Capítulo 4
Entro no meu consultório e penso no que deveria ser feito. Uma boa regra para não se fazer besteira era parar e pensar pelo menos dez vezes na situação e nas opções que tinha em mãos.
Eu poderia ligar agora mesmo e perguntar o porquê de ele trocar meu pneu, ou poderia ignorar o ocorrido e achar que ele estava fazendo aquilo só porque tinha peso na consciência por tê-lo furado.
Talvez apenas ignorá-lo seria bom.
Olho pela janela. O sol está escaldante do lado de fora, então diminuo a temperatura do ar-condicionado.
Ah! Dane-se!
Abro o cadastro dele no sistema do meu laptop e visualizo os detalhes: Conrado Vitti, 33 anos, mora em Botafogo, advogado, telefone... Consultas marcadas: Amanhã.
Amanhã?
Faço uma ligação interna para Carol no mesmo instante.
— Carol, o paciente Conrado Vitti de ontem... ele marcou nova consulta?
— Sim. Um pouco antes de você chegar. Veio pessoalmente. Desculpe marcar para tão próximo, mas como você pediu para adiantá-lo naquele dia achei que quisesse que a terapia dele fosse mais intensiva. Fiz mal?
Paro um momento. Por que mesmo eu estava perguntando à minha secretária o motivo de ter agendado um paciente para mim?
— Não, não... Hum... ele precisa mesmo. Obrigada.
— De nada, doutora.
— Ah, pode entrar o próximo paciente, por favor.
— Farei isso.
Desligo o telefone.
Pronto! Foi ele. Claro que tinha sido ele! Só ele sabia do pneu.
Atendo o paciente ansioso. Ele era mesmo muito irrequieto, com tudo. Trabalho o exercício para acalmá-lo para que ele se concentre no que tem que ser feito. Os exercícios iam da respiração até a meditação e, claro, falo que é muito bom que ele seja uma pessoa pontual, mas que não precisa chegar horas antes da consulta, já que tem hora marcada, e que essa também seria uma forma de se controlar.
Faço o meu trabalho como em qualquer outro dia. Mais tarde, quando saio do consultório e vou para a empresa em Niterói, sei que palestra que dou é um sucesso. Duas mil pessoas conquistadas e bastante livros vendidos e autógrafos distribuídos.
À noite, eu me sentia como o paciente da manhã. Estava ansiosa e a insônia me dominava a ponto de não conseguir deixar a mente vazia para dormir.
Eu tentava a todo custo dormir sem os remédios, eu precisava me controlar.
No fim, consegui não tomá-los, porém, não dormi.
***
— Oi, gatinha!
— Oi, Richard, como vai? — respondo, prendendo o celular entre o ombro e ouvido enquanto digito as informações sobre meu último paciente.
— Ainda remoendo o fora que me você deu naquele dia.
Imediatamente meus ombros caem e sou obrigada a segurar o telefone com uma das mãos.
— Não seja tão sensível. O que aconteceu?
— Eu não posso te ligar apenas para saber como você está? Não seja tão insensível — ele brinca, e dou-me conta da minha bola fora.
— Desculpe. Eu estou bem. Trabalhando, nesse exato momento — digo, menos agressiva dessa vez.
— Gatinha, é sexta-feira e já passa das 18h.
— Tenho paciente marcado para as 19h.
Ouço-o registrar a informação do outro lado do telefone e seu tom de voz muda.
— Queria saber se dessa vez... se quiser, claro, posso te buscar aí no consultório. Poderíamos ir num restaurante bacana, um bar... com esse calor, um bar seria uma ótima pedida, né não?
Aquilo me pega de surpresa. Há dias não pensava em Richard, quanto menos em um bar.
— Eu... — Eu não queria, essa era a realidade dos fatos, mas também não queria voltar para casa. — Pode ser.
Não penso mais.
— Maravilha!
— O que acha de chamarmos a Paola?
— Ah! Chamar sua amiga para segurar vela?
