Capítulo - 99
No momento que Christian entrou no quarto fiquei temerosa pela reação dele a ponto de ficar paralisada, não conseguindo sair do lugar nem mesmo quando o vi entrar em colapso e quase perder a consciência. E por mais que o meu coração sentisse que ele jamais renegaria a um filho, não pude deixar de me preocupar, devido o que aconteceu em seu passado, mas saber que ele não apenas aceitou o fato de que iremos ter um filho como ficou feliz com a notícia, tirou um peso tão grande do meu peito que foi impossível segurar as minhas lágrimas ao presenciar a sua emoção.
Se eu estou assustada? Apavorada seria a palavra perfeita para me definir, até porque tenho apenas 20 anos e uma gravidez não fazia parte dos meus planos, pelo menos não antes de me formar e ter uma carreira profissional estável, além de saber de todos os problemas que ainda poderemos enfrentar, sem saber se e quando os fantasmas do passado voltarão para nos assombrar.
Mas como eu sei que a nossa vida é uma incógnita e os planos apenas a Deus pertence, não vou lamentar o fato de ter sido tão irresponsável e ter me esquecido de renovar o meu anticoncepcional, quando sem conseguir explicar, a partir do momento que vi a confirmação naquele teste de gravidez, passei a sentir um amor tão grande em meu coração por saber que um pedacinho meu e do homem que eu amo está crescendo dentro de mim, que não consigo nem mesmo mensurar.
Além de me trazer uma paz inexplicável, como se mesmo não estando mais aqui, o Padre Lutero estivesse me acalentando com as suas palavras sábias e seus conselhos que sempre me confortaram, pois esse grãozinho, que sempre será parte de mim, é a resposta que eu precisava para saber que agora, mais do que nunca, eu preciso ser forte e ter sabedoria para lidar com os problemas que vierem a surgir, pois terei alguém a quem preciso proteger e amar com tudo de mim. E por esse bebê e as pessoas que eu amo, enfrentarei o que for preciso para vencer qualquer obstáculo que atravessar o meu caminho.
- Não esqueça que podem ser dois netos de uma única vez também, Tio Carrick. - Akira fala me trazendo de volta das minhas divagações e sinto o meu coração acelerar, quando todos nós o encaramos. - O quê? Não me digam que vocês esqueceram que o Christian tem uma duplicata e que há a grande possibilidade de fazer o mesmo com os filhos dele?
Céus! Eu ainda não tinha pensando nessa possibilidade, mas a probabilidade é realmente grande, mas parece que Christian não se importaria se isso acontecesse, pois o seu sorriso amplo e seus olhos brilhantes, enquanto acaricia o meu rosto, deixam claro isso.
- Não vamos assustá-los ainda mais, Akira, mas o fato do Christian ser gêmeo não quer dizer necessariamente que ele também terá gêmeos. - Grace se pronuncia, fazendo-nos encará-la. - Uma gestação gemelar ou múltipla, pode ocorrer naturalmente e sem explicação como foi o meu caso, mas a predisposição de isso ocorrer com mais frequência, geneticamente dizendo, aumenta as probabilidades se houver casos de gêmeos na família da futura mamãe e mesmo assim, não quer dizer que irá acontecer com ela.
- Confesso que eu ficaria muito feliz se isso acontecesse. - Christian não consegue parar de sorrir e o meu coração fica ainda mais aquecido e tranquilo, ouvindo-o falar dessa forma, mas ele desvia o olhar do meu para encarar o seu gêmeo. - Eu posso não dizer isso com frequência, mas ter um irmão gêmeo, mesmo que ele seja irritante a maior parte do tempo, é a melhor coisa do mundo, e eu não iria querer que fosse de outra forma. - Caleb se emociona com as palavras do irmão e se aproxima para abraçá-lo.
