11 | CADÊ MINHA MACONHA?
O Swift Knuckle estava localizado em Croydon, no número 13 do Innes Yard, com a entrada na parte de trás do prédio. O enorme espaço de treino também ficava junto a um condomínio de pequenos edifícios - o estacionamento era dividido entre o condomínio e o ginásio, e o espaço nunca estava menos movimentado. Havia pessoas ali vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana.
Para Eden, era a primeira vez que pisava em Innes Yard. Ela chegou dirigindo o Wagoneer e passou por um muro baixo com portões abertos que levava a parte de trás do endereço que recebeu de Taylor por meio do aplicativo de mensagens. Então, ela viu o carro da garota estacionado não muito longe da entrada e parou o SUV bem próximo a ele. Ela saiu do carro, guardando o celular no bolso e ajeitando a jaqueta Levi's que usava, em um tom de verde oliva bem gasto e mais claro, combinada com uma camisa branca e jeans claro.
O espaço da academia era grande e alto. As janelas eram todas altas, deixando entrar pouca luz natural. A iluminação, mesmo durante o dia, era totalmente artificial, havia um arranjo com quatro luminárias horizontais suspensas, formando um quadrado, logo acima do ringue. Também havia sacos de pancadas por toda parte, e as paredes - todas pretas, eram decoradas com pinturas em preto e branco de figuras importantes do boxe, mas nada absurdamente "demais". Apesar das luzes e dos letreiros vermelhos de neon, tudo era muito mais contidos, nunca saindo daqueles tons.
— Ei! — Austin chamou a atenção de Eden assim que a viu entrando na academia. Ela colocou as mãos no bolso da calça e sorriu sem mostrar os dentes na direção do garoto. O sorriso não alcançou seus olhos, mas Austin não pareceu se importar muito. Ele estava no ringue, mais alto, treinando. Ele estava sem camisa, com short azul de treino e luvas vermelhas, completamente coberto de suor, a ponto de seu cabelo parecer encharcado, grudado na testa — Quer entrar aqui e brigar?
— Estou bem — Eden assegurou.
— Estou brincando, cara — ele riu, mas depois fingiu estar sério e se aproximou da beirada do ringue, apoiando-se nas cordas que cercavam o espaço — A não ser que você queira, claro... vocês no exército adoram conflitos, não é?
— Estou procurando sua irmã — Eden disse, ignorando completamente o que havia escutado. Austin não se importou com isso e deu um passo para trás, endireitando a postura.
— Negócios ou prazer?
— Estritamente profissional — respondeu a duquesa sem sequer pensar, com uma expressão blasé no rosto.
— É melhor mesmo — o garoto fingiu a repreender, mas depois começou a rir — Só estou brincando com você. Ela está lá em cima — ele apontou para trás de Eden, para o escritório direto, seguindo escadas de metal, logo acima do letreiro de neon em que se lia "Swift Knuckle" em letras vermelhas enormes — Mas tome cuidado. Ela está de mau humor, então acho que você está mais segura aqui no ringue do que lá com ela.
Eden acenou uma última vez, mas não disse nada. Ela viu Austin sorrir e voltar a se concentrar em seu próprio treinamento, e suspirou levemente, indo em direção às escadas. No andar de cima, ela foi direto para o escritório de Taylor. O espaço era claramente um prédio antigo e parecia muito com uma daquelas fábricas do século XIX. Muita coisa havia sido reformada, mas o layout original não parecia tão diferente. A porta do escritório de Taylor ainda era um arranjo de madeira com as janelas "embutidas" nas laterais, como se fosse um único material. Lá dentro, ela tinha visão de toda a academia, mas naquele dia as cortinas estavam todas fechadas, então era impossível saber o que estava acontecendo lá dentro.
