capitulo 32
Jason Hart
Lembro-me claramente do momento, do que me fez a odiar tanto. Durante os anos seguintes aquilo continuou guardado em minha memória, se acumulando com outras situações, até que a vi de novo e tudo voltou tão forte quanto antes.
Foi impossivel de guardar por muito mais, estava sufocando em um mar que me levava com a correnteza fortemente, não consegui parar, até perceber coisas que antes - na minha mentalidade da época - não eram tão claras.
Fui imaturo, em muitas das minhas decisões, cego pelo odio e desejo de vingança, até em um momento nem um pouco esperado, na verdade, a junção de vários deles me fizeram perceber que Brooke é só uma casca dura e resistente que esconde Faith.
Não sei se é compreensivel.
Mas isso não vem ao caso.
— No que está pensando? — Faith pergunta de repente, ainda não sei como consegue adivinhar.
Estamos na mesma posição, ainda não amanheceu, provavelmente umas 3 da manhã, e desde que acordei não resisti em passar a ponta dos meus dedos deslizando em seu braço até acordá-la, ou talvez ela já estivesse, não sei quando aconteceu, mas continuei e ela não me parou.
— Lembra quando nos conhecemos? — Ela não responde, mas sei que sim. É meio óbvio. — Estava pensando nisso.
Sua mão vai até minha barriga e seu indicador começa a fazer movimentos rotativos, por cima da minha blusa.
— Não quero falar sobre isso. — Parece ter tentando não soar rude, mas mesmo assim aconteceu.
— Certo... — E ela percebe que compreendo. Continuo a acariciá-la e percebo o seu toque não ficar mais tão firme, pouco a pouco caindo no sono.
Eu me lembro tão claro quanto o dia, e assim que comecei a pensar sobre isso, automaticamente minha mente não me deixou escapar.
Meus passos eram pouco confiantes até a entrada daquela escola gigante e expondo toda sua luxuria. Com certeza a escola mais cara que já pisei meus pés.
Consegui uma bolsa, graças minhas notas e habilidade com tecnologia. Era uma oportunidade única que daria orgulho aos meus pais, eu queria tanto e naquele momento minha barriga se recontorcia em nervosismo e medo.
Ser novo não é tão legal, não quando se tinha tantos amigos a quais eu já tinha amizade de tempos, mas precisava decidir, e foi isso. Lá também poderia fazê-las, esperava que não fosse tão diferente.
Respirei fundo e enfrentei um longo dia, o primeiro de muitos outros.
Era a hora de almoçar, não tinha conhecido muitas crianças, apenas um "olá! você é novo?", e nada mais. Então achei ser obvio ir para a única mesa vazia ali, uma estenssão dela, me perguntei porque ninguem sentava ali, mas não me importei e nem pensei muito, já que era a única livre.
A garota mais séria que os demais e com certeza mais bonita apareceu no meu campo de visão, seu maxilar tensionado, ela me olhou nos fundos dos olhos com muita intensidade e ódio, apenas para se virar e sair andando a passos duros até o lado de fora.
Me perguntei se tinha feito algo de errado.
Talvez não era para eu estar sentado ali, mas não tinha como saber.
Dias se passaram, ainda não tinha conseguido interagir com ninguém, fiquei na minha já sabendo que não aconteceria. Minha mãe trabalhava até tarde, apenas tinha tempo para ir me buscar um tempo depois do horário de saída, então eu aproveitava que não carregava peso por causa dos armarios - diferentes das outras escolas que eu teria que pagar para ter um - andava pela região.
Na época lembro-me claramente de morar cerca de quase uma hora de distância de onde estudava, me dava tempo o suficiente para ir a qualquer lugar e voltar, era consativo, mas eu gostava, fazia para não ficar sentado olhando para o nada e escutando o mesmo.
Em um desses dias escutei raspadas em uma superficie vindo de um pouco longe da calçada, curioso como sempre fui até lá, em passos silenciosos. Até que a avistei, aquela mesma garota irritada, agora expressando dor em cada um dos seus deslizes sobre o gelo, concentrada em tudo e ao mesmo tempo em nada. Era incrivel vê-la sobre aquela lâmina, sempre tive vontade, mas na parte em que moro não é tão comun achar pistas como essas: naturais.
Fiquei a encarando por tempo o suficiente para olhar cada um de seus movimentos com cautela e admiração. Por um momento me esqueci da forma como me olhou naquela vez, ela parecia alguém totalmente diferente agora.
Apesar de a ter visto outras vezes nos corredores, não a olhei nos olhos novamente. Um arrepio me subia toda vez que eu só me lembrava, não sabia que gostaria tanto deles se tivesse sido em um momento diferente.
