𝐶𝑜𝑛𝑡𝑜 6- 𝐹𝑖𝑐𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑖́𝑓𝑖𝑐𝑎 (Ficção Científica)
“Segunda-feira dia 11 de outubro, Charr continua doente e dessa vez parece que as coisas estão piorando, sua pele parece mais pálida e sua alegria se esvazia cada vez mais. Às vezes, me sinto obrigada a conferir se seu coração ainda bate, porquê ultimamente ando não tendo certeza de nada.”
“Quinta-feira 14 de outubro, recebemos uma carta na nossa casa eu, Maísa seu irmão Raymond e Luís, todos convidados por Charr para ir em sua casa no domingo, um encontro em grupo, tenho medo do motivo.”
Ando em silêncio ao lado de Luís, só de pensar em olhar novamente para o rosto de Charr meu estômago revira. Na última vez que fui lá não soltei nenhuma palavra, nem consegui expressar nada a não ser um semblante carregado de dor.
— Você está bem? — indagou Luís preocupado.
— Eu só estou um pouco nervosa, mas está tudo bem sim — Respondo fazendo meu máximo para dar um sorriso, todavia nada acontece. Continuamos andando até pararmos na frente da porta de nosso querido amigo, estão todos lá, alguns mais confiantes que outros, mas tenho certeza que ninguém ali está realmente preparado para o que vai acontecer. Quando Raymond percebe nossa presença sua postura muda por completo, ele se posiciona em frente a porta e dá batidas trêmulas e rápidas nela, todos ficamos tensos quando a maçaneta começa a girar. Uma figura cansada e corcunda pela dor sai em passos lentos para fora, contudo em vez de nos receber com um sorriso — mesmo que fraco — ele faz uma careta em confusão. — Ah? Olá, garotos, precisam de algo? — Ele perguntou, o que nos deixou surpresos. — Charr, você não lembra? — Maísa tomou a frente indignada. — Eu não chamei — Ele pausa para tossir um pouco. — Eu não chamei vocês aqui... — Então… as cartas, quem mandou? Antes dela terminar, um estranho chega por trás e coloca um pano sobre a boca de cada um de nós, inclusive de Charr que cai com mais facilidade que nós. Horas, minutos ou segundos depois, sem eu estar consciente para saber, somos acordados sentados no centro da sala com um rádio ao nosso lado escrito “Ouça com atenção”. O rádio tinha uma gravação de voz, o som era grosso e falho mal conseguimos entender do que se tratava. Lá dizia que a situação de Charr havia piorado eles sabiam como ajudá-lo, entretanto para isso seria necessário esforço de nossa parte. “Três antídotos distribuídos pela casa, terão de acha-los e juntar na seguinte ordem: verde, vermelho e branco, respectivamente devem mistura-los injetando o líquido final na veia do pescoço do doente. Terão tempo para fazer isso, duas horas, mas não se enganem aqui dentro o tempo passa voando! Cada frasco um lugar diferente, se não acharem infelizmente seu amigo morrerá mais cedo. Boa sorte a todos, pistas e dicas serão deixadas durante o desafio!” O áudio acaba e a caixa desliga, não sem antes fazer um drama com uma música de dormir infantil. Todos nós ficamos quieto, até que eu tome a iniciativa e fale algo. — Bem... Duas horas, não? Mão na massa! — Amy, nem sabemos quem são, ou o que querem vamos confiar mesmo neles? — Luís me confronta com uma pergunta que ninguém sabe realmente a resposta, incluindo eu. — Eu confio! E mesmo que não sejam confiáveis, e daí? — Ele faz contato visual comigo, que logo se desfaz, e contínua. — É a vida de nosso amigo que estamos falando! — É, mas, não é seguro! — E quem disse que ligamos para o perigo? Quem está comigo? Todos levantam a mão, exceto Luís que fica receoso, mas logo cede aos olhares suplicantes de todos nós. — Um por todos? — Ray fala esperando a resposta. — E todos por um! — Respondemos em coral, sem nos preocuparmos com nada agora só queremos mesmo salvar nosso amigo, custe o que custar! Começamos a fuçar toda a sala, qualquer lugar que pudéssemos enfiar a mão e qualquer buraco pequeno, todo lugar escondido o bastante para antídoto estar, procuramos em tudo, mas de nada adiantava não havia nada! Estávamos cansados, e não haviam passado-se nem 5 minutos segundo o relógio na sala que perturbava minha cabeça, “Tic tac, tic tac, tic tac” o tempo estava passando e meu amigo sofrendo, não gostava nem de pensar nisso, como ele poderia estar? Onde ele poderia estar? As perguntas passando em minha mente me tiram da realidade por um momento, e eu só volto, quando ouço o grito de meu amigo estampado na televisão; o volume no máximo; e a tela preta que mesmo não possuindo nada de assustador me dava calafrios. “O tempo está passando, e seu amigo está gritando! Vocês insistem em procurar em um só lugar, seria melhor a caixa explorar.” Uma porta faz um barulho de estralo, indicando ter sido aberta. Logo, todos nós corremos para cima da porta, ansiosos para receber novas informações, tudo o que pudéssemos, seria importante para salvarmos Charr. — Mas está vazio! — Indaga Maísa ao abrir a porta quase a quebrando pela força que usou. — O que eles acreditam que iremos fazer com isso? — Ray, que de início estava cheio de