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27 | A VOLTA DA GALINHA

A propriedade de Tibsy parecia abandonada. Com os portões abertos e o caminho que levava ao castelo principal enterrado em lixo, a escada que levava à porta central de madeira também estava gasta. O cheiro estava chegando longe, e Archie queria se virar assim que saiu do carro ao lado de sua irmã.

O mais velho, vestindo calças de camurça vermelha, uma camisa branca e um casaco cinza, com sapatos absurdamente caros nos pés, tirou os óculos escuros que segurava sobre os olhos e suspirou profundamente, tentando encontrar uma maneira de continuar andando. Mais à frente, Eden parou um pouco antes da escada e olhou para seu irmão, acenando para frente, silenciosamente dizendo a ele que eles tinham que continuar. Archie quase retrucou que, pelo jeito que tudo ali parecia jogado fora, era improvável que alguém ainda estivesse morando lá, mas nem ele acreditava nisso. A propriedade era única demais para ser abandonada, não importava o quanto parecesse estar. Era muito cara para manter também, então havia outro lado da história.

— Tibsy? — Archie gritou quando chegou à sala principal. Ele abriu a porta sozinho, depois fechou-a, antes de continuar sua caminhada pela escada gigante que levava ao segundo andar. Eden o seguiu sem dizer muita coisa, e parou quando ele o fez. Os dois, na metade da escada. Archie acenou para o lado e apontou para o ar, como se estivesse sentindo um cheiro específico de alguma coisa — Isso é maconha, cara. Tem cheiro de novo.

— Eu senti o cheiro — Eden murmurou.

Archie continuou andando, e então, no final da escada, de frente para um longo corredor, nos fundos, de frente para a enorme janela que deixava entrar luz, havia um círculo de alguns garotos - nenhum deles podia ter mais de vinte e poucos anos. Cinco ou seis. Estavam todos fumando, com um trap Scouse tocando alto. Tocando tão alto que nem Archie nem Eden conseguiram ouvir a resposta de Tibsy de que ele já estava saindo.

E ele estava realmente se aproximando. Com o cabelo desgrenhado, um velho de cabelos grisalhos e barba por fazer, usando um terno grande demais para ele e muito fino, apareceu atrás de Archie, falando sobre a música. Apesar do barulho, seus passos ainda eram altos, e Archie se virou quando sentiu que ele se aproximava. Eden fez o mesmo, ajustando o terno que estava usando.

— Tibsy! — Archie levantou as mãos.

— Archie? — Tibsy estreitou os olhos, parecendo não acreditar que estava realmente vendo o homem mais jovem — Archie Hadfield. Estou feliz em ver um rosto tão conhecido, meu velho amigo! — ele sorriu e então desviou o olhar para Eden — E quem é essa?

— Eden Hadfield. Minha irmã. Ela é a nova duquesa.

— Oh — Tibsy assentiu — Vossa Graça. Você deve me perdoar pela minha aparência. Eu não estava esperando convidados do seu calibre.

— Ok — Eden fingiu um sorriso educado.

— Parabéns — ele continuou — Pelo título.

— Obrigada.

— Você também está metida nesse negócio agora, eu imagino — Tibsy disse, e então se inclinou para mais perto para que Eden pudesse ouvi-lo melhor, apesar da música alta ainda tocando — Escute-me. Saia enquanto ainda pode.

— Vamos bater um papo — Eden disse.

— Claro, claro — Tibsy assentiu, e então olhou para o grupo à frente, que observava cuidadosamente a interação no começo do corredor — Vamos para um lugar mais silencioso.

O homem mais velho continuou andando, sem realmente olhar para trás. Ele fechou a porta que ligava o corredor ao escritório, e girou a trava quando viu Archie e Eden entrando. Então ele se aproximou da mesa de madeira perto da janela e abriu a gaveta de cima, tirando de lá uma garrafa de uísque.

— Tibsy, meu velho — Archie começou — Hum, quem são aqueles, uh, jovens interessantes lá fora no corredor?

— Ah, bem, veja, eu tive um pequeno desentendimento com a família Swift. — Tibsy deu de ombros, abriu a garrafa e serviu duas doses em copos limpos que estavam apoiados no velho carrinho de bar no canto da sala. Ele entregou os copos para Archie e Eden antes de servir a si mesmo — Eles não renovaram o contrato.

— Certo — Eden murmurou, obviamente se perguntando o que tinha acontecido, mas tendo uma ideia do fato — Você ficou desprotegido.

— E então aqueles caras se mudaram.

— Você falou com Scott Swift? — Eden perguntou.

— Não, está tudo bem. Eu fiz minha própria cama, não fiz? Eu posso dormir nela muito bem.

— Tibsy — Archie olhou para seu velho amigo, se é que ele podia chamá-lo de amigo. Mas ele estava no meio disso — Você sabe que não precisa viver assim, não sabe?

— Assim? — o homem o evitou o assunto — Você deveria ver algumas das garotas que eles trazem. Estamos bem — ele riu.