— Não, vamos para o bar para ficarmos de namorico, Richard. Vamos para beber, certo? O resto fazemos depois — respondo logo, impaciente.
Não fazia sentido dizer isso, mas ficar com ele por mais de uma hora em um bar seria algo meio torturante diante do fato de que não tínhamos muito o que falar um para o outro.
— Tudo bem — responde com desânimo.
— Posso chamar a Ellen, o Fernando...
— Vou chamar meus amigos do time também, beleza? Talvez fechamos o bar só para os nossos conhecidos. — Ele estava debochando.
Fico calada. Eu era a pessoa mais bem-humorada da Terra, mas para Richard eu não tinha muita paciência.
Diante do meu silêncio, ele retoma o assunto.
— Que horas posso passar aí? — pergunta ele, mudando de assunto.
— Depois das 20h.
— Combinado, então. Até daqui a pouco.
— Até.
Desligo o celular e mando mensagem no grupo dos amigos no WhatsApp, convidando-os para a esticadinha.
Neste mesmo instante, Carol anuncia que Conrado chegou para a consulta.
Respiro fundo algumas vezes.
Começava a batalha. Só peço aos céus que ele não se exalte como da última vez.
Solicito que ele entre e libero Carol para ir para casa.
Segundos depois, vejo Conrado à minha frente. A postura e o semblante são os mesmos da primeira consulta: calça jeans, uma blusa xadrez azul dobrada nos braços e justa no corpo e mãos no bolso.
Me remexo em minha cadeira antes de levantar, recebendo-o com um sorriso contido.
— Oi, Conrado. — Estico minha mão.
Ele meneia com a cabeça e me cumprimenta.
Indico o sofá e volto a me sentar. Por dentro meu coração pulava forte por conta do inesperado.
— Como vai? — pergunto.
— Estou bem e você?
— Estou bem também. — Pego meu Ipad na mesa e abro o aplicativo de anotação dos clientes. Detestava essa parte das conversinhas coloquiais necessárias para iniciar uma sessão. — Ah, primeiro, antes de começarmos, gostaria de agradecer pelo pneu.
Ele ergue uma das sobrancelhas.
— Eu sei que foi você — digo, sem que ele tenha chances de negar. — Obrigada.
— Não foi nada. Mas, que fique bem claro: não fui eu que furei.
Eu quase rio, mas me controlo.
— Claro que não. — Eu ainda tinha as minhas dúvidas. — Porém, faço questão de pagar o pneu e pelo seu serviço.
— De jeito nenhum. Fica pela grosseria.
— Que grosseria? — pergunto. Ele estreita o olhar para mim como se dissesse: você é burra ou o quê?
Abaixo o rosto, fingindo digitar algo. O senso de humor dele era péssimo mesmo.
— Bom, Conrado, de onde você é? Onde nasceu?
Ele aperta os lábios, achando aquilo desnecessário, mas informações pessoais eram primordiais para a ajuda que pretendia dar a ele.
— Sou de São Paulo, capital.
— Mora aqui no Rio há muito tempo ou...
— Seis meses.
— O que fazia em São Paulo?
— Sou advogado, como já te disse. Tinha um escritório. — Ele responde sem muita relutância.
A meta era continuar e chegar até a esposa perdida.
— Não o tenho mais — completa.
— Certo... O que o fez vir para o Rio? — continuo digitando, evitando encontrar com seus olhos.
— Família.
Eu detestava quando precisava instigar os pacientes, enquanto outros só falavam, falavam...
— Suas irmãs?
— Exatamente.
— Veio para ficar?
Ele torce a boca, levantando um pouco os ombros.
— Não sei. Parei de fazer muitos planos.
— O que está fazendo agora? No que está trabalhando?
— Ano sabático.
Arqueio as sobrancelhas e olho-o por um longo momento, antes de voltar a digitar.
— Mas... — continua. — Sou sócio, com as minhas irmãs, em um negócio.
Agradeço mentalmente pela complementação voluntária.
— Isso é bom, Conrado. Ocupar a cabeça é algo positivo.
