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Capítulo 16


04/2071 – Dez meses após o acidente.

Após ter recebido as indicações de leitura de Widsom, Diego chegou em casa determinado em se empenhar naquele material, mesmo que fosse necessário decorar cada palavra daqueles livros.

Assim que começou sua busca, percebeu que se tratava de livros de disciplinas como química, física e matemática. Havia alguns livros mais avançados sobre coisas que ele não estudou na escola. Havia indicações de livros clássicos de história, sobre a descoberta da América, especificamente do Brasil. Alguns dos últimos livros da lista continham uma observação: "Ler apenas ao término dos estudos".

Os próximos dias que se seguiram, foram repletos de tarefas. Diego lembrava-se das palavras de Widsom, de que ele estava sendo aconselhado assim como os outros candidatos a se reinscreverem, então provavelmente haveria centenas, senão milhares, de pessoas buscando aquelas vagas. "E talvez nem fazendo sua parte você entre." — Diego ouvia as palavras que ficaram gravadas em sua mente. Se questionava se todo aquele esforço seria em vão. Vez ou outra, encontrava-se buscando alternativas fora da AEB. Pensava se não seria melhor seguir uma profissão mais simples, sem riscos, como disse sua mãe.

Diego desceu para o almoço de domingo.

— Aha! Olha ele aí! — Cumprimentou alegremente a irmã mais velha de Roger.

— Olha só, já estava quase me esquecendo que você ainda mora nesta casa. — falou Roger.

— Oi tia Isa — ele a abraçou —, bom te ver.

Rosa transpareceu felicidade ao ver Diego.

Ele sentou-se à mesa.

— E então, da última vez que vim aqui as notícias eram que você havia passado para uma escola federal, quais são as boas agora? — Isabel perguntou descontraída.

— Bem eu... me formei.

— Ah, esse já é um bom caminho.

— No geral as coisas estão meio paradas. — Diego evitou falar dos acontecimentos na oficina, e nem sequer tocar no assunto da seletiva para a AEB, já que seus pais não sabiam que ele participara. — Estou pensando em trabalhar com algo simples, uma profissão que tenha abertura para iniciantes, nada em específico. — mentiu.

— Diego foi algumas vezes assumir Roger na oficina, quando eu tive os problemas de saúde. Mas digamos que lá não é o ambiente ideal para ele. — Rosa terminou rindo.

— Me diga rapaz, o que você aprontou?

— Eu só... não tive atenção e escangalhei um carro.

— Escangalhou, ele disse. Você ouviu isso, amor? — Roger ria. — Quando eu cheguei lá, e vi o estado daquele carro, eu diria facilmente que alguém colocou carvão e tentou fazer um churrasco naquele capô.

Então, Isabel riu descaradamente.

— Mas no fim o trabalho sobrou pra mim, tive que refazer toda a parte elétrica, o carro foi pra pintura. — Roger falou.

— Você tem sorte por ter um patrão gente boa que não te cobrou nada. — disse Isabel.

Diego olhou para seu pai.

— Até parece! Glauber suspendeu as próximas gratificações.

— Por falar em gratificação, ainda bem que não fiquei esperançosa pelo meu presente, porque até agora... nada. — falou Rosa.

— Ah, amor, prometo que ele chega no seu aniversário. — Roger desconversou.

Diego observava a desenvoltura de seu pai em meio às mentiras que se acumulavam.

— Então, você não deu certo na oficina, mas eu fiquei sabendo pelo noticiário que aqui, por sorte de vocês, vão ter vagas para a AEB. Você não se interessou? — Isabel perguntou.

Rosa e Roger se entreolharam desconfortáveis.

— Sim, eu até que quis, mas meus pais não gostaram da ideia.

— Nós conversamos, e achamos que é uma profissão muito arriscada. — Rosa se explicou.

— Ora, mas não é possível — Isabel começou —, Diego já está bem crescido, tem idade suficiente para escolher o que quer fazer.

— Ele mora na nossa casa, vai fazer como quisermos.