— Certo. Uh, talvez possamos ajudá-lo com essa pequena situação aqui — disse Eden — Mas a razão pela qual viemos é porque nossa mãe nos contou que você teve uma reunião de negócios há cerca de, uh, oito ou nove anos. Doze outros lordes, você e nosso pai incluídos. Estávamos imaginando se você sabia os nomes dos outros.

— Bem, se eles estiverem em algum lugar, estarão em meus diários. Vou anotar todos eles — Tibsy colocou seu copo na mesa e então abriu a segunda gaveta, revelando alguns bons cadernos de capa gasta — Estou escrevendo minhas memórias — ele alcançou dois cadernos e então os estendeu para Archie — Archie, procure por qualquer coisa entre, uh, 2014 e 2018. Dezembro.

— Por que eu? — Archie perguntou.

— Apenas... — Eden acenou, e o Hadfield mais velho suspirou pesado antes de focar a atenção nos cadernos, abrindo um deles e passando os dedos pelas folhas, marcadas com datas logo no topo.

— Você é muito parecida com ele, sabia — Tibsy comentou — Seu pai.

— Eu? — Eden desviou o olhar para Tibsy, que tinha voltado a pegar seu copo com uísque, e parecia contente em estar bebendo o líquido forte.

— Igual — ele concordou — Eu o apresentei a Scott inicialmente. Ele estava muito relutante em se juntar a nós no início. Seu pai negociou o acordo para nós. Os outros eram muito fracos para pedir mais de um criminoso, mas o acordo foi ruim no primeiro momento. Então seu pai declarou: "Non sine periculo".

— O que é isso? — Archie perguntou levantando o olhar, desviando a atenção das folhas.

— O lema da família — Eden respondeu — Não sem perigo.

— No fim, acho que ele começou a gostar — Tibsy deu de ombros.

— Claro que começou — Archie murmurou, e como um estalo, no momento em que ele voltou o olhar para as páginas do diário, ali estava. Uma seção inteira falando sobre o encontro, o jantar com os doze lordes. Nome por nome. Data, o dia, o mês e o ano, e tudo mais que se pudesse querer saber sobre quem tinha se enfiado nos salões de Tibsy — Eddie.

Archie estendeu o diário na direção da irmã, que pegou o caderno e encarou a página aberta. Ela sorriu, sem muito ânimo, mas realmente aliviada que estava indo para algum lugar partindo dali.

— Perfeito. É isso — Eden levantou o olhar e encarou Tibsy, parecendo despreocupado — Uh, você se importa?

— Pegue — ele deu de ombros — As coisas suculentas são dos anos 70 e 80, de qualquer forma.

Não era nenhuma mentira. Tibsy tinha uma boa vida, e seus últimos anos haviam sido agitados, mas nada que chegasse perto de tudo que ele havia vivido nos anos 70 e 80. Aqueles eram os tempos que faziam falta. E não que todos os diários não fossem importantes, mas tinham níveis de importância diferentes. Para Eden mesmo, e, na verdade, para qualquer traficante ou negociador naquele raio entre Londres e Birch, aqueles doze nomes escritos em papel velho eram um tesouro por si só.

— Ei, Whitey! — uma voz soou do outro lado da porta fechada, e Tibsy revirou os olhos antes de beber de uma só vez o uísque e deixar o copo de lado.

Ele caminhou até a porta e então girou o trinco, puxando a superfície de madeira e dando espaço para que um dos garotos do corredor passasse. Ele parecia o mais velho dentre todos os outros que estavam lá, e estava sozinho, usando um roupão velho de Tibsy, junto de calça de moletom e tênis Nike nos pés. Ele tinha tranças, que estavam quase que cobertas por completo por conta da touca que estava usando.

— Ekko — Tibsy acenou para o garoto.

— Não está tentando ficar com as coisas boas para você de novo, está? — Ekko perguntou, dando alguns passos para dentro do escritório — Eu não disse que você poderia ter convidados.

— Ok, uh, Tibsy... — Archie começou — Obrigado por nos receber. Tem sido... Bem, foi divertido, de qualquer forma, te ver de novo.

— Ótimo, sim — Tibsy assentiu.

— Certo... — Archie deu um passo para frente, e estendeu a mão para que pudesse puxar Eden para perto e então a arrastar para fora, mas o movimento só serviu para traçar a atenção de Ekko até as mãos da garota.

— O que é isso aí?

— Bem, é um diário — Eden respondeu sem joguinhos.

— Eu posso ver isso — Ekko zombou — Mas acho que você vai descobrir que é meu diário.

— Ah — Archie deixou escapar.

— Tudo nesta casa me pertence. Eu cuido disso para o velho Whitey aqui.

— Entendo — Eden assentiu — Talvez isso explique por que você está usando um roupão de um homem de 75 anos.

— Engraçada — Ekko riu — Acho que parece muito bom.

— Ele... não serve mais em mim — Tibsy comentou.

— Bem, independente, não estou totalmente convencida de que combina com esse agasalho — Eden acenou para o visual completo de Ekko.

— Por que diabos você está falando ainda?

— Você está certo. Não é meu forte dar opinião no visual alheio — ela deu de ombros.

— Eddie, temos tudo o que precisamos — Archie se inclinou para perto da irmã, praticamente sussurrando.

— Não, espere, porque se você quiser ir embora com isso, vai custar caro. Normalmente, se alguém quer algo deste lugar, eles pagam pelo que pegam.

— Ah, é isso mesmo? — Eden sorriu, cruzando as mãos na frente do corpo, segurando o diário fechado.

— Seu relógio serve perfeitamente.

— Ah, meu relógio? — Eden levantou o braço esquerdo, dando uma olhada no relógio de Bremont que não tinha custado mais do que quatro mil libras. Era realmente muito bonito, mas mais barato do que aparentava ser. De qualquer maneira, para Eden, aquilo nem era sobre o dinheiro — Não vou te dar meu relógio.

— Eddie, só dê seu relógio para o homem, e podemos dar o fora...

— Sabe de uma coisa, enquanto estou nisso, porque você continua falando merda, eu vou ficar com as calças do seu amigo aí também. Porque você está certa, essas não combinam, e eu estou tentando melhorar um pouco meu jogo.

— É, não foi bem isso que ela quis dizer... — Archie falou.

— Me dá suas calças.

— É, tá — Archie começou a desabotoar as próprias calças, mas Eden o impediu de continuar — Não vamos começar nenhum problema, Eden.

— Exatamente — Ekko disse — Por isso vou pegar as calças e o relógio. Tire suas calças — ele mandou, mas Eden encarou Archie, sabendo bem que ela não precisava dizer nada para ele entender que era para não se mexer.

—Eddie? Eu só...

— Tire suas calças, porra — Ekko aumentou a voz.

— Tudo bem. Tudo bem, tudo bem, tudo bem — Eden acenou, e então encarou Ekko antes de voltar o olhar para Tibsy e então para Archie e retornar para Ekko uma última vez — Vamos dar uma pausa, ok? Todos, relaxem. Você está certo, ok? É uma troca justa. Eu te darei meu relógio pelo diário, mas você não vai pegar as calças do meu irmão.

Se Eden tinha algum plano para que isso não acontecesse, ele não parecia tão bem feito. Claro, ela realmente estava interessada em ceder o relógio, mas não a fazer Archie tirar as calças. Archie, por outro lado, só queria que aquilo acabasse de vez, e então, quando ele reparou que Ekko parecia um tom acima do que deveria estar, lá estava ele, arrastando sua calça para baixo e ficando apenas com seu samba canção azul.

— Você não deveria ter feito isso — Eden murmurou quando ela e Archie passaram pela entrada. Os garotos do corredor agora estavam ali embaixo, fumando no gramado, e um deles assobiou na direção de Archie que revirou os olhos e apertou o passo.

— É, bem. Eu passei por muita vergonha recentemente — o mais velho disse — Qual a diferença de mais uma dose?

— Isso é muito embaraçoso, para ser honesta.

— Ah, eu te envergonhei? — Archie parou na frente do carro, e jogou os sapatos que estava segurando no chão — Ah, me desculpe. Eu estava realmente tentando cuidar de você.

— Cuidando de mim?

— É, eu fiz isso para te proteger! Eu sou seu irmão mais velho!

— Claro — Eden revirou os olhos, e transmitiu um sorriso sem humor.

Ela abaixou a cabeça e passou as mãos pelos cabelos, e então, suspirando cansada, apenas deu a volta no carro e entrou no banco do motorista, baixando a janela. Archie ficou ali, parado do lado de fora, mas não por muito tempo. Ele juntou os sapatos no chão e entrou no banco do passageiro, jogando os sapatos na parte de trás e se encostando no apoio da janela.

— É meio que minha porra de obrigação te proteger... Mas eu não deveria ter me incomodado. Foda-se.

— Foda-se — Eden murmurou, e então girou a chave, ligando o carro — Como estamos aqui de novo, Archie? Só para saber. Quero dizer, "me proteger", é uma mudança e tanto.

— Ok, a verdade é que... — Archie se interrompeu por um momento — Eu tive alguns pensamentos sombrios ultimamente, ok? Tipo, muito sombrio. Eu queria que você morresse. Foi o que eu disse para Taylor no boxe. Se você estivesse de alguma forma... fora do caminho, então eu poderia tomar seu lugar ou algo assim. Eu sei que isso é foda, eu sei que é sombrio, e eu não sei o que aconteceu. Essa coisa toda desde que o pai morreu começou a entrar na minha cabeça, e eu sinto muito, ok? Eu nunca... nunca vou me perdoar porque eu... eu te amo, cara.

— A cada passo da sua vida, eu estive lá por você, Archie.

— Eu sei.

— Juntando os pedaços toda vez que você faz merda! E eu espero algo em troca?

— Não.

— Você é uma decepção, Archie. A verdade é essa.

— Eu sinto muito.

— Eu espero que sinta — Eden falou — Olhe para este lugar uma última vez antes de irmos embora, porque isso vai acontecer conosco, com Birch, se deixarmos. Temos que parar essa merda.

