Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

05. Lugar Acolhedor

Andei por alguns metros até perceber o que tinha acontecido. Foi muito assustador. Tão assustador que precisei sentar no chão e começar a chorar. Não sabia exatamente o quão longe eu estava de casa, mas tinha certeza que ali era longe o suficiente do meu pai. Alguns minutos chorando, e eu tinha me recobrado. Decidi que não voltaria para casa, e como eu não tinha onde dormir, peguei meu celular e liguei para o Nick.

O telefone tocou a primeira vez e ninguém atendeu. Na segunda vez foi a mesma coisa. A terceira, a quarta, a quinta, e ele ainda não atendia então eu desliguei e tentei novamente. A decepção ao ver que Nick poderia não querer me atender era um pouco dolorosa, mas no fundo eu sabia que ele deveria estar numa festa ou em algo do tipo. Passei os números da minha agenda e somente três pareciam úteis. Eve infelizmente estava no cinema, então fui para Lauren. Para minha sorte, ela atendeu no segundo toque.

― Alô ― disse ela.

― Oi Lauren, é o Andrew.

― Ah, oi Andrew. Tudo bem?

Receei um pouco ao falar, mas foi questão de dois segundos, para que ela não percebesse algo a mais na minha voz.

― Não. Será que eu poderia dormir hoje na sua casa?

Ela não respondeu de primeira, então expliquei novamente para que ela não criasse algo como "eu estou me aproveitando dela" na cabeça.

― É que eu briguei com meus pais, e não tenho para onde ir.

Lauren continuou em silêncio, e aquilo me deixou um pouco nervoso. Comecei a achar que estava pedindo demais dela. Bem, no fundo eu estava pedindo demais dela, mas a essa altura, meu desespero de ter que dormir na rua era maior e mais amedrontador do que ter que falar com Lauren sobre isso.

― Sinto muito Andy, mas é que meu pai não deixa mais garotos dormirem aqui, então...

― Tudo bem ― disse antes dela terminar. ― Eu posso pedir para outra pessoa, obrigado por pelo menos não ter desligado o telefone na minha cara.

― Desculpa mesmo Andrew, sinto muito.

― Ok. Boa noite Lauren.

― Boa noite.

Desliguei o telefone e segui para o último nome útil da minha lista. Esse sinceramente era meu recurso de emergência, e não esperaria ter que precisar dele. Discou apenas três vezes antes de atender.

― Alô?

― Oi Josh.

― Andy? Sabe que horas são?

― Sei. Mas preciso de sua ajuda.

― Diga-me.

― Eu briguei com meus pais e fugi de casa. Será que eu poderia passar a noite aí?

― O quê!? ― Perguntou ele perplexo. ― Claro que pode ― disse sem ao menos pensar sobre o assunto.

― Pode vir me buscar? É que eu não sei onde é sua casa.

― Onde você está?

― Espera um minutinho.

Afastei o telefone do meu ouvido e andei até a esquina da rua para ver a placa com o nome dela.

― Estou na Igneous Street.

― Fique aí, eu estou indo.

Josh desligou rapidamente o telefone, e eu sentei na calçada, surpreso por ter conseguido um lugar para dormir. O meu medo agora era conhecer os pais de Josh. Eram somente 21:17, e tinha uma enorme possibilidade dos pais dele ainda estarem acordados. Assim que o avistei na virada da esquina, levantei já com um olhar meio preocupado e ao mesmo tempo com muito medo.

― Você está bem? ― Perguntou ele me abraçando. ― Nossa! Você está gelado.

Josh me entregou seu moletom com o número 8 nas costas. Provavelmente devia ser a sua camiseta do time.

― Obrigado.

― Quer contar o que houve para você ter fugido de casa? O motivo pelo qual brigou com seus pais?

Fiquei um pouco calado, pois era uma coisa que eu não queria compartilhar com ele. Era meio difícil começar a contar e acabar dizendo a coisa errada.

― É que eu preciso dizer algo para os meus pais quando a gente voltar.

― É... Eu briguei com eles por causa... por causa de... cigarros.

― Você é fumante? ― Indagou ele olhando com reprovação para mim.

― Não ― disse me defendendo ―, eram da Leila, mas minha mãe parecia estar bem convencida de que eram meus. Aí meu pai chegou e eu fiquei com medo dele e fugi pela janela.

― Ficou com tanto medo assim?

― Olha, é complicado ― respondi me esquivando. ― Quer uma história para os seus pais não quer? Então. É essa.

― Sim, mas e a minha história? Será que pelo menos eu poderia saber o motivo real pelo qual você fugiu de casa?

― Não estou pronto ainda.

― Tudo bem, vamos indo.

