O Rio de Janeiro seguia como um território de exceção.

Após os ataques à Igreja, o Vaticano decidiu aceitar que a Seita de Drak indicasse um papa brasileiro, que mudou a residência do papa para Aparecida. O presidente cedeu e anexou territórios vizinhos na região de São Paulo próxima à fronteira do estado e transferiu a posse deles para o Rio de Janeiro, inclusive Aparecida do Norte.

O novo papa assumiu definitivamente o cargo. Ele acenava para fiéis na Catedral Basílica no Rio, já que a Basílica de São Pedro estava com todos os vitrais destruídos. O local havia se transformado em um canteiro de obras para reparar os danos.

Os fiéis do Brasil estavam radiantes vendo o papa brasileiro. Aquilo trouxe uma sensação de representatividade. Os brasileiros sentiam-se mais íntimos do contato com Deus.

Fiéis se ajoelhavam em multidões ao redor do mundo. O sentimento messiânico se disseminava. Seitas louvavam o Líder Draknazar. Os rumores se espalhavam. O mundo inteiro era sua igreja!

O papa comprovava que Drak era o próprio Deus. Os profetas se vangloriavam de terem acertado suas profecias mais ambiciosas de que chegaria um salvador para expurgar o futuro da humanidade. Todos saudavam seu Deus encarnado.

A supremacia do Rei Nazar fazia os lares exalarem uma atmosfera como a de um mundo expurgado de todos os males. As pessoas, em êxtase, sentiam-se as escolhidas para desfrutar da vida eterna. A vitória Nazariana impôs sobre a Terra o clima que deixava no passado os ex-líderes perversos. O povo nunca esteve tão unido em um só sentimento.

Drak representava todos. Eles sabiam que com seu verdadeiro Líder entre eles, não teriam de enfrentar problemas como os que vinham se sucedendo. Draknazar era a figura idealizada do salvador da humanidade. Todos viam nele a imagem do Líder supremo que ele verdadeiramente havia se tornado. Instaurava-se na Terra uma Supremacia Messiânica. Entre a população do mundo inteiro, o tom messiânico resplandecia ameaçador como um fogo infernal.

Andrômeda.

Comando Superior do planeta Evíluto.

Jonas parou de caminhar ao chegar na beira de um lago de águas escuras, Drak acompanhou sua pausa. As estrelas cintilavam no firmamento. Naquela altitude, sem interferência atmosférica, pareciam estar ao alcance das mãos e eram refletidas no espelho d'água.

— Não quero ser apressado, a vida na Terra tem tudo para dar certo, eles só escolheram o meio não tão ideal de se governar.

— Não tão ideal? — repetiu Drak ironicamente. — Seu povo troca o avanço tecnológico pela permanência no poder, esse é o pior ponto que uma nação poderia chegar. Para isso eles possuem articulação, mas não a utilizam de maneira inteligente como espécie evoluída.

À medida que a escuridão caía, a estação entrava em eclipse e a conversa chegava ao fim. Ficavam visíveis as três luas no horizonte que se aproximava. A que mais se destacava era uma grande bola vermelha, efeito criado pela densa atmosfera do planeta.

Jonas e Drak trocavam algumas palavras.

— Dê armas para que eles se autodestruam, e deixe que a consciência deles façam o resto. Eu mesmo não mato ninguém. Apenas ofereço as ferramentas para que a seleção natural o faça. — instruíra Drak Nazar. — Se achar isso um equívoco, siga os passos de quem desejar, deixe que eles saibam e detenham as ferramentas para adentrar ao plano superior. Então, assim teremos novos deuses ao nosso lado para lutar a batalha de deuses e mortais.

Drak movimentara afirmativamente a cabeça, Jonas imitara seu movimento. Após firmar o acordo, Jonas saltara para o alto, tornando-se um rastro branco nebuloso. Fazia três décadas desde que o plano dera errado e Draknazar, em uma última alternativa desesperada, arrastou atmosfera abaixo o Líder da galáxia, até então aliada, e precisou manter em cárcere o refém que se tornou Jonas Forth após o fracasso da invasão que deveria ter sido discreta, mas foi interceptada.