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Explicação

Ludmilla pov.

– Será que ela tá muito machucada?! – Brunna me pedia – Não estou aguentabdo esperar... preciso ir lá ver.

– Você vai ficar aqui, daqui a pouco ela sai de lá. – falei a olhando.

– Se ela não sair em cinco minutos, eu vou. – devolveu o olhar.

E por sorte, minha filha não demorou. Logo ela saiu do vestiário com uma roupa diferente, devia ter tomado uma ducha. Ela se aproximava devagar com Solyana a seu lado.

– Oi papa, oi mama. – falou calma, nem parecia ter se envolvido em uma briga a poucos minutos atrás.

– Filha... você tá bem? Sente alguma dor? – Brunna foi logo pedindo, enquanto tocava no rosto da filha pra ver se estava inteira.

E Brunna dizia que eu que era a preocupada quando o assunto era a Jasmine. De fato eu sou, mas não sei se supera ela.

– Estou inteirinha mãe, não falta nem uma partezinha. – falou mostrando todo seu corpo com as mãos – Viu só?

– Pare de palhaçada Jasmine Gonçalves Oliveira!! Nós vamos ter uma conversa em casa. – e assim a Bru saiu, eu claro fui atrás dela.

Jasmine pov.

Quando minhas mães sairam eu pude respirar, achei que elas iam falar algo sobre mim e a Sol. Ainda bem que não falaram.

– Jas... eu tenho que ir, meu pai mandou mensagem, falou que tá me esperando lá na frente do portão.

– Vou com você. – ela concordou e começamos a andar.

O pai da Sol era um cara legal, bom... em parte. Ele concordava com a nossa amizade e sempre foi meio homofóbico, mas pelo menos sabia respeitar.

– Hey tio. – falei sorrindo – Como vai?

– Vou bem menina, e como foi seu jogo? – pois é, ele também acompanhava essa parte.

– Nosso time ganhou. – falei sorrindo, eu estava feliz com nossa vitória.

– Isso é muito bom para o Colégio... – entendeu o motivo de ele saber dos jogos – E pra você, é claro. – concluiu.

– Vamos pai? – Sol nos interrompeu.

– Claro... até mais, menina. – falou apertando minha mão.

– Cuidado com o trânsito tio. – falei quando vi ele entrar no carro – Até mais Sol, me manda mensagem quando chegar em casa. – sussurrei e a abraçei.

– Você também Jas... vou querer saber da conversa com suas mães. – sussurrou de volta e eu concordei.

Fiquei por ali até não conseguir mais ver o carro deles e voltei pra dentro do colégio. De longe eu já consegui ver minhas amigas e o Henrique, que assim como todo mundo, deviam estar se perguntando sobre a cena que tinham visto.

– Oi meninas. – cumprimentei.

– Que beijo foi aquele? – Henrique já foi pedindo – Desde quando tá rolando?

– Foi um beijo... e já tem algum tempo. – falei baixo.

– E por quê a gente não sabia disso? – Mayara pediu.

– Eu sabia. – Kauane respondeu – Não me olhem desse jeito não.

– Por quê não falou pra gente? – Mayara pediu olhando pra mim de novo.

– Eu iria contar depois que ela terminasse. – me defendi.

– Então ele levou mais um par de chifres? – Henrique pediu me arrancando uma risada.

– Dois pares, eu beijei ela mais vezes e não só duas pra ser um par.

– Babado!! – Henrique falou, tinha vezes que eu duvidava que ele era hétero.

– Bom... tenho que ir. Minhas mães já estão em casa me esperando... – falei me afastando.

– Boa sorte. – falaram juntos, acho que já deviam saber o que aconteceria.

Do mesmo jeito que vim também voltei, andando. Seria, ao todo, meia hora de paz até chegar em casa. Tempo suficiente para eu esfriar minha cabeça e de pensar em como explicar para suas mães toda a história de "já faz um tempo", "não estamos namorando" e o principal... "nós ainda não fizemos isso". Mas tudo que é bom dura pouco, não é mesmo?

Cheguei no meu prédio, cumprimentei o porteiro que me pediu sobre o jogo e eu falei que ganhamos, peguei o elevador e, infelizmente, cheguei no meu andar. Nem abriu a porta dele direito e eu há pude ver minhas mães no sofá, me esperando.

– Cheguei. – falei, mesmo já sabendo que elas tinham notado.

– Senta. – mamá pediu, assim eu fiz – Desde quando?

– Alguns dias. – respondi sabendo a que se referia a pergunta.

– Estão namorando? – continuou pedindo.

– Nã... – não consegui terminar de falar, papá me cortou.

– Claro que não estão Bru. Se estivessem aqueles alunos não estariam com aquelas caras. – ambâs concordaram entre si – Agora me explica bem bonitinho, princesa.

– Eu não sei como começar isso... – falei olhando para minhas mãos.

– Se estiver com medo que a gente não gosta dela pode ficar tranquila, Solyana é um amor de garota. – papá falou.

– Não é isso... tem um bom tempo já que eu começei a achar que ela gostava de mim, eu já sabia que gostava dela mas... não sei. Queria saber se era recíproco. Ai a Kakau falou pra mim fazer tipo um teste com ela, pra ver se ela sentia ciúmes de mim e tals. – suspirei – E eu fiz, eu testei ela com garotas diferentes e ela ficou com o ciúmes estampado na cara. Depois de saber que ela "gostava" eu começei a investir com indiretas, sussurros no ouvido, mãos meio bobas, sabe...? – concordaram, continuei – E quando finalmente consegui que ela percebesse o que sentia por mim falei pra ela terminar com o namorado dela, ele não era exatamente meu amigo, mas a gente se entendia.... – me cortaram.

– Me diz que você não... – mamá fez gestos pra tentar explicar – Entende? – ela tentava evitar aquela palavrinha.

– Não mãe... nós não fizemos SEXO. – enfatizei vem a palavra pra ela entender – Se é isso que quer saber, mas chegamos perto, foi assim que eu convenci ela a terminar com ele.

– E ela terminou? – papá pediu.

– Hoje...

– Por isso toda aquela cena? – concordei com a cabeça.

– Ele é um filinho de papai que não aceitou perder a namorada para outra garota. – terminei de explicar.

– Mesmo eu já conhecendo a Solyana vou pedir para que você traga ela aqui, no jantar de natal. Combinado?

– Tenho que pedir pros pais dela....

– Tudo bem, agora vá tomar um banho melhor. Com a sua caminhada o suor voltou. – concordei e subi as escadas, indo para meu quarto.

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