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Capítulo - 92

O sorriso simplesmente não abandona o meu rosto, por presenciar o quanto a minha família fez com que a Tia Ângela ficasse a vontade, o que a princípio eu senti que ela estivesse com medo de ser julgada, por ter sido conivente com o Tio Marco, ao me manter afastada dos meus pais, mas não foi assim que aconteceu.

Os meus avós e o meu tio trataram-na muito bem, deixando-me aliviada, pois ela sempre será uma parte importante da minha vida e jamais deixarei de amá-la como a mãe que me criou, como se eu fosse a sua própria filha, durante 20 anos. E, acredito que o meu pai tenha entendido isso, pois eu consigo ver que ele realmente deixou as suas ressalvas, quanto a minha tia, para trás, percebendo que ela é uma mulher honrada e que cuidou muito bem de mim por todo esse tempo.

Por outro lado, durante uma parte da conversa, eu fiquei sabendo o porquê os meus pais não tiveram outros filhos, sendo que depois do parto complicado da minha mãe, ela teve adenomiose e mesmo após vários meses em tratamento, não foi possível controlar um sangramento excessivo e as fortes dores que ela passou a sentir, sendo necessário fazer a histerectomia total, que é o processo de remoção completa do útero.

Não vou negar que ter outros irmãos me deixaria muito feliz e talvez se isso tivesse acontecido, os meus pais poderiam ter sofrido um pouco menos com a minha ausência. É claro que um filho nunca seria o substituto de outro, ainda mais neste caso, onde eles não faziam ideia se um dia iriam me encontrar novamente, mesmo que jamais tivessem perdido a esperança quanto a este fato.

Porém a dor seria amenizada enquanto cuidariam de outro bebê, mas como a minha mãe disse, nada acontece por acaso e sempre há uma razão para as coisas acontecerem, por mais dolorosas que possam ser. O que foi reafirmado por Tia Ângela, que contou a sua história, quando perdeu o seu bebê, para algum tempo depois eu aparecer em sua vida, sendo parte da sua cura, enquanto eu recebia os cuidados e atenção que precisava naquele momento, estando longe dos meus pais.

O assunto logo foi mudado, tendo em vista que estava ficando melancólico demais, então meu avô começou a contar histórias de quando minha mãe e meu tio eram jovens e o quanto ele relutou para que ela não saísse de Kansas e viesse para Seattle, o que apenas o deixou mais tranquilo, porque ela veio morar com a Margarida - madrinha de consideração da minha mãe -, e poucos meses depois estava trabalhando na casa dos meus avós, onde conheceu o meu pai.

William e eu rimos muito da forma que nosso avô conta essas histórias e sempre fazendo questão de mencionar o quanto queria estar no seu Rancho, que agora eu sei não ser apenas um pequeno Rancho, pois meu Tio Benjamin conseguiu fazer as terras prosperarem, sendo um grande criador de gados de corte e também leiteiro, além de ser também produtor de soja em um campo extenso da propriedade.

Meu Avô me fez prometer que assim que William e eu estivermos de férias, iremos para Kansas passar alguns dias com eles, o que foi prontamente aceito por nós dois, obviamente. E, eu acredito que Christian também vá gostar de passar um tempo fora de Seattle, ainda mais com tantas coisas que aconteceram nos últimos meses.

Christian! Pensar nele faz com que eu sinta saudade, até porque desde que começamos a namorar, nunca passamos um único fim de semana sequer longe um do outro, mas não vou negar que esteja sendo bom. Afinal, eu precisava passar esse tempo com a minha família, da mesma forma que ele também precisa estreitar os laços com a dele, principalmente com o seu irmão gêmeo, ainda mais por ter ficado tanto tempo, fazendo de tudo para permanecer afastado deles.

- Está tudo pronto para a reabertura da Loja, Filha?

- Está sim, Mãe. Depois de três semanas com as portas fechadas e uma rápida reforma, enfim conseguiremos inaugurar a GRS.

- GRS? - Tia Ângela pergunta confusa, mas assinto. - A Loja que você trabalhava não era Parker Dress For Less?

