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Capítulo 6


Sanem Bendict

Além de ser modista, Sanem vendia alimentos em conserva — os mais saborosos e com melhor prazo para consumo da região —, e misturas de ervas de receitas homeopáticas que criava, o que ela considerava sua verdadeira vocação e profissão.

Cada alimento que sua família plantava, tratava-o como um cadáver a ser autopsiado e dissecado, examinava cada parte, cozinhava, fritava, triturava, extraía sumos, extratos e sucos. Fora assim que, por conta própria, produzira amido de milho, com ele preparava mingau para os sobrinhos, uma descoberta que se espalhara pela região ao longo dos anos, uma vez que era um alimento barato, de fácil cultivo e muito nutritivo.

Sanem também fabricava e vendia velas. As dela eram únicas, feitas de cera extraída de nozes ou de outras plantas. Eram mais agradáveis devido à fragrância que exalavam, perfumando os ambientes, além da função primária de iluminar. Algo inovador naquela província, uma vez que as velas eram feitas, no geral, de banha de porco.

Começara a se interessar por alquimia ainda criança, após ler na biblioteca dos Camponelles sobre Arquimedes e sobre Cleópatra, com um interesse maior pela soberana egípcia, já que ela fazia perfumes, assim como a personagem da história que sua mãe lhe contava sempre, A Camponesa Perfumista. Já o interesse pela homeopatia se intensificara após a perda do irmão.

O desenho era um dom natural; a poesia era decorrente de um grande amor associado à sua alma sensível e criativa, inclinada às artes. A costura era um ofício aprendido, um talento decorrente da observação diária, prática e aprimoramento; os dotes alquimistas e homeopáticos eram frutos de sua mente curiosa e privilegiada; e os inventos faziam parte de sua personalidade empreendedora e engenhosa, sempre com soluções criativas e muitas ideias. Uma autodidata com múltiplas aptidões.

A maioria das famílias usavam o urinol, mas Sanem dera a ideia de um cômodo com latrina na parte dos fundos da casa. Consistia em dois buracos bem fundo no chão com uma cadeira de madeira sem a parte central do assento, a chamada cadeira sanitária. Colocavam uma tampa sobre os buracos no chão para conter o odor, além de tempos em tempos jogarem um pouco de terra para cobrirem os dejetos. Também havia no local bacia para higiene íntima, que era usada para lavar as partes após usar a latrina. Colocara plantas aromatizantes, estabelecendo um sistema de rodízio com trocas diárias. Na verdade, uma absorvia odores ruins, e a outra exalava um perfume agradável. Depois, com seus estudos sobre a alquimia de Cleópatra, fizera velas aromáticas.

Ao lado foi feito o quarto de banho, com uma tina redonda de madeira, bacias, jarros e mais uma cadeira sanitária, contudo, com urinol embaixo, caso precisasse no decorrer do banho. Eram luxos já existentes, mas ainda não comuns em seu país e não utilizados em sua província. Tais ideias surgiram da mente de Sanem sem que ela tivesse conhecimento prévio a respeito, apenas pareceu para ela tudo muito lógico. E todas essas ideias, com novos aperfeiçoamentos, foram implementadas depois na fazenda Camponelle a pedido deles.

Certo dia, brincando com os sobrinhos, uma ideia lhe ocorreu.

Eureka!... Eureka! — gritava pela propriedade, deixando cair ao chão o regador com o qual molhava os sobrinhos, dizia que as plantinhas, os sobrinhos, deviam ser regadas.

Foi assim que instalara um chuveiro de regador no quarto de banho, dentro da banheira, preso à parede por uma engenhosidade simples, contudo, bem inteligente. Puxava uma cordinha e o regador virava, também era possível enchê-lo facilmente.

Se ela tinha algum defeito? Um dos mais latentes era a falta de pontualidade. Não se engane, pode parecer uma falta banal, mas, além de eventualmente resultar em consequências graves, pode também qualificar uma pessoa como negligente, descompromissada, desrespeitosa, irresponsável e até mesmo soberba. Boa parte do tempo faltava com a palavra em chegar em determinada hora.

