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Ligação

Solyana pov.

~ligação on~

Oi mãe... aconteceu alguma coisa?

Não aconteceu nada filha, só queria te avisar que seu pai e eu não vamos poder passar o natal com você esse ano. Sinto muito.

Mas por quê?

Viagem de última hora meu amor, seu pai foi chamado na empresa da Alemanha, vamos lá ver o que está acontecendo e não sabemos se vamos estar aqui pro natal.

Tudo bem... eu iria pedir se posso passar a noite de natal na casa da Jasmine, a família dela me chamou, eu posso?

Claro que pode, assim você não vai passar o natal sozinha. Mas saiba que eu e seu pai amamos você, mande uma mensagem pra ele depois falando o que você quer de natal, nós mandaremos pra você.

Tudo bem...

Agora eu tenho que ir, eu amo você.

Também te amo mãe, boa viajem.

~ligação off~

– O que sua mãe queria Sol? – quando ouvi essa voz reparei que não estava sozinha – É algo ruim? – pediu passando a mão no meu rosto, me fazendo notar que estava chorando.

– Eu tô bem... minha mãe ligou para falar que ela e meu pai não vão estar aqui pra passar o natal comigo, aproveitei e pedi se eu podia passar ele na sua casa e ela deixou.

– E isso não é tão ruim assim ou é? – neguei – Então pare de chorar, sabe que eu não gosto de te ver chorando por motivo nenhum. – me deu um selinho rápido – Vamos... vou falar pra diretora que você não está bem e vamos pra casa, pra minha casa.

Acompanhei seus passos em silêncio, era verdade, eu não estava bem. Esse seria o primeiro natal que meus pais estariam a quilômetros de distância de mim, mas por outro lado seria meu primeiro natal com alguém que realmente me interessa.

Fiquei quieta todo o tempo que ainda estavamos no colégio, quando finalmente chegamos nas escadas da frente percebi que já tinhamos saído de lá de dentro.

– Vamos ter que esperar um pouco, contratei um novo motorista.

– Mas o que aconteceu com o outro? – pedi só pra continuar a conversa.

– Ele já está com uma idade avançada, já devia ter se aposentado a tempos, meu presente pra ele foi deixar ele ficar em casa e recebendo um pouco a mesnos que o salário que ele ganhava me levando pra todo canto.

– Então, tecnicamente, ele ainda trabalha pra você? – concordou – Mas está em casa?

– Isso, mas ele queria estar fazendo alguma coisa pra nós ainda. Eu obviamente recusei. – e assim ficamos em silêncio por um período de tempo curto – Meu motorista chegou, vamos.

Andamos até um carro, não podia ser dito que era luxuoso e que não era, o carro era bonito em seu tom vermelho sangue.

Jasmine pov.

O trajeto com o carro foi extremamente rápido e silenciosa. Solyana parecia estar divagando em pensamentos ao meu lado, ele disse estar bem mas eu sabia que não.

Conhecia ela de mais pra saber que essa viagem dos seus pais a tinha deixado mal, e sendo considerada sua melhor amiga durante anos, essa era o primeiro natal que eles não passariam com a filha.

– Chegamos Srta. Oliveira. – o motorista fala contando o silêncio, ele sai do carro e abre a porta do meu lado, saio ainda em silêncio e espero Solyana descer também.

– João... – chamei – Mais tarde vamos sair novamente, deixe o carro pronto.

– Sim Srta.

Sol parada ao meu lado começou a me acompanhar quando me virei para o elevador e comecei a andar, vendo que ela não faria mais que isso tomei o impulso e peguei sua mão, entrelaçando nossos dedos de forma automática. Isso pareceu desperta-la de alguma forma.

– Onde vamos depois? – pediu quase em sussurro.

– Na sua casa, buscar algumas roupas. Não vou deixar você sozinha em uma casa então você vai ficar na minha até seus pais voltarem.

– Obrigada... – não entendi o motivo dela agradecer, mas ainda assim minha resposta saiu automática.

– Faço tudo pra não ver você triste.

A caminhada que agora era um silêncio, não era desconfortável, era um silêncio bom e ficou assim até chegarmos no apartamento de minha família.

Entramos no meu quarto e ficamos por lá, olhamos alguns filmes, terminamos de ver uma série que estavamos vendo juntas até dar o horário de ir na casa dela buscar algumas roupas.

– Quantas roupas eu tenho que levar? – Sol pediu enquanto olhava algumas peças em seu armário.

– Faltam três dias pro natal Sol, considerando que você usa duas por dia e vai ficar lá em casa até depois do natal... leva umas dezoito.

– Tá louca, isso tudo?

– Eu fiz a conta até dia 31 de dezembro, que faltam nove dias, se vc usar duas mudas por dia 9 mais 9 dá 18.

– Você quer que eu passe o Ano Novo com você? – pediu agora me encaramdo.

– Se você quiser passar ele comigo pode adicionar um biquíni ou um maiô junto na sua mini mala. Vou passar o Ano Novo na minha piscina. – dei de ombros.

– Suas mães vão estar? – neguei, Sol ficou com cara confusa e eu continuei pra explicar.

– Elas vão estar em um baile de gala de não sei o que, é proibido menores de 18. Mas se você ainda for criança de colo tipo até os três anos pode ir, fiquei sabendo que lá tem uma sala especial pra essas praguinhas.

– Bebes não são pragas Jas! – reclamou.

– São sim... – dei de ombros e continuei – Elas comem, dormem, vomitam e cagam sem contar o choro. Se essas coisas não são pragas eu não sei o que são.

– Quero ver chamar de praga quando tiver um bebe como seu filho.

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