Josh ficou um pouco calado, e parecia estar triste por eu não confiar nele. Sinceramente, do que importava se o Josh soubesse a verdade? Meus pais já sabiam, e eu vi a reação deles, então para que eu vou me esconder?

― Eu sou gay. ― disse antes de virarmos a esquina.

Josh virou para mim e me encarou. Agora eu entendi porque eu queria me esconder. Aquele olhar me penetrou e eu senti que ele começou a ficar com raiva de repente, mas, para a minha surpresa, ele colocou a mão no meu ombro direito e encarou profundamente meus olhos.

― Obrigado por me contar. ― disse ele antes de começar a andar, agora ao meu lado e, estranhamente, feliz.

  🌈  

Ao chegarmos em sua casa, parei na entrada do pequeno cercado branco de madeira.

― Vem. Meus pais não são monstros Andrew.

― Eu sei.

― Não precisa ficar com medo. Eles ainda gostam de você.

Respirei fundo e olhei para ele, que só esperava um sinal meu para abrir a porta.

― Estou pronto.

Josh girou a maçaneta e a empurrou, abrindo a porta à frente dele. Me guiando, ele foi dizendo para eu entrar enquanto ele chamaria seus pais na sala para me conhecer. Assim que apareceram, eles vieram até mim e me cumprimentaram. A mãe dele continuava jovial. Tinha agora um cabelo vermelho bem chamativo, o que me fez levantar uma pergunta um tanto irrelevante na minha cabeça. O corpo definido dela, e as roupas que ela usava com certeza eram apertadas demais. Posso dizer com convicção que Josh tinha ficado ainda mais parecido com o pai. Com certeza era inevitável não perceber a semelhança de ambos.

― Andrew? ― disse a mãe dele. ― É um prazer rever você depois de tantos anos.

― Prazer é meu ― respondi me calando em seguida.

Por alguns segundos aquela sala permaneceu quieta, até que Josh se pôs à frente.

― Mãe, como eu já falei, o Andy precisa de um lugar para ficar essa noite.

― O que houve querido? ― perguntou Eliza.

― Eu briguei com meus pais, que me acusaram de estar fumando um maço de cigarros que não era meu ― respondi tão nervoso e tão rápido, que nem eu sabia se eu tinha entendido.

― Você sabe de quem é o maço de cigarros? ― Indagou Rodrigo com uma voz de pai muito firme.

― Era da minha irmã. Mas não dedurei porque não pareceu certo.

― Devia ter contado Andrew ― disse Eliza. ― Às vezes, é preciso deixar claro que você não é alguém que leva a culpa pelos outros.

― À essa altura duvido que eles queiram me ver. Meu pai tinha dito uma vez que se eu fugisse de casa, era para eu nunca mais voltar.

― Relaxe querido, ele só está nervoso. Passe quantos dias quiser aqui. Josh tem um beliche, e você pode conversar com seu pai quando achar melhor, tudo bem?

― Tudo bem ― respondi abraçando ela. ― Obrigado por me deixar dormir aqui.

― Não tem que agradecer querido. Qualquer amigo do Josh é bem-vindo para ficar aqui quanto tempo quiser.

Sorri para Eliza e desviei meu olhar um segundo para Rodrigo, que me encarava sério e um pouco amedrontador.

― Quer comer alguma coisa Andrew? ― Perguntou Eliza, que continuava sorridente e sem ao menos perceber a expressão no rosto do marido.

― Não obrigado, estou sem fome ― respondi olhando fixamente para ela. ― Vou dormir, estou um pouco cansado.

– Tudo bem, querido – disse ela. – Josh, arruma a cama para ele?

― Claro mãe, pode deixar.

― Durmam bem.

Assim que comecei a subir as escadas atrás de Josh, voltei a olhar para baixo e, desta vez, Rodrigo estava sorrindo, mas era para sua esposa, que falava sobre outro assunto relacionado à televisão. Entrei no quarto de Josh, de repente, e, sinceramente, aquele lugar era grande e maravilhoso. Seu beliche nem ocupava metade do quarto, e ainda ficava ao lado da janela. Sua cômoda era um pouco grande, e tinha vários troféus, medalhas, revistas de mulheres e homens, e outras coisas proibidas que deviam estar um pouco mais escondidas.

― Vai tomar banho? ― Perguntou Josh.

― Vou sim, onde tem uma toalha?

― Espera, eu vou pegar.

Josh me deixou sozinho, e comecei a admirar suas fotos espalhadas pelo espelho acima da cômoda. Algumas ele parecia estar bastante feliz, e em outras, suas namoradas faziam altas poses de "mocinhas recatadas e do lar", mas a que me chamou mais atenção, foi uma foto minha brincando com ele quando tínhamos dez anos de idade. A minha cabeça borbulhou, e trilhões de paranoias surgiram, me fazendo perder o foco dele, que agora já estava atrás de mim. Só prestei atenção quando o mesmo me acertou com a toalha, me fazendo arfar de dor.

