- II -
O presidente do Brasil vivia na Cidade Oásis com sua família, ele temia que Draknazar invadisse o Brasil para expandir o território do Rio de Janeiro. Terminava um pronunciamento em rede nacional.
— Para finalizar, eu gostaria de fazer um anúncio de menor proporção, apenas para garantir que o sistema de transporte aéreo ainda será uma alternativa para os países que não tiverem acesso à tecnologia do teleporte. — falava o presidente da república. — Com isso, informo que a obra no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, será transferida e continuará sendo construído no Brasil um centro de testes de aerodinâmica, um hangar será construído, isolando completamente as pistas de qualquer interferência externa.
"O terreno do centro de testes será uma zona restrita militar, uma área de extrema segurança, onde desenvolveremos um novo modelo de aeronave."
Teresa e a Cia. de Operações Secretas haviam deixado o Rio e estavam exilados em São Paulo.
Iohan havia garantido, com membros do Império carioca, que apesar da retirada do governo brasileiro, as instalações secretas no Rio receberiam manutenção contínua. Os agentes da Companhia sabiam estarem sob alto risco, tendo em vista que Draknazar controlava o sistema de reatores de fusão no país carioca.
Jonas saiu do Rio e foi para o Amazonas. Ele buscava a aquisição de poderes para que conseguisse recuperar sua posição, já que o conselho superior da Via Láctea estava sob controle de Hâmsala e não permitiu que ele voltasse a ser Líder.
Ele percorria rios, florestas e montanhas, até que em um dia chuvoso se abrigou em uma caverna. Acendeu uma fogueira, pois a noite caía. Bebia uma água não tão limpa que pegou de um riacho próximo, não sabia dizer se estava ou não contaminada. Uma colônia de morcegos saiu de uma gruta emitindo chamados de ecolocalização.
Jonas Forth descobriu o motivo.
Surgiu a figura como uma versão superior de Jonas Forth antes da chegada de seu irmão, Lino. Ele se questionou se estaria tendo uma alucinação. Um Jonas de vestes cinza e barba branca acenou para o jovem Arthur.
Ele se levantou e foi seguindo-o em direção ao interior da caverna. Chegou a uma galeria sem saída. Não havia ninguém lá. Pensou se seria uma armadilha. Viu um baú de madeira, abriu e dentro dele estava um pergaminho e objetos para escrever.
Tinha certeza que a mensagem deveria ser para Lino, já que Draknazar dificilmente aceitaria qualquer intromissão em seu império galáctico.
Arthur desenhou o cetro Dimfloat, desenhou um cutelo de dois gumes.
Mais abaixo, outras etapas do desenho indicavam que o cetro deveria ser destruído utilizando o cutelo contra ele, para que isso pusesse fim a batalha de deuses e homens. Esse era o erro que ele desejava desfazer. Seu maior arrependimento era ter delegado aos humanos algo que deveria ter sido parado por ele mesmo.
☢ ☢ ☢
Arthur recebia os parabéns ao passar com o traje espacial, pois seria enviado à Cúpula.
Já havia sido noticiado sobre um meteoro que se aproximava da terra, informaram sobre a primeira operação que interceptaria o corpo celeste. Ele caminhava na rampa de acesso da nave que o levaria à cúpula.
Diego sabia que Arthur estava infiltrado na AEB, constatou que ele conseguira autorização para ir ao espaço, mesmo com todos os ferimentos que sofreu. Planejou sua ida a uma sala de controle próxima da qual Arthur seria enviado.
Draknazar encontrou-se com Diego e o cumprimentou, eles viajavam para reforçar laços de domínio com países ainda não estabelecidos na Seita de Drak. Os dois estavam dentro de um carro indo para o destino.
— Arthur está indo para a cúpula. — Diego o alertou.
— Hoje? — Draknazar perguntou sério.
— Agora. — Diego respondeu.
Eles visitavam uma fronteira onde um largo rio dividia os dois países. Haviam ali instalações de uma usina nuclear. Drak cumprimentou um a um os integrantes do grupo com dezenas de operadores, tirou uma foto com todos eles. As pessoas ali presentes olharam para o céu, tampando o clarão do sol com as mãos.
Drak percebeu que muitas pessoas tinham a mesma reação. Ao olhar para o outro lado da fronteira, viu que algo caía do céu na direção deles. Eram mísseis vindo do lado oposto. Os agentes, que passaram a servir a ele, o conduziram ao interior de um dos carros pretos blindados para fugirem do local. O carro prosseguia paralelamente ao rio, subindo por uma estrada no sentido contrário ao das águas turbulentas.
Dois mísseis passaram sobre as usinas ao mesmo tempo em que um terceiro acertou precisamente o prédio de um reator. Draknazar ordenou que o motorista acelerasse. Diego abriu o teto solar e colocou o tronco para fora, viu que haviam mais mísseis sendo enviados no caminho pelo qual eles percorriam. Cinco mísseis se aproximaram um ao lado do outro e cairiam exatamente por onde eles seguiam, Diego ergueu os dois braços no ar quando eles estavam perto de atingir o carro e desviou a rota deles, os lançando de volta. Após ser bem-sucedido, eles contornaram por uma rua entre altos prédios da cidade que se iniciava ali, onde imaginavam não correr mais risco de vida.
Arthur dos Santos estava na sala de controle em um dos quatro meridianos da cúpula, haviam outros com ele. Todos tinham uma vista privilegiada da terra e daquele trecho da cúpula sob eles, que tinha um aspecto metálico. Durante os anos de elaboração do projeto, esteve constantemente propondo modificações.
Em determinado momento, ele deixou a sala e seguiu flutuando pelos corredores até chegar em um dormitório vazio. Fechou a porta e a trancou. Era comum que elas ficassem abertas, já que os dormitórios eram utilizados por diversas pessoas, raramente se costumava vê-los trancados. No fundo do quarto, havia uma pequena rachadura na parede onde Arthur inseriu um cartão, que foi engolido pela brecha.
Ele seguiu pelos corredores flutuando em direção ao módulo de vidro. Não havia ninguém lá. Entrou, trancou o módulo, desacoplou toda a sala daquela estação da cúpula. O módulo ficava acima do anel, de forma que Arthur o conduziu a descer, transpondo a camada de microrganismos, que deslizou sob a superfície do vidro e moldou-se assumindo a posição original.
Rapidamente espalhou-se o murmurinho de que alguém estava pilotando o módulo de vidro sem autorização. Ele conseguia ver que muitos astronautas correram para as janelas da estação. Queriam ver para onde levariam e o que fariam com o módulo.
Após estar dentro da área que a cúpula cobria, entre a camada de microrganismos e a Terra, ele deu um comando que fez os microrganismos tornarem-se brancos e luminosos como um flash por uma fração de segundo. Um dos disparadores mirou e lançou um feixe de luz que levou a Terra disparada até a órbita da estrela mais brilhante do céu noturno — Sirius. No instante seguinte, todas as pessoas que observavam pelas janelas desapareceram.
A única diferença entre a nova cúpula e a antiga era a predominante cor branca.
Arthur, no módulo de vidro, olhou para trás e pôde ver o planeta Terra abaixo dele. Conduziu o módulo a subir além dos microrganismos e acoplar-se na nova cúpula. Desembarcou e seguiu até a sala de controle.
O Comando Superior daquela redondeza era exemplar para toda a galáxia. A vida no planeta Sirius, que orbitava a estrela de mesmo nome, era mantida graças a prolífica interação entre os habitantes e seus conselheiros superiores. Jonas acreditava que junto a eles conseguiriam decidir a melhor solução para o caos imposto por Draknazar.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro