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Capítulo 6

O primeiro mês que seguiu foi incrível. Eu e João nos víamos quase todos os dias e eu amava cada vez mais sua companhia. Nós fomos no parque, no shopping, até em jogos de tênis dele eu fui. Contudo, chegou o momento crucial para qualquer que seja nossa relação: João precisa conhecer Léia. Por isso, chamo ele para ir na minha casa para jantar.

Quando sábado chega, estou mais ansiosa que nunca. Eu limpo toda minha casa, obviamente, e planejo o jantar. Depois de horas tentando pensar no que cozinhar, chego à conclusão que é melhor pedir pizza. Afinal, meus dotes culinários são quase abaixo de zero.

Coloco um vestido longo branco liso com renda nas costas, prendo meu cabelo em um coque alto e coloco brincos. Combinei dele vir as 19hrs e quando chega 18:30 parece que tem milhões de borboletas no estômago. Mas, no fim, só percebo que deu o horário combinado quando a campainha toca e eu quase derrubo um prato de susto.

Abro a porta e me deparo com João com calça preta, camisa de botão e seus cabelos pretos estão despenteados, como sempre. Sinto meu coração saltar ao vê-lo. Ele abre seu sorriso encantador quando me vê. Retribuo o sorriso e o convido para entrar.

Léia vem de encontro com ele meio receosa mas o jogador se ajoelha para acariciar sua cabeça. Com isso, a vira-lata se apaixona por ele no mesmo minuto. Comemoro silenciosamente por ele ter passado no teste com Léia. Ufa.

- Você está linda- diz ao se levantar e me olhar.

- Obrigada- agradeço sentindo o rubor em meu rosto- Você também não está mal.

Peço a pizza e enquanto esperamos ela chegar, sentamos para conversar no sofá.

- Seu apartamento é muito bonito- comenta.

- Digamos que eu tenha bom gosto- rio mas ele não me companha- Está tudo bem?

João parece sair de seu devaneio, me olha culpado e pega minha mão:

- Me desculpe, Ana, de verdade. Não quero te envolver nos meus problemas.

- Me conte, quero ajudar- sussurro, me aproximando.

- Desde pequeno eu jogo tênis, eu amava, me divertia, jogava com meus amigos por pura diversão mas, então, comecei a jogar na escola, depois profissionalmente. O tênis me preenchia, era minha paixão, eu não me via fazendo outra coisa. Porém, eu não me sinto mais assim, o tênis tornou-se uma obrigação, sabe? Eu sou muito grato por tudo que consegui pelo tênis, inclusive ter te conhecido. Mas se eu dizer aos meus pais sobre o que eu sinto, eu vou decepcioná-los e eu não quero isso.

João coloca o rosto entre as mãos. Vê-lo assim me corta o coração. Pego suas mãos, fazendo-o olhar para mim.

- Olhe, eu entendo suas preocupações, porém- coloco a mão em seu rosto- você não pode viver para agradar os outros, mesmos que seja sua família. Eu tenho certeza que seus pais vão ter muito orgulho de você, não importa o que você seja. Só siga seus sonhos e seja feliz.

Seus olhos brilham com tanta intensidade e me olha tão fixamente que eu me perco em seus olhos negros como a noite. E com isso, ele inclina-se pra mim e no segundo seguinte estamos nos beijando, agarrados um ao outro, como se a qualquer momento um de nós fôssemos desaparecer.

Não sei quanto tempo se passa enquanto estamos nos beijando, rindo e sorrindo entre beijos. Eu poderia passar horas junto dele mas de repente, a campainha toca e nos separamos.

- Deve ser a pizza- digo me levantando cambaleando.

Estou sorrindo ainda quando abro a porta, contudo, o que vejo o que está atrás da porta, faz meu sorriso sumir no mesmo instante. Na minha porta, está quem eu menos esperava e queria ver.

- Vitor? – murmuro incrédula

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