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🏠Our Love Written On The Walls - Kavehtham🏠

Sinopse: Para Alhaitham, Kaveh o odiava tanto quanto ele mesmo o repudiava, e a paz entre eles parecia inalcançável mesmo ambos morando na mesma casa, mas milagres podem sempre acontecer, não é?

[P.O.V Autora]

Para Kaveh e Alhaitham, suas manhãs eram sempre iguais e começavam sempre de uma maneira bem incomum entre pessoas normais: Com brigas. Seja pelo que for, uma louça não lavada do dia anterior, uma roupa jogada pela casa, livros bagunçados, projetos em vários papéis jogados pelo chão, praticamente tudo era motivo para uma briga ou provocação entre eles, nada passava sem uma pequena discussão, porém nada se comprava com a fatídica briga para decidirem quem iria usar a água quente no banheiro primeiro, ah, este impasse ocorria todas as manhãs em que acordavam no mesmo horário, o que claro, era quase sempre. A água quente disponível no banheiro era sempre reposta pelos canos da cidade à cada hora, então se uma pessoa quisesse tomar um banho quente logo após a outra, teria que esperar mais uma hora. Claro que Alhaitham e Kaveh poderiam resolver isso de forma simples se fossem racionais e sentassem para organizarem bem os horários que iriam acordar e tomar banho, poderiam até fazer um sistema de rotação, onde um tomaria o primeiro banho quente num dia e no outro o próximo tomava, mas não, definitivamente não, aqueles dois viviam em pé de guerra e a paz entre eles de fato era inalcançável.

Todas aquelas brigas um dia não foram nem imaginadas por ambos. Antigamente, costumavam ser ótimos amigos, estudaram juntos por boa parte da juventude deles, e puderam trabalhar em incontáveis projetos juntos, mas tudo isso mudou quando em um desses projetos, suas idéias não se batiam de jeito nenhum, eram perspectivas tão diferentes como água e óleo, e um debate de idéias levou a uma briga sem tamanhos e logo à quebra da amizade deles. Mesmo após terem acabado com seu relacionamento de amizade, ainda tinham respeito e consideração um pelo outro, e não tinham costume de se provocarem sempre, no entanto como nada está sujeito ao imutável, logo as coisas começaram à ficar pesadas financeiramente para Kaveh, um arquiteto de nome, porém que há tempos não tinha uma grande comissão, e com isso sua Mora foi pouco à pouco acabando, e sua mente perturbada foi se afundando nas bebidas cada vez mais, e por mais que Alhaitham o odiasse, não era um monstro. Sua casa era espaçosa e bem vazia às vezes, então não teria problema deixar Kaveh morar de aluguel por um tempo indeterminado até que ele se reestabelecesse, e inevitavelmente acabamos na situação atual.

─ Kaveh! Eu já disse mil vezes para não deixar seus projetinhos jogados pela sala! ─ Alhaitham gritou entrando no quarto furioso com vários papéis em mãos. ─

─ Eu só vim buscar outro lápis para terminar isso! Não pode esperar nem um minuto?! ─ Reclamou já fardo daquelas reclamações. ─ E o que você quer dizer com "projetinhos"?!

─ Você sabe bem o que eu quero dizer. ─ Alhaitham deixou os papéis na escrivaninha do loiro e cruzou seus braços à frente do outro. ─

─ Não, não sei, por favor fale na minha cara se tiver coragem!

─ Quero dizer que são projetinhos inúteis de um arquiteto falido que não consegue ter nada aprovado. ─ Continuou o provocando, se divertindo com a feição irritada do loiro. ─

─ Escuta aqui, Alhaitham, eu estou tentando, okay?! Não é tão fácil assim...─ Afirmou com a voz mais alta, se aproximando perigosamente de Alhaitham, cruzando seus braços também e tentando parecer mais intimidador, mesmo que fosse menor que o acinzentado em todos os sentidos. ─

─ Ah claro, está tentando como? Se embebedando, voltando tarde da noite cambaleando e falando asneiras?!

─ Alhaitham... ─ Alertou. ─

─ O que foi? Não gosta da verdade? Você já foi muito melhor, e agora vive projetando prédios e casas falidos e bebendo até perder a consciência!