- Eu também não, Christian! Mesmo que você seja um velho precoce e mal-humorado a maior parte do tempo, eu não conseguiria imaginar a minha vida sem a minha outra metade. - Os meus olhos marejam, mesmo que eu esteja sorrindo, e percebo que todos estão do mesmo jeito. - Eu amo muito você, minha cópia falsificada. - Caleb fala com a voz embargada e Christian dá risada, mas ao se afastar, vejo que há lágrimas não derramadas em seus olhos também.
- Eu também te amo, seu idiota irritante. - Acabamos rindo desses dois, mas Grace volta a falar, após secar as suas lágrimas.
- Agora eu pedirei para vocês irem tomando o café da manhã, pois eu preciso conversar um pouquinho com os futuros papais. - Grace sorri e balança a cabeça, olhando para Caleb que nem se moveu do lugar, fazendo-nos sorrir. - Você também, meu Filho!
- O quê? Por quê? - Ela arqueia a sobrancelha para ele, que bufa e revira os olhos. - Isso é muito injusto! Se o filho é do Christian, é meu também. Eu pensei que todos tivessem entendido isso, mas pelo visto terei que voltar na aula de compartilhamento de DNA que falei agora a pouco. - Ele continua resmungando, mas sai do quarto, fazendo-nos dar risada.
- Vamos nos sentar, mas serei breve, pois agora essa mocinha precisa se alimentar melhor do que nunca. - Sinto o meu rosto esquentar, mas nos sentamos, Christian e eu no sofá e Grace arrasta a cadeira da escrivaninha, sentando-se a nossa frente. - A sua Ginecologista também é Obstetra, Ana?
- Não, Grace. - Ela assente, dando-me um sorriso e se levanta, pegando a sua maleta.
- A Senhora não pode ser a Obstetra da Anastásia, Mãe? - Christian questiona, enquanto ela pega algo na maleta e vejo que é um bloco de requerimento de exames.
- Tecnicamente não haveria problemas, meu Filho, mas a Ética Médica não recomenda que atendamos familiares por causa do vínculo emocional. - Ele suspira e assente contrariado, mas Grace para de escrever e sorri para o filho. - Não se preocupe, se a Ana quiser eu posso indicar um excelente Profissional e de minha inteira confiança. - Ela me olha rapidamente, e eu assinto.
- E... Quando seria possível vermos o bebê, Mãe?
Olho para ele, que está com o teste de gravidez na mão, desde o momento que o entreguei, observando-o com admiração, e sorrio vendo que o que tudo indica, apenas eu ainda estou assustada com a nossa nova realidade.
- Podemos ir agora mesmo se quiserem, mas preciso que vocês saibam que dependendo o tempo de gestação, ainda não possa ser possível ver o embrião ou ouvir o coraçãozinho dele. Contudo saberemos exatamente o tempo de gestação da Ana e aproveitamos que ela está em jejum para que possa fazer esses exames no laboratório. - Ela me entrega os requerimentos e vejo que são vários, desde hemograma completo à sorologia anti-HIV. - Esses são os primeiros exames do pré-natal, Ana, além de ter pedido um BHCG quantitativo, apenas para constar na sua pasta de gestante, pois com esse teste que você fez, não há a menor dúvida que você está grávida. - Mais uma vez, apenas assinto e Christian aperta a minha mão, chamando a minha atenção.
- Você está bem, Amor? - Sorrio para tranquilizá-lo.
- Estou sim! Mas confesso que eu ainda esteja um pouco... Assustada com o fato que teremos um bebê.
Ele continua me olhando, mas me aproximo selando os nossos lábios, fazendo-o suspirar preocupado, talvez pensando que eu não esteja tão feliz quanto ele, o que não é o caso, pois estou e muito, eu só preciso me acostumar ao fato de que serei mãe mais cedo do que eu sequer poderia imaginar.
- Isso é completamente normal num primeiro momento, Ana. Até porque não foi uma gravidez planejada, além de você ser muito jovem. - Grace alcança a minha mão livre, dando um aperto reconfortante.
- Confesso que no momento que a hipótese de estar grávida foi apontada, eu fiquei sim com medo e insegura por eu ter apenas 20 anos, mas o meu maior receio foi justamente por não saber qual seria a reação do Christian. - Ele me olha atentamente, mas não fala nada, deixando-me concluir. - Mas quando eu fiz o teste e a confirmação surgiu naquele visor digital, algo dentro de mim mudou. E mesmo que eu ainda esteja assustada, um sentimento tão grande começou a dominar o meu coração que não sei nem como explicar.
Coloco a minha mão sobre a minha barriga, sem nenhum indício que há uma vida se desenvolvendo dentro de mim e logo sinto a mão de Christian sobre a minha, fazendo-me desviar o olhar de nossas mãos para encarar os seus olhos que estão mais vivos do que nunca, além de ter um sorriso em seus lábios.
- Esse é o instinto materno, Ana, pois a maioria das mulheres começa a se sentir mãe, desde o momento que descobre que está grávida e acredite, esse sentimento vai apenas aumentando, conforme o bebê vai desenvolvendo e crescendo dentro de você. - Sorrio, sentindo o calorzinho novamente em meu coração.
- E eu jamais teria uma reação negativa quanto ao fato de termos um bebê, Anastásia. - Christian se aproxima ainda mais, beijando os meus lábios, fazendo os meus olhos marejarem. - Eu te amo demais e ter uma família com você é a realização de um sonho que por muito tempo eu pensei que não iria mais ser concretizado. - Eu assinto e sinto as lágrimas deslizarem por meu rosto, fazendo-o secá-las com os seus dedos. - Não chore meu Amor.
Ele me aconchega em seus braços, beijando os meus cabelos e respiro fundo, mas Grace pigarreia, fazendo-nos sair novamente da nossa bolha e encará-la, vendo que ela também está emocionada, retomando o assunto anterior.
- Depois que você fizer esses exames Ana, a encaminharei para a Dra. Nara Holt. Ela atende no GHMC, além de ser uma grande amiga e de minha total confiança. Você estará em boas mãos com ela.
- Obrigada, Grace.
- Mas enquanto você ainda não é paciente dela, farei a vez da Profissional agora, invés da mãe, sogra e futura vovó. - Sorrio e volto a me sentar direito, tendo a mão de Christian novamente na minha. - Hoje você teve essa queda de pressão, o que não é incomum acontecer em gestações, além de poder sentir tonturas, enjoos, alteração de humor, dor de cabeça, cansaço e sono excessivo.
- Na semana passada, além de eu ter sentindo por duas vezes um leve enjoo, como eu havia dito, eu realmente senti uma cansaço incomum, mas eu acreditei que poderia ser devido à correria para a reabertura da Loja. - Christian aperta a minha mão e percebo que está se contendo para não me perguntar o porquê de eu não ter falado isso para ele, mas Grace continua sem tempo para interrupções.
- É comum isso acontecer, devido às alterações hormonais do seu corpo. - Apenas assinto, sem interrompê-la. - Quanto aos enjoos, normalmente são matinais, mas isso não quer dizer que não possa ocorrer a qualquer hora do dia, principalmente se você sentir cheiros muito fortes ou alguma comida que não agrade muito ao bebê, mas pode também não acontecer, porque isso depende muito de mulher para mulher. - Mais uma vez assinto sem falar nada. - Caso você sinta cólicas abdominais, não precisa se preocupar, desde que sejam leves e não estejam acompanhadas de sangramento, caso isso aconteça, você deve falar imediatamente, Ana!
- Hum... Grace? - Mordo meu lábio inferior, nervosa e preocupada, porque até então isso era normal, claro, antes de descobrir a gravidez. - Eu sempre senti muitas cólicas antes, o que deveria ter sido um indício para eu saber que bem... Estava grávida por não tê-las sentido como no meu ciclo anterior. - Respiro fundo e sinto os olhos de Christian em mim. - Mas, eu estou sentindo uma dorzinha no pé da barriga, o que pensei que poderia ser o meu ciclo se aproximando, apesar de não ter me atentado à distância do último para este possível ciclo. - Ela assente, anotando algo em um prontuário.
