Acordei no outro dia com a cabeça explodindo, não fazia ideia de que horas eram, mas eu esperava de coração que ainda fosse cedo para que eu pudesse dormir até mais tarde.

Olhei pro lado e a cama estava vazia, mas estava bagunçada o que indicava que Austin tinha dormido ao meu lado, eu não fazia ideia da hora que ele tinha chegado, mas pelo menos ele tinha dormido em casa né?! 

Me levantei e fui em direção a sala, e para minha surpresa tinha um cheiro de café no ar e me surpreendi quando cheguei na cozinha e Austin tinha feito o café da manhã todo, dei um pequeno sorriso, estávamos brigando por tanto tempo que tinha esquecido como Austin era comigo, ele se assustou ao me ver parada na soleira da porta, mas logo me abriu um sorriso largo se aproximou e me deu um selinho. 

— Bom dia, Hase — Austin tinha começado com esse apelido há algum tempo atrás, disse que na Alemanha é comum se referirem às pessoas amadas assim, se não me engano o significado era coelho.— Sei que você ama café com donuts, o café eu que fiz, mas os donuts não, eu fui numa cafeteria aqui perto e a vendedora me disse que essa com cobertura de frutas vermelhas eram as mais gostosas, não sei se você vai gostar então trouxe com outra também. 

— Tenho certeza que vou adorar, obrigada—  Dei um sorriso de lado para ele, e me sentei na ilha, onde ele tinha colocado todo o café da manhã que tinha preparado para nós. 

—  Hase, estava pensando que após o nosso café podíamos ir ao Central Park, o que me diz? — Eu amava o Central Park e Austin sabia disso, só consegui abrir o maior sorriso que em dias dava ao lado dele—  Eu sei que é um dos seus lugares preferidos em Nova York.

— Sim, eu amo o Central Park, podemos ir sim.

— Quero que o dia de hoje seja dedicado a nós dois apenas. —  E ali estava o homem por quem eu tinha me apaixonado, ele tinha os erros dele, mas ele me demonstrava o quanto me amava assim.
 
Passamos o nosso café da manhã inteiro conversando amenidades, após terminarmos o café, Austin e eu lavamos toda a louça, e enquanto ele guardava a louça, eu fui tomar um banho, lavei o cabelo, ao sair do banho e chegar no quarto vi que Austin já tinha escolhido a roupa que ele iria pro Central Park, ele passou por mim e me deu um selinho, enquanto ele tomava banho, escolhi minha roupa, vesti um conjunto preto de lingerie, uma t-shirt branca com um pequeno girassol, e uma calça jeans, coloquei um tênis branco, a marca no meu rosto não era mais tão visível, então consegui com uma maquiagem casual esconder, já o arroxeado do braço, tive um pouco de trabalho para deixar menos aparente,  eu apenas fiz um rabo de cavalo bem no alto, e deixei umas mechas finas soltas na frente, Austin estava apenas com uma T-shirt branca e uma calça jeans de lavagem clara e um tênis esportivo, e colocou um óculos escuro, ele estava lindo. Ao terminarmos saímos de casa em um clima bem leve e era tudo o que eu queria durante todo o dia.

Quando chegamos no Central Park, a nossa primeira preocupação foi alugar uma bicicleta para que pudéssemos ganhar tempo, e fomos para o meu lugar preferido em todo Central Park, que era O Mar Harlem, não era um lugar muito frequentado por turistas, eu gostava de lá para poder principalmente pensar na vida, mas Austin raramente ia lá comigo.

Ficamos um bom tempo ali conversando e nos curtindo durante um bom tempo. Até que decidimos ir comer por ali mesmo, fomos numa barraquinha e compramos um hot dog, que não era o melhor do mundo, mas era bem gostoso.

 — Hase, o que você acha de a noite irmos a um restaurante? Você pode marcar com a Alice e o namorado dela—  Eu o olhei um tanto assustada e desconfiada, ele nunca mais quis de sair de casal depois daquela vez na boate. —  Acho que eu devíamos conviver com eles, afinal de contas a Alice é sua melhor amiga e ela é importante na sua vida, a não ser que tenha algum problema. 

— Eu só não queria sair, podíamos fazer em casa, algumas pizzas, bebidas, música, conversa, o que me diz? —  Olhei um pouco indecisa para ele, sem saber se ele iria aprovar ou não.

— Por mim não tem problemas ser em casa, mas falei de sairmos pra não termos que limpar nada depois.— Ele apenas me olhou e sorriu — Mas você é quem sabe Hase. — E deu um beijo na minha testa.