Novamente assinto, deixando-a ainda mais confusa e acabo dando risada, lembrando-me que ela ainda não sabe de toda a história por trás dessa mudança de nome e não apenas, pois a gestão também será outra. O que eu espero ser capaz de conduzir bem a Empresa, não decepcionando o Christian que está confiando em mim, como também os meus colegas e amigos de trabalho, que dependem do sucesso da Loja para permanecerem em seus empregos.

- O Christian comprou a Loja, Tia, e agora passará a se chamar Grey Royal Style, mas essa é uma longa história, que nem vale a pena mencionar mais.

- Então quer dizer que a Senhorita Parker não é mais a proprietária da Empresa e você poderá trabalhar em paz?

Ela pergunta aliviada, por saber tudo que passei nas mãos da Bruxa Má do Oeste, por precisar do Emprego naquela Época, mas quem responde é o William com um sorriso nos lábios, fazendo-me perceber o quanto ele está feliz por ter a família por perto, principalmente o seu pai e a sua irmã, Beatriz, que dormiu depois do almoço por ainda estar cansada da viagem de ontem.

- A Ana não só está livre daquela mulher, como agora é a CEO da Empresa, Ângela. - Sinto meu rosto esquentar, tendo tantos olhos sobre mim e os sorrisos orgulhosos dos meus pais e da minha Tia, que alcança a minha mão, apertando-a.

- Quem é Christian? - Meu Avô pergunta confuso e meu pai faz uma careta antes de respondê-lo.

- É o meu genro, Ettore.

- Ora, Cunhado! Então quer dizer que você reencontrou a sua Princesa, mas no pacote veio também um genro?

Meu tio questiona com um sorriso de lado, e o meu pai assente, mas vejo que minha mãe está segurando uma risada da falsa carranca dele, pois eu sei o quanto ele gosta do Christian, apesar de terem se desentendido há alguns dias, por razões que não quero nem mesmo lembrar.

- Christian é um dos gêmeos da Grace e do Carrick, Benjamin. - Minha mãe chama a atenção do irmão, fazendo-o arregalar os olhos.

- Estou ficando velho mesmo, eu me lembro daqueles meninos pequenos correndo atrás das galinhas na Fazenda, bom, pelo menos um deles corria, enquanto o outro ficava de bracinhos cruzados emburrado com o irmão. - Dou risada, imaginando qual deles estava importunando as pobres das galinhas.

- O meu namorado com certeza era o que estava emburrado, Tio Benjamin. - Os meus pais dão risada, concordando com o que eu digo, mas William fica pensativo.

- Então quer dizer que eu já conhecia o Caleb? Como eu não me lembro disso, Pai? - William pergunta confuso e só então eu percebo que eles de fato já se conheciam bem antes da Universidade.

- Vocês eram pequenos, Filho, deveriam ter entre 5 e 6 anos, foi logo depois que... - Ele me olha e fica triste e imagino que o motivo seja o meu "suposto sequestro". - Bom... Isso é passado, o que importa é que estamos todos juntos agora. - Ele sorri e coloca a mão no ombro do filho. - Mas fico muito feliz que você e os gêmeos são amigos, pois naquela época vocês se deram muito bem.

- Pelo menos um dos gêmeos é meu amigo, Pai, enquanto o outro eu percebi que já teve vontade de arrancar a minha cabeça do pescoço, apenas me olhando como se quisesse literalmente me matar. - Ele faz uma careta e nego com a cabeça, enquanto a nossa família dá risada do exagero dele.

- Eu fico pensando o quanto esse mundo é pequeno. - Minha Avó Celina, chama a nossa atenção, muito reflexiva. - Quando tudo aconteceu, na tentativa de animar um pouco a Carla, Grace e Carrick resolveram passar uns dias conosco no Rancho, levando as crianças, onde os menores ficaram amigos do William e apesar de serem pequenos, não se lembravam disso, mas alguns anos depois se reencontram, ficam amigos e justamente através dessa amizade que a nossa neta foi reencontrada. - Ela fala emocionada e meu avô a abraça de lado, por estarmos sentados nos sofás da sala.

- Ah, sua velha boba, deixe de coisa, pois não é hora para chorar. - Meu avô resmunga com seu jeito simples, disfarçando os seus olhos, também marejados, fazendo-nos sorrir e deixar a emoção de lado. - As coisas acontecem quando tem acontecer, mas agora a nossa neta está aqui e ninguém irá tirá-la de nós.