- Mas acompanhada a essa dorzinha, você teve algum sangramento? - Ainda sentindo o olhar intenso de Christian em mim, nego com a cabeça.
- Não, apenas um leve incômodo mesmo. - Novamente ela assente, dando-me um sorriso reconfortante.
- Quando fizermos o ultrassom teremos a confirmação que estará tudo bem, mas a princípio até mesmo essa dorzinha é normal, pois mesmo que não seja perceptível, o seu útero começa a expandir e devido a esse aumento gradativo pode acontecer essa tensão abdominal, mas tem que ser sempre de baixa intensidade, até chegar o momento que ela desaparecerá à medida que a gestação progredir. - Dou um suspiro, fazendo-a sorrir e continuar. - E quanto à alimentação, procure comer de três em três horas, pois dessa forma você estará evitando a azia e enjoos, além de evitar também que a sua pressão baixe e possa causar tonturas e desmaios.
- Isso realmente me preocupa, Anastásia. - Christian fala seguido de um suspiro. - Eu sei que você tem o hábito de tentar não me preocupar, escondendo o que sente, por eu perder o controle facilmente, mas hoje você me assustou quando a vi daquele jeito. - Viro-me em sua direção e acaricio o seu rosto, pois eu percebi o quanto ele estava assustado quando recobrei os sentidos.
- Desculpe-me, Amor! Eu realmente pensei que fosse algo normal, além de ter achado que aquele mal-estar fosse apenas por eu ter me levantado rápido demais da cama. Não imaginei que isso fosse acontecer ou que eu estivesse grávida. - Ele volta a suspirar e pega a minha mão, levando-a aos seus lábios, negando com a cabeça em seguida.
- Você acha que estou falando isso, apenas por que agora eu sei que você está grávida, Anastásia? - Ele nega com a cabeça mais uma vez, parecendo desacreditado. - Eu me preocupo com o seu bem-estar independente se você estivesse grávida ou não.
- Eu sei Christian! Não foi isso que eu quis dizer. - Falo suavemente, mas ele acaricia o meu rosto e dá um suspiro profundo.
- Só... Não esconda nada de mim, Anastásia. Se estiver sentindo alguma coisa ou se estiver sobrecarregada, cansada, seja o que for não omita de mim, tudo bem? - Dou um sorriso contido, mas assinto e voltamos a olhar para Grace, e agradeço por ser ela a estar tendo essa conversa conosco, porque realmente a minha cabeça estava cheia de dúvidas.
- Agora vamos a um assunto, que pode parecer constrangedor, mas a maioria dos casais fica com vergonha de perguntar e outros acreditam que machucará o bebê e acabam se privando sem necessidade. - Sinto o meu rosto arder de vergonha, pois imagino sobre o que ela está falando, e percebo que Christian está na mesma situação, afinal, ela é a mãe dele. - Sexo na gravidez não é nenhum problema e não machucará o bebê, a menos é claro, que seja uma contraindicação Médica, no caso de uma gravidez de risco, mas se estiver tudo bem com o bebê e com a mamãe, não há necessidade de se privarem quanto a isso. Além do mais, com o aumento dos níveis de estrogênio e progesterona o desejo sexual da mulher pode aumentar e muito. - Apenas assentimentos, constrangidos demais para falar alguma coisa, fazendo-a sorrir e se levantar. - Certo, então vamos ver se conseguimos ver esse bebezinho, pois você não pode ficar muito tempo sem comer, Ana.
Apesar de envergonhados pelo último tópico abordado, levantamo-nos e sentindo uma ansiedade sem que eu consiga explicar, logo seguimos para o Hospital para ver se é possível ver o nosso pequeno grãozinho.
[...]
No momento que chegamos ao Hospital comecei a ficar ansiosa a ponto de sentir as minhas mãos suarem, o meu coração acelerar e um frio no estômago que estava me deixando enjoada. O que não consigo entender, porque parece até mesmo algo psicológico, pois só foi descobrir a gravidez que os sintomas resolveram aparecer.
