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Capítulo dois

Eu estava com muitas expectativas quando mamãe começou a ler as cartas para mim. Por um lado, eu torcia para que ela me dissesse que eu deveria desistir de toda aquela ideia, enquanto o outro implorava para que eu fizesse tudo de uma vez por todas.

Os minutos pareciam ser eternos até que ela lesse. Minha perna pulava sem parar embaixo da mesa e eu respirava fundo para me acalmar. Mamãe agiu da melhor forma — e mais calma possível — enquanto tirava as cartas e as interpretava. Cheguei mais perto dela e esperei até começar a dizer o que tudo significava. Ela começou a me falar que eu estava agindo como uma pessoa fechada sem demonstrar meus sentimentos. E continuou dizendo que as coisas poderiam dar certo e eu encontraria meu amor estável, se eu seguisse os desejos do meu coração com muito cuidado e equilíbrio. Algumas dificuldades poderiam surgir entre nós dois, causando uma instabilidade, então a gente teria que fazer mais esforço para as coisas darem certo.

Isso me deixou hesitante. Na verdade, eu estava morrendo de medo. Saí do escritório da minha mãe depois de ter terminar a leitura e fui até o meu quarto para pensar sobre o assunto.

Ágata estava deitada em minha cama com as pernas cruzadas e o cabelo cacheado jogado ao seu redor enquanto lia um livro que eu não fazia ideia de qual era. Ela nem ao menos levantou os olhos quando entrei no quarto. Joguei a minha mochila no chão para fazer o maior barulho que eu conseguia — e ela se tocasse de que precisava sair.

Pigarreei.

— Se você não sair agora, vou invadir seu quarto e roubar seus HQs para mim.

Isso fez com que ela erguesse os olhos em minha direção.

— Se você fizer isso, eu arranco sua garganta — E então ela levantou da cama com um pulo e inclinou a cabeça. — Por que voltou essa hora? Não era para estar na casa do Vinícius?

Joguei meu corpo na cama.

— Na verdade, eu estou na casa dele. Isso que você está vendo é só uma ilusão de sua mente.

Ela bufou alto e fez menção de que iria chutar minha canela. Contraí minha perna para perto do copo.

— Idiota. O que aconteceu com vocês dois?

— Qual o problema? Não posso ficar mais aqui em casa?

— Não quando é dia de semana. O que deu em você?

Semicerrei os olhos e massageie minha têmpora. Não queria discutir, ela estava me dando dor de cabeça. Eu tinha outras coisas para me preocupar.

— Sai daqui, eu quero ficar sozinho.

Ela ergueu as sobrancelhas.

— Só saio quando me dizer o que está acontecendo.

Revirei os olhos e joguei o travesseiro na direção dela. Agatha pegou antes que atingisse seu rosto e sorriu em minha direção.

— Você é insuportável, sabia?

— Essa é minha especialidade. — Deu de ombros. — Nao sei por que você e o Vinícius ficam com esses joguinhos. Fiquem logo juntos de uma vez por todas, pelo amor de deus!

Eu estava pegando outro travesseiro para jogar na cara dela, quando me contive. O que ela acabou de dizer? Eu nunca contei nada dos meus sentimentos para ela. Não tinha como saber disso.

— Não fica com essa cara de surpreso, eu já vi todas as cartinhas que você fez para ele. O lugar que você esconde elas é horrível. — Ela andou até a porta do quarto. — E você é um idiota por escrever todas essas cartas e não entregar nenhuma para ele. Não adianta nada só ficar escrevendo elas, isso só faz com que pareça mais trouxa do que já é.

E então ela saiu do quarto, me deixando sozinho. Ela era esperta e irritante demais para uma garota de doze anos. Merda, eu devia mesmo ter escondido melhor as cartas.

Levantei e fui até a escrivaninha para abrir a última gaveta. As cartas estavam embaixo de algumas folhas de cadernos antigos com desenhos meus. Eu comecei a escrevê-las quando a minha paixão por Vinícius surgiu há um ano. Eu pensei que seria uma forma mais fácil de dizer como me sentia, mas em todas as várias versões da carta que fiz, nunca tive a coragem de dar nenhuma delas.

Voltei a sentar na cama e então comecei a ler a primeira carta que escrevi.

Querido Vinícius,

Eu não consigo tirar da minha cabeça o que aconteceu na festa de Halloween. A gente estava conversando perto da pista de dança, falando e rindo dos passos de dança terríveis que as pessoas faziam. Você estava vestido com a melhor fantasia de mago que eu já vi, enquanto eu estava com a mesma fantasia de bruxo que usava em todos os anos.

Enfim, a gente estava conversando alguma coisa sobre algum anime que lançou nesses últimos dias. Eu não lembro mais qual era. Na verdade, nem importa porque tudo que eu consigo pensar era no que aconteceu entre nós. Não foi nada demais, na verdade. Acho que você nem percebeu.

Mas eu percebi e isso mudou algo bem grande dentro de mim.

Então, retomando, a gente estava falando de anime, quando você do nada me perguntou para onde eu ia quando formássemos.

— Mas a gente ainda nem entrou no ensino médio — disse eu.

Ainda faltava um ano para isso acontecer.

— Eu sei, mas daqui a pouco já vai chegar e quando a gente perceber, vamos estar formando. E aí, o que vai ser depois?

Eu ainda não tinha entendido direito em que ponto você queria chegar. A música complicava demais para ouvir, então, pedi para que saíssemos de perto e fossemos para um canto mais silencioso.

Seu rosto parecia triste quando te vi mais de perto.

— Por que você está falando essas coisas?

Você suspirou.

— Meu irmão me disse que quando a gente forma da escola, todas as amizades que temos vão embora. Isso está acontecendo com ele e eu não consigo tirar isso da cabeça. Não quero que a gente fique desse jeito também. — Eu não disse nada, não sabia direito o que dizer. Nunca tinha parado para pensar nisso. — Só me promete que não vamos nos separar depois de formar.

Minha voz falhou quando eu disse que prometia. Você plantou um novo medo em mim também, o medo de a gente se separar e nunca mais nos falarmos de novo. Imaginar uma vida sem você era difícil e doloroso para mim. Não cogitei pensar em um futuro em que você não estivesse presente nele.

Foi nesse momento que tudo mudou. Nunca pensei que isso aconteceria em uma festa de Halloween. Nunca pensei que depois veria seus olhos de outra forma e gostasse ainda mais de conversar com você e saber como era sua vida. Por muitas semanas fiquei confuso e sem entender esses sentimentos, mas eles só tem aumentado a cada dia mais, me deixando cada vez mais sufocado.

Eu só consegui me tocar alguns dias atrás que estava apaixonado por você. Foi a primeira vez que me senti assim e isso e é ainda muito novo para mim. Eu queria poder te dizer cara a cara, mas não sei se consigo. E se você não me quiser? E se não aceitar ser como eu sou?

A carta era a única forma de perguntar para você sem que eu entrasse em crise. Espero receber uma resposta sua e mesmo que você diga que não sente o mesmo, não vamos deixar que nossa amizade termine.

Com amor,

seu bruxo.

Quando escrevi, eu estava esperando que colocar tudo aquilo no papel adiantaria e fizesse as emoções se tornarem menos intensas, contudo, não foi o que aconteceu. Eles se tornaram mais fortes.

Eu precisava fazer alguma coisa. Não podia mais continuar com esses sentimentos me matando. Eu iria tentar. E se ele não sentisse da mesma forma, daria um jeito de seguirmos em frente sem que isso nos atrapalhasse. Se eu não tentasse, ficaria para sempre pensando como teria sido.

Era o que eu precisava fazer antes de enlouquecer. As cartas estavam certas, eu precisava abrir meu coração.

Fui no shopping e cmprei o presente que não tinha como ele odiar. Mesmo que fosse acima do preço estipulado pela turma, eu não podia dar qualquer coisa a ele. Escolhi algo fantástico que faria Vinícius pular de alegria. Peguei o embrulho de presente mais lindo que consegui encontrar na papelaria, e também coloquei dentro do presente a primeira carta que escrevi.

Era isso. Não tinha mais como fugir. Tive vontade de vomitar. Eu queria que as coisas fossem mais fáceis para mim, sem que eu parecesse que iria enlouquecer ou morrer com toda a espera. Minha cabeça não desliga nem um segundo e, no dia seguinte, saí de casa mais cedo para chegar a escola com vários minutos de antecedência. A revelação do amigo secreto apenas aconteceria no final da primeira aula, então tive que controlar a ansiedade até o momento chegar. Vinícius ficou um pouco mais quieto do meu lado e, quando me perguntou o que era o presente, eu menti falando que era um livro. Não podia dizer o que era de verdade, ele saberia na hora.

Segurei meu presente com força e esperei até o momento das revelações começarem. Os minutos pareciam correr na velocidade de uma tartaruga e eu e tive que me controlar quando o professor pediu para Vinícios começar com a brincadeira.

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