— Eu sei. Agora eu sei.

*

Dizer que Henry Collins não era um homem esforçado seria uma mentira completa. Ele fazia o que podia, e então quando decidiu que precisava saber onde Taylor morava, no dia seguinte a informação estava em sua mesa. No dia seguinte ele também estava em seu carro, estacionado em frente ao prédio dela, esperando o elevador abrir no andar dela, com a sacola de Ichibuns à vista, com o pedido que Taylor havia digitado no aplicativo Just Eat, mas que Henry insistiu em entregar.

Taylor parecia pronta para sair, mesmo que não tivesse planos. Ela só veria Austin no dia seguinte, mas estava ansiosa para se mexer, então se vestiu para o dia como se fosse qualquer outro. Quando ela pegou a sacola de Ichibuns e arrumou tudo no balcão da cozinha, não demorou um segundo depois de dar a primeira mordida no hambúrguer que havia pedido que a tela do seu celular acendeu, indicando um número desconhecido.

Ela atendeu, e não porque estava curiosa para saber quem era. Ela tinha uma ideia, e só queria testá-la.

— Olá, Taylor — a voz de Henry veio do outro lado da linha.

— Foda-se, filho da puta — ela murmurou.

— Querida — ele sorriu — Como está seu hambúrguer? Eu o fiz especialmente para você. Jalapeños extras, do jeito que você gosta.

— Com muito medo de entregar você mesmo? Você deveria ter aproveitado a chance enquanto podia. Mas você é um babaca, não é? Você deve estar morrendo de medo.

— Se você tocar em alguém meu de novo, eu vou aparecer. Quando eu receber o sinal de positivo, vou bater na sua porta — ele disse — Durma bem, Taylor.

O fim da ligação com Henry deixou Taylor um pouco mais agitada do que o normal. Ela nunca costumava se precipitar em nada, e medo era realmente o tipo de palavra que não lhe vinha à mente. Claro, medo não era realmente o que ela estava sentindo, mas ela estava inquieta. E então ela ficou inquieta o suficiente para simplesmente abandonar sua refeição e ligar para Blanket.

Quase uma hora e meia depois, os dois estavam estacionando em frente a Birch, e Taylor estava andando pelos corredores da propriedade como se o lugar fosse dela.

Quando Eden, avisada de que Taylor a esperava no escritório, apareceu no espaço, não foi realmente uma grande surpresa encontrar a loira sentada em sua cadeira, parecendo que pertencia àquele espaço.

— Boa tarde — ela disse, mas não sorriu. Ela foi cordial o suficiente, e então viu Eden chegar perto o bastante até que ela estivesse lá, ainda do outro lado da mesa, mas muito mais perto — Agora, não estou dizendo que tenho a vida social mais emocionante. Na maioria das vezes, é apenas assistir séries e cuidar dos meus gatos, pontuado por uma aventura casual estranha aqui e ali.

— Eu me qualifico como uma aventura casual estranha?

— Só um pouco — Taylor disse sarcasticamente — Sabe, eu gosto de ter algum tipo de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, então meu endereço residencial deveria ser secreto. Mas não é mais. Então como você sabia como me encontrar?

— O que importa? — Eden deu de ombros.

— Importa... — Taylor se levantou, e então Eden a viu andar ao redor da mesa até que ela estava de frente para ela. Perto demais — Porque Henry Collins sabe onde eu moro agora também, então não posso voltar para o meu apartamento, posso? Quer dizer, não se eu quiser acordar viva amanhã, estou imaginando.

— Ok... Entendo. — Eden se mexeu desconfortavelmente.

— Especialmente agora que aquele babaca está à espreita. Então, se eu tiver um vazamento, preciso saber como tapá-lo. E você... — ela estendeu a mão direita até que seus dedos estivessem no pescoço de Eden — Você vai me ajudar.

— Veja, eu não... Eu não queria que nada disso acontecesse.

— É o que todo mundo diz — Taylor disse suavemente, se aproximando ainda mais, seus corpos praticamente se roçando agora, seus dedos passando pela pele de Eden, deixando um calor lento passar — Mas alguém deixou o segredo escapar. E eu tenho um palpite de que pode ter sido Danny.

— Não foi assim.

— Então me diga — os dedos de Taylor deslizaram sob o queixo de Eden, forçando-a a olhar para ela — Quem te contou?

Eden hesitou, mas apenas por um momento. Ela não parecia ter nada a esconder, e nenhuma razão para isso.

— Foi Danny.

— Aí está — Taylor se inclinou, sua respiração quente contra a bochecha de Eden — Foi tão difícil?

Os lábios de Eden se separaram, algo como um protesto se formando, mas morreu no momento em que a boca de Taylor se juntou a dela. Suave no início, um toque de teste, antes de Taylor pressionar mais forte, mais exigente. Foi como acender um fusível, cada nervo do corpo de Eden acendendo ao mesmo tempo também. Ela agarrou a cintura de Taylor, puxando-a para perto como se estivesse esperando por esse momento, temendo, mas precisando dele do mesmo jeito.

