CAPÍTULO 15.
Acordei sentindo os raios de sol tocando levemente em meu rosto, e ao abrir meus os olhos, necessitei de alguns segundos até perceber que estava no quarto do Theo, no mínimo ele tinha me trazido pro quarto após eu dormir no sofá, já que depois do filme ainda vimos alguns episódios de Hannah Montana - a série, eu devo ter dormido no meio de algum episódio e ao ver que estava apagada ele me trouxe pro quarto.
Após me despertar quase por completo, ouvi uma música tocando em som baixo, soltei uma risada baixa com as lembranças de todas as vezes que fui acordada assim também, Theo tinha essa mania desde que tínhamos 11 anos, ele acordava e tinha a necessidade de colocar alguma música para que ele ficasse energizado o dia todo.
Antes de ir a sala, fui fazer uma higiene básica, tal como escovar o dente, lavar o rosto e pentear o cabelo, após isso fui para a sala, a cozinha de Theo era cozinha americana, então da sala eu conseguia vê-lo na cozinha, e ele estava dançando e cantando enquanto fazia café e panquecas, fiquei olhando como Theo se movimentava por uns segundos, até que ele se atrapalhou e me fez soltar uma risada, o que o tirou daquele transe e fez ele me olhar.
— Hey, bom dia — ele sorriu meio sem jeito — espero que a música não tenha te acordado, mas eu ainda preciso delas pela manhã — Ele passou a mão por sua nuca, meio sem jeito, como se se desculpasse.
— Você não me acordou — Sorri para ele e o olhar dele ficou mais leve, após eu falar isso logo começou a tocar " Welcome to New York - Taylor Swift" — AI, EU AMO ESSA MÚSICA — sai correndo para o meio da sala, e comecei a cantar a música, como se eu dependesse daquilo, eu ouvia a risada de Theo, mas eu estava hipnotizada pela música, quando a música acabou eu vi um sorriso brincando no rosto de Theo.
— Eu acabei gravando um vídeo seu, que ficou muito bom — Ele se aproximou e me mostrou, ao acabar de ver o vídeo de 15 segundos eu olhei para ele — Eu disse que seria como se estivéssemos em Boston — Ele disse com o sorriso se alargando em seu rosto — E eu sempre te gravava quando você começava a dançar e cantar — Olhei o Theo e sorri o envolvendo em um abraço, primeiro senti seu corpo ficar rígido e depois relaxou e me envolveu em um abraço também.
Um abraço com um gosto tão familiar e nostálgico, que só isso me deu vontade de chorar, o Theo podia ter todos os defeitos do mundo, mas ele sempre foi o meu melhor amigo, quem me fazia rir em meio às lágrimas, quem me trazia conforto quando estava aflita, me oferecia abraços com gosto de casa quando eu me sentia perdida, por muito tempo ele foi o centro do meu mundo.
— Theo — Eu o olhei sem deixar de abraçá-lo — Obrigada por ter voltado — Disse e logo coloquei minha cabeça em seu peito mais uma vez.
— Obrigado por ter me deixado voltar para a sua vida novamente — Ele me abraçou mais forte ao me falar isso e encostou o queixo na minha cabeça. — Eu nunca mais vou te deixar sozinha, sempre estarei aqui para te proteger, eu te prometo.
Eu só conseguia sorrir ao ouvi-lo, sempre seríamos parceiros, iríamos cuidar um do outro. Theo era um dos amigos mais leais que eu poderia ter enquanto vivia nesse mundo, eu iria ao inferno se fosse para protegê-lo.
— Eu não sabia que você ouvia Taylor Swift — Dei um sorriso meio frouxo para ele — Lembro que quase morria quando eu te fazia ouvir algumas músicas comigo e a Alice — O olhei enquanto íamos para mesa tomar café da manhã, e o vi franzir o nariz ao mencionar o nome de Alice, o que me fez revirar os olhos.
— E eu não curto, mas algumas músicas me traziam sentimento de casa — Ele deu de ombros —Eu ouvi essas músicas tantas vezes, que quando eu estava longe e com saudades de casa, as colocava.
— Além de Taylor Swift, quais eram as outras que você ouvia? — Disse olhando para ele e vi um sorriso brotar nos lábios dele.