Assentimos para o que ele fala, e o meu pai me olha seriamente antes de dar um sorriso de lado e através do seu olhar, eu consegui entender que ele estava afirmando as palavras do meu avô, mas também fazendo uma promessa que ninguém me tiraria deles.

[...]

- Ângela, esperamos poder contar com a sua presença na próxima semana. - Minha mãe a abraça e sorri, no momento que estamos nos despedindo.

O dia passou tão rápido que nem percebemos e apesar de sentir saudades de casa - principalmente do Christian -, posso considerar que foi melhor do que imaginei um dia, estar assim com a minha família, incluindo a Tia Ângela, obviamente, mas ela precisa ir embora e aproveitarei para fazer o mesmo, não antes de deixar tudo acertado para o jantar que os meus pais farão para me apresentar oficialmente como a filha deles.

- Estarei aqui, Carla, com toda certeza. - Sorrio e me aproximo para abraçar os meus pais também.

- Você tem mesmo que ir? Poderia ficar esta noite conosco, Filha. - Afasto-me de seus braços e sorrio, negando com a cabeça, pois ela já disse isso, muitas vezes, desde que eu disse que estava indo embora com a Tia Ângela.

- Em outra oportunidade, eu prometo que ficarei Mãe, mas iremos reunir alguns amigos em casa amanhã e reforçarei o convite para que todos vocês possam passar o dia conosco. - Meu pai nega com a cabeça, aproximando-se e dando um beijo na minha testa, envolvendo-me em um abraço.

- Amanhã Grace e Carrick virão almoçar conosco, minha Filha, além do mais, só terão jovens nesse churrasco, então aproveitem o dia de vocês. - Novamente ele beija a minha testa e sorri ao se afastar do nosso abraço. - Apesar de querer que fique conosco e não vá mais embora, eu entendo que você está ansiosa para retornar para casa. - Sorrio envergonha, sentindo o meu rosto esquentar pela forma que ele fala isso, porém não posso negar, pois realmente sinto que o meu lugar é ao lado do Christian, ele sim é a minha casa.

- Ora, esses namoros modernos não entram na minha cabeça, onde já se viu isso? A minha neta é uma criança e já está morando com um marmanjo barbado. - Ele nega com a cabeça e me puxa para um abraço de urso, bem apertado, para onde vou de bom grado, ouvindo a risada do meu tio e de William.

- Deixe de ser um velho ranzinza, Ettore! - Minha avó se aproxima, fazendo o meu avô resmungar algo e se afastar. - Não ligue para o seu Avô, ele acha que os namoros de hoje tem que ser igual quando nos conhecemos, onde para dar uma "bitoquinha" tinha que pedir permissão, então aproveite e namore muito, minha neta.

- Celina, isso é conselho que se dê a sua neta? - Vovô cruza os braços e encara a esposa que dá risada da cara que ele está fazendo e eu estou me segurando para não fazer o mesmo.

- Ah, meu velho! Enquanto você é o avô ranzinza, eu serei a vovó legal que apoia os netos em tudo.

É impossível segurar por mais um minuto a risada, presenciando esses dois, que se alfinetam o tempo todo e é nítido o amor e o respeito que têm um pelo outro, mas me despeço também da Tia Emma e me abaixo para receber o abraço apertado da Beatriz, que é uma fofa.

- Você não vai ficar no Castelo do Tio Ray, Princesa Ana?

- Hoje não, Princesa Beatriz, mas eu sei que você irá cuidar muito bem deste Castelo para mim, assim como do Rei e da Rainha enquanto eu estiver ausente, certo?

- Eu vou cuidar direitinho deles. - Ela sorri, dando um beijo no meu rosto e corre para os braços de William, que pega a irmã sem pestanejar, fazendo-me sorrir por ver o quanto ele ama essa pequena.

- Filha, não esqueça que eu ficarei aguardando a sua visita, para que possa conhecer a nossa Empresa.

- Não me esquecerei, Papai.

Meu pai sorri satisfeito, pois eu sei o quanto isso é importante para ele e depois de mais alguns minutos, consigo sair da casa deles com a Tia Ângela, encontrando Samantha com seu costumeiro sorriso no rosto. E, logo estamos com o carro em movimento, seguindo para minha antiga casa, o que me lembra de que preciso conversar com ela, sobre algo que já protelamos demais para entrar neste assunto.