A coleta no Laboratório foi rápida, mesmo que eu tenha encontrado com a Carly na Lanchonete em seguida, obrigando-me a ser educada - pois me fizeram comer, mesmo estando sem fome e muito ansiosa -, mas por alguma razão eu não sinto confiança naquela mulher, mas isso é história para outro momento, afinal, estamos aqui para Christian e eu tentarmos ver o nosso bebê. E, falando nele, está tão ansioso quanto eu, e a prova disso é a forma que ele bate o pé freneticamente no chão, permanecendo extremamente calado, enquanto aguardamos Grace retornar com a Dra. Holt, o que não é diferente de Caleb e Richard.
Sim! Os meus cunhados se recusaram a não estarem presentes nesse momento, mesmo que eles não entrarão no consultório conosco, o que eu não esperava nada diferente deles, porque o que ninguém pode negar é o amor entre esses três. Além do mais, por mais que não diga, eu sei que Christian sempre se sentirá mais seguro estando com o seu gêmeo e seu irmão mais velho, independente de qual for à situação.
- Christian, você está me deixando nervoso, e não apenas a mim, mas a peste da sua namorada também. - Caleb, que está mais sério que o normal, chama a atenção do irmão, fazendo com que ele olhe para mim, dando um suspiro e um sorriso envergonhado.
- Desculpe-me, meu Amor! Eu realmente estou nervoso, mas... Prometo tentar me controlar. - Ele me aconchega em seus braços e dou um suspiro.
- Não se preocupe Amor, eu me sinto da mesma forma, pois parece que... A partir do momento que conseguirmos ver o nosso grãozinho, vai parecer que realmente é de verdade. - Sinto o movimento que ele faz ao assentir, beijando os meus cabelos em seguida.
- Eu acho que vocês deveriam estar mais preocupados em como darão essa notícia para o Raymond. - Richard pontua o que eu estava pensando desde o momento que fiz aquele teste de gravidez e sinto o corpo de Christian retesar e o seu coração acelerar ainda mais, assim como o meu.
- Porra! - Caleb arregala os olhos e uma Enfermeira olha de cara feia para ele, mas muda a sua fisionomia quando vê quem proferiu o palavrão, saindo rapidamente. - Deus proteja a minha cópia, por favor?! - Caleb une as mãos dramaticamente, e encara o irmão. - Eu acho que o Ray vai te matar, meu irmão.
- Depois eu penso na questão do Raymond, mas agora eu quero apenas saber o quê a nossa mãe está fazendo, que ainda não veio nos chamar.
E, como se fosse combinado, Grace abre a porta, fazendo-nos levantar e Christian segura a minha mão. Mas antes de entrar na sala, eu paro e olho para o Caleb e o Richard, que estão com sorrisos nos lábios, tentando nos tranquilizar, apesar de ser nítido o quanto estão ansiosos também. Porém por mais que eu ainda não tenha sido submetida a esse tipo de ultrassom, que Grace nos explicou como seria feito, eu sei que é possível evitar que eles vejam qualquer coisa que não devessem ver.
Foco a minha atenção em Christian, vendo-o muito nervoso a ponto de estar com a testa suando, mesmo que não esteja calor, da mesma forma que sinto a sua mão que segura a minha, também muito fria, e olho para Grace que assente para mim, como se entendesse o que quero, pois Caleb é meu melhor amigo e irmão gêmeo do meu namorado, e Richard se tornou tão especial para mim, quanto é para os seus irmãos, sendo o porto seguro dos dois em qualquer situação que possa acontecer.
- Caleb, Richard! Vocês gostariam de entrar conosco? - Eles sorriem amplamente e assentem, acompanhando-nos.
- Obrigado, Amor! - Christian beija a minha mão e sorrio.
- Eu também amo os seus irmãos, da mesma forma que você os ama, meu Amor!
