Examinando com minúcia as linhas em seu rosto e os contornos acentuados em um indicativo de idade, Diva selecionou os produtos necessários para o cuidado da pele para a sessão individual que marcava sempre que necessário — uma das coisas que aprendeu a se providenciar. Cantarolou a medida que executava o procedimento da máscara e leu a embalagem para verificar quando teria que removê-la antes de ir para o próximo passo nas instruções.

Saiu do banheiro e se sentou no sofá, aproveitando para folhear uma revista jogada a toa na mesa.

— É raro ver esse lugar silencioso. — Dante comentou ao descer as escadas, se espreguiçando. — Ei, doçura, o que está fazendo... — assim que o escutou chamá-la, Diva se virou e o meio-demônio paralisou com a expressão mais inicialmente confusa possível ao reparar na esquisita marca que o produto deixou transformando quase numa figura fantasmagórica que derretia.

— O que foi?

— O que é isso na sua cara? É um daqueles produtos femininos estranhos? — indagou, analisando a peculiar forma que se moldava na jovem.

— É uma máscara facial, Dante. — riu com a curiosidade do caçador, deixando a revista no lugar. — Quer experimentar? Você está precisando até mais do que eu.

Dante esfregou a barba mal feita, cogitando todas as possibilidades antes de dar uma resposta definitiva.

— Não parece ruim — se aproximou, tocando o creme ainda mole. — Vamos ver como funciona esse negócio.

Com um leve sorriso, ela fez o caçador sentar preparando outra remessa da máscara. Amarrou o cabelo do meio-demônio, que já estava relativamente longo, e prendeu alguns fios com presilhas antes de passar, com delicadeza, o creme, massageando alguns pontos da face dele durante todo o serviço.

— Agora entendo a razão das mulheres fazerem tanto. — brincou, se acomodando no encosto do sofá. — É um pouco estranho, mas não tanto quanto imaginava.

Diva o imitou, desfrutando da companhia do namorado.

— Podíamos fazer disso uma rotina. — sugeriu, lembrando de incluir Vergil também em algum momento.

— Eu não vejo nenhum problema... Só me diz uma coisa — Dante a encarou. — Quando vai chegar na parte que comemos a máscara?