Ele me olha impassível.
— Como você tem se sentido esses últimos dias?
— Confuso.
— Confuso?
— Sim.
— Por quê?
— Não consigo parar de pensar em você.
Sua resposta quase faz meu Ipad cair das minhas mãos. O que ele disse?
Isso era... inadmissível!
— Conrado... — limpo a garganta.
— Não! — Ele se assusta. — Não é isso que está pensando. Pelo amor... eu... — Ele fica sem palavras.
Ergo a mão e assinto.
— Tudo bem, tudo bem. Eu entendi.
— Não queria dizer nesse sentido que entendeu... entendeu?
— Eu não entendi nada.
— Ah entendeu errado, sim — afirma. — Vi pela sua cara.
Ele estava de sacanagem?
Franzo o cenho. Como é?
— O que queria dizer com isso, então? — ofereço, mantendo a linha. Já estava ficando acostumada em lidar com ele.
— Que não consigo parar de pensar nas coisas que me disse. Sobre recomeçar.
Ah, sim! Agora eu entendi. Ele precisava de um curso de 'como se expressar corretamente'.
— Agora concorda comigo? — pergunto esperançosa.
— Não.
Respiro fundo, arfando.
— O que te impede?
Ele estreita o olhar novamente, deixando-me acuada.
— O destino.
Dentre todas as possibilidades, não esperava que ele fosse dizer isso.
— Temos opções, já te disse isso. E, antes que me corrija: sim, temos opções para quase todas as coisas. Hoje você escolhe entre tentar se reerguer depois da perda da sua esposa ou não.
Aí estava a esposa no meio. Fico parada, porém alerta, caso ele faça qualquer movimento assustador.
Ao contrário, seu semblante suaviza.
— Já perdeu alguém, Letícia?
— Conrado, estamos falando de você...
— É só uma simples pergunta.
— Perdi. Todos perdem.
— Perdeu sua outra metade?
Faço que não.
— Então não sabe como me sinto.
— Lamento muito pela sua perda, Conrado.
— Já disse isso na outra consulta.
— Eu sei, mas... queria que compreendesse que só quero ajudá-lo.
Então, novamente seu semblante se fecha.
— Acha mesmo possível, diante do que já ouviu?
— Sempre. — Dou um sorriso e ele desfaz a sua expressão dura, se remexendo um pouco na cadeira. — Só precisamos ser honestos um com outro. Pode ser?
— Isso inclui você comigo?
— Claro! — Sua pergunta era sem cabimento.
— Vai me dizer o por quê de ter ido falar comigo naquele bar?
Como é que é? Esse cara não estava satisfeito com a minha resposta? Eu disse que só queria convidá-lo para se juntar à nossa mesa e ponto! O que ele estava pensando?
— Conrado... eu te disse que...
— Eu me lembro do que me disse. Só queria ter certeza.
Aperto os lábios.
— Você era casado há quanto tempo quando ela... — Mudo de assunto. Queria as respostas chaves.
— Um ano e meio. Mais cinco anos entre namoro e noivado.
— Como ela era?
Eu estava na linha tênue para que ele voltasse à grosseria, eu sabia. Por outro lado, precisava avançar.
— Ela era a mulher mais especial do mundo.
Abaixo o olhar.
— Você já se apaixonou, Letícia? — ele acrescenta, diante do meu silêncio.
— Não estamos falando de mim.
— Eu li seu livro... — Ele olha para cima, como se tentasse se recordar. — Aceitando os presentes da vida.
— O que achou?
Eu sabia a resposta pela sua aversão, mesmo assim achava interessante que ele o tivesse lido. Já era um bom caminho.
— Forçado — responde, olhando para o lado.
Por dentro, eu o olhava com espanto. Por fora, estava complacente. Ele não iria me atingir com isso.
Mas que filho da mãe que fala mal do meu livro na minha cara? Vai se ferrar!
Forço um sorrio.
Ele estava entre o limite da sinceridade e falta de educação.
