💜 - the end (fourteenth)
ATENÇÃO!
hoje, a cor é aquele roxo forte
que bem conhecemos
boa leitura!!
No dia anterior, Draco e Harry animadamente conversaram sobre a tão esperada viagem. Combinaram horários de ida e volta e ouviram por ligação um sermão vergonhoso e desnecessário - na opinião dos jovens - sobre coisas que certamente não passaram pelas cabeças ansiosas dos dois vindo de seus pais.
Entretanto, lá estavam eles. Harry andava por sua casa com os pés cobertos pelas quentes meias, sendo seguido a cada passo pelos olhares divertidos de seus pais. Animado, ele não conseguia conter a sua excitação evidente, transformando-a em corridas e pulinhos mal contidos por toda a residência.
Draco não se encontrava muito diferente de seu amado. Tentava se controlar, mas não conseguia e falava se contorcer de ansiedade. Terminou de juntar as suas coisinhas em uma mochila pequena, suspirando pesadamente ao pegar a pequena caixinha de veludo escura, abrindo-a e sorrindo pequeno enquanto as pontas de seus dedos tocavam o objeto anelar.
— Draco, Harry está te ligando.
Despertou de seu próprio mundo ao ouvir seu pai bater na porta com o celular em mãos. Guardou a caixinha na mochila e a colocou em suas costas, pegando o aparelho e colocando próximo a sua orelha.
— Eu já estou pronto. Você vai demorar? Quer que eu vá aí?
— Bom dia também, Hazz.
— Ops. Desculpe. Estou ansioso. Bom dia! Dormiu bem?
— Eu dormi bem sim. Não precisa se preocupar, já estou saindo de casa. Não demoro.
— Certo. Estou te esperando!
Encerrou a ligação, pegando a chave do carro em cima do móvel da sala e despedindo-se de seus pais.
— Juízo! — Ouviu um dos dois gritar mas sequer conseguiu assimilar quem foi.
Colocou a mochila na mala e entrou no automóvel. Não sabia nada sobre carros, então a sua conclusão era que aquele era um carro acolhedor e muito bonito. Rapidamente deu a partida, movido pela vontade de ver logo Harry e finalmente teve seu desejo concedido quando o viu na porta de casa, acompanhado por seus pais.
Ele sorriu, acenando mesmo de longe quando reconheceu que era Malfoy dirigindo. Deu um tchau para os seus pais, correndo com a mochila em frente ao seu corpo para entrar logo no carro. Ao fazê-lo, deixou a mochila no banco de trás e beijou o rosto de Draco.
— Tenham cuidado. — Senhor Potter alertou, exibindo as rugas ao redor de seus olhos, fruto da idade, ao sorrir.
— Voltaremos amanhã de manhã!
Draco tornou a dirigir, sem deixar o sorriso em seus lábios sumir por nem mesmo um minuto. Inquieto, Harry cantarolava uma música qualquer enquanto admirava a vista pela janela, batucando seus dedos longos em seu jeans.
— Pode ligar o som se quiser. — O mais velho entre os dois sugeriu, sem precisar vê-lo para saber que ele ficou nitidamente feliz com a sugestão.
Ele selecionou uma playlist qualquer, colocando Your eyes tell. Draco sorriu de leve pela escolha, apoiando a sua mão na coxa de Harry, que passou a cantar animado a letra da canção.
Até o tempo em que passaram dentro do carro, muitas sessões de beijos molhados aconteceram nos intervalos em que o sinal fechado lhes proporcionava. Muitas canções foram cantadas e muitas frases melosas foram ditas timidamente, além de mãos acariciando as coxas alheias até que finalmente chegaram próximo ao chalé.
— Eu tô tão ansioso! — Harry não conteve sua felicidade ao balançar seus bracinhos animadamente, com a entonação animada e o sorriso que não deixou seus lábios por nem um segundo.
Draco riu, deixando o carro estacionado atrás do chalé. Desceram do carro em um pulo ansioso, pegando suas coisas e travando o automóvel antes de caminharem até a entrada da casa.
Harry observou detalhadamente o que sua vista alcançava. Em um formato triangular com duas janelas próximas a porta, ele também contava com uma varanda com proteções de vidro que provavelmente eram de um dos quartos.