─ Porque você não cala a boca?! ─ Explodiu de uma vez, deixando pela primeira vez em uma briga entre eles suas lágrimas escaparem, assustando Alhaitham. ─ Me perdoe se eu não sou tão bem sucedido quanto o Grande Sábio Interino! Eu estou tentando de verdade! Enquanto você tem seu sono da beleza, eu passo a noite acordado trabalhando em projetos que provavelmente serão declinados, mas eu ainda não desisti! Você acha mesmo que eu gosto de me ver nesse estado?! Eu queria poder me apoiar em outra coisa ao invés da bebida, mas o único amigo que eu confiava para ser meu confidente me trata como uma mera barata em seu caminho à perfeição e arrogância! ─ Kaveh soltou suas verdades quase sem pausas para respirar, soluçando em meio ao choro raivoso e falando coisas tão fortes que Alhaitham finalmente notou que havia passado dos limites, nunca havia visto Kaveh assim, e não sabia como reverter aquilo. ─

─ Kaveh, me perdoe, eu...

─ Você o que? Vai pedir desculpas falsas para depois voltar à mesma grosseria de sempre?! Você me cansa, Alhaitham, estou fardo disso. ─ Interrompeu sem se preocupar em ser educado. Aquela situação já estava demais para Kaveh, ele precisava esfriar a cabeça para depois pensar no que faria, então, o loiro pegou sua carteira e colocou no bolso, andando até a saída. ─

─ Kaveh! Espere! Aonde vai? Kaveh, me responda! ─ Alhaitham pedia andando até ele, segurando sem força em seu braço, apenas para o fazer olhar, ele não sabia o que fazer, suas brigas nunca tinham chegado à este patamar desde o fatídico dia do fim da amizade deles. ─

─ Só me deixa em paz um pouco, por favor. ─ Pediu com a voz embargada pelo choro. ─

Alhaitham não contestou mais e viu Kaveh saindo completamente abalado de casa, sem nem se quer olhar para trás. O acinzentado suspirou frustrado e chutou uma cadeira de madeira que estava ali perto, fazendo a mobília cair à pelo menos um metro de distância dele. Alhaitham sempre provocava o loiro com tais brincadeiras, entretanto, ele sabia que havia pego pesado demais daquela vez, aquilo havia passado do ponto de provocações para humilhações, tocou sem dó numa ferida aberta e sangrando de Kaveh. Ele sabia como o loiro havia ficado com o fim da amizade deles e sabia de todos os problemas financeiros que ele havia passado ao não ter mais seus projetos aceitos sem motivo aparente, porém não imaginava que aquilo o afetava tanto ainda, que idiota, ele deveria ter imaginado que uma situação complicada como está o afetaria por muito tempo ainda.

Alhaitham andou em círculos na sala de estar por alguns minutos, rezando para Lorde Kusanali lhe abençoar e lhe dar uma grande idéia para corrigir toda aquela situação que ele havia criado, e antes mesmo que pudesse terminar suas preces, uma idéia lhe veio à mente, se todos os projetos de sábios, sejam aqueles das áreas biológicas, botânicas, mecânicas e até mesmo arquitetônicas, passavam pela aprovação da Academia e dos grandes sábios, mas nada de Kaveh havia chego até ele ainda, muito menos à outros em seu patamar, a resposta para tantos "Não's" dados à Kaveh deveria estar lá, e como Grande Sábio Interino, não havia nada que Alhaitham não pudesse conseguir, então lá estava seu plano, iria à Academia descobrir o que estava acontecendo. Já Kaveh, andava pelas ruas de Sumeru com os olhos banhados de lágrimas cristalinas, descendo pelo seu rosto e pingando em suas roupas, porque Alhaitham precisava ser tão grosseiro? Ele não via todo o seu esforço para conseguir um pouquinho de Mora todo mês? Ele estava se desgastando cada dia mais, e tudo o que conseguia eram pequenas comissões que não pagavam nem seu aluguel direito, e mesmo com isto, o acinzentado parecia se fazer de cego para suas noites em claro e seus esforços múltiplos mesmo em meio ao fracasso iminente. Kaveh seguia andando apressado até seu lugar preferido na cidade quando sentiu seu corpo trombar com outro.