A duquesa bateu na porta e ouviu a voz de Taylor mais alta, mandando-a entrar. E ela entrou, encontrando-se em um escritório que definitivamente gritava que não pertencia à loira do sul de Londres. Para ser sincera, Eden admitiu que a cadeira vermelha acolchoada atrás da mesa era muito o estilo dela, assim como o carrinho de bebidas que parecia só ter uísque e vinho branco, mas fora isso... havia muitos troféus, inúmeros porta-retratos de família, itens colecionáveis de boxe - como uma luva super velha pendurada perto de outra porta, que dava para o banheiro -, além de um armário de madeira com porta de vidro que estava cheio de objetos de decoração antigos, como porcelana chinesa e outras coisas que definitivamente custavam um bom dinheiro.
— Você não conseguiu encontrar Danny? — Taylor perguntou, mas a pergunta não era dirigida a Eden e sim à pessoa do outro lado da linha do celular — Bata na porta dele, bata na janela, sacuda a porra da caixa de correio. Talvez ele tenha ficado tão chapado que esqueceu que dia da semana era. E não se preocupe com os albaneses. Eu os tenho sob controle — ela assegurou, e encarou Eden do outro lado da sala. A mulher havia parado em frente à mesa baixa com alguns porta-retratos repletos de fotos de família, e pegou uma delas, vendo a imagem de uma Taylor bem mais jovem ao lado de um Austin criança — Eddie? Sim, ela está aqui comigo agora, então é claro que não precisa bater na porta dela. Apenas... concentre-se em encontrar Danny, ok? Tente traçar o caminho dele, e me ligue se achar alguma coisa.
A mais nova encerrou a chamada e se sentou na cadeira atrás da mesa, a arrastando com graciosidade para trás, como se não estivesse nem mesmo pensando nos movimentos que fazia. Ela então apoiou os pés no tampo da mesa de madeira.
— Bom dia, T — Eden caminhou para perto e ajeitou a jaqueta que usava quando foi se sentar na cadeira livre de frente para a mesa de Taylor.
— Danny não atende o telefone — ela disse — Portanto, estamos atualmente explorando uma série de cenários horríveis — Taylor afrouxou a amarração de seu casaco, e então o tirou de vez, mostrando o suéter de malha justo, em tom vermelho, que usava — Ugh, por que está tão quente hoje?!
Taylor não estava esperando uma resposta, e Eden entendeu. E mesmo se estivesse, não seria uma resposta realmente divertida. Estava fazendo 5°C do lado de fora, e já era o último mês de inverno. Aquela era uma das manhãs mais frias dos últimos quinze dias.
Eden parou para observar Taylor quando a viu tomando aquela curva sobre o calor e reclamando de tudo naquela manhã. E ela tinha muitas reclamações, se fosse valer de algo. Mas Eden parou de ouvir no meio do assunto, quando inclinou a cabeça um pouco de lado e pensou consigo mesma sobre como Taylor tinha achado um jeito de ficar bonita usando uma calça estampada Roberto Cavali - do que parecia ser uma coleção vintage -, junto a um salto Kicker Stud da Carvela, cheio de pequenas tachinhas douradas. A jaqueta de couro que ela tinha tirado também era chamativa, com silhueta ajustada, cinto grande e efeitos do que parecia shearling.
— E você nem está me ouvindo — a mais nova concluiu, ganhando a atenção de Eden.
— Não, eu- — ela limpou a garganta por um momento — Eu escutei. Hm, a coisa sobre Danny, eu reconheço não ser de grande ajuda porque não tenho ideia de onde ele possa estar. Nenhum dos meus funcionários o viu, e Archie também não o encontrou, apesar dos dois estarem passando uma quantidade excessiva de tempo juntos lá embaixo, na fazenda.
— Nossa investigação já se afastou de sua propriedade — Taylor disse — Ele tem um apartamento aqui na cidade, então estamos tentando isso.
— Certo — ela se surpreendeu, mas tentou não deixar claro. Não tinha conversado tanto quanto gostaria com Danny, e havia um bocado de coisa que não sabia sobre ele e todos os anos que tinha estado distante. Ela sabia que Danny ocupava a casa de hóspedes perto da casa de Ethan, em Birch, mas não tinha ideia alguma sobre o apartamento de Londres — Bem, então, por que estou aqui?