Ele sorri de lado e entramos no consultório, encontrando uma mulher muito elegante e que deve ter a idade da Grace, aguardando-nos de pé atrás de sua mesa com um sorriso caloroso nos lábios.
- Bom dia! A Grace deve ter falado, mas eu sou Nara Holt, Ginecologista e Obstetra. E eu acredito que passaremos alguns meses juntas, Senhorita Steele? - Sorrio e aperto a sua mão.
- Acredito que sim, Dra. Holt. - Ela nega com a cabeça, ainda sorrindo.
- Apenas Nara, pois quero que você veja em mim não apenas a sua Médica, mas uma amiga que fará de tudo para cuidar de você e do seu bebezinho. - Sorrio um pouco mais tranquila, pois eu gostei dela.
- Os meus filhos você já conhece, Nara. - Grace aponta para os filhos, fazendo-a assentir.
- Como vai, Dr. Grey? - Caleb se aproxima apertando a mão dela também, com um sorriso.
- Estou ótimo, Dra. Holt, além de muito feliz por saber que serei titio. - Ela sorri e olha para Christian e Richard, cumprimentando-os também.
- Bom, apesar de ver que esses titios estão expectantes também, é nítido o quanto o papai está nervoso e ansioso. - Olho para Christian que sorri de lado, mas não fala nada, e nos sentamos. - Bom, vamos direto ao ponto, pois a Grace me disse que essa mamãe já teve emoções demais por hoje. - Sorrio envergonhada, mas ela continua. - Ela já me passou a conversa que teve com os papais, além de me entregar o prontuário que fez para você, Senhorita Steele, mas agora o que acha de ir se trocar para vermos quantas semanas esse bebezinho tem? - Aperto a mão de Christian e após ela nos indicar a direção do banheiro, ele me acompanha, onde respiro fundo algumas vezes.
- Isso está mesmo acontecendo, não está, Christian? - Ele se aproxima pegando o meu rosto entre as suas mãos e selando os meus lábios.
- Está sim! - Ele sorri, mesmo que também esteja nervoso, e me abraça. - Não tenha medo, meu Amor, porque se seremos capazes de enfrentar os fantasmas do passado, psicopatas que buscam vingança e ameaças anônimas, estamos mais do que prontos para sermos pais, mesmo que não tenha sido nada planejado ou que possa parecer cedo demais. - Ele suspira e me aperta em seus braços. - Mas eu quero que você saiba, que desde o momento que eu vi aquele teste de gravidez, você está fazendo o meu mundo ainda mais completo e sempre estaremos juntos, com a nossa nova família que acabamos de iniciar. - Dou risada e me afasto para encará-lo.
- Iniciar? - Seu sorriso se amplia, enquanto assente.
- Ah, sim! Pois esse será apenas o primeiro bebê que eu quero ter com você, Anastásia.
- Eu te amo, Christian! - Ele me beija novamente e acaricia o meu rosto.
- Eu também te amo, minha Vida! - Selo novamente os nossos lábios e me afasto para trocar as minhas roupas.
[...]
Saímos do banheiro, entrando na sala que Grace nos aguardava, com um sorriso no rosto, e vejo que Richard e Caleb estão posicionados logo atrás da maca, mas que terão uma visão clara do que será projetado no monitor. Com a ajuda de Christian me deito, posicionando-me de forma adequada na maca e respiro fundo, ciente de que agora tudo deixará de ser uma possibilidade ou algumas letras no visor de um teste de gravidez para ser completamente real.
- Está pronta, Senhorita Steele? - Apenas assinto, vendo o sorriso do homem que eu amo, enquanto segura a minha mão. - Então respire fundo e tente relaxar o máximo que puder, para não ser ainda mais desconfortável enquanto começamos o exame, tudo bem?
- Sim.
