CAPÍTULO 10.
⚠️ NESSE CAPÍTULO TERÁ CENAS DE AGRESSÃO FÍSICA, CASO SEJA SENSÍVEL A ESSES TIPOS DE CENA, RECOMENDO QUE PASSE O CAPÍTULO! ⚠️
⚠️ CASO ESTEJA SOFRENDO QUALQUER TIPO DE AGRESSÃO DENUNCIE!⚠️
Recebi um olhar questionador do meu namorado, ele não disse nada, apenas estendeu a mão e ali eu entendi que não tinha muitas opções, devia entregar as chaves para ele ou teríamos uma briga no meio da rua, e eu não queria chamar a atenção por causa do louco do meu namorado.
— Vamos, me entregue as chaves, por mais que você não acredite, eu me preocupo contigo — Ele disse com as mãos ainda estendidas para mim, e ele me deu um sorriso meio de lado, o que me fez segurar as chaves quase às entregando para ele , mas elas ainda estavam na minha mão meio na duvida ainda — Liv, você bebeu não pode se colocar em risco, me entregue as chaves. — Acabei entregando as chaves para ele, me encaminhei até a porta do carro e entrei no mesmo, ao entrar no carro tive um leve vislumbre de Theo, ainda no telefone, com um sorriso no rosto, o que me fez sorrir junto, eu estava muito feliz por ele, finalmente tinha achado alguém que o amava da forma que ele merecia.
O caminho até em casa foi longo e silencioso, era um silêncio até agradável, o silêncio estava melhor do que ouvir ele me agredir verbalmente novamente, o jeito que ele me olhava me sentia como uma criança que tinha desobedecido seu pai e era repreendida, mas eu não fiz nada de errado, não entendo o porquê dele estar me olhando dessa forma, ao entrarmos em casa, eu já estava me encaminhando pro quarto, até ouvir a voz dele.
— Nunca achei que você seria tão baixa assim — eu parei ao ouvir o que ele disse, me sentindo totalmente confusa.
— Desculpa, mas acho que não estou entendendo o que você quer falar — disse sem tirar os olhos dele, ele riu com escárnio e até um pouco colérico.
— Não seja sonsa comigo, Olivia — Ele disse numa explosão de raiva — Você acha que eu não sei o que você estava fazendo naquele barzinho? — Ele disse aos berros, o que me fez me afastar dele e a cada passo para trás que eu dava ele dava um a frente — Eu sei que você e aquele seu amiguinho estão tendo um caso. — Ele está me acusando de estar o traindo? De novo???
— Eu estou cansada disso!— Disse numa explosão de raiva— Você está sempre me acusando de estar te traindo, por causa de um único erro que cometi há dois anos, segue em frente — Eu gritei para ele, ficando muito próxima dele e por mais medo que eu estivesse eu precisava enfrentá-lo — Você fala tanto de traição, que estou começando a desconfiar que quem está traindo é você — Gritei para Austin, já estava cansada de ser acusada de algo que não fiz.
Eu vi um choque passar pelos olhos do meu namorado, ele estava com muita raiva, estávamos próximos demais, eu não vi aquilo chegar, apenas senti meu rosto esquentar e doer, meus olhos se encheram de lágrimas, estava ardendo onde ele me bateu, então naquele segundo a minha conversa com Math voltou a minha mente, e naquele momento eu percebi que ele tinha razão, Austin nunca ia parar de me bater.
— Olha o que você me faz, eu perco o controle com você e a sua língua, Olivia, você tem que parar de me desobedecer— Austin segurava em meus braços e me machucava, quanto mais tentava sair do aperto, mais força ele fazia.
— Você não é meu pai, Austin, eu não te devo obediência— Tentei puxar meu braço das mãos dele — Me solta — Eu gritei, tentando fazer ele ter um pouco de consciência — Você está me machucando, não basta me bater, o que mais você quer fazer? — Quando ele ouviu meus gritos ele me soltou, me olhando e eu via o rosto dele ficar mais vermelho de raiva.