- Tia Ângela, precisamos ir até o apartamento que o Tio Marco deixou para mim. - Ela me olha confusa, pois ainda não conversamos sobre esta questão, desde que recebi o envelope deixado por ele. - A Senhora não sabia disso, não é?

- Não, Borboletinha! Quando o seu tio deixou o envelope para que eu entregasse a você, ele não falou o conteúdo que havia nele.

Respiro fundo e assinto, sentindo a saudade que tenho dele e do Padre Lutero apertar o meu coração, apesar de saber que isso nunca irá passar, pois eles foram muito importantes para mim e jamais os esquecerei.

- Ele deixou uma propriedade em Toscana, na Itália, onde há um Vinícola, tendo pessoas que eram da confiança do meu tio cuidando dela. - Ela arregala os olhos, mas não fala nada. - E também o apartamento dele, aqui em Seattle, que eu pensei que a Senhora e a Thaís pudessem ocupá-lo, pois dessa forma não precisaríamos continuar pagando aluguel daquela casa ao Senhor Fontana.

- O Contrato da nossa casa ainda está vigente, Borboletinha! E, o Marco deixou esse apartamento para você. - Sorrio e nego com a cabeça.

- Podemos reincidir o contrato e se tiver que pagar a multa, nós pagaremos. E, quanto ao apartamento, bem, eu não pretendo morar nele de qualquer forma... Por que... - Novamente sinto o meu rosto esquentar, mas falo de uma vez, afinal, não tenho razões para omitir isso dela. - O Christian resolveu construir no terreno, que fica no Condomínio de seus pais, e eu aceitei que me mudaria com ele, assim que nossa casa ficasse pronta. - Ele me olha por um tempo e pega a minha mão, dando um suspiro longo.

- Ana, você não acha que ainda é muito cedo para dar esse passo com o seu namorado? - Não respondo nada por enquanto, pois sei que ela quer continuar a falar. - Você só tem 20 anos e o Christian também é muito jovem, mesmo eu sabendo que vocês já moram juntos atualmente, mas é diferente, pois estão na casa dos pais dele e a qualquer momento você poderá querer voltar para a nossa casa ou até mesmo pode decidir morar com os seus pais. No entanto, mudando para uma casa, sozinhos, também estarão dando um passo a mais na relação de vocês. - Sorrio e dou um aperto em sua mão, entendendo a sua preocupação.

- Tia, eu entendo o que a Senhora está tentando dizer e mesmo podendo ser precipitado o que eu vou falar, mas não me vejo mais longe do Christian, eu sinto que a minha casa, o meu lar é justamente onde ele estiver. - Ela sorri e assente, entendendo onde pretendo chegar. - Eu acredito que não precisa ter um tempo pré-estabelecido para avançarmos um pouco mais no nosso relacionamento e por mais que não tenhamos falado quanto a isto, eu sinto que ele pensa como eu, afinal, a vida é uma incerteza e não sabemos o que irá acontecer no dia de amanhã, então para quê esperar para saber o que poderá ou não acontecer se eu posso viver tudo que vier pelo caminho ao lado do homem que eu amo?

- Você tem razão, mas eu me preocupo com o seu coraçãozinho, minha Filha, pois infelizmente a realidade da vida a dois é bem diferente do que imaginamos que possa ser. Ainda mais quando se é tão jovem quanto você e o Christian.

- Eu concordo com a Senhora, Tia, até porque nada dura para sempre, mas dura o suficiente para podermos aproveitar cada minuto como se fosse o último, mas sem pensar nos "e se" que podem e vão surgir no caminho. No entanto, podemos apenas viver um dia de cada vez ao lado de quem escolhemos, naquele momento, para amar e só podemos desejar e pedir que seja para sempre. - Ela assente e fica em silêncio por um momento, perdida em seus pensamentos, mas eu sei que ela deve estar pensando em sua situação com o Matteo.

Tia Ângela é uma mulher extraordinária e é nítido que ela ama o Matteo, pela forma que ela fala dele e como os seus olhos brilham e um sorriso sempre estampa o seu rosto, quando o mencionamos. Porém por pensar demais na reação da Thaís, que mesmo depois de tantos anos, ainda é apegada a memória do pai - que não pensou duas vezes em abandoná-la com a mãe por causa de outra mulher -, ela evita em aceitar de uma vez por todas, as oportunidades que a vida está dando para que ela possa novamente amar e ser amada.