— Bem, como você pode imaginar, o cliente que esperava a remessa ficou um tanto decepcionado essa manhã quando eu fui me encontrar com ele sem nada.
— Presumivelmente, você explicou que houve um imprevisto, certo?
— Fazemos negócios com Tonibler há anos, mas ele não é exatamente sutil.
— Espere — Eden acenou — Tony Blair?
— Grafia diferente — ela deu de ombros — Mas sim, Tonibler. Ele é um albanês-kosovano — Taylor explicou, dando de ombros no meio da sentença — O Tony Blair mesmo foi como um salvador para aqueles caras naquela época. É um nome muito popular. Mas voltando... ele é meio idiota.
— Claro — Eden assentiu.
— Mas ele é bom para nos gerar dinheiro porque é sempre pontual. Nós adoramos isso.
— E você não pode simplesmente devolver o dinheiro dele?
— Você nunca devolve dinheiro depois que pagam.
— E a razão para isso é...?
— É apenas algo que você não faz — ela deu por encerrada aquela discussão pontual.
— Bem, então você só terá que dizer a ele para ser paciente. O que, acho, não é tão difícil.
— Eu disse, mas a vida é muito curta. Dado que seria extremamente problemático se as pessoas começassem a pensar que não podem confiar na nossa cadeia de abastecimento, eu decidi amenizar a situação. Tentei ver se havia algo que pudesse fazer para compensar o inconveniente.
— E...? — Eden a incentivou a continuar.
— Tonibler tem uma linha de trabalho muito específica — Taylor disse — E agora ele está se concentrando em uma atividade secundária, montando algo como "comerciante de automóveis."
— Por que as aspas?
— Porque você deve saber que nada é realmente legal nesse meio — ela sorriu irônica — Importação-exportação. Ele recebe encomendas de todo o lado, e então coleta o que pedem e entrega aos clientes. Aparentemente é um bom preço, e as pessoas realmente estão dispostas a pagar. De qualquer modo, outro dia, Toni foi preso
— Espere — Eden a interrompeu — Isso escalonou um pouco rápido demais.
— Acontece — ela deu de ombros uma segunda vez — A coisa é que, Toni está realmente restringido quanto a sua eficácia operacional, porque agora ele tem a porra de uma tornozeleira eletrônica.
— Ok, eu acho que entendi onde você quer chegar — Eden revelou sem humor algum — Como o produto desse "Tonibler" atrasou, você prometeu roubar um carro para ele?
— Não qualquer carro — Taylor falou — É um veículo muito particular pelo que ele disse, um Lamborghini Huracán. Verde. E ele sabe onde encontrar, e sabe quando encontrar. Ele só precisa de um pouco de ajuda na coleta e na entrega.
— E você aceitou isso por quê?
— Não espero que você aprecie as nuances do ecossistema simbiótico que permite que nosso negócio floresça, mas eu não tive muita escolha, na verdade — Taylor tirou os pés da mesa, e arrastou a cadeira um pouco mais para frente, se sentando com a postura correta.
— Ok, ainda não entendi o que estou fazendo aqui — Eden falou — Porque provavelmente este é um problema que você e sua equipe resolverão, imagino eu.
— A minha equipe está atualmente concentrando a sua atenção no problema A, para descobrir o que aconteceu com a maconha e com o idiota do seu irmão. Isso deixa o problema B, o roubo do carro, que é, reconhecidamente, menos urgente e, francamente, indigno de mim, sem alguém para o resolver — ela foi direta dizendo isso, e parecia mesmo acreditar no que falava. Eden não conteve a expressão irônica que tomou seu rosto por um segundo, mas se Taylor reparou, não disse nada — No entanto, a questão ainda precisa ser abordada com um certo grau de... sutileza — ela se inclinou na mesa, e cruzou os braços sobre o tampo — E dados os termos do nosso acordo, achei que você poderia estar interessada em avançar com isso.