E sem eu esperar eu só senti mais um golpe no meu rosto, que foi seguido de socos, o que me fez desequilibrar e cair no chão, ele não via onde batia, ele socava e me chutava sem parar, os socos pegaram no meu olho, na minha boca, no meu nariz, os chutes pegavam em qualquer parte no meu corpo, chutes pegaram principalmente no meu abdômen, quando ele cansou de me agredir, ele simplesmente cuspiu do meu lado e foi pro quarto como se nada tivesse acontecido.
Eu conseguia sentir o gosto de sangue na minha boca, eu estava com o corpo todo latejando e mais do que a dor dos socos e chutes que recebi, doía a alma por saber que o Math estava certo, o Austin nunca pararia com aquilo, cada vez ia se tornando pior, antes ele precisava estar alcoolizado e dessa vez não tinha uma gota de álcool no sangue dele, ele estava totalmente consciente, e mesmo assim ele me bateu mais uma vez, mesmo depois de ter me prometido que não faria.
Eu, num rompante de coragem, levantei e saí de casa, apenas com a bolsa que tinha levado para o barzinho e as chaves do carro, tentei sair sem fazer barulho, eu estava me tornando uma prisioneira dentro da minha própria casa, dentro do meu relacionamento, tento lembrar em como chegou nisso, mas eu não consigo me lembrar.
Quando cheguei ao meu carro, eu sabia que ainda estava alcoolizada e talvez isso fosse um problema, caso a polícia me pegasse dirigindo, mas eu também não queria estar no mesmo ambiente que Austin.
Eu sei que preciso voltar para casa, mas vê-lo depois de tudo que ele fez, parecia demais até para mim, eu podia correr o risco de dormir aqui na garagem e ser acordada pelo meu namorado, ou correr o risco de dirigir e ser pega pela policia por estar alcoolizada, entre as duas opções, a da polícia me parecia a menos pior, por incrível que pareça, preferia ser pega pela polícia do que ter que encarar meu namorado agora.
E com esse pensamento liguei o carro e sai pelas ruas de Nova York, de início sem rumo, apenas vagando, pensando em tudo que tinha acontecido desde o início da noite, liguei a rádio quando o rumo dos meus pensamentos estavam me levando para o lugar mais sombrio dos meus pensamentos, por um minuto quis dirigir até Boston, e ficar com meus pais, mas eu ainda não tinha coragem de contar e nem queria ser uma vergonha para eles, pensei em ir para a casa do Theo, mas ele também não sabia e ele deve estar com a Samantha, Alice devia estar com Henry e ela também não sabia e só tinha o Math no fim de tudo, mas ele devia estar com alguém e eu não queria estragar mais ainda a vida dele.
O que não percebi é que, inconscientemente, dirigi até a casa de Math, eu estava parada em frente ao prédio dele, quem olhasse diria que foi combinado, mas não foi. O timing foi perfeito, enquanto eu parava o carro Math ia chegando ao prédio.
Math tinha chego sozinho de mais uma de suas noitadas e quando viu meu carro estacionado, ele bateu na janela do lado do motorista, eu não tinha coragem de abaixar a janela, sabia que devia estar horrorosa, sangue seco pelo meu rosto, eu não tinha como correr ou fugir, então eu apenas abri a porta do carro e sai, não tinha coragem de levantar o olhar e encarar Matthew, então fiquei com a cabeça baixa, meu cabelo fazia uma cortina que impossibilitava a visão de Math para o estrago que Austin tinha feito em meu rosto, mas não queria voltar para casa.
— Eu posso ficar aqui hoje? — Eu sussurrei e só assim consegui olhar para Math, e aí sim ele viu o estado que meu rosto estava, o sangue seco que estava pelo meu rosto, a vermelhidão pelo meu rosto, a minha cara mais pálida do que o normal, quando vi que ele não me respondia, eu senti que ele não queria se envolver mais ainda na história— Eu juro que é só por hoje, amanhã eu vou embora, só não quero encarar o Austin agora — eu abaixei minha cabeça e sussurrei — por favor— Disse com minha voz embargada.
Eu senti Math me puxando pro seu peito e ao me sentir sendo protegida, eu soltei tudo o que estava prendendo desde o momento da agressão, chorei como um bebê, era um choro sofrido e doloroso, além de ter o meu corpo todo marcado, Austin marcou a minha alma, eu me sentia machucada e violentada de muitas formas, e eu tinha a impressão que esses ferimentos que nunca seriam cicatrizados.
