De V para Vergil
"Você ainda me amaria se eu não fosse mais eu?"
Essa questão assombrava V.
[V e OC/Leitora & Vergil | Romance | Angst |10/04/2019]
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– Você ainda me amaria se eu não fosse mais eu? – V era versado no quesito utilizar metáforas e outras estruturas de linguagem para se comunicar, mas pela primeira vez desde que o conheceu, não soube realmente o que ele quis dizer com aquela estranha pergunta. Havia uma sombra traiçoeira esgueirando-se nos olhos verdes que tanto adorava, não era ameaçadora, e podia identificar através deles o pesar e o medo.
Franziu a testa, confusa.
– Amaria, V. Meus sentimentos por você nunca mudariam. – garantiu, afugentando o temor que emergiu em seu interior. Cada frase do erudito invocador soava como um prenúncio do fim.
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Vergil estudou a expressão devastada da mulher prostrada a sua frente. Sem intenção nenhuma de disfarçar seu frenesi, o olhar febril da jovem, transmitindo dor quase palpável, procurava nele traços de seu amor perdido. Ele viera vê-la como a peça na qual se ligara como V, uma parte que seu alter ergo humano considerava fundamental – alguém que amava. Aquele sentimento traidor que compartilhava com o poeta confrontou-se com a verdade dolorosa: não existia reciprocidade.
Não tiraria a razão dela para o detestar.
– Eu não posso – murmurou com a voz embargada. – Você me tirou quem eu mais amava. Não posso. O V se foi, não pude e nem poderei cumprir minha promessa.
Sem dizer mais nada, o meio-demônio, sentindo-se decepcionado – fraco e patético por ter se permitido sucumbir aquelas emoções humanas –, partiu dali rompendo a última linha que o atava a V.
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