Faço de acordo com as suas orientações, e ela insere o aparelho, que disse se chamar transdutor, em meu interior, fazendo imagens borradas aparecerem no monitor. É desconfortável, não vou negar, mas nada que eu não possa suportar, mesmo que eu ainda esteja tensa. Por um momento, enquanto ela começa a fazer algumas medições, movimentando o aparelho dentro de mim, o silêncio na sala é esmagador, tendo todos atentos às imagens exibidas na tela.
- Porra! - Ouvimos o susto de Caleb e a Dra. Holt congela algo no monitor, e Grace começa a chorar.
- O que está acontecendo? - Christian pergunta preocupado e aperta a minha mão, fazendo o meu coração acelerar. - Alguém pode me explicar o quê que está acontecendo? - Christian se irrita, mesmo que esteja preocupado, e eu não estou diferente.
- Só um minuto, Senhor Grey, que já conversamos. - Ela movimenta mais uma vez aquele aparelho, congelando outra imagem, deixando-me ainda mais confusa, quando ela enumera as bolinhas que aparecem nas imagens desconexas, dando um olhar rápido para Grace que assente, tentando conter as lágrimas. - Só mais um minuto... E pronto!
Ela aperta um botão no seu equipamento e o som que mais parece uma máquina de lavar, mas muito rápida e com eco, começa a preencher o ambiente e sem conseguir controlar sinto as lágrimas deslizarem por meu rosto. Justamente por saber que esse será o som mais lindo que um dia eu poderia ouvir. Que essa é a prova que realmente há uma vida dentro de mim. Um pedacinho meu e do meu amor. O meu grãozinho de amor!
- Que som é esse Dra. Holt? E por que está tão rápido? Parece ser... Mais de um. - Christian sussurra as três últimas palavras, e olho para ele, vendo-o com os olhos marejados também, como se já soubesse o que significa, esperando apenas a confirmação para ter certeza que agora ele realmente será pai.
- Esse é o som dos coraçõezinhos dos seus bebês, Senhor Grey!
Sem conseguir controlar, permito que o soluço que estava preso em minha garganta escape, enquanto a Dra. Holt encerra o exame, virando-se em nossa direção com um imenso sorriso. Volto a encarar o homem que amo, que está com o rosto vermelho, com os olhos fixos no monitor e a respiração acelerada. Bebês? Ela realmente disse que esse som é os coraçõezinhos dos meus bebês?
- Be... Bebês?
A Dra. Holt assente, e ele olha em minha direção, permitindo que eu veja as lágrimas deslizarem por seu rosto, antes de selar os meus lábios, misturando o sabor da nossa emoção com a notícia doce de ter a confirmação que agora é mesmo real.
- Christian... - Não consigo concluir o que iria dizer, mas não é necessário, pois ele sabe e sente o mesmo que eu.
- Obrigado, meu Amor! Obrigado!
Nego com a cabeça, sorrindo e chorando, sem saber o que fazer exatamente, pois agora é fato. Eu sou mãe! Eu sou mãe dos filhos do homem que eu amo. Do homem que me ensinou o que era o amor e que se permitiu novamente a amar. O homem que me ensinou a ser mulher, a me conhecer e a ter coragem para enfrentar seja quem for para sempre defender as pessoas que eu amo.
- Vamos nos acalmar, meus Filhos! - Sinto a aproximação de Grace, e Christian se afasta, secando o seu rosto. - Ajude a Ana se sentar, Filho, pois ainda precisamos conversar. - Ele me ajuda, sentando-me na maca e me organizo para não ficar nada à mostra.
- Por que, Mãe? - Ele olha para a Dra. Holt em seguida, com o cenho franzido. - O que há de errado? - Sinto o meu coração parar por um momento, mas o sorriso das duas, apesar dos olhos marejados da minha sogra, e a cara chocada dos meus cunhados me deixa confusa.
- O que há de errado, meu irmão? É que eu me enganei, pois o seu taquinho funciona muito bem e pelo visto acertou bem na caçapa!