— Por que eu? — Eden perguntou, realmente curiosa quanto a resposta — Por que não um de seus encantadores parceiros de trabalho?
— O pedido vem do meu pai — Taylor disse, não escondendo a verdade, por mais que tivesse pensado em fazer isso, por um único segundo. Scott tinha indicado a direção assim que Taylor ligou para ele, para que pudesse falar sobre a situação. Ela sabia que qualquer outra pessoa naquela academia saberia lidar com aquele combinado, mas Scott foi incisivo — Sua motivação permanece enigmática, então se você quiser saber a razão para isso, terá que perguntar para ele.
— Bem, se eu fizer isso... seria um afastamento significativo do conteúdo e do espírito do nosso acordo — Eden se levantou, dando as costas para Taylor. Ela caminhou até parar do outro lado da sala, o que na verdade, foram apenas cinco passos adiante, e então se virou — Assim, hm, eu estaria procurando algo em troca.
— Você tem que ser mais específica, amor.
— Bem, nós conversamos sobre aumento de lucratividade, para que eu dê o fora logo. Então, por que não escolhemos um número para que possamos usá-lo como piso?
— Hm, você quer um número — Taylor se levantou, apenas para dar a volta na mesa e se sentar no tampo, do outro lado, mais perto de onde Eden estava parada — Tudo bem. Posso te dar um número quando isso acabar.
— Bom.... muito bom. Também discutimos sobre você deixar minha propriedade até o final do ano, mas não ficou claro se era um ano fiscal ou um ano civil — ela se aproximou da garota — Talvez devêssemos apenas indicar uma data.
Taylor encarou a mais velha de cima a baixo, sem realmente muita razão além de ter apenas parado para a observar melhor naquela manhã, depois de estar tão dentro da própria mente, com tudo o que tinha acontecido. Mas a mais nova quis despejar um pouco de implicância no momento, e no instante seguinte estava deixando um sorriso irônico tomar parte de seus lábios.
— Vou ter que verificar meu registro... mas podemos fazer isso.
— Funciona para mim — Eden murmurou — Então vamos lá resolver o seu problema, certo?!
Não foi uma pergunta que precisasse de resposta, e Taylor entendeu - e agradeceu - porque logo não parecia nem mesmo minimamente na mente certa para responder qualquer coisa. Ela tinha soltado uma "piadinha" um minuto antes, comentando sobre seus registros e horários, quando na verdade parecia bem mais do que claro que pelo menos grande parte do que era importante, ela tinha enfiado em algum espaço em sua própria mente. De qualquer forma, Eden não se incomodava com a implicância, pelo contrário, ela até gostava. Coisa que, de maneira honesta, fazia com que Taylor se divertisse ainda mais. Então, num momento elas estavam conversando e no outro estavam muito perto de uma da outra - o que, nos últimos dias, parecia ser sempre um grande perigo.
— Você pode trancar a porta? — Taylor disse, inclinando o rosto suavemente para o lado.
— Por que eu faria isso? — Eden tinha a resposta, mas ela queria ouvir o que a mais nova tinha a dizer, de qualquer forma.
— Porque eu estou tendo uma manhã merda e estive aqui pensando em como você pode tentar a melhorar um pouquinho — ela sorriu por um momento, de um jeito que acabou deixando um pingo de ironia escapar pelos cantos.
Um minuto depois, e Taylor estava sentindo os lábios de Eden tocarem os seus, a beijando de pé, enquanto ainda estava sentada no tampo da mesa, a mantendo numa posição com a qual ela não estava exatamente acostumada. Mas tudo era muito bom, e ao sentir a duquesa aprofundar o beijo, Taylor só conseguia imaginar cenários inesperados para si mesma, porque ela, talvez, estivesse perdendo a sanidade.