Em meio a um de seus pulos e giros, seu corpo desequilibrou não a dando tempo de se recuperar a tempo e a vi cair e deslizar naquela superficie lisa. Doeu até em mim. Pensei que a veria chorar ou resmugar, mas ela permaneceu deitada no frio apenas por um minuto, ao menos seus olhos estão lacrimejados, mas notei quando parecia olhar para seu reflexo com ódio, muito dele em apenas um olhar.
Não saí de onde estava por mais que impulsos me dissessem para ir ajudá-la, ela não parecia querer.
Outros mais dias se passaram, querendo resumir o inevitavel, a espiei todos os dias depois disso, até tomar coragem de falar com ela. Pela primeira vez, e não vou dizer que foi educada porque é de Brooke que estamos falando. Mas gostei do seu jeito logo de primeira, por mais que não gostasse de muitas coisas ainda sentia certa admiração, acho. Não sei as palavras certas que um garoto de 10 anos usaria para expressar o que sentiu naquele momento.
Na realidade eu demorei tanto para falar com ela por causa que queria uma desculpa, então implorei de aniversário bem adiantado um patins, mesmo com dificuldade meus pais me deram, perceberam o real amor que comecei de repente a sentir pelo esporte. Mal eles sabiam que Faith Beaufort que era a razão.
Não estou querendo dizer que hoje em dia apenas faço tal atividade por causa dela, longe disso, mas na época foi uma ótima iniciativa, de qualquer forma já estava apaixonado em tudo por causa dos belos movimentos que ela fazia. Queria acompanhá-la.
Não pensem que esse meu amor esteja se referindo ao Hoquéi, porque na verdade a dança no gelo foi o primeiro, por mais que não faça hoje em dia.
— Não conseguiu dormir? — Ouço seu sussurro e abro os olhos, percebendo a claridade invadindo o quarto, em nenhum momento parei de deslizar meus dedos sobre seu braço.
Nego com a cabeça.
(...)
Todo mundo parou o que estava fazendo no momento em que a porta da frente foi aberta com certa brutalidade. A gente precisa começar a trancá-la, urgente. Estavamos cada um em um comodo praticamente, Faith falava vez e outra enquanto Abi conversava, Adam estava ao meu lado assistindo uma reprise, Lee e Brian na cozinha conversando sobre alguma coisa,até que paramos para ver qual furacão chegaria até nós.
E ele tinha nome.
Assim que acordei, tomei banho depois de Brooke, que não se importou de sair do banheiro só de toalha, mas apenas a tirou quando entrei. Falamos pouco, mas já sabia o que viria a seguir sem eu precisar falar muito. Fomos no hospital, seus pontos foram tirados e novos colocados com anestesia local mais forte e outros remédios para tomar.
Depois voltamos, encontramos com Abi e almoçamos. Já, já teríamos que sair para encontrar o tal do jornalista.
— Jason Luigi Hart Mancini!
Puta que pariu.
Levanto rápido, meu pai e minha mãe aparecendo do nada na sala de estar, olhando meu estado e a raiva genuina em seus rostos.
— Onde você estava?!
Olho de relance para Adam, também em pé, e percebo o seu olhar de desculpa. Provavelmente ligou para eles perguntando por mim. Merda.
— Mãe, eu...
— Está ficando doido, menino? Por isso aqui: — com o dedo anelar e indicador simula algo pequeno. — Eu não chamei a policia. Onde se meteu?
Antes que eu possas abrir a boca, Adam me interrompe.
— Tia, desculpa mesmo, não queria ter te preocupado. O idiota só estava... estava com uma amiga nossa. — Quase rio, mas me seguro notando a preocupação da minha mãe.
— Que amiga, Jason? — Adam responde mais uma vez por mim apontando para Brooke, que não esconde a sua expressão usual, pouco parecendo se importar. — O que diabos aconteceu com vocês?
— Acidente. — Lee solta. Do nada!
— ACIDENTE? Que acidente? — Noto meu pai franzindo os lábios, achando tanto graça quanto eu, ele percebe a mentira, mas sei que confia em mim, não que minha mãe não confie, mas ela se preocupa exageradamente com tudo. A amo por isso, mas as vezes sabe que exagera.
— Amore — ele sussura e segura em seu braço.
Ela se acalma instantaneamente.
— Jason, vamos conversar. — Gesticula para o andar de cima, meu quarto.
Assinto e sigo-os, antes sendo parado por Faith.
— Fala para eles sobre aquilo, aproveita que você já encaminhou todo o dinheiro para aquela conta e como tem acesso a ela, já os tranfere o necessário. — Não me dá tempo de revidar e se vira, voltando para o lado de Abi, que pisca pra mim sorrindo de lado.
Reviro os olhos e subo as escadas.
🫀
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