Eu estava em um dilema: não queria deixar Austin chateado, mas também ainda estava meio que de ressaca pela noite passada, e ficar em casa seria mais cômodo, mas como dizer não para algo que Austin estava fazendo por nós?

— Sweetie, acho melhor irmos para o restaurante, você está certo—  Sorri meio de lado para o meu namorado, ele deu um enorme sorriso para mim, me abraçou meio de lado. 

Enquanto estava ali ao lado de Austin, me veio à memória o email de Zacha, ele, eu sabia, que no mínimo tinha inveja do meu relacionamento, eu sei que não era o relacionamento mais perfeito mas ele nunca teria coragem de me trair, éramos perfeitos juntos.
Ficamos apenas mais alguns minutos ali e voltamos a pedalar pelo Central Park, paramos um pouco no zoológico, Austin era simplesmente fanatico por animais, se ele pudesse tenho certeza que moraria em um zoológico. Tiramos algumas fotos, pelo Central Park e decidimos que já estava na hora de irmos embora, afinal ainda iríamos sair pela noite, então tínhamos que falar com o pessoal.

Enquanto íamos a caminho de casa, mandei mensagem para a Alice chamando ela e o novo namorado para jantarmos no nosso restaurante preferido.

Antes de chegar em casa, recebi a confirmação de Alice, e pelo que reparei iria levar o namorado, o que fazia sentido já que eles viviam juntos. 
Quando chegamos em casa, eu e Austin fomos ver algum filme que estivesse passando, mas no fim acabamos colocando um dos meus filmes preferidos, que falava basicamente sobre um cara galinha que se apaixona pela melhor amiga e quando ele se dá conta ela vai casar e se mudar para Escócia. 

Matamos nosso tempo vendo esse filme e quando acabou colocamos numa série que começamos a revê-la na verdade, eu já tinha visto mas o Austin não, a série é sobre dois irmãos que caçam coisas sobrenaturais, e eu simplesmente sou apaixonada por essa série. 

Só deu tempo de vermos uns 3 episódios, e já estava na hora de nos arrumarmos para nos encontrarmos com Alice e o namorado no restaurante.

Eu tomei um banho demorado, mas não precisei lavar o cabelo já que ele tinha sido lavado pela manhã antes de sairmos, ao eu terminar meu banho Austin foi tomar o banho dele, eu escolhi a roupa, era bem básica na verdade, eu apenas investi na lingerie que era de seda preta, coloquei um suéter vinho e uma saia xadrez, coloquei uma bota cano longo preta, primeiro me maquiei, fiz uma make que fosse o mais básica possível , onde o foco fosse meus olhos esfumados, coloquei um batom vinho, meu cabelo eu apenas fiz algumas ondas nele, e coloquei argolas, eu tinha caprichado, quando Austin me viu pronta ele soltou um sorriso largo. 

— Você é sempre linda, mas nossa hoje está maravilhosa— Sorri ao ouvir o que Austin me disse, me deu um beijo delicado e espalhou beijos delicados por todo meu rosto, o que me arrancou sorrisos e gargalhadas, eu ouvia ele rir comigo. —  Vamos Hase? —  eu apenas concordei com ele, e fomos para o restaurante. 

Ao chegar no restaurante, demos nosso  nome ao maitre, e ele nos levou para nossa mesa, onde vi Alice já sentada com o novo namorado dela, que em questão era Henry. 

Me aproximei deles com um sorriso meio de lado e com Austin ao meu lado, e pude analisar o rosto de Alice e vi o rosto dela com um sorriso enorme e perfeito e ela estava com um arzinho de superioridade.

—  Olá —  Disse para os dois me sentando de frente para eles.

— Oi Liv — Apenas Alice me respondeu, Henry apenas assentiu e Austin se sentou ao meu lado. 
Senti um clima pesado entre Austin e Alice, mas devia ser algo da minha cabeça, afinal de contas, eles eram amigos desde sempre.
 
— Então Liv, como vai no trabalho? —  Vi Alice chamar minha atenção. 

— Tá maravilhoso, é um lugar tão bom de se trabalhar —  Eu estava simplesmente apaixonada pelo meu local de trabalho, e isso dava pra sentir no meu tom de voz. 

— Onde você está trabalhando Liv? — Ouvi Henry me perguntar. 

—  No The New York Times— Respondi com um certo orgulho de mim mesma. 

— Nossa, parabéns Liv, é um ótimo lugar, ainda mais uma recém formada— eu me devia me sentir muito sortuda por ter conseguido a vaga, mas não era assim que me sentia— Você deve estar muito orgulhoso dela.

