Capítulo 13
- Ai meu Deus. Estou indo para aí agora. Obrigada por ligar.
No que diabos Vitor se meteu desta vez? Me levanto apressadamente, prendo o cabelo em um coque para ficar mais apresentável, pego minha blusa, bolsa e vou para o hospital o mais rápido que o transito de São Paulo permite.
Quando chego no hospital, entro correndo e vou para a recepção:
- Onde está Vitor Menezes, por favor?
- Segundo andar, quarto 200- a recepcionista diz sem nem me olhar
Subo correndo para o segundo andar e me perco até conseguir, finalmente, achar o quarto 200. Respiro fundo e entro no quarto. Eu prendo a respiração ao ver a situação de Vitor. Ele está com um braço esquerdo quebrado, sua pele negra do rosto toda arranhada, com o olho direito do tamanho de uma maçã e cortes em sua boca. Está dormindo, provavelmente sedado.
Me sento no poltrona do seu lado e pego sua mão. Não entendo o que pode ter acontecido com ele. Não dá para acreditar que é a mesma pessoa que conversei na manhã de ontem (já havia passado da meia noite).
Todos os acontecidos do dia me invadem com força e sinto como se um trator tivesse passado por cima de mim. Encosto a cabeça na cama dele, ainda segurando sua mão e fecho os olhos.
Acordo no dia seguinte com alguém acariciando meu cabelo. Abro os olhos com dificuldade por causa do cansaço. Aos poucos minha memória vai voltando e me lembro do porquê que estou no hospital.
Levanto a cabeça e encontro Vitor me observando apenas com um dos olhos (o outro está tão inchado que não abre). Ele sorri para mim com dificuldade.
- Bom dia, Aninha.
- Vitor! O que aconteceu? – pergunto me levantando.
Ele suspira
- Eu estava saindo de uma festa com...com um amigo e um grupo forte de jovens nos agrediram.
- Como assim? Onde foi isso? – e então uma sombra de compreensão aparece em minha mente- que amigo é esse, Vitor?
Vitor me olha de um jeito como se estivesse analisando minha alma.
- Eu estava saindo da festa com o meu namorado, Ana. Eu namoro um homem.
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