— O que mais te incomodou?
Ele volta a me olhar.
— O fato de você falar da vida sem ter vivência dela.
— Por quê acha isso?
— Porque está na cara.
— Seja mais específico, Conrado. Pode ser sincero. Estamos sendo sinceros, não estamos?
Ele humedece os lábios e concorda com a cabeça.
— Para mim, você não passa de uma filhinha de mamãe que só trabalha e tenta fazer ela valer a pena depois do tal acidente.
Conto até cinco mentalmente. Precisava de uma boa resposta para quebrar esse homem.
— Minhas experiências são relacionadas ao tratamento dos meus pacientes. Não preciso ter sofrido com um fim de uma relação, ou até mesmo com a perda de uma pessoa que amo para poder falar sobre isso. São pesquisas. E, para que desfaça essas conclusões caluniosas, não sabe o que passei para estar aqui. Não sou filhinha de mamãe.
Ou era? Não. Eu não era!
Se fosse, estaria em Porto Alegre, sendo paparicada. Passei por muito perrengues quando cheguei no Rio. Tive que me virar com pouco para pagar o aluguel de uma quitinete xexelenta e me alimentar com macarrão instantâneo. Ainda tive que matar barata sozinha! Foi barra! Duro!
— Tem uma parte que eu achei a pior de todas — ele continua falando do meu livro, escolhendo por ignorar o meu comentário.
Pior de todas? Espera aí! É o meu livro! Críticas sempre são bem-vindas, mas esse cara estava de fato conseguindo me deixar irritada.
Não sabia o porquê, mas sentia que ele tinha programado todo esse diálogo.
— Qual parte? — pergunto, mantendo a pose.
— O capítulo que conta sobre viver o presente.
Levanto-me de uma só vez.
Vou até a estante que mantenho meus livros e pego um exemplar do 'Aceitando os presentes da vida'.
Trago-o de volta para onde Conrado está sentado e abro-o na sua frente. Sabia de cor o capítulo a que ele estava se referindo.
— Posso? — digo, indicando o capítulo.
Ele apenas levanta os ombros.
— "Viva o hoje e pare de lutar contra. No momento em que você aceita e se entrega ao que a vida pode lhe presentear, novas ideias surgem para prosseguir na direção almejada." — Ele mantém os olhos em mim enquanto eu continuo a ler: — "Para mudarmos qualquer aspecto da nossa vida, devemos começar com a aceitação. É um processo lento e gradual que leva um certo tempo para acontecer. É preciso modificar o foco da sua atenção, ver o lado bom da vida e focar na solução dos problemas. Superar o medo do passado é a única forma de aceitação que você pode ter."
Ergo meus olhos para ele.
— É lindo — diz ele, com um sorrisinho de lado. Eu podia sentir o sarcasmo a quilômetros de distância. — São as coisas que a maioria quer ouvir, certo?
— Não. São verdades.
— São as verdades que você pesquisou. Ah, desculpe, Letícia. Você acha realmente que eu não quero seguir em frente? Há coisas que as pessoas não têm controle.
— Você faz algo para que sua realidade mude?
Ele bufa em uma risada forçada.
— Todos os dias. E aí, o que acontece? O tal destino que você diz estar a meu favor, me dá uma rasteira e me derruba novamente.
Pisco algumas vezes.
— Qual era o nome da sua esposa? — Minha pergunta o acalma.
— Joana.
— Quantos anos ela tinha quando o acidente de carro aconteceu?
— 28.
— Onde foi?
— Perto de casa.
— O que aconteceu?
— Eu já disse.
— Sim, eu sei que foi um acidente, mas...
Ele fica calado por algum tempo e aguardo até que tenha coragem para contar. Ele precisava enfrentar esses medos.
— Um motorista bêbado avançou a faixa contrária e...
Meneio com a cabeça, compreendendo. Bom progresso.
— Vocês tinham muitos planos? — A pergunta era meio idiota, mas queria fazê-lo conversar sobre ela.
