Diva se deliciou com a fatia que sobrou e que, por sorte, subtraiu dos gêmeos antes que um deles o reivindicasse para si ou se degladiassem para obtê-lo – conhecendo a rivalidade das duas figuras não seria um cenário tão distante da realidade. Recebeu um olhar desconcertado de Dante ao sorrir vitoriosa com o prêmio tão almejado sendo saboreado pelo seu paladar apurado. 

Pegou o recipiente de ketchup e passou um pouco sobre a ponta da fatia sob a vigilância perplexa do caçador, ele a encarava como se tivesse, não apenas roubado sua pizza, como se tivesse cometendo o pecado mais hediondo, tanto que nunca o vira com tais feições.

– Doçura, o que está fazendo? – inquiriu.

– Não é óbvio? – franziu o cenho. – Pondo ketchup na pizza.

– Você vai mesmo fazer isso?

Diva estranhou o tom decepcionado dele, um tanto depreciativo.

– Qual é o problema, Dante?

– Você colocar ketchup na pizza.

– Sério? – bufou. – Você está reclamando por uma besteira. Não é como se eu não misturasse as coisas para elas ficarem melhores, sempre fiz isso. Não é novidade. – fez uma careta. – Inclusive já coloquei chocolate no seu... – Dante cobriu a boca da mulher antes que ela soltasse informações demasiadas.

– Me poupem dos detalhes sórdidos. – Vergil crispou os lábios com repulsa evidente.  

– De todo modo, vou continuar comendo e... – mortificada, percebeu que a fatia que não estava mais em sua posse e viu Vergil terminar de comê-la sem cerimônias. – Vergil! Era minha pizza!

– Vocês perdem tanto tempo com bobagens que não deveria estranhar que algo acontecesse. – disse indiferente.