Grace, a Dra. Holt e eu ficamos confusas, mas Richard gargalha junto com o Caleb - mesmo que estejam com os rostos e os olhos vermelhos pelo choro -, e Christian fuzila os irmãos, sabendo exatamente sobre o que eles estão falando, o que tenho certeza ser besteira, é claro.
- Fiquem calmos, não há nada de errado, muito pelo contrário, está tudo ótimo com a mamãe e com os bebês. - A Dra. Holt volta a falar, chamando a nossa atenção, mesmo que eu ainda não tenha conseguido parar de chorar, tendo Christian acariciando o dorso da minha mão que está na sua. - Os embriões estão bem desenvolvidos e os batimentos dos coraçõezinhos estão entre 126 e 172 bpm, que é o ideal para 7 semanas e 4 dias de gestação. - Arregalo os olhos, não acreditando que engravidei logo nas primeiras vezes em que fizemos amor, e ele parece ter feito os mesmos cálculos que eu, pois me dá um sorriso de lado, muito convencido devo ressaltar.
- Você não conseguiu identificar nada na tela, enquanto a Dra. Holt congelava as imagens, meu irmão?
Richard questiona, com seus olhos azuis brilhantes e um sorrisinho de lado, mas Christian nega com a cabeça, o que imagino que ele estava nervoso demais para conseguir prestar atenção em algo, apesar de eu também ter ficado confusa com os números que ela colocou nas bolinhas... Nos meus grãozinhos.
- Será que vocês poderiam falar logo o porquê de estarem fazendo tanto mistério? - Christian se levanta irritado, passando a mão em seus cabelos. - Se não há nada errado com a Anastásia e nem com os meus filhos, Dra. Holt, então o que está acontecendo de fato? - Christian perde o fio de paciência que tinha, fazendo os seus irmãos darem risada e sua mãe negar com a cabeça, mas a Dra., parece não se importar.
- Eu queria dar a notícia com mais suavidade, Senhor Grey, porque muitos papais se assustam.
- Isso eu estou percebendo, mas se a intenção seria me acalmar, devo ressaltar que não está funcionando, pois estou ficando além de preocupado com a minha mulher e os meus filhos, muito irritado, isso sim.
- Christian Grey! - Grace repreende o filho, que não demonstra arrependimento, mas a Dra. Holt sorri para ele.
- Parabéns! Vocês estão grávidos de trigêmeos plurivitelinos.
Chocada! Essa é a situação que me encontro, até ouvir um baque e ver Christian desacordado no chão.
Alguém teria alguma dúvida do amor desses gêmeos 🤧🤧? Mesmo se implicando, eles realmente se amam 🥰🥰!
Anastásia está assustada e também insegura, afinal, ela tem apenas 20 anos, além de ter tanta coisa para assimilar, que uma gravidez a pegou desprevenida 🤧🤧. E, foi isso que eu quis trazer nessa parte, que por mais que ela seja teimosa, corajosa, decidida e muito determinada, ela também tem os seus momentos de fragilidade, mesmo que já tivesse aceitado o fato que iria ser mãe 🤧🤧!
Ahh! Nunca passou por minha cabeça que Caleb e Richard deixariam de ir no primeiro ultrassom do sobrinho, ops, sobrinhos, não é verdade 😏😏? Até parece! Eles iriam mesmo que fossem ficar do lado de fora 😜😜!
Até porque a Ana tem toda razão, pois o que ninguém pode negar (mesmo que Christian tivesse sido o Senhor Gelo por um tempo) é o amor desses três irmãos ❤️❤️.
Ok! Algumas de você já sabiam sobre a gravidez, pois soltei o spoiler no grupo do WhatsApp, mas alguém imaginava que seriam três bebês e não apenas dois 😏😏?
Eita! Que o Senhor Eu sou Durão parece que desmoronou 🤭🤭? Alguém dúvida das piadas que virão? Eu que não 😏😏!
Esta semana é o dia deles, O Senhor Brasa e Furação e da Borboletinha, então até domingo qualquer dia é dia, lembrando que ainda teremos mais três capítulos a serem postados 😜😘!
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