Tinha algumas flores cuidadosamente plantadas ao lado do caminho para a porta, com duendes de gesso coloridos que seguravam docinhos também de gesso. A casa era toda iluminada e isso era perceptível pelas várias luzes coloridas penduradas na entrada e as de dentro que podiam ser vistas de fora graças às janelas.
O mais novo entre os dois destrancou a porta, colocando a sua mochila do lado de dentro. Ao olhar ao redor, Potter se surpreendeu ao ver como o chalé era perfeitamente organizado e cheiroso, tão bonito quanto era fora.
Por dentro, um lustre no centro era acompanhado por luzes de natal nas paredes. De um lado tinha uma cozinha pequena, separada da mesa de jantar - que ficava próxima de uma das janelas - por um balcão. Do outro lado ficava a televisão, alguns sofás e um tapete felpudo branco. Atrás tinha uma escada para cima e um provável alçapão que levava até o porão.
— Venha, vamos deixar nossas coisas no quarto.
Draco o puxou pela mão, levando-o até o andar de cima. Tinham três portas de um lado e duas do outro, além da única porta no fim do corredor que provavelmente levava até o quarto com a varanda vista do lado de fora.
Os dois caminharam até o fim do corredor, entrando no quarto. Harry, mais uma vez, foi surpreendido pela nítida organização do ambiente.
Um lustre circular era posicionado acima da única cama de casal do quarto, com uma cômoda amarela do lado. Em cima dela tinham porta retratos da família Malfoy e uma jarra de água com flores brancas que Harry não conseguiu identificar quais eram.
Do outro lado da cama, uma mesa de cabeceira cinza carregava um abajur, um porta retrato virado e um livro. Na parede, vários porta retratados pendurados chamaram a atenção de Harry, ainda mais por perceber que um deles era seu e de Draco.
Ao se aproximar mais, percebeu que a foto pendurada não era a única dos dois naquele quarto. O porta retrato virado para a parede carregava a imagem dos dois quando foram à praia pela primeira vez juntos. O mais velho dos dois sorriu, com as lembranças lhe atingindo em cheio.
— Por que você está sorrindo tanto? — Draco perguntou, sorrateiramente se aproximando e rodeando a sua cintura com seus braços longos, deixando um beijo casto em seu pescoço.
— Por nada, não. — Virou-se, rodeando seu pescoço e acariciando sua nuca, beijando seus lábios.
Mesmo sem entender o motivo de tanto carinho repentino, o loiro não negou o selar que recebeu, aprofundando o toque de seus lábios ao deslizar a sua língua para dentro de sua boca e sentir um sorriso dentre o beijo.
Se afastou, acariciando a barriguinha de Harry e encarando-o bem no fundo dos seus olhos. Se antes lhe restava qualquer dúvida sobre pedi-lo em namoro, todas elas foram embora quando seus olhos se encontraram e ele sentiu o mesmo frio na barriga que sentiu quando o viu pela primeira vez.
Isso é amor, não?
— A gente podia ficar deitadinho no nosso grudinho o dia todinho, né? A gente não precisa sair pra aproveitar... — Todo folgado, Draco murmurou contra o pescoço de Harry, fazendo ele se contorcer e rir pelo hálito quente em seu ponto erógeno.
— Nada disso. A gente pode ir lá fora e andar na floresta! Aí de noite a gente fica deitadinho embaixo do céu! Pode ser? — Potter propôs.
— Me parece bom.
Facilmente manipulados pela ideia de ficarem sozinhos aproveitando o dia que teriam, eles foram rápidos em abandonarem o chalé, fazendo como o moreno disse.
— O que exatamente estamos fazendo? — Draco perguntou ao continuar seguindo Harry floresta a dentro.
— Não sei!
Continuaram andando até encontrarem uma ponte em um lago. Harry correu até a sua beirada, sentando-se e colocando seus pés dentro da água gelada. Draco sentou ao seu lado, sentindo o moreno apoiar sua cabeça em seu ombro, respirando calmamente.
— Eu tô muito feliz.
— Tá?
— Sim. Eu não sabia que queria tanto vir pra cá até vir... Obrigado por isso.