─ Ah! Mil perdões, senhor... ─ Kaveh já estava pronto para pedir mais desculpas quando viu de quem se tratava. ─

─ Kaveh! Quanto tempo! ─ Tighnari o cumprimentou animado, e logo o loiro pode notar a presença de Cyno atrás do patrulheiro, afinal, aqueles dois nunca se desgrudavam ainda mais depois de terem iniciado aquele relacionamento. ─ Ei, o que houve? Você parece meio abatido...

─ Nari! Cyno! Graças aos Arcontes, eu precisava mesmo de alguns amigos para beber e chorar hoje. ─ Disse de forma dramática, mas verdadeira, sorrindo sem graça. ─

─ O que aconteceu? Alhaitham de novo? ─ Cyno questionou, trabalhava a tempo suficiente com o Grande Sábio para saber que ele não era alguém fácil de se lidar. ─

─ Exatamente, mas dessa vez, as coisas escalonaram rápido demais.

─ Que tal conversarmos sobre isso na taverna? ─ Tighnari sugeriu. ─

Kaveh assentiu sem muito ânimo, indo com o casal de amigos até o bar aonde afogava suas mágoas diárias. O loiro preferia beber com Cyno e Tighnari do que beber sozinho, afinal, eles pelo menos poderiam cuidar dele quando já estivesse completamente embriagado e sem forças para se sustentar em pé. Nari sempre lhe acompanhava na taverna, mesmo com ele bebendo pouco e contido por ser extremamente fraco para bebidas, geralmente um copo cheio já o deixava cambaleando e completamente sem rumo, então Cyno era quem o carregava para casa nas poucas vezes que o patrulheiro bebia, afinal, o General Mahamatra se recusava à beber qualquer coisa que pudesse lhe tirar dos eixos, precisava estar sempre atento independente do lugar, e quando estava com Tighnari, seu cuidado tinha que ser em dobro. Kaveh apreciava a relação deles, se davam muito bem desde a época de estudos na Academia e não era de se impressionar que estivessem juntos hoje em dia, o arquiteto desejava um dia ter um relacionamento como o deles, porém todo o universo parecia conspirar contra ele... E mais um motivo se acumulava para Kaveh afogar suas mágoas na bebida.

─ Duas taças de vinho, por favor. ─ Tighnari pediu ao barista, se sentando na mesa ali perto junto com Kaveh e Cyno. ─ E então? O que foi desta vez?

─ Alhaitham é um babaca. ─ Começou já irritado e magoado por se lembrar das palavras do Grande Sábio. ─ Ele sempre faz piadinhas sobre cada passo meu, mas nunca chegou a me ofender assim, ele simplesmente disse que estou nessa situação porque eu não tenho talento e não quero melhorar! Por acaso ele pensa que estou confortável morando de aluguel com ele sem ter outra opção?! Eu estou trabalhando duro em tantos projetos que estou perdendo minhas contas já, mas nada parece o suficiente para a Academia, tudo é declinado, nada mais meu é aceito! Eu não sei porque isso ainda acontece! ─ Kaveh, que até então estava debruçado na mesa, pegou sua taça de vinho e agradeceu ao garçom, já bebericando o líquido vermelho. ─ Eu já tive meus dias gloriosos, e agora viro noites criando projetos e bebendo para esquecer os problemas!

─ Alhaitham é realmente um idiota, ele fala coisas sem pensar nos sentimentos dos outros, se quiser, posso ir lá socar aquela cara arrogante dele, não seria nenhum esforço. ─ Cyno afirmou, levando um leve tapa de Tighnari. ─

─ Acho que não precisamos de violência, vamos apenas relaxar e deixar Kaveh desabafar o que precisa e vamos aproveitar a noite depois! ─ Tighnari aliviou o clima, abraçando o loiro lateralmente, arrancando um sorrisinho deste antes de levantar sua taça para um brinde. ─ Saúde!

[...]

Em questão de algumas horas, Kaveh já havia dado todo tipo de apelido pejorativo à Alhaitham, se sentindo cada vez mais bêbado com o vinho forte que havia pedido logo após a primeira taça, mas não bêbado o suficiente, ele precisava ocupar sua mente com algo que não fosse a dor da tristeza em seu âmago. Tighnari não estava diferente, tendo bebido apenas uma taça de vinho, já se encontrava alterado o suficiente para perder um pouco do seu filtro e simplesmente se acomodar no colo de Cyno, algo nada comum, pois Nari não tinha costume de demonstrar afeto em público com o namorado, entretanto, quando o patrulheiro bebia uma gota de álcool se quer, já se soltava muito mais. Cyno era o único sóbrio dos amigos, se preocupando em cuidar para Kaveh não se embebedar ao ponto de ter um coma alcoólico e confortando Tighnari que implorava por atenção em seu colo, balançando sua cauda para lhe chamar a atenção. Enquanto o casal aproveitava sua bolhinha de amor ao ouvir Kaveh, o mesmo continuava à reclamar do motivo de suas frustração e de seus problemas financeiros enquanto pensava em como desejava ter algo como o que Cyno e Tighnari tinham, o relacionamento deles era invejável, a forma com que o General Mahamatra protegia Nari com sua vida, e o loiro queria alguém para cuidar de si assim.

─ Por que eu não posso ser feliz também?! ─ Kaveh perguntava aos ventos, estava bêbado, de fato, mas não fora de si, ele era resistente à álcool, só algumas taças do vinho mais forte da taverna não seriam o suficiente para lhe deixar realmente descontrolado. ─ Eu só queria alguém para chamar de meu amor! Mas tudo o que tenho é um idiota me xingando pelos cotovelos!

─ Haha! Então você gosta do Alhaitham? ─ Tighnari perguntou risonho, apenas querendo provocar Kaveh. ─

─ Que droga! É tão óbvio assim?! E aquele idiota é lento demais para se quer perceber! ─ Kaveh se debruçou na mesa e resmungou. ─ Mas como ele saberia? Vivemos em pé de guerra, e por causa do meu orgulho idiota, eu não posso admitir nada para ele! E mesmo que eu fizesse isso, ele nunca corresponderia!

─ Ah pare de ser tão ingênuo. ─ Cyno comentou. ─ Posso não ser próximo de Alhaitham, mas algumas atitudes dele com você são... Questionáveis. Apesar de ele sempre ficar te provocando, ele sempre vêm perguntar ao Nari como você está depois de brigarem e pede que cuidemos bem de você.

─ Como assim...?

─ Kaveh! ─ Alhaitham entrou na taverna com a respiração desregulada, estava aparentando ter corrido bastante e por algumas horas. ─

─ Alhaitham?! O que faz aqui?! Não deveria estar fazendo algo importante como o Grande Sábio Interino? ─ O loiro questionou com sarcasmo, continuando debruçado na mesa. ─

─ Eu precisava conversar com você.

─ Sobre?

─ Eu queria... Queria me desculpar... ─ Alhaitham dise baixo enquanto se aproximava da mesa que os amigos se encontravam. ─

─ Você? Se desculpar? Primeiro, porque? Segundo, como pretende se desculpar depois de pegar a minha dignidade e pisar com seus sapatos caros?

─ Podemos conversar lá fora? Por favor, só cinco minutos, eu só quero te contar algo, você nem precisa me desculpar se não quiser. ─ Kaveh pareceu ficar pensativo, divagando longe antes de lhe dar uma resposta. ─

─ Cinco minutos e só.

Kaveh se levantou meio tonto e se despediu de Tighnari e Cyno, recebendo um aviso do general para que se cuidasse e chegasse bem em casa, ainda o informando que ficariam na Cidade de Sumeru em uma casa alugada para caso houvesse algum novo problema entre Kaveh e Alhaitham e que qualquer coisa ele poderia correr para a casa do casal. O arquiteto não poderia estar mais feliz por ter amigos tão preocupados consigo e seu estado mental, até Tighnari que estava completamente avoado, avisou que Kaveh poderia sempre contar com ele e que se ele precisasse, daria uma bela surra em Alhaitham, claro, falando tudo isso abertamente pelo efeito do álcool, o contido Tighnari que conheciam nunca iria se quer pensar em bater em alguém sem grandes motivos. Enquanto Tighnari e Cyno seguiam para uma direção da rua, com o general carregando o menor em seus braços, Kaveh e Alhaitham seguiam para um local mais reservado atrás da taverna para finalmente colocarem todas as cartas na mesa.

─ E então? Comece. ─ Kaveh exigiu. ─

─ Tudo bem, olha, antes de tentar me desculpar, eu preciso te dizer que descobri o porque de seus projetos nunca serem aprovados e sempre serem declinados. ─ O loiro sentiu seu coração bater mais rápido, ficando ansioso com o sentimento de esperança ressurgindo em si. ─ Enquanto Lorde Kusanali estava fora do comando, a Academia cortou diversas idéias que fossem consideradas inovadoras demais, eles queriam manter a tradição de Sumeru, e por isso criaram uma lista de arquitetos, artistas, escritores e muitos outros tralhadores que deveriam ter seus projetos barrados sem passarem ao Grande Sábio. E mesmo depois da volta da Lorde Kusanali, esse decreto acabou sendo esquecido e continuava em vigor por algum motivo. ─ Alhaitham soltou tudo de uma vez. ─ Mas eu acabei de voltar da Academia e abolir isso.

─ Você... Você o que? ─ Kaveh mal respirava, sentindo lágrimas inundarem seus olhos. ─

─ Seu nome e seus projetos não serão mais barrados, e eu tomei a liberdade de pegar um dos seus últimos grandes projetos no seu escritório e enviar para análise, ele foi aprovado.

Haitham isso é incrível... ─ O loiro já chorava aliviado, nem se importando ao usar o velho apelido do acinzentado, tanto tempo com problemas financeiros e finalmente tudo seria resolvido... Um projeto seu já havia sido aceito, nunca havia sido sua culpa, era tudo por causa de um decreto idiota, e agora... Alhaitham tinha resolvido. ─ Porque? Porque fez isso por mim?

─ Eu precisava de uma maneira de me desculpar e também pensei demais nas suas palavras. Você não é um fracasso, okay? Me perdoe por tudo o que eu falei. Eu disse mais besteiras do que deveria, na verdade, eu não deveria ter falado nenhuma delas. Você é esforçado, é claro que eu vejo seu empenho, quantas vezes eu não te vi dormindo no escritório em cima de seus projetos? Quando éramos jovens, você era bom demais no que fazia, sempre dando idéias tão geniais que eu não podia chegar nem aos seus pés, e eu fiquei... Fiquei... Com inveja, e cometi o erro de afastar você anos atrás. E confesso, fiquei minimamente feliz quando vi seu fracasso momentâneo, mas isso logo se tornou algo que me entristecia, eu queria te ajudar, mas não sabia como e nossa amizade já parecia morta à tempo demais para reparos. ─ Alhaitham soltou tudo de uma vez, sem qualquer coragem de olhar nos olhos de Kaveh, apenas sabendo que este chorava e soluçava à sua frente. ─ Eu precisei te afastar por também não conseguir me controlar...

─ S-Se controlar? Com o que? ─ O loiro questionou se recuperando do choro de alívio, entretanto sua ficha ainda não havia caído completamente. ─

─ Kaveh, além da inveja que eu sentia por você, eu me sentia diferente com você, me sentia bem apesar de tudo, eu estava me apaixonando por você, e não queria deixar isso acontecer, por puro orgulho. ─ Alhaitham se aproximou de Kaveh e segurou seu rosto banhado em lágrimas. ─ Eu fui tão idiota, por favor, me xingue do que quiser, me humilhe, acabe comigo, pode até me bater se desejar, mas por favor, vamos acabar com essa guerra entre nós. Eu sinto sua falta, Kaveh, por favor vamos dar um fim nisso, eu te imploro.

─ Haitham, eu também sinto sua falta. E pelos Arcontes! Eu gostava de você à tanto tempo e você sendo um completo idiota que não percebia! ─ Kaveh brincou e tornou-se à gargalhar quando viu a feição surpresa de Alhaitham, enrolando suas mãos nos fios cinzentos deste enquanto as mãos dele iam até sua cintura. ─ Então, podemos fazer um acordo de paz agora? Com direito à um beijo para selar o acordo?

─ Kaveh, o quanto você bebeu? ─ Alhaitham não era alguém que ria fácil, mas lá estava ele sorrindo e rindo bobo pelo loiro meio alterado e romântico ao estilo dele. ─

─ Não muito, apenas o suficiente para decidir lidar com todas essas novas informações amanhã e focar agora só na sua boca. Sabia que você tem uma boca bonita? Era difícil se concentrar nas nossas discussões com essa coisinha bonita no seu rosto bonito.

─ Definitivamente você está bêbado, menos do que eu esperava ao menos. ─ Alhaitham puxou Kaveh para perto e levou uma de suas mãos para seu queixo, o aproximando mais. ─

─ Pare de falar besteiras e me beije de uma vez...!

Desta vez, ao invés de calar Kaveh com insultos e humilhações, Alhaitham o calou com um beijo lento repleto de emoções guardadas à sete chaves em seu coração. O loiro, que já estava um pouco tonto pela bebida, agora se encontrava completamente inebriado pelo beijo de Alhaitham, toda a espera e baixa expectativa daquilo realmente acontecer deixava o momento ainda mais especial, e Kaveh tinha certeza que ficaria viciado naquela nova sensação vindo do afeto do acinzentado, este que definitivamente não estava diferente, ter seu amor da juventude correspondido e sua amizade recuperada ao mesmo tempo lhe trazia uma sensação de leveza impressionante, queria morar naquele sentimento, queria cuidar de Kaveh como não havia feito por anos, ele tinha muito pelo o que se redimir ainda, mas poderia começar com pequenas ações, e aos poucos tinha certeza que iria conseguir livrar Kaveh completamente das mágoas que ele mesmo havia causado. Ambos se separaram com as respirações desreguladas e sorrisos radiantes, mesclando as risadas envergonhadas e aliviadas.

─ Vamos para casa, você precisa descansar, amanhã com certeza te chamarão na Academia para discutir sobre seu projeto. ─ Alhaitham avisou, lhe dando mais alguns selinhos rápidos. ─

─ Tenho que te agradecer de novo, eu não tenho palavras para descrever como me sinto, obrigado de verdade, Haitham. ─ Agradeceu quase chorando novamente, sua ficha ainda parecia não ter caído. ─

─ Não precisa me agradecer, era o mínimo que eu poderia fazer para te ajudar e me desculpar com você. Eu fui péssimo com você, ainda tenho que me redimir por muitas coisas com você.

─ Você pode começar me levando para casa no seu colo, não é? Acho que a bebida e essa nova revelação me deixaram mais tonto que o esperado.

─ Claro, Kaveh. ─ Alhaitham se abaixou levemente e pegou o loiro em seus braços, o levantando como se não pesasse nada. ─

─ Sabe, acho que realmente preciso cortar esse vício, isso me deixa tão... Deplorável. ─ Divagou enquanto seguiam para casa nas ruas vazias de Sumeru. ─

─ Eu sinceramente acho que seria bom também, e vou estar aqui para te apoiar nesse caminho de largar o álcool.

Kaveh sorriu novamente e deitou sua cabeça no peito de Alhaitham, suspirando cansado, ele realmente queria largar o álcool, se fosse falar a verdade, odiava aquele gosto amargo, era sempre incômodo quando passava pela sua garganta, entretanto o efeito de livrar sua mente de pensamentos obsessivos lhe fazia sempre beber quando se via numa situação complicada, e agora não precisava mais da bebida, tinha Tighnari, Cyno e finalmente tinha de volta Alhaitham. Claro que não seria um trabalho fácil largar um vício de anos, mas queria se empenhar ao máximo para sair daquele ciclo. Alhaitham também queria ajudar Kaveh, na verdade queria o ajudar desde que havia descoberto o vício dele em bebidas, porém não possuía qualquer direito de falar algo para ele na época, agora poderia ajudar muito melhor após cessarem aquele conflito dentre eles, e tudo o que desejava era fazer Kaveh se sentir bem, se sentir amado e cuidado, nunca mais queria o ver chorar por sua causa e com certeza faria se tudo para impedir.

Ao chegarem em casa, Alhaitham deixou suas chaves e as de Kaveh na mesinha de centro da sala, levando o loiro sonolento até o banheiro para tomar um banho na banheira. Kaveh estava quase completamente apagado, seus olhos pesavam e sua mente começava à desligar, mas ainda estava consciente o suficiente para saber o que ocorria ao seu redor. Alhaitham tomou todo o cuidado possível e foi o mais respeitoso possível ao ajudar Kaveh à se banhar, desviando o olhar para não ver nada que pudesse deixar o loiro desconfortável, lavando o cabelo longo deste e o fazendo até mesmo uma massagem nos ombros para descansar. Alhaitham pegou o pijama cotidiano de Kaveh e deu à este para que se trocasse enquanto ele próprio ia até seu quarto para trocar sua roupa por uma mais confortável. Alhaitham voltou para o banheiro e viu Kaveh já vestido quase dormindo na cadeira, e o acinzentado não pode conter a risada, o clima entre eles finalmente estava leve e calmo, e queria que ficasse assim por muito tempo. O Grande Sábio pegou o arquiteto em seus braços novamente e o levou até sua cama, o deitando delicadamente ali.

─ Haitham... Dorme comigo. ─ Pediu sonolento ao sentir Alhaitham se afastar, precisava mais que tudo naquele momento um abraço e carinho. ─

─ Tudo bem. ─ O rapaz se deitou ao lado de Kaveh e deixou este abraçar seu tronco e se acomodar com ele, entrelaçando suas pernas e grudando nele como cola. ─ Obrigado.

─ Hm? Pelo o que? ─ Kaveh questionou com a voz grogue. ─

─ Por não ter desistido de mim e ter me dado uma segunda chance, eu fui um idiota e você ainda me permitiu voltar à ficar ao seu lado. ─ Suspirou Alhaitham, em uma mistura de alegria e arrependimento. ─ Eu prometo que você te tratar bem como sempre deveria ter tratado, até melhor, eu vou me redimir por tudo e cuidar de você.

─ Isso é bom... ─ Respondeu sorridente. ─ Porque só seu rostinho bonito não serve pra me fazer ficar, mesmo você sendo muito, muito, muito bonito, ainda precisa me tratar bem, okay?! Vou querer chocolates como desculpa à mais depois.

─ Eu posso te levar amanhã na Rua dos Tesouros e pode comprar o que você quiser, tudo bem? Mas agora você precisa dormir ou vai acordar péssimo amanhã.

─ Só vou dormir depois de uns beijinhos.

─ Que abusado já está.

Alhaitham riu antes de ver Kaveh levantar seu rosto para lhe encarar e aguardar por seus beijinhos. O acinzentado não o deixou mais esperando, o trouxe um pouco mais para perto e selou seus lábios sem demora, aprofundando o beijo devagar e continuando seu ritmo lento e delicado. Kaveh suspirou com o coração batendo como um louco na porta de seu peito, seu corpo gritava em alegria, estar junto daquela maneira com Alhaitham após tantos anos brigados era um alívio enorme, e claro que iria tirar proveito disso, lhe roubando selinhos mesmo após o beijo, ganhando em troca abraços apertados e beijinhos em diversos lugares acessíveis de seu corpo, desde suas bochechas até sua clavícula sempre exposta. Alhaitham e Kaveh ainda tinham muitas pendências para resolver de todos aqueles anos brigados, tinham um longo caminho para se adaptarem a nova forma de vida deles e o novo sentimento ali formado, em todo caso, sabiam que poderia conseguir fazer a paz entre eles reinar permanentemente, só precisariam de paciência e muito carinho e cuidado entre eles, e logo estariam curados de suas cicatrizes criadas por eles próprios.

Fim.
Calma gente, vai ter mais capítulos focados em cenas fofinhas sem todo esse desenvolvimento do casal, eu prometo, só queria introduzir eles antes de tudo. Beijinhos e até o próximo capítulo!

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