— Accidentally in love, In the End, She Will Be loved, Radioactive...— Ele disse com um sorriso de canto no rosto — Ah claro, umas da Demi Lovato também.
— Quais? — Disse tão empolgada que não conseguia esconder minha animação.
— Eu não me lembro dos nomes Liv, mas eram as que você me obrigava a ouvir contigo — Enquanto ele ia me falando, se formava um vinco no meio das sobrancelhas, como se tivesse fazendo um grande esforço para lembrar, mas não lembrou, e no fim ele apenas sorriu fraco e bebericou seu café.
— Fico feliz que tenha aprendido a ouvir música boa — dei uma risada, o que fez ele revirar os olhos. — Você era feliz na Califórnia? — Questionei o Theo quando ele ia comer mais um pedaço da sua panqueca, mas meu questionamento fez ele parar a mão no meio do caminho.
— Dentro do possível sim, fiz amizades com pessoas incríveis, fiz estágios, tive oportunidades que nunca teria aqui, ganhei prêmios na faculdade pelos artigos que escrevi — Ele fez uma pausa longa para continuar a falar — Mas a saudade era constante, saudades de casa, dos meus pais, da minha irmã, de você — Ele falava sem desviar o olhar do meu, nem por um segundo — Ir para Califórnia foi a melhor coisa que fiz — assenti ao ouvi-lo dizer — Mas foi a mais difícil também, te deixar foi difícil— ele suspirou ao dizer isso e prosseguiu— você era a minha melhor amiga, aquilo me deixou mal de mil formas diferentes, mas ficar estava doendo também — ele falava com a voz afetada, eu percebia o olhar dele distante — Você foi a pessoa que mais amei na minha vida, mas não sentíamos a mesma coisa, você me amava como amigo, eu te amei e amo como minha melhor amiga, mas sempre foi mais do que isso — Ao dizer isso, ele deu um sorriso pequeno como se lembrasse de algo muito bom, nesse segundo quis ter o poder do Edward Cullen, para poder ler a mente dele e compartilhar essa memória com ele. — Eu nunca iria te fazer escolher entre o Austin e eu, primeiro porque nunca houve essa rivalidade, você sempre deixou claro quem você tinha escolhido e segundo eu ia sair pior nessa situação toda — ele respirou fundo e me desviou o olhar enquanto bebericava um pouco do café dele.
— Mas e os sentimentos por mim? — Quando ele me ouviu, ele voltou a me olhar e eu já o olhava, nesse momento eu queria poder ver a alma dele, se fosse possível — Eles mudaram? — Não desviei o olhar e vi um lampejo de algo que não definir, um pouco de amor, carinho e algo que não soube decifrar tão bem assim.
— Eu te amo, Olivia — Ele sorriu e deu de ombros — Isso deve bastar não?
— Eu preciso saber, Theo — insisti ao olhá-lo, mas abaixei meu olhar para minha caneca — Eu não quero que vá embora por minha causa mais uma vez— falei sem conseguir encará-lo, eu não queria perdê-lo, mas também não queria que ele se machucasse.
— A culpa nunca foi sua — Ele disse colocando as mãos por cima da minha, o que me fez levantar o olhar desconfiada, porque era óbvio que a culpa era minha — Você me ofereceu o que você tinha, você nunca me enganou— Ele sorriu de uma forma que fez meu coração ficar quentinho, talvez nisso eu não tinha errado com o Theo, mas não era uma certeza.
— Sabe o que podíamos fazer hoje? — Vi Theo me olhar meio que intrigado — Correr no Central Park, igual fazíamos em Boston — Sorri largo para ele.
— Você só esqueceu que aqui não tem o Charles River — Ele arqueou a sobrancelha enquanto falava, o que me fez soltar a respiração pesada.
— Mas temos outras opções por aqui, o Central Park é ótimo para treinarmos, inclusive — disse enquanto colocava um pedaço de panqueca na boca, o que fez o Theo rir.
— Podemos fazer isso, mas no final de semana — Sorri assentindo, meio frustrada, pois queria correr agora .
— Já estamos atrasados para o trabalho, não? — Disse para mudar de assunto e só agora me dando conta que ainda estamos no meio da semana, mas vi Theo negar com a cabeça — Então é melhor eu começar a me arrumar logo, podemos passar no apartamento do Math? Eu quero trocar de roupa — Sorri meio amarelo.