esperanças, demonstra agora certo ódio pela “brincadeira” de mau gosto. Enquanto todos discutem, eu busco por respostas. Observo a sala que mesmo vazia apresenta bastante detalhes; um chão feito por madeira cobre todo local; as paredes brancas e pálidas passam algo mais simples, contudo os quadros que as cobrem tiram o aspecto de simplicidade substituindo-o por um tom rústico no ambiente; há uma única janela no cômodo — porém, como em todos os outros cômodos agora se encontra fechada. — as cortinas são longas e de cor vermelho escarlate, o que combina perfeitamente com o resto do local. Entre tudo algo se destaca, no piso uma das madeiras apresenta um tô mais claro, o que pode ser normal em outra situação, mas não nessa. Direciono-me até o retângulo de cor castanha clara, fazendo os outros se calarem e olharem para mim. Eu puxo com as unhas pelo vão entre os retângulos de madeira até abrir a que eu quero, lá dentro encontro um saquinho fechado, pesado, quando abro lá está… o frasco branco lacrado em um pequeno recipiente de plástico. Saio devagar até a saída, mas desconfiando de que algo poderia acontecer a seguir, felizmente nada de surpresas. “Parabéns! Vocês acharam o primeiro frasco do antídoto! Gostaram do cenário? Era perfeito para confundir vocês, contudo lembrem-se trabalho em equipe é essencial aqui, discussão não levará ninguém o lugar nenhum. O próximo será feito em dois cômodos aproveitem.” Os cômodos abrem e surpreendentemente há algo diferente do que o habitual, nos lugares da cozinha e do quarto de Charr há um lugar totalmente colorido, com paredes que pareciam mais ilusões do que pinturas e outro cômodo parecido com o primeiro simples e vazio. — E agora? Qual dos dois nós vamos? — Luís pergunta. — No segundo quarto claro, lembra no primeiro teste? Havia um segredo em algo simples, eles colocaram algo colorido só para nós atrairmos... Não vamos nos enganar! — Todos concordam com ele e então começamos a busca por dentro do quarto, mas já haviam se passado meia hora e não havíamos achado nada. Tomo iniciativa e tento sugerir procurarmos no outro: — Não há nada aqui! — Tem, tem que ter! — Ray me corta antes e eu continuar a falar. — Não haja que nem burro, não tem nada. Amy venha vamos procurar no próximo quarto, Maísa? — Luís diz respondendo a Ray que parece nervoso novamente. — Eu suponho que também tem algo aqui, não vou desistir. Luís me puxa pela mão antes de eu falar qualquer coisa, entramos no quarto e nos separamos com algo totalmente diferente do que conhecemos. Lá dentro era escuro, mas repleto de uma sequência de cores coloridas e diferentes que iluminava todos os objetos, fazendo com que cada um reflita uma cor diferente Eu tentava procurar em um canto, mas me estressava ao ver que não tinha nada. Estava confuso, e com Maísa e Ray separados procurando no outro quarto, o trabalho parecia mais duro que nunca. Desisto após tocar e errar mais uma, batendo o pé vou até o quarto o de os dois estavam e começo a gritar. — Por que continuam procurando?! Não tem nada aí… se querem realmente salvá-lo temos que trabalhar em equipe! — Amy...— Os dois se assutam comigo e com minha reação, sinceramente até eu me assusto com minha reação… eu não sou assim. Desde que Charr ficou doente eu ando estressada. Ele era meu melhor amigo, não queria perder-lo precisava dele, agora comecei a perceber o quanto isso me afetou, estava agindo diferente com todo mundo inclusive com ele. Abaixei minha cabeça e falei mais baixo esperando que eles na tenham percebido meu tom, mas eles perceberam com certeza perceberam, e não só eles... O som do meu coração soa em voz alta pelo ambiente, com um aviso. “Seus corações batem rápido, e o relógio corre mais rápido ainda, não há tempo para emoções. Concentre-se!” Mais um grito me assusta, continuo a buscar dessas vezes com todos lá. Tentamos descobrir o segredo da sala colorida juntos, e daí percebermos, todas as cores do arco-íris estão lá, inclusive o branco se estivermos falando das cores da luz, pois na teoria óptica, ele é mais que simplesmente uma cor, é a soma de todas as cores. E na sala toda só havia um objeto de cor branca... — O vaso! — Maísa grita. Corremos para lá e como ele era estreito, demora um pouco para tirarmos o frasco de lá, entretanto finalmente encontramos… o antídoto verde! Mais uma porta se abre finalmente, com outro aviso:
Mais uma porta se abre finalmente, com outro aviso:
“Parabéns! Vocês encontraram o próximo antídoto! A última porta se abrirá agora preparem-se, pois está será difícil... Antes vamos perguntar. Quem será ser o melhor amigo de Charr? A próxima porta, contém um quadro de todos vocês juntos e um cofre. Aviso: É muito importante que mantenham a sala escura para poderem enxergar, haverá em cima da mesa uma luz ultravioleta, e na frente de cada pessoa terá uma senha escrita que só poderá ser vista com a luz. Só uma delas está certa, quando tiverem certeza da senha, coloquem-lá no cofre, dentro dele haverá o último antídoto. Boa sorte!”