— Ah, francamente, Roger. — Isabel falou indignada. — É um futuro promissor, não é porque somos velhos e não entendemos essas tecnologias, que você deve privar o garoto. Eu mesma não entendo bem essa história de cúpula, é um mistério pra mim. Qualquer dia você me explica! — Ela apontou para Diego, que retribuiu com um sorriso e balançou afirmativamente a cabeça.

"Eles são jovens dessa geração acelerada. Já você, parece que nasceu velho, e olha que fui eu que te vi crescer! Como pode, Roger, você ser tão rabugento?!"

Roger foi ficando cada vez mais vermelho ao ser confrontado. Parece que havia se dado conta de que estava agindo mal, mas ele não pensou em ceder, mesmo que por fora estivesse parecendo um pimentão.

— Querido — Isabel olhava atenciosamente para Diego —, se é isso que você quer, assim que abrirem vagas, se inscreva. Se eles te impedirem de ir, me ligue. Eu vou estar na cidade, não comprei as passagens de volta. Se for preciso, temos um quarto de visitas na casa que aluguei, seu primo Andon vai gostar de ter companhia.

— Pode deixar! — Diego respondeu contente.

Ele sentia que era bom ter alguém ao seu lado que concordasse com os planos que ele havia feito, alguém que tivesse alguma autoridade para contrariar seus pais.

Naquele dia, Diego foi dormir reconfortado, pois sabia que havia ao menos uma pessoa que o apoiava. Sentiu-se menos sozinho, embora a pessoa na qual ele pensava todas as noites não estivesse ao seu lado.

Diego propôs um desafio para si mesmo: Se eu tivesse que escolher entre ter abertura para me aproximar de Rebeca, ou entrar na AEB, o que eu escolheria?

A indecisão durou poucos segundos.

— Rebeca. — ele falou decidido. Logo em seguida puxou o cobertor sobre sua cabeça para se esconder, pensando se não teria feito a escolha errada.

A data de um novo concurso havia sido anunciada, a primeira etapa seria realizada logo após o concurso em que Diego foi reprovado.

As semanas de estudo se prolongaram, Diego terminava a lista, restavam apenas alguns livros pendentes. Ele pesquisou por um dos últimos, e percebeu que este tinha um teor diferente. Ele buscou pelos outros livros restantes e descobriu que não se tratava de livros acadêmicos. Decidiu que continuaria lendo na ordem da lista, embora não soubesse se faria alguma diferença. O primeiro dos três últimos livros se chamava:

A Próxima Era das Grandes Navegações

"Acredita-se, pelas anotações de encontros da alta classe após a chegada da família real no Brasil, que estavam sendo feitas observações do céu durante um período, e que as vozes nas mentes dos observadores permitiam que eles conversassem entre si para demarcar pontos específicos e o que eles significavam. Hoje, com instrumentos modernos, sabemos que em cada um desses pontos podemos encontrar diferentes galáxias. Rumores envolvendo essas anotações dizem que em cada uma dessas galáxias existe um refúgio seguro na zona habitável de alguma estrela, e que as vozes teriam indicado cuidadosamente locais para onde deveríamos ir no futuro.

Ao contrário do modo com que os estudos foram feitos no passado, atualmente o sigilo impede o progresso em conjunto. A sede pelo poder quando institucionalizada através de mecanismos que deveriam servir a sociedade pode ter consequências para todo o mundo.

A tecnologia que conquistamos nas últimas décadas tem sido utilizada para beneficiar os que estão no poder, e nem esses estão isentos de um julgamento por parte do que se tornou a máquina messias que tudo vigia. No lugar de trazer uma ordem social de paz, provoca o constante medo do monitoramento. Uma busca por continuarem no poder sendo foras da lei que burlam o mecanismo espião, suas regras não servem para si próprios, mas apenas aos outros. O homem rastreia homem imitando os deuses que nos guiavam."

★ ★ ★

Desde o momento em que levantou da cama, o número de vezes que Diego havia atualizado a página para ver o resultado do concurso já estava na casa das dezenas.

Eis que após uma das atualizações, estava lá. — Aprovado.

Ele ficou imensamente feliz. Seus planos começaram a dar certo.