O beijo foi áspero, intenso, cheio da tensão que vinha estalando entre elas desde que tudo entre as duas tinha caído tanto. A mão de Taylor deslizou para dentro do cabelo de Eden, puxando, forçando sua cabeça para trás um pouco enquanto ela aprofundava suas o beijo, com seus lábios e dentes afiados, e insistentes.

*

— Vossa Graça, eu disse que era segredo.

— Danny, eu sou sua irmã — Eden revirou os olhos, encarando o garoto sentado atrás da mesa de metal no porão da fazenda, sob a luz ultravioleta da plantação de maconha — Pare de usar meu título, por favor.

— Como você sabia o que dizer a ela em primeiro lugar?

— O endereço...

— É, o maldito endereço — Taylor interrompeu o garoto.

— Etiqueta de envio — ele disse simplesmente — Você se lembra daquele dia em que comprou aqueles sapatos incríveis? Aqueles com sola vermelha que custaram tipo dez mil libras. E você os abriu aqui. Você disse que eu poderia ficar com a caixa para meus... condimentos. E a caixa era linda.

— Não, não, eu não lembro disso, Danny.

— Bem, eu lembro — ele sorriu — Eu nunca esqueço um endereço. É de quando eu era entregador na faculdade.

— Entregador? — Eden perguntou.

— Eu trabalhava entregando comida — ele deu de ombros.

— Quem mais sabe, Danny?

— Ninguém, Vossa Graça — disse o mais jovem, e Eden sorriu falsamente, mas não corrigiu o uso do título. Ele parecia disposto a manter — Era segredo.

— Sim, Danny, mas você contou a Eden. Então, quem mais? — Taylor continuou — Pense! Alguém perguntou sobre mim?

— Ah... — Danny ergueu as sobrancelhas, como se conectasse uma coisa à outra, lembrando de algo — Sim. Você se lembra daquela garota que você pensou que roubou nossa van, mas... mas ela não roubou?

— Quando você desapareceu e foi encontrado sem roupa na floresta? — Eden disse — Sim, nós nos lembramos disso.

— O nome dela é Gabrielle. Eu disse que ela ligaria. Ela ligou. Estamos nos falando desde então.

— E você deu a ela o endereço da minha casa?

— Hum... Não. Não foi assim. Talvez. Hmm. Nós conversamos muito, sobre tudo. Sobre a vida, sonhos... E-Ela queria te mandar flores alguns dias atrás. Sabe, para Austin. Achei lindo.

— Claro que achou — Taylor murmurou — Danny, você vai ligar para sua amiguinha, Gabrielle, e marcar um encontro.

— Mas-

— Não quero ouvir um "mas".

— Sim, chefe — Danny se corrigiu — Onde?

— Bem, onde vocês costumam se encontrar, Danny?

A resposta para isso não foi muito elaborada. Os dois sempre se encontravam no Hyde Park, perto de um café que era cercado de pessoas. Mas naquele dia, Taylor queria discrição, então o encontro no Hyde Park aconteceu a uma curta caminhada, perto de uma fonte circular cercada por vegetação alta.

Danny estava com ele, e Gabrielle já estava esperando no lugar quando Taylor apareceu atrás do mais novo, com Eden ao seu lado e Blanket mais atrás.

— Recebi sua mensagem — ela disse, e então seu olhar percorreu todas as expressões ali, até parar no de Danny — Está tudo bem?

— Olá, Gabrielle — Taylor fingiu um sorriso.

— Não se preocupe. Esta é Taylor, minha chefe — Danny assentiu, então apontou para sua irmã — E minha irmã. Vossa Graça. Bem, minha Graça, mas ela poderia muito bem ser Vossa Graça.

— Está na hora de ficar quieto, Danny — Taylor disse, e sem realmente esperar pelo espaço certo ou qualquer bobagem do tipo, ela enfiou a mão na Birkin que estava segurando e sacou uma pistola, engatilhando-a. Ela apontou a arma para Gabrielle, como se fosse o tipo de coisa que ela fazia o tempo todo — Onde está Henry Collins?

— Eu... eu não sei quem é.

— Talvez um Danny morto cure sua amnésia — a arma mudou de direção, e Eden se aproximou de seu irmão, mas parou quando viu o olhar de Taylor sobre ela.

— Agora, eu acho que pelo humor dela, ela está falando sério — Danny murmurou.

— Taylor... — Eden começou.

— Ah, bem, sem "Taylor" para mim. Eu tenho tentado ser legal nas últimas semanas e olha onde isso me levou — ela continuou — Eden, eu realmente acho melhor você ficar parada.

— Ok, olha... — Gabrielle chamou a atenção para si — Eu... eu não conheço nenhum Collins. Fui contratada por um homem chamado Owen Huard. Como "Howard", eu acho. Mas acho que se escreve diferente.

— Conte-me tudo — Taylor refletiu, e quando viu Gabrielle recuar e então ocupar o espaço no banco de madeira em frente à fonte, ela abaixou sua arma.

— Era um trabalho para alguém que eu nunca tinha conhecido. Vinte mil para roubar uma van. Eu não percebi que estava cheia de maconha até depois que a roubamos.