— Como não? A minha namorada, é perfeita e muito inteligente. — Vi que Austin tinha a voz carregada de sarcasmo e ele deu muita ênfase em “minha”.

— Eu sempre soube disso— Ouvi Henry responder de forma ríspida. 

— Então Austin, fiquei sabendo que está trabalhando na empresa dos seus pais, como está tudo?— Perguntou Alice como se estivesse extremamente interessada no emprego de Austin.

— Está tudo ótimo, estamos tentando trazer uma filial para Nova York, assim fica mais fácil, sabe sem viagens longas e tudo mais. 

Após Austin responder o garçom, veio recolher nossos pedidos, após fazermos os pedidos Austin entrou numa conversa com Henry, e Alice me chamou para ir ao banheiro com ela. 

— Liv, eu Fiquei sabendo que o Theo está em Nova York, é verdade? — Alice dizia enquanto entrava em uma das cabines do banheiro.

— Ele veio para a cidade sim, estamos trabalhando juntos, Alice.— Disse conforme ia retocando meu batom, vi pelo espelho Alice sair da cabine e parar ao meu lado.

— Ele perguntou de mim?

— Não, em momento algum ele tocou no seu nome. — Vi que ela tinha ficado bastante desapontada. — Olha, mas de repente ele vai atrás de você depois.

— Você sabe que ele não vai, ele sempre foi seu amigo, eu era só parte do pacote Olivia. — Ela deu um sorriso fraco. — Ele me aturava por sua causa, exatamente como o Matthew. 

Quando Alice falou aquilo eu não tive como contestar, várias vezes Theo perdia a paciência com ela,  e dizia que só a tolerava por minha causa e ela perturbava ele de todas as formas possíveis, eu até achava que eles iriam namorar algum dia, pra mim o Theo era apaixonado por Alice, mas anos depois descobri que não ele era apaixonado por ela, e sim por mim.

Ao voltarmos para nossa mesa, já tinham deixado o vinho, e o Austin e  Henry conversavam sobre a empresa do pai do Austin, e eu e Alice demos nosso assunto como encerrado.

 Após jantarmos já estava de saco cheio de ficar com Alice e Henry, Alice conversava sobre coisas fúteis e eu já não aguentava mais  ouvi-la falando de cabelos, unhas e sapatos. 

— Ei amor, o que acha de irmos embora? —  Sussurrei  para Austin.

— Tem certeza Hase? Achei que estava se divertindo com o pessoal. 

—  Eu quero ficar sozinha com você, sei de coisas muito interessantes que podemos fazer juntos—  Na última parte da minha frase dei um certo tom de malícia e um tanto provocativo, para que pudéssemos sair dali sem mais perguntas.

Austin entendeu muito bem a mensagem que tinha passado, e pediu a conta sem mais perguntas, após pagarmos nos despedimos  de Alice e Henry e fomos em direção ao carro. 

— Hase, preciso te contar algo, ao longo do dia acabei esquecendo— Austin disse ao caminho de casa. 

— O que houve sweetie?

— Eu vou precisar viajar para Boston e talvez Washington, essa semana — Fiquei olhando-o meio desconfiada — Eu volto até sexta no máximo, mas como vamos abrir uma filial da empresa aqui, eu preciso ficar uns dias em cada uma das sedes. 

— Bom, então parece que teremos que usar o fim de semana ao nosso favor. — Dei um sorriso pra ele e dei um beijo na bochecha de Austin.

Ao chegar em casa com Austin mal deu tempo de eu trancar a porta, ele já me segurou contra parede, iniciou um beijo intenso, onde ele se deixou ser controlado por todo o desejo, ele me pegou no colo e coloquei minhas pernas envolta da cintura dele, ele me beijava como há muito tempo não ocorria, paramos o beijo quando o ar nos faltou, e ele logo atacou meu pescoço, o que me fez soltar um gemido ao pé do ouvido dele.

Infiltrava meus dedos entre os cabelos dele e minha mão ia descendo pela nuca , dava leves arranhões na nuca dele enquanto o mesmo beijava meu pescoço. Austin parou o beijo e enquanto me olhava , me despiu me deixando apenas de lingerie e eu tirei a blusa dele, os olhos dele exalavam luxúria e tinha certeza que os meus estavam da mesma forma. 

Ele nos conduziu até o quarto e sabia que aquela noite estava longe acabar, mas era isso que eu precisava, pelo menos naquela noite.