Capítulo 28
O dia da festa de noivado de Margot chega tão rápido que nem tive tempo de comprar um vestido decente para ir. Estou revirando meu armário há horas e não encontro nada.
- Todas minhas roupas bonitas criaram pernas? – reclamo comigo mesma.
E então lembro que tenho vários vestidos na casa da minha mãe. Além disso, se tem uma pessoa que sabe deixar alguém nos "trinques", essa pessoa é minha mãe.
Ligo para ela e em menos de meia hora a campainha toca. Vitor saiu com Felipe, por isso, vou abrir a porta só de shorts e sutiã. Minha mãe entra em casa e vejo que está com uma arara de rodinhas com uns 4 de meus vestidos e uma maleta enorme de maquiagem.
- Meu Deus, mãe!
- Olá, querida- ela me dá um beijo na bochecha.
- Você trouxe sua casa junto?
- Sou uma mulher preparada, Ana- ela bate palmas- vamos começar?
Minha mãe me faz experimentar todos os vestidos e desfilar no meio da sala. No fim, nós entramos em um consenso e escolhemos um vestido curto vermelho, ombro a ombro. Dou uma voltinha.
- Esse é o vestido- declaro.
- Esse é o vestido- confirma minha mãe- agora vamos para o cabelo e maquiagem.
Sento-me em um banquinho e ela fica atrás de mim. Percebo que nunca tivemos um momento tão tranquilo entre nós. Minha mãe sempre foi muito enérgica e tê-la aqui, fazendo algo tão tranquilo é ao mesmo tempo estranho e incrível.
- Vou deixar uma parte do seu cabelo solto e prender a outra parte- ela começa a puxar meu cabelo- sabia que quando conheci seu pai eu estava usando um vestido parecido com o seu?
- Sério? – ela quase nunca fala de meu pai.
- Sim, seu pai me disse que eu era a mulher mais linda do baile. Seu pai era um conquistador.
- Vocês demoraram muito para começarem a namorar?
- Eu me fiz de difícil, fiz ele me chamar para 5 encontros para só depois darmos nosso primeiro beijo.
- É assim que se faz, mãe- brinco, me divertindo com a história- sinto falta do papai.
- Eu também, querida. Vou sentir falta dele até meus últimos dias- ela faz uma pausa e depois de um tempo continua- me conte sobre aquele jogador.
Olho para ela, surpresa.
- Sério? O que você quer saber sobre ele?
- Se ele é um bom rapaz e, principalmente, se você o ama.
Olho para frente novamente.
- Ele é a pessoa mais gentil e amável que já conheci na vida- suspiro- eu sou completamente apaixonada por ele.
Minha mãe acaricia meus cabelos.
- Então, quero conhecê-lo. Sabe, eu pensei muito no que você me falou aquele dia no hospital, eu não devo ficar palpitando em suas escolhas. Me perdoe, querida, eu prometo que vou ser a mãe que você merece.
Viro para ela novamente e pego suas mãos.
- Mãe, eu não deveria ter falado aquilo para você. Eu compreendo que quando o papai morreu, você só tinha a mim e quis me proteger. Eu sinto muito orgulho de tê-la como minha mãe.
Uma lágrima escorre pelo seu rosto mas ela não a limpa. Pela primeira vez, minha mãe parece não se preocupar em demonstrar sua fragilidade.
Me levanto e lhe dou um abraço apertado.
- Eu te amo, minha filha.
- Eu também te amo, mamãe. E obrigada por estar me ajudando.
- É uma honra, querida.
Sou uma das primeiras a chegar na festa de Margot (para variar) e agradeço minha mãe por ter insistido em caprichar no meu look. A festa está um luxo só. Margot mora em uma casa razoavelmente grande e tem um jardim enorme, que está todo decorado e cheio de mesas. Minha amiga logo me vê e vem, praticamente, saltitando na minha direção.
- Você está maravilhosa, Ana!
- E você então. Olhe para você.
Pego sua mão e a giro, para ver todo seu look. Ela está com um vestido longo, tomara que caia branco e repleto de brilhinhos que se destacam quando bate luz neles. Seu cabelo curto está meio úmido do banho ainda e seu sorriso reflete sua felicidade.
- Estou tão feliz por você estar aqui- ela me abraça.
- Eu não perderia por nada- sorrio feliz pela felicidade de minha amiga.
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