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𝕻𝖗𝖔𝖛𝖆 4 - 𝕽𝖔𝖒𝖆𝖓𝖈𝖊 (Romance)

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*Apaixonada por ninguém*

Caminho pela calçada carregando uma nota no bolso. Enquanto isso vou chutando as pedrinhas com o pé e observando as pessoas. Gosto de fazer isso, é como um passatempo, mas toda vez que faço nunca consigo ver os rostos delas.

— O que está observando? — Meu amigo, me pergunta enquanto caminha atrás de mim. Às vezes eu esqueço que ele está aqui.

— Nada, por que deveria estar vendo algo?

— Você parece concentrada. E pelo que sei você fica assim quando algo chama sua atenção.

— Você realmente me conhece! Estou apenas vendo o movimento das pessoas ao redor, será que você pode me dizer como elas estão?

— Claro, hoje eles parecem alegres. Apesar de nunca podermos saber exatamente como elas se sentem.

— Isso é verdade, as pessoas sempre se escondem por trás de máscaras, então é difícil distinguir um sentimento real de uma emoção falsa.

   Ele concorda comigo, e continuamos em frente. O caminho todo ficamos vislumbrando a paisagem, as casinhas coloridas enfeitam o lugar como pequenos pedacinhos de arco-íris. A padaria não estava longe então não demorou para chegar.

— O que você vai querer?

— Você sabe que eu não preciso de nada, Mary.

  Peço só o pão da manhã, enquanto ela me entrega é possível sentir o cheiro do alimento saindo do forno. “Ele deveria estar confortável lá, eu bem que poderia ser um pão.” penso comigo, imaginar isso me tira um sorriso do rosto, meu amigo percebe isso e sorri também.
 
— Você parece feliz hoje, é bom te ver assim.

— Mesmo?

— Sim, seu sorriso é deslumbrante. Vamos? — Coro com o elogio. Sei que ele sabe disso, e pelo jeito ele gosta de me ver assim…

— Vamos.

   Tomamos nosso café no banco do parque, as árvores balançam devido à brisa e o sol está finalmente sorrindo depois de tantos dias de chuva.
  É gostoso estar ao lado de Kaneís, porém, é raro vê-lo. Ele só me visita vez ou outra.
   Deito minha cabeça no banco, refletindo um pouco, sinto sua presença ao meu lado, é confortável ter alguém por perto, quando ele está aqui nunca me sinto só.

— Mary, por que está com olhos fechados?

— Eu prefiro eles assim.

— Então os mantenha assim, eu não vou a lugar nenhum.

— Promete?

— Claro, para onde mais eu iria?

     “Para qualquer lugar…”

   O sol se põe, tudo escurece, parece que a lua se recusou a brilhar, mas as estrelas fizeram esse trabalho por ela. O caminho de volta para casa fica sombrio, e agora estou sozinha o bastante para sentir medo, com passos rápidos que ecoam no vazio da estrada volto para minha casa, desejando que o próximo dia seja assim perfeito como hoje.

— Ei! Isso é meu. — Cruzo meus braços, indignada com a cena em minha frente —  Larga meu diário seu intrometido!

— Você largou jogado então eu peguei. Sua bagunceira, vem me ajudar aqui.

— Quando eu pedi ajuda para arrumar meu quarto, não esperava receber um xingamento a cada dois minutos.

— Pelo menos estamos indo bem, veja sua escrivaninha já está arrumada.

— Levamos duas horas para arrumar só a escrivaninha — Me jogo na cama. Logo sinto algo pesando no lado oposto do colchão. Olho pro lado, só para me deparar com Kaneís deitado ao lado, me observando. — O que foi?

—  Não pode desistir desse jeito.

— Posso sim, aliais, estou desistindo.

— Então vou ter que punir você, por ser irresponsável! — Ele pega um espanador e começa a me fazer cócegas, isso me faz dar altas risadas, eu mexo na cama como um peixe fora d’água, até que ele para e me puxa pelo braço. Seu toque me faz me sentir como se estivesse em uma corrente de ar, não consigo senti-lo e isso sempre me deixa frustrada.

