CAPÍTULO 20.
No outro dia fui acordada pelo meu celular tocando incessantemente e não vi quem era, a minha vontade era simplesmente desligar e voltar a dormir, mas como não seria possível apenas atendi.
– Liv, tem como você descer? – Respirei aliviada ao ouvir a voz de Math – Eu estou aqui na sala há um tempão – E ele simplesmente desligou o telefone na minha cara.
Levantei e apenas joguei uma água no rosto, escovei os dentes e prendi meu cabelo num coque no alto da cabeça, coloquei minha pantufa nos pés, já que estava bem frio, e fui encontrar Math, ao chegar na sala o vi com dois copos de café expresso na mão, me sentei no sofá mal humorada, vi Matthew apenas rir me estendendo um dos copos, peguei o mesmo contrariada, ele beijou minha cabeça
– O que você quer?
– Bebe seu café e eu vou relevar seu mal humor apenas pelo fato de ter sido acordada. – Revirei os olhos ao ouvi-lo.
Logo vi papai chegar na sala e ele veio em minha direção e deu um beijo na minha cabeça, se sentou ao meu lado e logo ele me abraçou.
– Sinto falta de acordar e ter você aqui sabia? – Sorri ao ouvir papai me dizer aquilo e me aninhei a ele igual fazia quando era apenas uma menininha, enquanto bebia meu café – Não sei se Olivia já te contou, mas ela tem esse nome por minha causa, eu queria muito que ela fosse um menino pois achava que iria ser melhor para sermos amigos, mas veio uma menina, eu achava que pelo fato de ser mulher iria ser difícil de querer me acompanhar nos passeios, jogos de baseball, golfe ou qualquer coisa, mas ela adorava ir comigo. Na verdade, ela preferia me acompanhar do que ir com a mãe nas reuniões chatas. – Vi papai sorrir ao contar aquilo pra Math e vi meu amigo dar um sorriso tímido ao ver como papai me tratava.
Sabia que depois ele iria implicar comigo sobre essa história e eu não estava nem aí, eu era uma filhinha de papai e amava ser.
Oliver Carter era o homem mais incrível que eu conhecia e tinha muito orgulho de ser filha dele, ele sempre me deu uma vida de princesa e sempre me tratou como se eu fosse uma.
– A Olivia jogava baseball senhor Carter? – Ouvi Math perguntar ao meu pai.
– Bem que ela queria, mas não conseguiu passar para o time da escola, apesar de ser uma das melhores. – Vi papai sorrir orgulhoso – Mas ela era uma líder de torcida e era melhor do time e isso a tornou a capitã.
Papai levantou e pegou um dos portas retratos que ficava em cima da lareira, na foto em questão eu estava de maria chiquinha, com a roupa de líder de torcida da escola e segurando os pompons com Alice e Theo ao meu lado, e entregou a Matthew, vi ele sorrir ao olhar a foto.
– Esse foi o menino de ontem à noite, nossa a Lancaster até que era bonitinha. – Vi Math soltar uma risada e revirei os olhos.
– Vocês encontraram com Theodore Parker ontem? – Ouvi papai me questionar.
– Sim, encontramos. – Respirei fundo, me levantei, fui em direção a lareira e fiquei olhando as fotos, tinha muitas fotos minha criança e a maioria estava com Alice e Theo.
Senti meu coração apertado ao olhar as fotos e um bolo na minha garganta enquanto uma enxurrada de lembranças me golpearam, eu não estava entendendo qual era o motivo de eu estar tão vulnerável a Theo e as lembranças, mas creio que foi pelo fato de ter o visto.
Quando o vi meu primeiro impulso foi querer correr para ele e o abraçar meu coração não entendia que ele não ligava para mim.
– Olivia, como foi? – Olhei para meu pai e sabia que minha cara me denunciava, papai apenas estendeu os braços e eu o abracei e mais uma vez cai aos prantos abraçada ao meu pai.
Ele me compreendia melhor do que qualquer outra pessoa nessa vida e eu não precisava dizer nada, ele simplesmente me entendia só por meus olhares, por isso ele era a pessoa mais importante na minha vida. Papai me deixou chorar o quanto precisei e apenas alisava minhas costas, quando finalmente meu choro cessou, ele levantou meu rosto e secou minhas lágrimas.
– Agora me conta como foi encontrar Theo. – Ao ouvir meu pai eu apenas respirei fundo, mordi meus lábios inferiores numa demonstração de nervosismo.