Ela tinha começado aquilo no controle, mas de uma hora para outra, sua mente estava completamente escravizada por seu corpo, e ela simplesmente não era forte o suficiente para impedir que sua respiração estivesse completamente descompassada, e que as batidas de seu coração não parecessem nem um pouco certas. Também havia esse formigamento lento e quente de antecipação que ela sentia quando as mãos de Eden deslizavam pelo seu corpo, até alcançarem a base de suas costas, então continuarem descendo mais um pouco.
Eden se afastou um segundo depois, mas cortou apenas o contato entre os lábios, mudando seus beijos para o pescoço de Taylor, enquanto seus dedos se ocupavam com os botões de sua calça.
— Você é tão linda — a duquesa sussurrou, se afastando para olhar nos olhos azuis de Taylor, e depois para o contorno dos seios dela, através do suéter, sob o tecido vinho. Ela ia continuar o que quer que tivesse em mente, mas Taylor a parou, e no instante seguinte saiu a arrastando para o sofá do outro lado da pequena sala. O sofá era grande o bastante para uma pessoa, um pouco pequeno para duas, mas aquilo realmente não importava.
Eden se deitou, e Taylor se acomodou por cima. Ela viu a mulher se aproximando logo em seguida, pronta para a puxar mais para perto, mas com uma mão em seu peito, a empurrou de volta no sofá, e olhou para ela com um ar ardente. Taylor se ajeitou no colo de Eden, depois cruzou os braços e agarrou levemente a bainha do suéter, o puxando de vez para cima. Para ela, foi tudo muito rápido, mas para Eden demorou um ano inteiro, com o suéter se arrastando com uma lentidão deliberada.
— Suficientemente bom? — Taylor provocou, lambendo os lábios em um meio sorriso. Ela tinha deixado o suéter no chão, de lado. No torso dela havia apenas uma parte de cima do conjunto preto de lingerie que estava usando, mas era uma peça de renda vazada que deixava muito mais a mostra do que talvez devesse. Ainda não era o bastante para Eden.
— Você sabe que não — ela murmurou, balançou sua cabeça, e se movimentou da maneira mais graciosa que Taylor já tinha visto, trocando as posições.
A respiração de Eden era quente e pesada, e quando se inclinava na direção dos lábios de Taylor, a mais nova quase podia ouvir cada batida mais agitada de seu coração. Ela sentiu a mão de Eden acariciando suas costas e então se livrando de seu sutiã. A mais velha deslizou as mãos pelas laterais de seu corpo, e Taylor gemeu com cada contato, curvando-se progressivamente, como se pudesse acabar de vez com qualquer espaço que houvesse entre elas, mas mais um pouco e as duas se tornariam apenas uma. Não havia espaço algum.
Taylor passou as mãos levemente sobre a pele de Eden, as unhas roçando, e então se arrastando pelo braço dela, causando arrepios pelo caminho. Ela a ajudou a se livrar de qualquer peça que houvesse no caminho, e logo nenhuma das duas sustentava nada, enquanto também não pareciam se importar com o fato de que mesmo ali dentro, a temperatura estava longe de ser agradável. O dia tinha amanhecido absurdamente frio.
De ambos os lados, as duas desejavam resistir a mais alguns minutos sem mais do que aquele contato inicial. Mas logo, para Taylor, começou a ser realmente difícil. Seu corpo resistiu ao que pôde, e ela quase perdeu a força para se manter minimamente segura diante dos próprios impulsos. Bastou sentir os lábios de Eden perto de sua clavícula, para no instante seguinte estar murmurando para que ela a levasse até sua boca. Sua voz deveria ter soado autoritária, e ela queria passar isso, mas soou mais como se estivesse implorando pelo próximo passo. Se Eden tinha reparado na entonação, nada ela disse.