— Foi quando você perdeu a mercadoria — Eden murmurou.

— Sim, eu realmente sinto muito por isso — Danny respondeu.

— Eles não queriam o produto. Eles só queriam mexer com seu negócio. Eles ameaçaram me matar se eu não chegasse perto de Danny. Quando descobriram que eu tinha uma chance com ele, eles me fizeram usá-lo com tudo o que ele valia. Foi Huard quem interrompeu o fluxo de mercadorias para o continente. Manobrando atrás das linhas para ganhar vantagem. Mas não importa o que ele fizesse, você encontrava uma maneira de contornar isso. Não era só eu que ele tinha trabalhando para ele. Ele tinha outro homem disfarçado. Keith. Mas você contornou isso também. Então ele tomou uma abordagem diferente.

— Collins — Eden apontou.

— Acho que ele deve ter usado esse homem, Collins. Mas Collins foi longe demais. Nunca foi o plano colocar seu irmão em coma. Huard só queria o negócio. E ele ainda quer. Agora que o sangue foi derramado, ele não vai parar até conseguir. Não há nada que ele não faça. Quero dizer, tudo se acumula. Ele está farejando há meses. Ele estava apenas esperando o momento certo.

— Ele está tentando usar nossa infraestrutura para vender seu produto — Taylor revirou os olhos — Como o McDonald's para viciados.

— Se ele assumir o controle de todas as propriedades, ele dobrará sua bolha e será o maior operador do continente — Eden disse.

— Lidaremos com esse problema no devido tempo. Primeiro, tenho que lidar com Collins.

— Espere. E seu pai? — a duquesa perguntou.

— Ele não está aqui, está? — Taylor foi irônica, e então suspirou cansada — Preciso chegar até Collins antes que ele chegue até mim — ela encarou Gabrielle — Você está comigo agora, certo?

— Claro — a garota assentiu apressada — Eu realmente sinto muito por tudo. Não sei. Por que eu...

— Ei. Tudo bem, princesa — Taylor a interrompeu — Só porque eu não coloquei uma bala na sua cara não significa que eu não vou se você fizer outra merda. Você trabalha para mim agora, e você vai fazer exatamente o que eu disser. Você entendeu?

*

— Parece que não sou a única ocupada, Edwina — a voz de Grace veio de trás de Eden, que estava curvada escrevendo algo em um pedaço de papel velho em sua mesa, ainda vestindo um terno e talvez cansada demais para conversar.

— É, hum, da próxima vez pense em bater, Chuckles — murmurou Eden.

— Mamãe me contou sobre o que acontece na fazenda de laticínios.

— Ah — Eden parou de escrever no meio do caminho e largou a caneta, antes de se virar e se recostar na mesa, cruzando os braços — Entendo.

— Eu sabia que algo estava acontecendo de qualquer maneira. Não havia como o papai ganhar tanto dinheiro investindo.

— É, parecia impossível. Mas, bem, desculpe por não ter contado antes.

— Bem, eu não posso te falar nada exatamente, posso? — Grace apontou para sua barriga — Eu sei como é guardar segredos.

— Sinto muito por ter te arrastado para tudo isso também. Agora que você está aqui... — disse Eden honestamente — Mesmo que eu não tenha sido realmente a pessoa a fazer isso. Quero dizer, o pai...

— Mamãe disse que você está tentando estabelecer um limite — interrompeu Grace — Acho que isso é alguma coisa.

— Hmm. Sim — ela soltou uma risada sem entusiasmo — O problema é que estou atualmente à beira de uma decisão difícil sobre qual lado oferece a melhor chance de sair... com o mínimo de confusão.

— Quais são as opções?

— O ruim e o menos pior.

— Oh — Grace riu — Sabe, quando descobri que estava grávida, só queria te ligar porque não sabia o que fazer. Mas... me segurei porque sabia que tinha que tomar a decisão sozinha. É por isso que não contei a ninguém. Então, pelo menos, eu poderia estar no controle. Como agora. Você sabe o que tem que fazer e fará a escolha certa. Você sempre faz.

Eden deixou as palavras de Grace pairarem no ar, seu olhar suavizando enquanto observava sua irmã.

— Obrigada, Grace — ela finalmente disse.

— Não me agradeça ainda — os olhos de Grace se iluminaram, mas sua expressão rapidamente ficou séria — Apenas cuide-se, ok?

Eden assentiu, um sorriso tenso se formando em seus lábios enquanto ela caminhava até sua irmã, puxando-a para um breve abraço. Quando elas se separaram, Grace deu a ela um último olhar antes de se virar e resmungar uma última coisa e então sair da sala.

A irmã mais velha ficou ali por um momento, o peso da conversa se acomodando. Então, com um suspiro, ela afrouxou a gola da camisa, tirando o casaco e jogando-o no estofado de couro no meio da sala. Ela deu a volta na mesa e sentou-se na cadeira de frente para a janela. Ela pegou o celular no bolso da calça, seus dedos demorando na tela por um segundo antes de pressioná-lo exatamente onde ela queria. A tela de chamada piscou e tocou duas vezes antes que a voz familiar de Taylor atendesse do outro lado.