A resposta veio através do primeiro de muitos beijos que foram trocados ali durante o resto da tarde. Molhados por terem acidentalmente caído dentro do lago, eles voltaram para o chalé em passos rápidos pelo frio que já começava a aparecer graças ao dia que começava a ir embora.
Tomaram seus banhos e vestiram roupas quentinhas. Comeram um macarrão instantâneo preparado especialmente pelo renomado chef Harry Potter antes de saírem do conforto do chalé para irem deitar sob as estrelas, como combinado.
Secretamente, Draco se preparava mentalmente para fazer o pedido, apertando a caixinha no bolso de seu moletom nervosamente.
O céu estava brilhante. Deitados sobre a manta estirada no chão, em frente a cabana, eles tinham suas mãos apoiadas em suas barrigas viradas para cima, admirando as copas das árvores se mexendo com as fortes rajadas de vento.
— Eu preciso falar algo pra você. Na verdade, foi por isso que eu te trouxe aqui. — Draco murmurou, hesitando a cada palavra, com medo de interromper um momento calmo e especial.
— Eu também preciso conversar com você...
— Pode falar primeiro.
— Não, pode falar.
— Vamos falar juntos então. No três, certo? — Draco perguntou, sem coragem para olhá-lo nos olhos, então mantendo seu olhar para cima. — Um, dois, três...
— Eu quero namorar você! — Em uníssono, os dois confessaram.
Um silêncio terrível se instalou no ambiente. Apenas o som irritante dos grilos e do vento era ouvido. Honestamente, também era audível um barulho irregular de batimentos cardíacos, mas sabe-se lá de quem o pertencia.
— Eu quero muito namorar você. Eu quero isso a muito tempo e agora eu tenho certeza que não estou me precipitando porque você também quer o mesmo que eu e isso é estranhamente confortador... — O loiro murmurou, ainda sem coragem de poder ver os seus olhos brilhantes.
— Eu tinha medo, mas agora isso não importa mais. Eu quero você, Dray, e eu quero ser seu também.
— Eu não pensei que estaria dizendo isso agora em outro sentido pra você, eu nunca depositei esperanças nisso. Mas eu te amo, Harry. Eu te amo com todo meu ser e em todas as nossas vidas.
Ali, deitados sob a luz confortável do luar, eles expuseram seus sentimentos já claros. Contemplados pelos fenômenos naturais, nascia mais uma junção entre ambos, mas desta vez, romântica. Ali, naquela noite, nascia Harry Potter e Draco Malfoy, almas gêmeas destinadas a ficarem juntas desde o seus primeiros dias na terra.
— Eu sou a cor em pessoa. Literalmente. Fui feito de cores e lido com isso desde tão novinho, mas o meu mundo se torna completamente cinza sem você. Eu sou a cor, mas a minha cor só se ativa quando ela tá com você. — Draco sussurrou, retirando a caixinha de seu bolso.
Harry, apesar de seus olhos lacrimejantes e mãos trêmulas, gargalhou alto.
— Você não gostou do anel? — Draco perguntou, já nervoso e mudando a sua expressão para uma cabisbaixa e assustada.
— Não, é que... — Ainda sem conseguir se livrar de sua risada persistente, ele revelou a caixinha de veludo presente em seu bolso, abrindo-a e mostrando dois colares.
Agora, era a vez de Draco ter seus olhos marejados. O colar era lindo, tão delicado. Tinha o cordão prateado e seu pingente era uma paleta de cores. Ao perceber o outro, viu que era um pincel.
— Como você mesmo disse, você é a cor... Mas sou eu que tenho a sorte de ter você e poder colorir os meus dias que antes eram cinzas. Você é a paleta de cores e eu, o pincel, porque a minha vida se tornou muito mais colorida depois que eu tive a chance de poder pintá-la com você.
Com as mãos tremendo, Draco tomou a liberdade de encaixar o anel no dedo de Harry, recebendo o colar em seu pescoço como resposta.
Naqueles anéis e colares estava gravado o amor mais puro que a terra já teve o prazer de presenciar. E aquele amor simbólico duraria anos e anos, com recaídas e fortalecidas, mas que só provavam que quando você é destinado a alguém, ninguém tem a força de separá-los a não ser você mesmo.
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