Eu não deveria ter beijado Ana antes de ir embora mas não pude resistir. Vou deixa-la para viver feliz com Vitor, contudo, terei esse beijo para reviver todos os dias antes de dormir e ter forças para acordar no dia seguinte. Pode ser um pensamento egoísta, entretanto, sempre fiz absolutamente de tudo por todos.

Eu pude vislumbrar tristeza nos olhos de Ana quando disse aquilo tudo mas se eu não dissesse tudo de uma vez, nunca seria capaz de tirar o band-aid de uma vez só. Meu coração pertence à ela e espero que ela reserve um espacinho para mim no dela também.

Vou para minha casa e ao chegar no corredor me deparo com Gabriel em frente da minha porta. Me esqueci completamente que o convidei para vir aqui após ter saído do restaurante que eu esperava o para encontrar com Ana. Ele parece muito inquieto mexendo no celular e quando me vê vem apressadamente na minha direção.

- Você não atende o celular não? – ele cochicha.

- Acabou a bateria. Por que você está cochichando?

- Tem alguém esperando você lá dentro- ele aponta a porta com a cabeça.

Entro em casa preocupado com quem veio até minha casa. Afinal, eu não esperava ninguém. Quando eu entro, congelo na soleira da porta. Lá está minha mãe sentada em meu sofá com uma mala enorme do seu lado. Ao me ver se levanta.

- Mãe?

- Ah meu filho, posso ficar com você? Eu abandonei seu pai.