Diego desceu do ônibus em frente ao prédio da AEB. Ele chegou poucos minutos antes do horário agendado. O calor assolava ali fora.

Seguranças vestidos de preto usavam bonés e guardavam a entrada. Nada fizeram ao vê-lo se aproximar. Ele passou pela porta automática e um mundo surgiu diante dele.

A primeira coisa que ele sentiu foi o frescor tocar sua pele, o interior do lugar era refrigerado. Bandeiras de diversos países estavam penduradas no teto, este era um espelho que refletia todo o hall de entrada. No alto do esplêndido lugar, havia um globo terrestre que parecia flutuar com os dois anéis dourados representando a cúpula. Escadas rolantes davam acesso ao andar superior.

Diego girava em torno de si mesmo, admirando tudo que via à sua volta.

Ele se atentou ao globo e percebeu que se tratava de um monitor esférico, cujas projeções eram exibidas em sua superfície. Em determinado momento os dois anéis da cúpula tornaram-se transparentes. O que parecia ser uma pequena esfera marrom surgiu no ar a alguns metros de distância do globo, Diego não sabia o que sustentava a pequena bola.

A esfera rumou em direção à Terra até que finalmente tocou sua superfície. Uma onda de choque partiu do ponto de colisão cobrindo toda a área do planeta. Alguns continentes se modificaram e locais onde antes havia terra firme foram cobertos pelo enorme tsunami que foi gerado pelo impacto. Ao final da animação, o planeta assumiu tons de preto e branco. Os anéis da cúpula, que antes estavam transparentes, assumiram a cor dourada tornando-se visíveis. A esfera que representava o cometa reapareceu no ponto afastado do planeta, aproximando-se novamente pronta para um novo impacto. O cometa prosseguiu seu rumo em direção à Terra quando Diego ouviu um som ambiente de lasers sendo disparados. Luzes vermelhas partiram dos anéis da cúpula e acertaram em cheio o cometa. A cúpula, antes invisível aos olhos, acendeu em variados pontos, indicando que os pequenos detritos do cometa se chocaram com ela, impedindo que eles caíssem no planeta.

Diego despertou do transe e dirigiu-se à recepção. Chegando lá, sua entrada no complexo foi autorizada e lhe informaram para onde deveria seguir. Ele subiu a escada rolante segurando cuidadosamente o cartão magnético que havia recebido. Lá de cima, era possível ter uma vista ampla do ambiente.

O vidro translúcido permitia a vista de um trecho da Avenida Brasil, de uma comunidade próxima e de algumas instalações da base militar dos Afonsos.

Após prosseguir por um longo corredor com salas que continham siglas indecifráveis e fechaduras magnéticas nas portas, ele aguardava em uma grande sala com dezenas de outros jovens. Diego notou que haviam poucas garotas.

Seu nome foi chamado junto ao de três outras pessoas. Os quatro saíram por uma das largas portas da sala. Do lado externo, o motorista aguardava no carro de golfe com capacidade para dez pessoas. Todos embarcaram e seguiram um longo caminho que passava por diversas instalações da AEB, prédios e hangares pintados de branco e azul.

— Chegamos. — O motorista falou ao parar o carro próximo a um prédio. — Procurem pelas salas dos seus orientadores.

Eles se dirigiam para o corredor externo de onde saiu um grupo com três garotos e uma garota. O segundo grupo embarcou no carro de golfe. Diego prosseguiu com seus colegas.

Os garotos se alegraram ao avistarem a grande piscina na frente do corredor por onde andavam. Diego estava atento às etiquetas nas portas das salas, até que reconheceu o nome em uma delas. Era a sala de Widsom. Os garotos seguiram procurando suas salas, despediram-se ao passar por Diego.

Ele aproximou o cartão que havia recebido ao leitor da porta. Ouviu-se um bip longo. Uma luz vermelha acendeu no leitor. A porta não se abriu. Após alguns momentos ouviu-se um bip curto e a luz do leitor tornou-se verde.