– Foi estranho, eu olhava para ele e era como se todos aqueles anos não tivessem se passado, eu queria correr para abraçá-lo, mas eu não fui.
– Você se arrepende por isso?
– Só de querer abraçar ele. – Na verdade eu queria que aquilo fosse verdade, mas me sentia mais mal pelo fato de ter me sentido nervosa e sentir que algo havia mudado.
– Liv, é normal você querer abraçar alguém que você já teve muita intimidade, principalmente ele que era tão importante na sua vida. – Ouvi Math falar e apenas assenti.
– Querida, você sempre foi sensata nas suas escolhas – Eu abri a boca para corrigir meu pai e ele continuou como se eu não fosse falar nada – por mais que tenha feito escolhas erradas nesses últimos tempos, todos erramos Olivia e é isso que nos faz humanos, mas sempre saiba reconhecer seus erros. Filha, o que eu quero dizer é ouça o seu coração e você vai saber o que fazer.
– O problema é que eu ainda estou muito magoada com ele, pai. Ele simplesmente me descartou como se eu fosse um nada. – Eu me afastei de meu pai e sentei ao sofá, eu só sentia um aperto no peito ao lembrar que Theo tinha ido embora, eu não sentia que isso tinha sido justo comigo, com a nossa amizade.
Ele era quem estava sempre comigo e Alice, de um modo que Matthew e Alice nunca seriam. Agora repensando em tudo após ter visto Theo, será que eu estava projetando minha antiga amizade com Theo na minha com Matthew?
Eu estava tão confusa com tudo, ter visto Theo, após dois anos, era como se aqueles anos não tivessem passado eu sentia que era como se a última vez tivesse sido ontem, eu não sabia que sentia tanta falta dele, e que merda foi aquela que Adam disse? Eu precisava encontrar com Adam Hunter, e não iria passar de hoje.
Vi que Math se aproximou de mim e ao perceber a aproximação dele, eu sai dos meus pensamentos sobre Theo, aquilo já estava acabando comigo mentalmente, Matthew sorriu para mim meio de lado, o sorriso característico dele, olhei pra ele com uma sobrancelha arqueada pois sabia que viria algo dali.
– Liv podíamos sair, o que acha? Você precisa arejar a cabeça e eu preciso conhecer Boston . – Revirei os olhos quando o ouvi.
– O que você quer fazer? – Falei olhando pra Math.
– Estarei em suas mãos Liv, você decide e me leva sem eu saber, o que acha? – Vi Math me sorrir de canto, sorri de volta para ele.
– Então vá se arrumar, que daqui a pouco passo lá. – Falei enquanto ia empurrando-o da casa dos meus pais. – Ah se agasalhe, roupas confortáveis e tênis confortáveis também.
– Até mais tarde Liv. – Após falar ele me abraçou tão forte e sussurrou. – Sei que você sente falta do Theo, mas se lembre ele foi um idiota por ter te deixado. - Logo após falar, ele me deu um beijo na testa e foi embora .
Após ouvir Matthew eu me senti mais vulnerável do que já estava, Theo ainda era um assunto bem complicado, algo ainda não resolvido na minha vida. Não me sentia totalmente forte e confortável para falar sobre ele, eu tinha levado um golpe bem forte e estava me recuperando lentamente.
Theo nunca tinha dado algum índice de que ele não queria ir, ou estava insatisfeito, no último dia inclusive ele estava tão feliz, achei que ele tinha achado a mulher perfeita, talvez realmente ele a conheceu e por isso ele desistiu do nosso plano inicial.
No momento que pensei naquela possibilidade senti um leve amargor na minha boca e minha barriga uma leve revirada, me senti mal só por imaginar o Theo com alguma mulher, e aquele sentimento era novo pra mim.
Após um tempo já tinha me arrumado, com umas roupas minhas antigas que ainda estavam lá, para encontrar com Math, estava com uma calça jeans escura, uma blusa de manga de uma banda antiga, um kimono azul escuro, coloquei um tênis branco, que durante um tempo foi o meu xodó, eu estava terminando de prender meu cabelo quando ouvi meu pai me chamar.
– Achei que eu ia te buscar na Alice, Math. – dizia enquanto descia as escadas de casa e já indo para a sala de estar – Você é impaciente demais. – falava rindo, mas no momento em que eu vi quem estava na sala, eu sentia minhas pernas bambas e o sorriso que estava em meu rosto ele sumiu.
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