Esforçava-se por vencer essa falha, mas suas confabulações internas, ideias e criações eram como teias, a única coisa capaz de tirá-la delas de forma completa e imediata era a presença de Juan Camponelle. Diante dele, as fórmulas desapareciam; sua devoção pela alquimia, pela homeopatia, pelas descobertas e pelas invenções se desintegrava. Queria lhe sarar as feridas, alimentá-lo bem, vesti-lo bem... e manter-se bela para ele. Ele era a causa primeira de todas as coisas.

Sempre fora apaixonada por ele, desde tenra idade, apesar dos mais de dez anos de diferença. Sua primeira lembrança era de Juan Camponelle, ela tinha menos de três anos. Para ela, ele parecia um herói de conto de fadas, um gigante guerreiro invencível. Fora esse o sentimento, e que mais tarde se convertera em palavras. Brincava com Anna quando levara um tombo, então ele surgira de repente e a pegara no colo, enxugando suas lágrimas e dizendo que tudo ficaria bem.

Eu estou aqui — dizia ele enquanto a acalentava.

Tais palavras foram como remédio. Desde aquele dia, Sanem passara a ter a necessidade da presença dele para sentir-se bem e segura. Sempre que não se sentia bem, corria para a casa dos Camponelles, todos achavam que era por conta de Anna, mas era por Juan. Sempre ele.

Dias após o enterro do vizinho Justinianno Camponelle, resolveu passar a madrugada acordada testando em si mesma a fórmula de uma pomada cicatrizante, um experimento de anos, à base de folhas de mamona, havia uma pequena plantação no rancho.

Soube que Juan retornaria, e mais do que nunca quis a glória de um invento significativo, claro que não apenas em prol da admiração dele, mas decerto era uma das motivações.

Diferente dos alquimistas do passado, não julgava ser capaz de resolver o problema da morte, mas poderia atenuar algumas moléstias físicas, era um consolo. Quem sabe um dia conseguisse retardar o envelhecimento para que casais apaixonados vivessem por mais tempo o estado de paixão da juventude? Pensava nos recursos medicinais para cuidar melhor de Juan e de seus futuros filhos. E claro, pensava também no benefício que essas descobertas trariam para as demais pessoas.

— Preciso acrescentar algo que acalme a pele — concluiu ela ao notar que o medicamento causava irritação cutânea. — Mas o quê?

Sanem andava de um lado para o outro, folheando o caderno onde anotava suas observações científicas, descobertas e fórmulas.

— Pai das Luzes, Senhor da Sabedoria, suplico que me ilumine. — Ela apanhou algo imaginário no ar e o levou até o topo da cabeça, como se a resposta que ela precisava pudesse ser internalizada por osmose.

Ficou em silêncio por alguns segundos, os olhos fechados, mas nada lhe ocorreu. Estava mentalmente cansada. Abriu a janela do casebre e suspirou fundo, tragando o ar da noite como se aquilo pudesse lhe refrescar o tutano. Era possível, mesmo na escuridão, ver seu jardim amarelo, de calêndulas, flor de camomila e girassóis.

Olhai os lírios do campo...

Lírio? Não tenho lírios aqui.

Ela deu algumas pancadinhas na cabeça.

— Acho que preciso mesmo é de umas boas horas de sono.

Seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor...

Então um ar quente baforou no rosto dela.

— Flor, erva seca... quente, aquecidas... — Voltara a andar de um lado para o outro. — Bebida quente... infusão... — Ela olhou em volta. — Eureka! — gritou a alquimista, indo até o pequeno vaso com flores de calêndulas que colhera de seu jardim.

Sanem bailou pelo diminuto espaço com o recipiente elevado acima de sua cabeça. A gatinha que sempre lhe fazia companhia se enroscou em suas pernas ronronando. Tinha uma aparência muito peculiar, a pelagem era preta na maior parte, mas ao redor dos olhos era branco, como se usasse máscara, assim como as orelhas e a cauda.

— Oh! Claro, claro... Perdoe-me, dona Arquimedes, minha fiel escudeira não pode ficar de fora da comemoração. — Ela a pegou no colo.



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