A porta se abriu. Widsom fez um gesto indicando uma cadeira no interior da sala. O aposento era repleto de estantes com incontáveis livros. Dois sofás marrons e uma poltrona preta ficavam sobre um tapete com o logotipo da AEB. Diego sentou-se frente a frente com Widsom em uma mesa para duas pessoas ao canto da sala próximo à porta.

— Boa tarde. Você é o...?

— Diego.

— Diego, seja bem-vindo à AEB.

— Obrigado.

— Esse foi seu primeiro concurso?

— Eu já havia feito, fiz o primeiro. Não passei.

— Você recebeu alguma orientação nesse primeiro concurso?

— Sim, você me passou alguns livros também.

— Perdoe meu esquecimento, cada orientador recebe muitos candidatos.

— Posso imaginar.

— Bem, fico feliz que tenha se dedicado e escolhido nossa organização. — Widsom falava como se estivesse lendo um roteiro, embora não estivesse, de fato, lendo. — Eu vou pedir para que me conte como foi... sua orientação. Diga do que se lembra.

— Eu me lembro que foi naquele prédio auxiliar. Eu esperei alguns momentos na fila do lado de fora, depois entrei, falei com o senhor, recebi os livros e... Você, digo, o senhor me disse que eu deveria me dedicar, e que talvez nem assim entrasse.

Widsom riu.

— Sim, sim. Continue.

— Me disse para estudar os livros. E... foi isso.

— Então agora me diga: O que você acredita que foi mais importante para ser aprovado nesse segundo concurso?

Diego ficou pensativo.

— Eu acho que... As indicações de livros ajudaram bastante, os primeiros. Porque alguns, os últimos, acho que não foi cobrado nada sobre eles na prova de conhecimentos. Então, eu diria que os livros teóricos foram mais importantes, eram muito bons.

— Sobre esses livros que você disse não terem sido cobrados, você acha que aprendeu algo com eles?

— Aprender, aprendi. Mas não acho que eles devam ser levados a sério.

Widsom ergueu as sobrancelhas julgando a conclusão que Diego chegou.

— Bem, é que... Eu nunca tinha ouvido falar em nenhuma daquelas coisas, nunca me foi ensinado a história daquele jeito. Então, se eu entendi, me pareceram coisas meio conspiratórias. Mas sobre a história do Brasil, eu gostei.

— Certo. — Widsom disse enquanto pensava. — Os livros indicados visam, acima de tudo, o desenvolvimento do senso crítico. Nos dias atuais nós temos buscado angariar jovens que estejam dispostos a se doarem e lutarem pelo bem da sociedade em que vivemos. O trabalho aqui, em todos os setores, embora não exija de forma alguma um alinhamento ideológico, possui um comprometimento com a verdade perante a sociedade. — Widsom deixou-o pensar. — Isso significa que nossos conhecimentos e tecnologias servem à nação.

"Eu vou insistir na pergunta, agora de maneira mais específica: No dia em que você esteve aqui, você se lembra de ter feito algum... exame, ou algo do tipo?"

— Não, só recebi a orientação. Por quê? Eu deveria ter feito?

— Não, não. Você deverá fazer da próxima vez que vier, antes do seu turno começar. São apenas exames físicos. — Widsom pegou um pequeno livro encadernado em uma pilha sobre a mesa. — Aqui está um pequeno manual. Aí existem informações acerca dos locais que você deverá estar, sua rotina inicial, coisas que você decora com o tempo.

"Eu irei fazer um pequeno questionário, é essencial que você responda com toda a sinceridade, nenhuma resposta vai ser anotada ou salva de alguma forma, é apenas um procedimento que fazemos com todos os recém-chegados. Você está de acordo?"

— Sim.

— Você só precisa falar a resposta, e eu lerei imediatamente a próxima pergunta. Podemos começar?

— Podemos.

Widsom iniciou fazendo perguntas genéricas.

Diego respondia cada uma delas prontamente.

— Estado civil?

— Solteiro.

— Um nome pelo qual você se sente atraído.

Diego hesitou.

— Um nome... de pessoa?

— Isso, um... nome. Qualquer nome.

— Rebeca.

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