— Vamos trabalhar home office hoje — Ele disse me olhando — Ontem peguei seu notebook e uma agenda com o Math, pelo que ele disse, você anota algumas coisas nessa agenda. — Apenas assenti, pegando minha agenda das mãos dele — Eu não sabia se seria seguro você ir trabalhar hoje e não queria te deixar sozinha aqui — Ele me olhou meio inseguro — Achei que seria melhor trabalharmos daqui mesmo, temos café, música e podemos ficar de pijama o dia todo — Após ouvir ele, meus lábios se curvaram num singelo sorriso e apenas concordei.
Passamos o dia inteiro envolvidos no novo artigo que desenvolvíamos, Jane tinha dado carta branca para nós, apenas pediu para inovarmos no artigo, ela queria ver o nosso potencial, mas pediu para que fizéssemos matérias individuais.
Quando anoiteceu, Math chegou no apartamento de Theo com comida e para verificar como eu estava, já que não o via desde o dia anterior.
Math ficou por volta de umas duas horas com a gente e enquanto estávamos nos despedindo, ele me encarou como se tivesse um segredo para me confessar e ao notar que Theo se afastou um pouco, ele me puxou para um abraço e proferiu as palavras que fizeram todo meu corpo gelar.
— O Austin estava rondando meu apartamento ontem a noite e hoje pela manhã, fique aqui o quanto puder — me confessou num sussurro — O Theo já está ciente, mas não queria te deixar apavorada— sussurrou dando meio que de ombros— amanhã, caso ele não esteja rondando, deixo umas roupas suas aqui pela manhã, caso contrário, deixo pela noite — Ele sorriu meio nervoso e com os olhos meio culpados, apenas assenti, logo tentando traçar um plano na minha mente, algo que pudesse tirar Austin do caminho de Theo e Math, eles não podiam correr perigo por minhas escolhas erradas.
— Liv — ouvi a voz de Theo me trazer de volta ao presente, e eu o olhei tentando manter minha expressão neutra — A Jane acabou de me mandar uma mensagem, ela ofereceu uma matéria sobre casamentos em Las Vegas, para nós dois — Ele disse com o celular ainda em sua mão e pude ver a conversa aberta.
— E o que você respondeu? — Perguntei tentando entender onde Theo queria chegar com aquilo.
— Eu não posso responder por você — Ele me respondeu dando de ombros — Mesmo achando que seria bom para você — Eu o olhava incrédula — Imagina uns dias em Vegas, sem ter que se preocupar com a vida de NY, só fazer a matéria e curtir Vegas — Ele me falava tão empolgado.
— Não acho que seja uma boa ideia — Eu ponderei para Theo — E se eu decidir casar com um bêbado em Vegas?— Era uma preocupação real e Theo até tentou não rir, mas ele gargalhou quando ouviu minha real preocupação.
— Ninguém vai casar em Vegas — ele me respondeu ainda entre risadas.
— Se for o Chris Evans aí você me deixa casar, porque é o Chris Evans — Enquanto eu falava eu sentia um vinco se formar na minha sobrancelha, quando Theo viu que eu estava falando sério, ele gargalhou ainda mais , ele riu tanto que algumas lágrimas escorriam por seus olhos , ele, literalmente, chorou de tanto rir.
— Você não vai casar Olivia, nem você, nem eu — Disse ainda entre risadas, mas dessa vez elas estavam mais controladas — Nós vamos trabalhar e nos divertirmos enquanto isso, e vai te dar uns dias pra pensar com mais tranquilidade no que vem acontecendo na sua vida— Ele me disse com um sorriso no canto dos lábios — Sem falar que vamos estar em Vegas e juntos, não tem como dar errado. — Eu ria e negava com a cabeça logo assim que ouvi o que ele disse.
— Sempre pode dar errado — digo olhando pra ele arqueando minha sobrancelha esquerda, erguendo um pouco meu queixo.
— Confia em mim, não vai dar nada de errado —Ele disse com um sorriso tão confiante que não tinha como desconfiar, mesmo sabendo que quando as coisas são comigo, sempre podem dar errado e geralmente dão super errado. — O que acha de vermos um filme? Pode até ser um com o Chris Evans... — Ele sorriu e só me vi concordando com ele, terminamos aquela noite, embrulhados num edredom vendo um filme.
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