#2
O que é o amor?
Essa é uma pergunta difícil de responder, porque o amor é abstrato.
É fácil descrever um crocodilo. Ou definir o ato de respirar. Até mesmo “sístole” e “diástole” podem ser caracterizadas por palavras, mas o amor não. Digo mais: De todos os sentimentos, o amor é deles o mais confuso.
O que sente raiva sabe identificá-la, e sabe os motivos que a trouxeram; O mesmo serve para o que sente alívio. E isto vale para quase todos os sentimentos: Dor, alegria, mágoa, euforia…
Mas não para o amor.
Talvez seja por isso que se assemelha tanto ao ódio, seu direto oposto, mas também seu irmão. Ambos nascem da mesma mãe, a irracionalidade; E por isso talvez seja tão difícil entender qualquer um dos dois.
Mas, afinal… O que é o amor?
O amor é dor. É angústia. É mágoa. É satisfação. É alegria. É euforia.
É tudo junto e ao mesmo tempo tudo separado.
É temer. É zelar. É querer, e ao mesmo tempo não querer.
Sei que estou amando quando perco controle da minha racionalidade e sinto meu corpo trabalhar contra minha vontade. Quando encaro teu belo rosto e sei que não há defeito algum para que eu possa contemplar — Pois seus defeitos tornam tudo mais brilhante.
Sei que estou amando quando me cativas sem sequer estar presente. Quando me fascinas com tudo o que fazes e pensar em teu nome me dói a alma.
Se teu sorriso ilumina meus sonhos, é porque estou amando.
E nada me maravilha mais do que o amor que não precisa de resposta. O amor que não precisa partir de ambos os lados para existir.
Ele apenas existe.
Traz sofrimento para o sonhador solitário, é verdade; Nada dói mais do que o amor.
Mas, ao mesmo tempo, é lindo.
Se te quero ao meu lado independente do que te faça feliz, não amo; Sou possessivo.
Se dependo de teus toques, beijos e carícias, não amo; apenas desejo.
Se desejo o pior para ti, não amo; sou vingativo.
Mas se quero o teu sorriso, e apenas teu sorriso; Se quero ouvir a tua doce risada, ainda que de longe; Se me encanto com teu jeito de ser e de me cativar; Se sinto teu coração vibrando, ainda que não seja para mim, e me alegro…
Então amo.
Amor não é posse. Amor não é controle. Amor não se resume a desejo.
O amor é apenas o amor.
E quando sinto o leão da minha paixão rugir ao longe, meu coração dispara, pois é isso que é amar. É se entregar sem saber se receberá de volta, é sonhar sabendo que os sonhos não se cruzam.
E isso machuca, dói, arde; Ninguém jamais disse que amar seria fácil.
Queria que fosses feliz ao meu lado.
Que teus beijos e carícias me acompanhassem quando vou dormir.
Que meus sonhos cruzassem os teus e que teus olhos se fixassem nos meus.
Mas não sou o dono do mundo e certamente não controlo tuas emoções.
E nem as quero. Como eu disse, amor não é controle.
Desta forma, espero apenas vê-la feliz independente do que eu faça.
Porque minha felicidade depende da sua.
E se estás feliz, eu estou.
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