Ela se forçou a trabalhar para o prazer da garota embaixo de si, a segurando firme, para então depois se mover com ela, contra ela, dentro dela. E ela fez isso sem realmente se importar com o quanto de tempo estava tomando, e fez isso até que um gemido específico saiu da garganta de Taylor, e ela simplesmente desmoronou sobre seus dedos.
Nenhuma das duas disse nada por alguns segundos, talvez uns bons minutos. Mas logo depois, Eden estava se levantando, se enfiando na própria roupa, antes de ajudar Taylor a vestir peça por peça do que tinha tirado. E então, talvez não devessem, mas ninguém nunca saberia que elas apenas pararam por alguns minutos, com Taylor se aconchegando nos braços de Eden, sentindo os lábios dela em sua têmpora, a mão contra seu cabelo, e a respiração suave muito perto de si.
Mais tarde, depois que Taylor vestiu sua jaqueta de couro, e Eden a esperou do lado de fora do escritório, elas desceram juntas a escada. O tempo tinha passado bem mais do que elas tinham percebido, e o treino de Austin tinha acabado. O garoto estava lá, com os cabelos molhados depois de um banho, usando regata branca por baixo de uma jaqueta de corrida preta, que era parte de um conjunto com a calça que ele vestia.
— Tonibler disse para nos encontrarmos na garagem — Taylor comentou quando os três saíram da academia, parando frente à porta dos fundos. Ela tinha recebido a mensagem dele enquanto se ocupava com Eden, e ainda havia uma hora inteira para ser gasta até que o horário do encontro se aproximasse. A "garagem" a qual Toni se referia era um espaço que ficava a menos do que vinte minutos da academia em Croydon.
— Bem, vamos reorganizar meu dia então — Eden disse puxando seu celular do bolso.
Ela acenou, comentou que estaria logo ali e discou o número de seu novo secretário pessoal - um conhecido de Sr. Lawrence que tinha sido indicado para o trabalho e estava em Birch a menos do que uma semana. Mas ele era bom, e isso Eden precisa reconhecer. Tudo parecia um pouco mais organizado.
Austin encarou a duquesa, ali parada com as costas apoiadas no carro, e respirou forte, cruzando os braços na frente do peito.
— Não sei o que papai vê nela — ele disse, e tomou cuidado trazendo a voz para baixo, para que ninguém além de Taylor o escutasse — Só porque ela era do exército... quero dizer, isso não significa nada no nosso mundo.
— Não, mas ela matou alguém e não entrou em crise existencial — Taylor disse — A maioria das pessoas acorda suando frio depois da primeira vez. A duquesa fez isso e dormiu como um bebê.
Austin virou o rosto para encarar a irmã. Ele levantou uma das sobrancelhas, e não escondeu a expressão suspeita.
— E como você sabe disso?
— Falando metaforicamente — ela foi rápida em se justificar, mas não passou tanta certeza.
Claro, ela tinha visto Eden dormir logo depois de tirar a vida de alguém porque passou a noite com ela, e Taylor sempre demorava mais do que deveria para fechar os olhos. Ela também vivia no mesmo prédio que Austin, e não era difícil imaginar que ele muito provavelmente tinha dado falta dela quando na manhã seguinte a festa do americano traficante de metanfetamina, a mais velha não estava o esperando em seu carro, para que pudessem ir juntos para a academia. Mas nada disso tinha sido conversado, e apesar das piadinhas de Austin, ele ficava preocupado quando o assunto eram as pessoas com quem Taylor se envolvia. Ela não tinha um histórico muito bom de relacionamentos, para dizer o mínimo.
— Por que é difícil acreditar nisso? — ele murmurou.
— Olha... — ela suspirou cansada — A verdade é que existem 24 duques e duquesas neste país. E aquela mulher ali parece ser a única que consegue navegar pelos escalões superiores da alta sociedade e ao mesmo tempo atirar na cabeça de alguém sem se preocupar com isso na hora de deitar a cabeça no travesseiro.
— Então isso a torna útil?
— No mundo muito específico e único em que operamos, isso a torna muito útil.
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