Princesa do Papai (Parte II)
[Dante e Diva | Comédia | Dinâmica Familiar]
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Estava mais que satisfeita de dar uma pausa na correria do dia a dia para visitar meus pais depois de meses ausente resolvendo assuntos pendentes — que se resumiam em ataques inoportunos de demônios, entidades ancestrais e mortos retornando a vida. Detalhes que, como uma filha sensata que não quer matar os próprios progenitores com o susto dessa rotina maluca, omiti para que o momento em família não virasse um interrogatório constrangedor.
Tinha que ponderar certos aspectos da minha convivência com Dante para não gerar uma preocupação desnecessária e, como só tinha tempo para esses eventos em poucas ocasiões, a última coisa que queria era desperdiçar o esforço de todos os envolvidos.
Arrumei a mesa junto do meu pai, revezando entre organizar os pratos e os talheres. Geralmente meu pai que preparava toda comida por ele amar cozinhar, sobretudo, em eventos de reunião familiar.
Dante interagia com minha mãe e torcia mentalmente — porque sabia que ele me ouviria — que não contasse nada comprometedor pra ela. Ele sorriu com o charme característico que somente ele possuí.
Meu amado Devil Hunter conseguiu a proeza de conquistar, não somente a aprovação dos meus pais, como também a amizade deles, o que me fazia ter certeza de que esse relacionamento estava indo no caminho certo.
— Aqui, princesa. — meu pai me entregou as taças e a garrafa de vinho para oferecer a mamãe e Dante.
— Pai! — corei com o apelido infantil que ele usava comigo. Depois da primeira vez que ele falou na frente do Dante, o miserável não parou de brincar com isso durante uma semana inteira para minha completa consternação.
— Vai, querida! — ele insistiu, rindo
Fui até a sala e entreguei a taça para cada um, tratando de colocar vinho pra cada um, o que não seria uma tarefa difícil se Dante não tivesse me encarando com aquele olhar cármico. Senti o rosto queimar e acabei derrubando a bebida na calça dele — de propósito ou não deixo essa interpretação pra cada um.
— Devia prestar mais atenção, Ivy. — mamãe me censurou. — Assim seu namorado não terá uma roupa pra dormir.
— Não se preocupe, ele tira isso de letra, afinal ele dorme pelado.
Quando me dei conta do que acabara de revelar na frente da minha mãe, que era uma mulher rigorosa, soube que não teria para onde fugir. Ela não era uma pessoa conservadora, mas acreditava que ter um relacionamento poderia desviar o foco da minha carreira, já que não gostou muito de que não me concentrasse na pós graduação.
— Como você sabe, querida? — mamãe proferiu cada palavra cuidadosamente, um sinal de que ela estava chateada.
Muito chateada.
— Eu... Fiz uma suposição. Não é como se dormíssemos juntos nem nada do tipo...
Quanto mais falava, mais me enterrava nessa teia de confusão. Simplesmente desisti de explicar e aguardar a tormenta.
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