— Eu não esperava ouvir de você tão cedo. Nós nos vimos o quê... Ontem?

— Sinto muito... pelos últimos dias. Por tudo. Eu sei que já disse isso antes, mas é verdade.

— Você já disse isso mesmo — Taylor riu um pouco, mas sem realmente muito humor, dada a situação — Quando você entrou no meu apartamento sem nem pedir permissão.

— É sério dessa vez, Taylor — a voz de Eden estava mais baixa agora, quase frágil — Você é importante para mim. Mais do que eu tenho deixado transparecer.

Taylor ficou em silêncio por um momento, e sua voz estava mais baixa quando ela finalmente falou.

— Isso parece muito com um adeus.

— Parece um.

— É difícil acreditar que seja — Taylor murmurou — Eu vou te encontrar de novo, Eden, você sabe disso, não sabe? Não vai demorar muito. E eu vou arrastar sua bunda de volta para onde você pertence. Que, neste caso, é comigo.

— Eu só... — Eden soltou um longo suspiro — Não sei se consigo continuar fazendo isso sem parar.

— Claro que consegue — Taylor disse, seu tom suavizando agora, quase terno demais — Você é exatamente o que eu preciso. Mas... talvez eu precise te lembrar disso.

— Sim, talvez você precise.

A linha ficou em silêncio, o espaço entre elas preenchido com tudo o que não conseguiam dizer. E então Taylor falou novamente.

— Vejo você em breve, Duquesa.

*

— Você já pensou que um coma não seria tão ruim? É como um sono muito longo. Você folheia todas as memórias em sua mente porque finalmente tem tempo. Você acorda se sentindo... revigorado.

— Eu li sobre uma mulher que acordou falando chinês.

Taylor olhou para o segurança do outro lado da sala, desviando o olhar de Austin, que estava preso em todos aqueles fios, e tentou sorrir. Ela levou a mão ao rosto, enxugando as lágrimas que insistiram em cair nos últimos segundos enquanto observava o irmão, e então suspirou alto.

— Bem, obrigada por isso, Blanket — ela disse — Agora vamos limpar o andar.

— Cuidando disso.

A expressão de Blanket não mudou. Ele deu um pequeno aceno e foi em direção à porta lateral, olhando para o corredor vazio do lado de fora da sala privada antes de trancar a porta atrás de si.

O zumbido silencioso das máquinas encheu a sala enquanto Taylor se levantava, alisando os vincos de sua jaqueta. Ela se aproximou da cama de Austin, olhando para o irmão, seu rosto pálido, sua respiração superficial, mas constante.

— Você vai ficar bem — ela sussurrou para Austin, seus dedos roçando em sua mão — Só aguente um pouco mais.

 Ela se virou, seus olhos endurecendo enquanto olhava para Blanket, que havia retornado para seu lado. Eles trocaram um olhar. Austin não era o único problema agora. Henry Collins estava se aproximando.

— Acabei de fazer o check-in. Os caras na estrada disseram que Henry estava se movendo perto das docas — Blanket respondeu, seu tom tão plano e calmo como sempre — Ele se virou. Ele deve chegar em breve.

— Ótimo — os lábios de Taylor se apertaram em uma linha fina — Nós vamos foder com ele. Ele nem vai ver isso chegando.

— Você quer que eu faça as coisas andarem?

— Eu agradeceria.

O hospital estava quieto, anormalmente quieto, o zumbido estéril das máquinas preenchendo o silêncio. Por isso, quando Henry Collins deslizou pela porta como uma sombra, com seu guarda-costas se movendo em sincronia atrás dele, o sinal de aviso, mascarado pela chamada de um médico inexistente a emergência, fez Taylor ficar alerta. Ele não deveria estar ali, mas não se importava com o que deveria ou não fazer. Era isso — a jogada final. Ele tinha uma coisa em mente: derrubar Austin para atingir Scott e, se tivesse sorte, lidar com Taylor Swift também. Aquela mulher tinha sido um espinho em sua pele por muito tempo. Ele não iria embora até que o trabalho estivesse feito.

Eles se moveram silenciosamente pelos corredores mal iluminados, seus passos abafados pelos ladrilhos. Os olhos de Henry se estreitaram quando ele se aproximou do quarto de Austin. A porta estava trancada por dentro, mas isso não o preocupava. Eles poderiam arrombá-la se necessário. Um sorriso irônico brincou em seus lábios. Ele estava pronto para o que viesse a seguir. Mas ele não sabia que Taylor o estava observando. Da sala adjacente, Taylor estava atrás de um painel de vidro unidirecional que dividia o espaço entre o quarto de Austin e o dela. Ela podia ver tudo, mas Henry não podia vê-la. Ela observava cada movimento dele, seu corpo tenso de antecipação. Blanket estava ao lado dele, sua expressão tão ilegível como sempre, mas o plano já estava em andamento. Eles estavam prontos. Henry gesticulou para seu guarda-costas, e o homem deu um passo à frente, começando a mexer na porta. Levou apenas alguns segundos para a fechadura ceder com um clique suave, e Henry entrou no quarto de Austin, rastejando para frente com intenção. O quarto estava vazio.