— Vamos, nós vamos conseguir!

    Desisto de contrária-lo, e atendo ao seu pedido. Depois de muito procrastinar, terminamos o serviço e vamos comemorar comendo um lanche. Quando chegamos, encontramos  uma circulação muito grande de pessoas, então, até alcançarmos o balcão foi difícil. No local começo a sentir olhares me observando, fiquei desconfortável, então peço a Kani para irmos comendo pelo caminho.

— Como está o lanche?

— Ótimo como sempre, queria que você pudesse experimentar.

— Eu também gostaria. Sua boca está suja.

— Ah! Espera darei um jeito nisso. — Pego um pedaço da minha roupa e passo em cima da sujeira, Kaneís olha para mim um pouco surpreso.

— Mary! Tinha um guardanapo bem aqui.— Não consigo segurar a risada quando olho para cara dele — Do que está rindo?

— Você fica engraçado bravo assim.

— Se gosta tanto vou ficar bravo sempre.

Nãoooo.

   Continuamos o caminho rindo e conversando sobre os mais diversos assuntos. As semanas se passam e meu desejo de que o tempo parasse aumenta, talvez sem um relógio limitando tudo o dia acabaria devagar, e os bons momentos poderiam durar mais. Gosto de lembrar de certas coisas, lembranças bonitas, e em todas elas aquele sorriso que sempre me anima. “Será que estou apaixonada?” penso comigo, porém, afasto esses pensamentos. Quando ouço passos na cozinha e uma voz familiar:
    

— Marilyn? Você está em casa?

— Estou no quarto, precisa de algo?

— Não… queria saber como estava.

— Estava só pensando.

— Tem algo te perturbando? Sabe que pode contar comigo se precisar.   

— Eu estou bem, onde quer ir hoje?

— Vamos ficar em casa somente, que tal um filme?

— Claro!

    Fizemos pipoca, colocamos um filme na televisão. Devido ao horário conseguimos um ambiente perfeito. Já estou bem concentrada no filme, então não percebo quando meu corpo acaba caindo exatamente para o lado de Kani. Quando compreendo o que aconteceu meu rosto já está em cima do pano do sofá, direciono meus olhos para o rosto de Kaneís que também está olhando em minha direção, dou somente um sorriso e continuo a assistir.
    Ele parece sentir meu peso em seu colo, entretanto eu não consigo senti-lo. Pensar nisso me chateia, “por que não consigo toca-lo?” essa pergunta passa pela minha mente, recordando de como me sinto ocasionalmente sozinha, mesmo quando ele está ao meu lado. Mais um momento feliz está acontecendo, porém, dessa vez não deixarei que o mesmo acabe tão rápido. Quando o filme acaba, corro até a porta da frente e abro meus braços bloqueando a saída, ele parece confuso, tenta me fazer sair da frente, só que eu continuo no lugar sem me mover.
— O que está fazendo? — Pergunta, com um tom de voz diferente.

— Por favor fique aqui! — Ele arregala os olhos. Quem sabe aceitaria vendo minha insistência, mas na realidade ele me puxa com mais força pelos braços, mesmo não podendo experienciar seu toque, consigo sentir um pouco de dor no local que ele pega. — Kani! Está machucando.

     Ele parece um pouco nervoso agora que olho com mais clareza para ele, ele mantém as mãos no lugar, contudo depois solta respirando fundo.

— Me desculpe, não era para fazer isso. Não posso ficar aqui.

— Eu não quero me despedir outra vez, por favor não me deixe sozinha novamente.

— Você não está sozinha, Mary, e não pode dormir para sempre!

   “Dormir? Do que eles está falando?”

— Como assim eu já estou acordada! Quero só você do meu lado.

— Não adianta explicar, você não vai entender. Só me deixe passar.