— É lógico que você pode ficar aqui, você só iria voltar se eu fosse contigo para matar esse desgraçado — Ele respirou fundo, mas ainda abraçado comigo — Mas não é disso que você precisa agora, certo? Vamos subir, onde você vai tomar um banho, tomar um analgésico, amanhã vamos pro hospital e te levar na delegacia. — Ele deu um beijo na minha testa e me deixei ser levada pra dentro do apartamento dele.
O apartamento de Matthew era bem simples mas continha uma certa sofisticação, o apartamento dele era aconchegante, a maioria dos móveis tinham tonalidades escuras, que combinavam com as paredes todas brancas, Math me encaminhou até o banheiro onde eu ia poder tomar banho e tirar todo aquele sangue de mim.
— Eu já te trago uma toalha e uma roupa para você colocar para poder dormir, okay? — Ao ouvi-lo eu apenas assenti, tirei meus sapatos e me sentei no sanitário, esperando que Math trouxesse as coisas que eu ia precisar usar durante essa noite, depois de uns minutos, ele bateu na porta e entrou. — Desculpa entrar assim, mas eu trouxe uma toalha limpa, essa camisa minha, levando em consideração seu tamanho, acho que vai ficar boa em você, achei esse short jogado, só não sei se é seu, mas deve dar em você, ah e essa escova de dente nova, se precisar lavar o cabelo pode usar meu shampoo, quando você sair do banho, a gente cuida dos machucados— Ele sorriu e me deixou sozinha para que eu pudesse tomar um banho.
Demorei uns bons minutos, deixando que a água levasse toda a sujeira que estava na superfície do meu corpo, já que o interno a água não tinha como lavar, aproveitei e lavei o cabelo com o shampoo do Math, depois de tomar banho, coloquei a roupa que Math tinha trago para mim e penteei meu cabelo, sai do banheiro e vi meu amigo sentado no sofá, com um olhar vazio, e ao seu lado uma caixinha de primeiros socorros , me aproximei sorrateiramente, e ele percebeu que me aproximava dele e deu um sorriso que não chegava aos olhos dele, me sentei no sofá, senti todo meu corpo protestar, mas sabia que amanhã seria pior.
— Agora vamos cuidar desses machucados — Math pegou uma gaze e molhou com soro e depois passou um líquido em cada um dos meus ferimentos, sentia arder onde estava aberto mas eu aguentava. Math passava a gaze com o maior cuidado que ele conseguia para não me machucar, depois que ele terminou, ele me deu um analgésico com uma xícara de chá. — Amanhã você vai amanhecer cheia de dor, mas o remédio vai aliviar — Ele falava como se eu tivesse 5 anos e ele estivesse me explicando algo muito difícil, quando ele percebeu que terminei de tomar o chá, ele disse — Vamos lá, pra você poder dormir, amanhã quando acordarmos vamos ao médico, para ver como você está no geral, okay? — e logo em seguida segurando em minha mão, e eu apenas assenti, não tinha forças para falar ou tomar qualquer decisão que fosse.
Math me levou até o quarto dele e me deitou na cama, ele me cobriu como se eu fosse uma criança pequena, o que me lembrou do meu pai, ele geralmente fazia isso quando eu era criança, e me lembrar dele, fez um pequeno sorriso nascer em meu rosto.
— Liv, eu vou estar no quarto do lado, qualquer coisa não hesite em me chamar, okay? — Enquanto ele dizia, ele estava agachado ao meu lado na cama e alisava meus cabelos e continha um singelo sorriso no rosto, me transparecia que ele queria me assegurar que tudo ia ficar bem, eu só consegui assenti e ele beijou a minha testa — eu te amo, neném — ele sorriu e me deixou sozinha no quarto.
Eu estava tão exausta que não tinha mais energia nem para chorar ou qualquer coisa, acho que o remédio e o chá estavam fazendo o seu trabalho, pois eu estava começando a piscar meus olhos, sentia sendo embalada para um lugar onde nada me machucaria.
⚠️ CASO ESTEJA SOFRENDO QUALQUER TIPO DE AGRESSÃO DENUNCIE!⚠️
⚠️ REPUDIAMOS QUALQUER TIPO DE AGRESSÃO!⚠️
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