Capítulo 4
Porra. O que tem de errado comigo pra eu sempre conseguir me meter em cada situação merda?
A Sophie tenta voltar para o quarto onde só os funcionários são permitidos, mas assim que ela vê que não tem mais saída, ela volta a me olhar.
"Sophie," Digo o nome dela em voz alta.
Consigo perceber que ela está nervosa. Ela está mordendo o lábio inferior e faz o seu melhor para evitar contato visual.
"Tyler," ela força um sorriso.
"Já faz tanto tempo," eu digo depois de um minuto em silêncio. Parece que a cada segundo que passa, a tensão entre nós aumenta.
"Realmente," ela balança a cabeça. "Como você esteve esses anos?" Ela pergunta de uma vez.
A mamãe está olhando alguns itens pela loja e nem percebe o que está acontecendo.
"Estive bem. Estive morando lá em Boston." Respondo.
"É, eu ouvi falar." Ela diz, soltando um sorriso tímido, mais verdadeiro do que o primeiro.
A porta atrás dela se abre e revela uma menininha. Os seu cabelo ruivo está preso em dois rabos e ela é adorável.
"Mamãe, mamãe. Você viu os meus crayons?" Ela pergunta. Dizer que eu estou somente chocado seria um pleonasmo.
A Sophie é uma mãe agora?
A menininha olha para mim e dá alguns passos pra trás.
"Nikki, esse é um amigo da mamãe." Ela diz pra menina que parece ter três anos e a carrega em seus braços.
"Como é o nome dele, mamãe?" Nikki pergunta, brincando com o próprio cabelo.
"Ele é o Tyler," a Sophie responde. A Nikki pede pra descer dos braços da mãe e se aproxima de mim. Eu sorrio pra ela.
"Você quer ver os meus desenhos?" Ela pergunta e sorrindo, eu digo que sim. Ela então volta para o quarto de trás.
Eu olho para Sophie. Ela sorri assim que se vira para me olhar.
"Fiquei grávida quando estava na faculdade," Ela fala. "Não podia estudar e cuidar da Nikki, então eu tranquei meu curso." Ela suspira.
"Ela é adorável," Digo à ela.
"Ela é. Ela é a melhor coisa que já me aconteceu. Um ano atrás comprei essa loja com a ajuda do papai. Não tenho motivos para reclamar." Ela brinca com o cabelo um pouco e eu sorrio, feliz por ela.
Depois de alguns instantes, a Nikki aparece com um monte de papéis nas mãos e me mostra os desenhos dela. A Sophie fala pra ela continuar desenhando lá em dentro.
"Você já viu ela?" Ela me pergunta. Eu sei que ela está falando sobre a Stephanie.
"Eu vi ela. Ela não me viu." Respondo.
"Você..." Ela começa. "Você ainda sente o mesmo por ela?" Ela pergunta.
"Acho que nunca vou parar," Olho para o chão.
"Só queria me desculpar. Não sou a mesma pessoa que era no ensino médio e sei o quanto essa pessoa era horrível." Ela diz.
"Ninguém passava de mim," Eu acho graça. "Eu ocupava o primeiro lugar nas classificações de idiota." Digo e ela começa a rir.
"Não vou discutir," Ela ri novamente.
É engraçado saber o quão longe estamos dos tempos de ensino médio. Ela diz que precisa levar a Nikki na escola de balé e eu digo que precisamos voltar pra casa.
A mamãe me olha curiosamente quando entramos no carro e me pergunta se tem algo de errado e eu digo que não.
Ela volta a direção à pista e eu apenas olho janela à fora com um olhar vazio. Por um momento, vejo uma menina loira caminhando dando as costas para mim. Por um milissegundo, posso jurar que vejo o rosto dela, mas apenas repito para Kim mesmo que não é ela e simplesmente olho para outra direção.
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