Os olhos de Henry dispararam ao redor, confusão passando por seu rosto. As máquinas ainda estavam lá, o fraco bipe do monitor cardíaco ecoando ao fundo, mas Austin tinha ido embora. Ele não esperava por isso. Seu sorriso vacilou.

— Onde diabos-

Antes que Henry pudesse terminar sua frase, o som de um tiro cortou o ar. O guarda-costas caiu primeiro, um tiro limpo na cabeça que o fez cair no chão sem nem mesmo um grunhido. Henry se virou, olhos arregalados, quando Blanket saiu de trás da cortina no canto, a arma ainda levantada, sua mira segura. Henry xingou algo que parecia difícil demais de entender, instintivamente recuando, mas era tarde demais. Outro tiro soou, e dessa vez, acertou em cheio sua perna. Henry gritou quando a bala atravessou, jogando-o no chão. A dor irradiou por seu corpo enquanto ele agarrava sua perna sangrando, tentando se arrastar em direção à porta, em direção à fuga. Sangue manchava o chão enquanto ele rastejava, sua respiração saindo em suspiros agudos e aterrorizados. Sua visão ficou turva quando ele chegou ao corredor, mas antes que pudesse ir mais longe, ele congelou. Taylor estava lá, esperando por ele, arma na mão. Seus olhos estavam frios, vazios de qualquer coisa. Ela deu um passo lento para frente, cada clique de seus saltos no chão ecoando ameaçadoramente no silêncio. Henry tentou falar, mas por um momento as palavras ficaram presas em sua garganta. Ele olhou para ela, indefeso e preso, suas mãos tremendo enquanto ele as pressionava contra sua perna machucada.

— Ah, aí está você — disse Henry, finalmente. Ele riu sem humor — Se você vai fazer isso, faça logo, sua puta.

— Ah, não. Depois que você fez meu irmão sofrer, acho que tenho o direito de levar meu tempo. Fazer de você um exemplo. Me certificar de que ninguém tente roubar meu negócio novamente. Especialmente aquele americano infeliz.

— Isso não fará diferença alguma. Huard vai conseguir.

— Não vai acontecer.

— Sério? — Henry balançou a cabeça elevada — Eu acho que vai. Ele pode corromper qualquer um. Ele tem sua garota chique na mira — o mais velho reparou na mudança de olhar de Taylor, e então continuou, ainda que mal soubesse realmente a extensão dos planos de Huard com Eden. Huard parecia certo que Eden aceitaria seu acordo. Eden tinha estado em outra mente pelos últimos dois dias — É, é isso mesmo. A duquesa. Você não sabia disso, sabia? Você foi enganada, Taylor. Neste exato momento, tenho certeza de que sua duquesa já concordou com os termos de Huard, e o encheu com toda a informação que ele precisa. Huard é insistente.

*

As velhas luzes fluorescentes piscavam enquanto Taylor estava sentada no escritório no andar de cima, com vista para o ringue de boxe da família. Os dedos de Taylor batiam inquietos na mesa, sua mente acelerada, calculando. Ela não era de deixar suas emoções tomarem conta dela, não mais. Mas naquela noite, algo estava errado.

Seu celular estava na mesa, bem em cima de uma velha fotografia de sua mãe. Era um pequeno gesto, algo que ela fazia quando precisava de um momento mais claro, um momento para lembrar porque ela estava enfiada naquilo. Seus olhos se voltaram para a janela com vista para o ringue.

Ela pensou em Austin, em tudo que ela havia posto em movimento. Foi uma cadeia de eventos que a levou a este exato momento. Taylor pegou o celular, discando o número que ela estava evitando nas últimas horas. Do outro lado, tocou duas vezes antes que alguém atendesse.

— Com licença, Sr. Raine. Uh, Taylor Swift no telefone.

Houve uma pausa, o som de respiração do outro lado da linha, e então uma voz rouca interrompeu.

— Fale mais alto.

Os lábios de Taylor se curvaram em um leve sorriso. O homem foi direto, sem bobagens. Exatamente o que ela esperava de alguém como ele. Alguém que já tinha a estressado, mas que naquele momento poderia muito bem a servir da maneira certa.

— Eu só pensei que você gostaria de saber quem matou seu irmão — ela disse.

Houve um momento de silêncio. Taylor podia praticamente senti-lo se inclinando, esperando a piada, ou o que quer que fosse. Mas, de uma maneira honesta, não havia brincadeira. Ela estava mesmo se inclinando para contar uma verdade que tinha embrulhado por todos os últimos meses.

— Archie Hadfield — ela continuou — Ele explodiu a cabeça do seu irmão enquanto estava vestido de galinha.

A linha ficou em silêncio.

Taylor se recostou na cadeira, olhando para o ringue vazio abaixo. O jogo estava definido. Agora, era apenas uma questão de tempo.

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