles façam a fotossíntese.
"Uma curiosidade sobre eles, é que assim como as plantas, eles podem produzir pigmentos da faixa de cor que está sendo incidida sobre eles, é um mecanismo para evitar o excesso de energia luminosa. Assim, a cor que eles assumem é refletida, e não absorvida. Eu diria que eles são uma junção do mecanismo das plantas com a habilidade dos polvos de modificarem sua camuflagem."
"Então se eu disparar sobre eles um intenso laser verde, o que vocês acham que vai acontecer?"
Ela deu o sinal ordenando que um homem que estava próximo a uma mesa de controle incidisse o laser. Foi naquele momento que do teto do hangar partiu um laser verde.
No exato instante em que o laser foi emitido, toda a enorme quantidade de líquido dentro do tanque assumiu a cor verde.
— E se eu lançasse um laser vermelho?! — ela perguntou animada.
Ela deu novamente a ordem e o homem acionou o laser vermelho. Todo o tanque se tornou um vermelho vivo.
"Dessa forma, podemos reprogramar e fazer uma coloração específica se propagar a partir de uma pequena quantidade de microrganismos, para que todos os demais se modifiquem."
"Os microrganismos se modificam para repelirem faixas específicas de luz, ou permitir que elas passem por ele, é utilizado como um filtro em microscópios para exibir substâncias que o olho humano não é capaz de enxergar. Vocês aprenderão no futuro que vantagens podemos tirar disso, não irei me prolongar mais que isso."
"Agora na nossa última demonstração, eu irei mostrar como eles se convertem em luz para se transportarem."
Um homem vestindo uma roupa de proteção amarela adentrou o perímetro isolado pela grade de proteção. Ele segurava um balde. Caminhou até o tanque vazio onde despejou os microrganismos incolores.
"Eu tenho aqui um bastão taser, ele serve para dar choque. Alguém quer experimentar?"
Houve um coro de nãos em súplica.
— Observem. — Sthefany convidou.
Ela adentrou o perímetro gradeado, aproximou-se da piscina cheia e pressionou o gatilho do taser, com a ponta do bastão próxima aos microrganismos.
Assim que o choque foi emitido, um clarão ciano se propagou pela superfície vermelha. Porém, o líquido não se movimentou.
— Como eu disse, uma quantidade desses seres pode transportar-se um em direção ao outro, e assumir a forma de seu semelhante, somente quando existe contato visual entre eles. — Ela fez um gesto para o operador.
Quando o homem deu o comando, uma placa preta movimentou-se no teto, revelando um pequeno espelho sobre as duas piscinas.
— Agora eles possuem contato visual. Vejamos o que acontece...
Ela aproximou novamente o bastão taser do tanque cheio de líquido vermelho. Assim que se ouviu o estalo do choque, a piscina ficou magicamente vazia. O tanque ao lado continha todo o fluido incolor que tremulava, enquanto o primeiro tanque continha uma pequena quantidade de líquido vermelho.
Ao fim da demonstração, os grupos se reuniram e foram para os laboratórios de informática. Diego estava sentado dividindo um computador com Michel, na máquina ao lado estavam Gabriel e Breno. Eles visualizaram o mapa do Rio de Janeiro em um programa restrito.
— Antes de tudo — Começou Gilberto, o instrutor —, devo informar que as seções restritas deste programa não devem ser acessadas. Claro, vocês não vão conseguir porque elas pedem senha. Mas estejam avisados: Qualquer um de vocês que resolverem invadir locais restritos da AEB se sujeitará a ser desligado.
"O mapa está centralizado no complexo da AEB. Indo em exibir, estações receptoras, vocês podem visualizar onde ficarão os receptores dos feixes de energia enviados pela cúpula."
As estações ficavam em pontos isolados, afastados da cidade, algumas em cima de montanhas.
Diego reparou na guia "Exibir", percebeu que lá havia escrito a opção "Reatores", então clicou. Uma solicitação de senha surgiu na tela. Diego e Michel se olharam receosos. Michel se adiantou pegando o mouse e retornando para a tela em que eram exibidas as estações receptoras, antes que o instrutor visse.
Eles saíram da sala e Michel se voltou para Diego.
— Eu vi sua cara, você ficou doido pra saber o que são aqueles reatores.
— Fala baixo. — Diego sussurrou observando Gilberto fechar a porta do laboratório, passou um cartão vermelho no leitor trancando a porta, e seguiu pelo corredor. — E eu vou descobrir. — Diego falou se adiantando para a porta.
Na parede ao lado da porta havia o mesmo leitor de cartões que na sala de Widsom. Diego forçou a maçaneta, mas a porta não se abriu. Virou-se desapontado e se encostou na parede olhando para o teto como quem busca uma solução.
— Não esperava que seria tão fácil né?! — Michel falou. — Mas não tem problema, nós vamos dar um jeito de entrar aí, vamos descobrir onde ficam esses reatores, e pra que eles servem.
— Nós? Como assim nós? Quando foi que viramos uma dupla?
— Pensa bem, tem essa trava de segurança na porta, o corredor tem câmeras, aqui é um lugar movimentado, tem gente passando o tempo todo. É claro que você vai precisar de ajuda.
Diego começou a andar pelo corredor em direção a saída. Michel o seguia.
— Obrigado por se oferecer, você realmente é um ótimo amigo. — Diego falou dando uns tapinhas na cabeça de Michel, que era um pouco mais baixo que ele. — Mas sabe, eu nem tô tão desesperado em saber sobre os reatores. — Diego mentiu.
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