― Me ouve quando falar com você.

― Desculpa. ― disse passando a mão no lugar onde começou a arder. ― É que eu estava vendo uma foto de nós dois quando tínhamos dez anos.

― Gostou?

― Eu me lembro desse dia.

Josh balançava a cabeça.

― Bem, esse dia foi muito legal. A única lembrança que eu tive de você quando foi embora foi essa foto, não podia simplesmente jogar ela fora e fingir que você nunca existiu.

― É bem legal saber que você realmente apreciava nossa amizade ― disse pegando a toalha e batendo nele da mesma forma que ele bateu em mim.

― Devo culpar somente o Nick. Foi por culpa dele que eu me afastei de você.

― Você se afastou porque você quis. Tinha várias coisas legais que a gente fazia que eu nunca poderia ter com o Nick.

― Tipo o quê? ― Indagou ele.

Fiquei quieto novamente por alguns segundos e respondi rapidamente para ele que ele não percebesse que eu estava nervoso.

― Nada ― disse envergonhado. ― Vou tomar meu banho.

Deixei Josh e fui para o banheiro, onde tranquei a porta e tirei minha roupa antes de ligar o chuveiro. Me ensaboei pensando em meu pai e no olhar que o pai de Josh mostrou para mim. Era praticamente a mesma coisa. A única diferença, era que meu pai sabia que eu era gay. Ou talvez o pai de Josh também soubesse? Me enxaguei rapidamente e me sequei com a toalha que Josh me deu. Só então eu percebi que não tinha roupa nenhuma para dormir na casa dele.

― Josh ― chamei torcendo para que ele me ouvisse.

― Oi? ― Perguntou ele segundos depois de eu chamar.

― É que.... Eu saí sem nenhuma roupa de casa, então...

― Tudo bem, te trago algumas roupas minhas, não tem problema.

― Obrigado.

Após esperar por mais ou menos um minuto, Josh chegou e tentou abrir a porta, mas estava trancada. Rapidamente destranquei e esperei que ele somente abrisse uma fresta e me entregasse as roupas, mas, ao invés disso, ele abriu a porta toda e me viu com a toalha enrolada da cintura para baixo.

― Achei que não abrissem a porta toda, mas tudo bem.

― Vê se serve em você ― disse ele me entregando e saindo logo em seguida.

Comecei a vestir a camisa de manga longa azul bebê meio desbotada dele. Em seguida tirei a toalha e coloquei a cueca box emprestada. Serviu muito bem aliás. Finalmente fui vestir a calça dele, mas a mesma nem passava do joelho, e olha que não sou tão gordo assim. Concluí que Josh era muito magro, e que eu não pediria outra coisa para vestir. Puxei a blusa de manga longa bem pra baixo, a ponto de parecer um vestido, e saí do banheiro, indo diretamente para a cama de cima do beliche.

― Não serviu a calça? ― Perguntou ele olhando para mim.

Assim que me virei para ele, percebi que estava somente de cueca. Fiquei envergonhado, e somente respondi que precisava escovar os dentes antes de ir dormir. Não sei exatamente quanto tempo passei dentro do banheiro, mas sei que foi tempo suficiente até que ele caísse no sono. Voltei para o quarto e subi à cama de cima, onde deitei-me levemente e tentei a todos os custos dormir rápido antes que eu sentisse que Josh tinha acordado.

28 de fevereiro

Quarta-feira de manhã, e minha alegria já tinha mudado comparado à segunda-feira. Acordei sorrindo por não ter sido bruscamente acordado pela minha mãe ordenando para eu ir para a escola. Josh me cutucou levemente e eu só consegui sorrir por não ser minha mãe.

― Bom dia.

― Dormiu bem? ― Indagou ele.

― Sem minha irmã, meu pai e minha mãe? Está ótimo.

― Vai para a escola?

― Vou.

― Tudo bem, eu te empresto uma roupa, mas você tem que ir até sua casa buscar seu material, porque eu não tenho material de sobra.

― Valeu. Obrigado mesmo por ter me ajudado.

― Bom, pelo menos agora, você não tem motivos para não vir à minha festa na sexta-feira.

― Que sacana ― disse rindo. ― Vou escovar meus dentes.

Desci do beliche rapidamente e usando uma tática que não precisou usar a escada. Josh ficou simplesmente perplexo.

― O que foi? Eu só treinei por anos ― respondi indo para o banheiro.