Todos correm para frente da porta, agora sim, preparados para o que der e vier, mas acredito que nem todos estarão pensados a mesma coisa na prova agora.
Entramos na sala e avistamos um quadro gigante em nossa frente com fotos de todos nós, na frente do quadro há uma mesa com um pequeno cofre de metal pesado e quadro canetas de luz ultravioleta, um para cada um, pegamos elas e começamos a discutir sobre a resposta correta.
— Vamos na Amy, ela é a melhor amiga dele — Ray diz olhando fixamente para minha foto e apontando a luz que mostra o número “2567” abaixo de meus seios, como uma estampa de camisa.
— É claro que não! Eu sou o melhor amigo dele! — Luís diz, é verdade que eles sempre foram muito amigos desde pequenos, isso me fez desconfiar da resposta de Raymond. “3448” Era o número de Luís.
— Não vamos brigar sobre isso, por favor, temos pouco tempo — Olho para o relógio que mostra 17:30, falta só meia hora, precisamos correr. — Aponto para o de Ray “1038” e o de Maísa “7790” — Qual é a certa?!
— Sou eu, é claro. — Todos gritam em coral, até mesmo eu, mesmo não tendo total certeza disso.
Mais gritos ecoam misturando-se com a bagunça de nossas brigas, 29,28,27,20,19 minutos...
“Parem!” Alguém grita do interfone desesperado “Parem, chega! Se for para se tratarem assim eu prefiro que me deixem morrer!”
— Charr — Sussurro o suficiente para que todos ouçam.
“Todos… todos são meus preferidos! Agora trabalhem juntos e me salve-!” alguém corta seu som antes que ele termine.
— Por que estamos aqui? — Pergunto.
— Por Charr! — Maísa responde olhando fundo nós olhos de cada um, sua determinação nos ajuda a perceber o porquê de estarmos aqui, por ele e só por ele. Nossos desejos de ajudá-lo no começo nos deixaram competitivos e perdemos tempo por nossos desejos egoístas, mas vamos salvá-lo, agora!
Começamos a trabalhar rapidamente, é uma sala pequena, era lá onde ficava o escritório de trabalho de Charr, ele era escritor e nunca desistiu do seu sonho mesmo depois da doença. Quero ser como ele e ter coragem para continuar mesmo quando tudo ficar difícil!
— Atrás do quadro, ele disse que somos todos seus preferidos, não é? Então, a resposta não estará atrás de um, mas de todos nós!
Finalmente achamos a resposta, abrimos o baú com o último frasco dentro. Só falta misturar, verde vermelho e branco, Luís lembrava da sequência. Misturamos e finalmente ali estava, uma última porta foi aberta agora com ele lá dentro pegamos o fraco e enjetamos rapidamente em seu pescoço que já estava sufocado pela doença, agravada pelos perversos desconhecidos.
Logo Charr estava bem, abraçamos ele com força e alegria, sentindo nossos corpos desmaiar em novamente. Dessa vez estava tudo bem, a casa estava do jeito que era antes, e Charr estava melhor. Os homens voltaram e descobrimos que eles eram apenas cientistas que queriam brincar um pouco, apesar de terem nos ajudados fizemos questão de denuncia-los!
Charr novamente voltou a escrever; e eu recuperei minha alegria, claro que com muita ajuda, já que ninguém muda assim do nada não é mesmo?
“Sexta-feira, 25 de dezembro, Charr esta muito bem e parece melhor a cada dia que passa. Descobri que Raymond tinha certa queda por mim e estou louca para descobrir mais sobre isso kkkkk, em fim estou muito feliz hoje e espero continuar assim por muito tempo!”
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