— É claro. Éramos casados há pouco tempo e planos era o que mais fazíamos. Ah, você não é casada, talvez não saiba disso.
— Posso imaginar. — Compilo um sorriso para a sua tentativa de me atingir.
Mal sabe ele que casamento não me atraía nem um pouco.
— Vale a pena tentar curar as feridas do passado. Livre-se da sua carga e tente aceitar o presente da vida.
— Carga? Minha esposa agora é uma carga?
— Não, eu não disse isso. Disse que a deveria se libertar de tudo que o faz ficar preso ao passado.
— Isso inclui a minha esposa.
— Não digo ela, falo dos planos. Eles precisam ser refeitos. Você não teve culpa, então precisa direcionar sua vida para frente.
Percebo, pelo seu pomo de adão, que tenta engolir com dificuldade.
— Faz quanto tempo que isso aconteceu?
— Mais de dois anos.
Era recente.
— Conrado...
A porta do consultório se abre com força e dou um pulo com o susto. Parado no batente está Richard.
Ele arregala os olhos e levanta as mãos.
— Oh... desculpe, eu pensei que estivesse sozinha, Lê. Cara, foi mal mesmo...
Conrado levanta um ombro como se nem se importasse.
Levanto com pressa, completamente enraivecida com o que acabara de acontecer.
— Richard. Já ouviu falar em bater na porta antes de entrar?
— Não foi isso. É que eu vi as luzes apagadas e só tinha luz aqui e... e...
— Lá fora! Por favor.
— Desculpe, desculpe mesmo, docinho... eu... eu vou ficar bem ali...
Ele sai e bate à porta.
— Desculpe. — Eu estava constrangida. — Isso não acontece.
Isso é intolerável. Richard ia ficar na mão hoje!
— Sem problemas. Acho mesmo que devo ir embora.
Conrado se levanta.
— Hum... podemos ir em frente com a terapia?
Ele me encara.
— Acho que já tentamos o suficiente, não é? Isso não vai dar certo.
— Conrado, eu tenho certeza de que...
— Se eu mudar de ideia, volto a ligar. Tudo bem?
Faço que sim. Não tinha escolha, tinha que partir dele.
Um gosto amargo de derrota me atinge. Eu odiava sentir isso.
Ele se vira e abre a porta.
— Conrado!
Ele volta para mim.
— Não desista. Você ainda pode ser muito feliz.
Ele sorri um pouco.
— Obrigado por ter fé em mim.
— Eu tenho.
— Bom para você, Letícia. Até.
Ele fecha a porta e me sento novamente na cadeira.
Perdi! Merda! Eu perdi.
Jogo o Ipad sobre a mesa e pego a minha bolsa com raiva. Desligo as luzes, o computador e o ar condicionado.
Abro a porta e vejo Richard apertando a mão de Conrado.
— Cara, desculpe novamente por aquilo... — Richard aponta para mim.
— Já tínhamos terminado mesmo — responde meu paciente, amigavelmente.
— Obrigado pela dica — agradece ele. — Vamos hoje mesmo.
— De nada. — Conrado meneia com a cabeça para nós dois, coloca as mãos nos bolsos da calça jeans e sai do consultório.
Lanço um olhar fuzilante para Richard.
— Já pedi desculpas. Ele nem se importou.
— Não interessa... nunca mais entre sem bater, entendeu? Aliás, acho melhor nunca mais vir aqui.
— Poxa, Lê...
— Isso aqui não é nenhum vestiário que você pode encontrar seus amiguinhos, não! Quem você pensa que é? Você sabe o significado de profissionalismo?
— Ei! Ei! Dá para se acalmar? — grita ele e paro de falar.
Respiro com dificuldade, a raiva ainda tomando conta de mim.
— Não farei mais isso. Eu errei. Desculpe. O cara nem ficou aborrecido. Até me chamou para o bar que ele trabalha. — Richard ergue um panfleto dobrado várias vezes.
Pego-o e o abro.
— O que acha de irmos para lá agora, Lê?
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