Josh me entregou uma roupa sua e vesti o mais rápido possível para que ele não se atrasasse. Quando saí ele me entregou o sapato, e calcei-o rapidamente também. Desci as escadas junto com ele e fui até a cozinha onde encontrei somente dona Eliza tomando uma xícara de café.

― Bom dia meninos ― disse ela ao nos ver.

― Bom dia mãe.

― Bom dia dona Eliza.

― Me chama só de Eliza por favor, ainda estou no pique, não posso parecer velha.

― Tudo bem Eliza ― disse pegando uma xícara de café.

― Dormiu bem Andrew?

― Sim. Eu realmente precisava disso. Obrigada por me deixar dormir aqui.

― Sempre que quiser querido ― disse ela tomando um gole de café. ― Quando você pretende ir falar com seus pais?

― Não sei, acho que hoje. Eu realmente não esperava brigar com eles logo no segundo dia depois da mudança.

― Vai dar tudo certo ― disse Eliza colocando a mão em cima da minha.

Sorri para ela e respondi que também espero que dê certo.

― Vamos Andrew, estamos atrasados ― disse Josh comendo a última torrada, quase se engasgando.

― Mas meninos, ainda são 6h12min, vocês só têm aula às 7h00min.

― Eu sei mãe, é que o Andy vai pegar a mochila na casa dele antes de ir para a escola.

― Sendo assim, espero que dê tudo certo para você Andy. Boa sorte meu anjo.

Eliza me abraçou e eu retribui o abraço dela.

― Obrigado.

Assim que eu e Josh saímos de casa para ir até minha casa, senti um vento um pouco gélido em meu rosto.

― Não era época de calor aqui?

― Mas é ― respondeu Josh com a mochila nas costas. ― Talvez mais tarde o sol apareça.

― Tomara que sim.

Josh continuou andando com sua mochila, mas começou a brincar com a alça numa tentativa de chamar a minha atenção. Quando finalmente olhei para ele, Josh parou de brincar com a alça e sorriu para mim.

― Você não precisa fazer essas coisas por mim, sabe disso, não é?

― Sei sim, mas eu quero ― disse ele olhando fixamente para mim ―, é que eu quero me reconectar com você de alguma forma. Éramos amigos antes lembra? Não custa nada a gente voltar a ser.

― Sente ciúmes do Nick ser meu amigo ainda?

― Sim. E não é aquele ciúme bom está bem?

― Talvez você possa virar amigo dele.

― Não. Ele é muito famosinho na escola. Ele se denomina um "super gay".

― Unicórnio em ascensão ― corrigi-o antes de darmos fracas risadas.

Novamente ficamos em silêncio, pois estávamos nos aproximando do destino, a minha casa.

― Você está bem? ― Perguntou Josh ao avistar minha casa.

― Nem um pouco.

― Qual o plano? Vai simplesmente entrar?

― Acho que eu posso subir até a janela do meu quarto, ela não é tão alta. Só preciso de uma ajudinha sua.

― Tudo bem.

Assim que chegamos à janela, Josh fez uma "escada" e me ajudou a subir de modo silencioso. A mesma permanecia aberta. Quando entrei, fui até meu computador e peguei minha mochila da escola, dentro dela, coloquei algumas roupas e o restante dos cadernos que não colocava no armário da escola. Antes que pudesse voltar à janela, alguém entrou pela porta.

― O que está fazendo? ― Perguntou Leila ao me ver.

― Pegando minhas coisas, o que acha que estou fazendo?

― Não devia estar aqui. Papai não te quer aqui.

― Deixa eu adivinhar, ele nem brigou com você por causa dos cigarros?

― Eu só fui mais sortuda. Você que se exaltou e disse algo que não devia.

― Até parece que é algo horrível.

― Para o papai é. E ele está uma fera. Deu sorte dele não ter chamado a polícia ainda.

― Não conta para ele que eu estive aqui por favor.

― O que vai me dar em troca?

Olhei para Leila para ter certeza de que ela estava falando sério, e foi aí que me deu um ataque de raiva.

― Quer saber, conta vai. Faça como você sempre faz. Só se lembre de que, se você contar, eu deduro a sua namoradinha.

― Ridículo ― reclamou Leila. ― Sai daqui antes que eu conte para o papai que você fez uma visitinha e não deu oi.

― Adeus ― disse fazendo um "v" com os dedos e colocando a língua no meio deles ―, irmãzinha.

Saí pela janela do mesmo jeito que fiz na noite anterior. Josh me segurou, então a queda foi um pouco menos dolorida. Assim que peguei minha bolsa, pedi para Josh só me acompanhar e não perguntar nada.

Durante quase o caminho todo, eu fiquei calado, torcendo para que eu só chegasse logo na escola e me separasse de Josh.    

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro