Ludmilla pov.

– O que tá fazendo Ludconda?

– Estou escrevendo meus votos? – respondi Dayane com outra pergunta – E não gosto desse apelido...

– Não me importo... – a olhei incrédula – Não me olha assim não! Eu fui até legal em te dar esse apelido...

– Tem mais? – pedi desviando meu olhar do papel para ela.

– Óbvio que sim. – fiz um sinal para que ela continuasse falando – Palmito... Bunda branca... filha das trevas... – gargalhei com esse último – Ludgay e mais alguns aí.

– Você é inacreditável DJ.

– E gostosa também... – fiz cara de nojo recebendo um tapa no braço logo depois – A Ju gosta. – dei de ombros – Posso ler? – apontou para a folha na minha frente.

– Não... – vi ela fazer uma cara de decepcionada – Amanhã você escuta junto com todo mundo.

– Você é muito chata!

– E você muito curiosa.

Brunna pov.

– Bru?

– Oi Sofi, quer alguma coisa?

– Não quero nada não... topa pedir uma pizza?

– Você sempre fala isso quando quer me dizer algo... pode dizer, você sabe que eu não mordo. – falei batendo na cama ao meu lado.

Sofia se aproximou devagar, percebi que ela estava meio nervosa por seja lá o que ela queria me contar.

– Eu... eu...

– Você? – encorajeiz-a a continuar.

– Eu... eu não sou mais virgem!! – respirou fundo – Pronto falei.

– Espera aí mocinha... como assim? – olhei séria pra ela, mas vendo seu desespero suavisei meu olhar – Quando isso aconteceu?

– Uma semana... – abaixou o olhar, o ergui novamente a fazendo me olhar.

– Doeu?

– Não muito. – sorriu fraco – O Jake esperou e foi bem carinhoso.

– Vocês namoram? – concordou – Quanto tempo?

– Alguns meses... – a olhei incrédula, por quê ela não me contou? – Desculpa, papá e mamá também não sabem ainda.

– Vai apresentar ele amanhã pra mim? – concordou – Que bom.

– Você não está brava? – falou surpresa.

– Por quê? – pedi confusa.

– Eu ter perdido minha virgindade com 16 anos? – me respondeu com outra pergunta.

– Deixa eu te contar uma coisa... – ela se aproximou mais de mim – Eu perdi minha virgindade na minha festa de aniversário de 17... papá e mamá nunca souberam quando foi minha primeira vez também.

– Sério? – concordei com a cabeça – Com quem?

– Essa é uma história meio engraçada que me rendeu uma dor de cabeça enorme na época... – falei lembrando.

– Me conta? – concordei novamente.

– Quando a gente se mudou pra cá, você era criança ainda. – falei lembrando a fofura que ela era misturando inglês com espanhol – No colégio eu conheci a Ludmilla, a capitã do time de futsal feminino. Ela me deu medo logo na primeira vez que nos falamos... e então, em uma festa, eu conheci a Michelle, minha primeira vez foi com ela... – Sofi me atrapalhou.

– Sua primeira vez foi com uma mulher? – concordei – Como?

– Ela era interssexual, assim como a Lud... – Sofi fez uma cara que entendeu, então continuei – Com o passar do tempo fui percebendo semelhanças entre elas... eu nunca tinha visto a Michelle, sempre que nos encontravamos eu estava com uma venda nos olhos. As vozes delas eram parecidas, ambas interssexuais, olhos verdes. Até juntar as peças e descobrir que elas eram a mesma pessoa.

– Ludmilla? Mas como?

– Na manhã depois da minha primeira vez ela fingiu não saber de nada, eu pedi o nome dela, ela não quis responder... eu a provoquei, ela se aproximou, me prendeu contra a parede e me beijou. – sorri com a lembrança – No final do beijo estavamos com falata de ar e por causa disso ela respondeu a pergunta bem devagar.

– Como é o nome dela completo?

– Você vai descobrir amanhã e depois vai me apresentar seu namorado.

Sofi saiu do quarto e eu continuei escrevendo meus votos. Ninguém além de Dayane sabiam que eu estava grávida, nem minha família. Eu iria dar a notícia a todos amanhã durante os votos e estava anciosa por isso.

Minha equipe do jornal iriam filmar, junto com outras equipes de diferentes jornas já que a famosa advogada Ludmilla Oliveira estava se casando.

E eu? Bom... ansiosa. Eu estava a um dia de casar com o meu verdadeiro amor.