  Eu desisto e ele se vai, vou deitar  com lagrimas nos olhos. Talvez o que fiz foi errado,  não tinha o direito de mantê-lo aqui. A noite hoje parece mais fria, e eu  sinto a mesma solidão.
   Passou  um mês, desde aquele dia não vejo Kaneís. Não saio  sozinha já que ele sempre me acompanhava, contudo, dessa vez decidi ir. Ando pela rua, no observando as pessoas em volta, dessa vez  não posso saber como elas se sentem... Não posso ver os rostos delas… Por que não?
 
— Por que nunca pude ver seus rostos? — Pergunto mesmo sabendo não haver ninguém ouvindo. 

    Perguntas começam a surgir em minha mente, como “por que Kaneís é a única pessoa que conheço?” ou, “porque eu nunca saio de casa quando ele não está aqui?” Enquanto penso acabo trombando com alguém, quando me levanto para me desculpar acabo ficando meio surpresa.

— O que está fazendo aqui?! — Kani grita comigo como se eu estivesse cometendo um crime.

— Eu queria sair um pouco de casa, o que você faz aqui?

— Não, não pode sair de casa sozinha!

— O que está acontecendo? Quem é você?

— Quem sou eu?

— É, quem é você Kaneís! Por que você é o único que eu converso? Onde é que estão meus pais?

— Não grite, eu...— Ele parou de falar, e percebo as pessoas olhando — Te explico em casa.

     Voltamos logo, quando já estamos na sala eu começo a exigir respostas dele:

— Não estamos mais na presença de ninguém comesse a se explicar!

  Ele senta a minha frente, segurando com cuidado minhas mãos no colo dele, talvez tentando me confortar, só que não estava funcionando. Logo as palavras começam a sair de sua boca, ele dizia que nada aqui era real e que as pessoas naquele lugar eram falsas. Eu estou em um sonho então? Por isso não sinto nada, por isso não toco em você por que no fim das coisas, Kani nunca existiu. Depois dele terminar de falar, não consigo mais me mover, é como se meus pés estivessem colados no chão e meu corpo amarrado.

— Eu sei que isso é difícil de entender, mas é verdade. Quando anoitece você está acordando na realidade.

— Você não existe então?

— Acredito que isso ficou bem claro.

— Tudo que aconteceu era… falso? — Sinto meu rosto quente, e lagrimas escorrendo nele. Ele suspira. — Tudo o que passamos juntos nunca foi real?

— Mary…

— Não me chame assim! Você mentiu para mim a vida inteira?

— Foi necessário.

— Mentir para mim, foi necessário para você?

— Eu nunca quis fazer você sofrer Marilyn. Você me criou para fazer companhia, lembra disso? Seu melhor amigo, que você esqueceu.
— Esqueci?

— Você sim, mas eu nunca te esqueci. Com o tempo você cresceu, mas não cresceu feliz e eu não suportava vê-la sofrer então criei este lugar. Só para você! E sabe o porquê? Por que eu amo você.

   “Eu te amo!” três palavrinhas com um grande significado, mas qual é seu significado quando vindo de alguém que não existe? E o que fazer quando você também sente conexão com uma sombra? 
    Por que eu também te amo Kaneís, mas isso não é amor.

— Eu sei que ama — Levanto-me e caminho até a cozinha pego uma faca e a direciono até meu coração — Mas meu coração não suportaria ama-lo também — Finco a faca com força, meu corpo se afinge em uma dor não identificada enquanto ouço os gritos dele atrás de mim.

     Logo acordo deitada em minha cama, mas dessa vez não há ninguém do meu lado para me fazer companhia. Sinto falta dele, mas não me arrependo do que fiz. Talvez um dia encontre-o de novo e dessa vez será real.
    
   O sol estava mais brilhante do que nunca então sai um pouco, estava tudo normal até de repente alguém trombar comigo.

— Ah! Desculpe, deixe me ajuda-la.

— Obrigada.

— Eu estava correndo um pouco, me distrai com a paisagem.

— Tudo bem, não te culpo aqui é realmente lindo. Sou a Mary. É novo aqui?

— Sou sim, cheguei esses dias.

Otimo! Então vamos nos encontrar bastante, como se chama?

— Prazer, Kaneís.

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Palavras 1883

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