- Você está certa, Borboletinha, devemos aproveitar as oportunidades que a vida está nos dando, quando temos tempo e não ficar pensando no que poderia dar errado, antes mesmo de tentar fazer com que dê certo.

- Eu espero que a Senhora siga esse conselho também, Tia Ângela.

Ela sorri tímida, mas não me contradiz, o que aquece o meu coração por perceber que ela está pronta para ter um novo relacionamento, sem pensar na opinião de outras pessoas e aceitar que também merece ser feliz.

- Quanto ao apartamento, minha Filha, se está mesmo decidida a não se mudar para ele, eu acho melhor você alugá-lo para alguém que irá cuidar muito bem dele. - Franzo o cenho e antes que eu diga algo, ela continua. - Depois dessa nossa conversa, eu percebi que posso perder a minha segunda chance, antes mesmo de dar uma chance a quem tanto tem me esperado. - Apenas assinto para não interrompê-la. - E, por mais que me doa dizer algo assim, a Thaís não seria a pessoa indicada para que você deixasse o seu apartamento aos cuidados dela, agora quanto à casa que alugamos o melhor a se fazer é cancelarmos mesmo o contrato e devolvê-la para o Senhor Fontana.

- Mas, Tia... - Ela volta a apertar a minha mão, calando-me e sorri.

- A Thaís é uma mulher de 25 anos e passou da hora de crescer e começar a ter responsabilidades, Ana. - Ela fala séria e decidida, fazendo-me concordar com um aceno de cabeça. - Eu até posso ajudá-la a alugar uma casa menor ou um apartamento, apenas para ela, mas se ela quiser mantê-lo, terá que começar a trabalhar e não continuar com a vida que está levando. - Ela suspira e vejo o quanto está triste com as atitudes da filha. - Você acredita que faz quase um mês que não sei por onde ela anda ou com quem possa estar? A única coisa que ela fala quando eu ligo é que está bem e que eu não preciso me preocupar, desligando em seguida sem me deixar falar mais nada. - Fico sem saber o que dizer, mas ela pisca afugentando as lágrimas e sorri. - Mas não vamos falar sobre isso, Borboletinha! Conte-me direito aquela história do Christian ter comprado a Loja, pois ainda fiquei confusa com tudo isso.

Sorrio e assinto, aceitando a sua decisão em mudar de assunto, pois o tema Thaís realmente é uma incógnita que não sabemos como conduzir, ainda mais por ser instável como somente ela sabe ser. Eu só espero que ela possa mudar em algum momento da sua vida, pois minha Tia não merece sofrer por uma filha que não dá a mínima importância para ela, mas que eu sei que jamais irá abandoná-la, justamente por ser a sua mãe e amá-la incondicionalmente, independente do que ela possa vir a fazer.

[...]

Aproveitei o momento que estava na minha antiga casa com a Tia Ângela para pegar o restante das minhas coisas que havia ficado e com a ajuda dela e da Samantha, esvaziei completamente o meu quarto, que por um tempo foi o meu refúgio em vários momentos. Quando alugamos a casa, já estava mobiliada, onde apenas precisamos comprar os móveis para alguns quartos, e o meu, foi um deles, mas decidimos doar para alguém que precisasse assim como as coisas que era do quarto do Padre Lutero, fazendo com que sentíssemos ainda mais saudades dele.

Ligamos para o Senhor Fontana, comunicando-o sobre a nossa decisão, e ele, muito atencioso, nos liberou de pagar a multa, depois de explicarmos o motivo de estarmos nos mudando, o que foi bom, pois ele ofereceu a minha Tia, um loft - que mais parece um pequeno apartamento -, que foi desocupado há pouco tempo e que está a venda, mas se ela optasse em alugar, ele o faria sem problema nenhum, justamente por ser para ela.

Minha tia ficou satisfeita com a proposta, principalmente com o valor que é duas vezes menor do que pagamos atualmente, por ter apenas uma suíte - que fica no mezanino -, uma sala, uma cozinha compacta e uma pequena área de serviço, combinando de visitar o local amanhã e caso venha a gostar, irá alugá-lo para a Thaís ter um lugar para ficar, assim que retornar, de seja lá onde ela estiver.

Eu insisti para que eu pudesse comprá-lo, caso ela gostasse do local, o que foi veemente recusado, mas eu não acho justo - mesmo que seja para a Thaís, que sempre me tratou mal, mas eu não farei isso por ela e sim por minha tia, com toda certeza - que ela fique pagando aluguel, enquanto eu posso ajudá-la a comprar, com o dinheiro que o meu Tio deixou para mim. Porém encerrei o assunto para não deixá-la chateada, mas isso não quer dizer que não entrarei em contato com o Senhor Fontana, depois que ela tomar uma decisão quanto ao imóvel em questão.

- Ana, deixe essas malas que eu as levarei. - Reviro os olhos para as palavras da Samantha, assim que chegamos à garagem de casa.

- Samantha, eu posso muito bem levar essas duas malas, que nem são tão grandes assim, mas se você quer mesmo me ajudar, tem essa caixa aí e já adianto que está um pouco pesada. - Ela apenas nega com a cabeça e pega a caixa cheia de livros, sem muito esforço.

- Você é muito teimosa, Ana! - Sorrio satisfeita e também feliz por ter feito mais uma amiga, pois é assim que vejo a Samantha.

- Ainda bem que você sabe, mas agora vamos entrar, pois eu tenho certeza que o seu marido também está com saudades de você, já que precisou ficar o sábado todo sozinho.

Mais uma vez ela nega com a cabeça, mas me dando um sorriso e entramos na casa, encontrando-a completamente silenciosa, o que acho estranho, pois pelo horário deveriam estar todos jantando e Caleb não é nada silencioso, nem mesmo durante as refeições. Porém eu sorrio retribuindo o de Lola que está se aproximando, pegando uma das malas, ajudando-me.

- Lola, onde estão todos?

- Depois de tanto tempo, Grace e Carrick resolveram sair para jantar e os meninos também saíram, mas devem estar quase chegando.

Assinto e subimos as escadas, mas sorrio pela forma carinhosa que ela chama aqueles homens crescidos de meninos. O que me deixa muito feliz que Christian e Caleb resolveram de fato passar um tempo juntos e mesmo que eu tivesse ficado com saudade do meu namorado durante todo o dia, conseguimos cumprir com o combinado de não telefonar ou trocar mensagens para aproveitar o tempo com a nossa família, afinal, precisávamos desse momento ao lado deles.

Agradeço pela ajuda das duas, assim que chegamos ao quarto e recuso o jantar oferecido por Lola por enquanto, convencendo-a também a deixar essas roupas para que eu mesma as guarde depois no closet. Elas sorriem e saem, fazendo-me suspirar, decidindo tirar as minhas roupas e entrar no banheiro, para tomar um banho e esperar o Christian chegar.

No entanto, mesmo que estivesse me divertindo com a minha família, conhecendo-os um pouco mais, eu não posso me esquecer da atitude da minha avó Alana, inclusive pela forma que ela estava vestida. Não que não estivesse elegante como sempre, mas dessa vez ela estava usando roupas com menos luxo do que a vi nas últimas vezes que nos encontramos, assim como também a mudança em sua fisionomia quando aquela mulher chegou querendo falar com ela, demonstrando um misto de desagrado e preocupação.

E, não fui apenas eu quem percebeu isso, pois vi que tanto o meu pai quanto a minha mãe, acharam estranho o seu comportamento, sem o peso de seu olhar sempre tão julgador e sua postura altiva, demonstrando desagrado com tudo e todos a sua volta e sim um olhar carregado de saudade e também ansiedade, como se precisasse falar algo ao meu pai, mas que não poderia ou não conseguiria naquele momento.

Balanço a cabeça tentando afugentar esses pensamentos, pois devo admitir que a minha mente fosse muito fértil em alguns momentos e no mínimo eu esteja vendo coisa onde não deveria, sendo que a minha avó pudesse mesmo estar apenas com saudades do meu pai por ter ficado viajando por tanto tempo. Por essa razão não gastarei energia em pensar nisso e encerro o meu banho, saindo do banheiro logo depois de me secar.

Ouço risadas, assim que desço as escadas, fazendo-me sorrir também e o meu coração acelera, apenas por saber que verei o Christian, sentindo uma saudade incalculável, como se estivéssemos ficado dias sem nos ver e não apenas algumas horas, como foi o que aconteceu. Mas paro no meio da sala e franzo o cenho, ouvindo a voz debochada do Caleb.

- Não se preocupe irmãozinho! Aquela peste da Ana não precisa saber desse pequeno inconveniente. O seu segredo está muito bem guardado comigo e ninguém mais precisa saber o que aquela mulher tentou fazer.

- Que segredo e que mulher seria essa, Christian Grey? - Sem conseguir me conter questiono cruzando os braços e arqueio a sobrancelha, vendo os gêmeos estacarem no lugar e me encararem de olhos arregalados.

- Ferrou, Christian!

Mordo no lábio tentando não sorrir da cara desesperada de Caleb e o rosto vermelho de Christian, mas me recomponho e permaneço firme, mesmo tendo certeza que seja alguma coisa que o Caleb tenha aprontado e decido logo quebrar o silêncio que pairou no ambiente de repente.

- O que foi que o Caleb aprontou dessa vez?

- Ei! Por que deveria ter sido eu a aprontar e não o Senhor Perfeitinho, aqui? - Ele balança o irmão, por ainda estar abraçando-o pelos ombros, fazendo com que Christian o encare irritado e se afaste dele.

- Porque eu conheço o namorado que eu tenho da mesma forma que eu conheço você, Caleb.

Assim que fecho a boca, ouço risadas abafadas, o que me faz olhar para além dos gêmeos e só então perceber que Richard retornou de viagem, fazendo-me sorrir, mas vejo outro homem ao seu lado com uma beleza bem peculiar e arrisco a dizer que há traços asiáticos nele, com seus olhos escuros e levemente puxados, porém também há traços que lembrem um pouco os outros três homens a minha frente, principalmente o Richard, pelo maxilar bem marcado e os cabelos negros, além de ter o sorriso debochado do Caleb.

- Acho que estou apaixonado!

Ouço sua voz rouca e o sorriso em seus lábios, enquanto coloca a mão teatralmente no peito, deixando-me envergonhada, mas Christian o encara com uma carranca, aproximando-se de onde estou e me envolvendo em seus braços, fazendo com que Caleb e Richard deem risadas.

- Não me teste, Akira! - O sorriso dele aumenta e se aproxima também, estendendo a mão para um cumprimento, o que aceito no automático.

- É sério, primo! Estou apaixonado e completamente encantado com tamanha beleza a minha frente. - Ele leva a minha mão aos seus lábios, dando um beijo, deixando-me ainda mais sem jeito. - Eu sou Akira Sato Hill, seu humilde vassalo e, se me permite dizer, eu poderia facilmente me afogar nessas piscinas cristalinas do seu olhar, Anastásia!

- É... Obrigada? - Saiu mais como uma pergunta por eu estar com muita vergonha por esta situação, mas Christian dá um grunhido ao meu lado.

- Já chega Akira! - Christian puxa a minha mão, que está na dele, quase com um rosnado, e Akira continua sorrindo. - Anastásia, esse idiota a sua frente é nosso primo e irá passar um tempo conosco, mas se ele quiser permanecer vivo por mais algum tempo é melhor que pare com essas gracinhas.

- Encantador o amor que você tem por mim, primo. Isso me deixa deveras comovido.

Akira dá uma piscadela para ele e acabo sorrindo, percebendo que ele é tão palhaço quanto o Caleb, o que com toda certeza será um teste para a pouca paciência que o meu namorado praticamente não tem, convivendo com esses dois por um tempo.

- Seja bem-vindo, Akira! É um prazer poder conhecer mais alguém da família do meu namorado.

- Acredite Anastásia! O prazer é todo e completamente meu.

- Akira!

Richard o repreende, mesmo que tenha a sombra de um sorriso em seus lábios, por ver que o irmão está ficando ainda mais vermelho e mordo no lábio, assim que olho para Caleb, que está segurando uma risada para não irritar ainda mais o seu gêmeo.

- O quê? Por um acaso eu falei alguma mentira, Richard? - Ele nega com a cabeça e me olha sorrindo, aproximando-se.

- Eu senti saudades, Pequena! - Afasto-me de Christian para receber o seu abraço e um beijo na testa, mas logo estou entre os braços do meu namorado novamente.

- Você fez muita falta nesses dias, Richard, eu também senti saudades! - Ele sorri, mas Caleb revira os olhos.

- Sentiu nada, irmão, essa peste está apenas sendo educada. - Caleb se pronuncia ao vir me abraçar também, mesmo que eu ainda esteja nos braços de seu irmão. - Sai Christian! - Ele o empurra, fazendo-o resmungar irritado e me tira do chão, como sempre faz. - E de mim, você não sentiu saudades também não?

- Não, Caleb, eu vi você ontem! Agora me coloca no chão e me explica o que você aprontou para ter que "guardar" um segredo sobre o Christian? - Ele me solta e encara o irmão de olhos arregalados, antes de voltar a me olhar.

- Eu acho que esse assunto pode ser deixado para depois, pois não é importante, Ana, e temos um churrasco para organizar. - Não respondo nada, apenas arqueio a sobrancelha e o vejo engolir em seco. - Verei o que a Lola preparou para o jantar, pois me deu uma fome de repente. Fui! - Fico confusa com a sua atitude, ouvindo Richard e Akira dando risadas.

Ainda sem entender, assisto-o caminhar a passos rápidos para a cozinha, sendo seguidos por seu irmão e primo, deixando-me sozinha com o meu namorado, que continua com o rosto corado, mas que logo se aproxima, puxando-me pela cintura, onde abraço o seu pescoço de bom grado, tentando aplacar um pouco da saudade que senti durante todo o dia.

- Hoje as horas pareciam intermináveis, Baby. - Sorrio e recebo um beijo delicado em meus lábios.

- Eu também senti a sua falta, Amor, mas precisávamos passar esse tempo com as nossas famílias. - Ele assente e sorri de lado, olhando atentamente para cada detalhe do meu rosto, antes de voltar a focar em meus olhos.

- Você é tão linda, Anastásia! - Mesmo depois de tudo que já fizemos, ainda sinto o meu rosto arder pela intensidade de suas palavras e de seu olhar. - Eu te amo tanto, Baby!

- Eu também te amo, Christian! Tanto que é impossível mensurar.

Ele sorri tímido e acaricia o meu rosto, aproximando a sua boca da minha, tão suave quanto o pousar de uma borboleta, mas logo eu sinto a sua mão segurar firme os meus cabelos e aprofundar o beijo, tomando ao mesmo tempo em que devolve o meu ar, como se eu estivesse há dias sem sentir o sabor de seus lábios, esquecendo a noção do tempo e do lugar que estamos.

- Opa! - Afastamo-nos ofegantes e desnorteados pela interrupção, assim que ouvimos a voz risonha de Akira. - Eu vim avisar que colocamos a mesa para o jantar, mas vocês podem continuar, eu não me importo nem um pouco em assistir uma sessão para maiores de 18 anos, melhor ainda se eu puder participar.

- Akira!

Christian fala entredentes e sinto o meu rosto ficar ainda mais quente, presenciando o sorriso debochado do Akira e ouvindo as gargalhadas escandalosas de Caleb e Richard vindo da sala de jantar.

O que me leva a pensar que o churrasco de amanhã poderá ser mais interessante do que eu possa imaginar.

Será que só eu gostei muito da família materna da Ana 🤔🤔🤔? Ah, porque eu gostei muito deles 🥰🥰🥰, principalmente porque a Borboletinha está muito feliz 🥰🥰🥰.

Eu fico também muito soft com o amor entre a Ana e a Ângela 🤧🤧🤧, por mais que ela tenha aprendido a amar a sua família biológica, Tia Ângela sempre será a sua mãe de coração.

E, ela não poderia estar mais certa quanto a Thaís não ser a pessoa mais indicada para cuidar do apartamento que o Marco deixou para a Borboletinha, mas entendo o fato da Ana não querer "deixá-la na mão", mas por amor a sua Tia e não aquela cobra criada que ainda vai criar confusão 😏😏😏.

Pronto! Akira e Caleb irão deixar o Senhor Irritadinho maluquinho da cabeça, isto é um fato 🤣🤣🤣!

RECADINHO IMPORTANTE!

Estou postando este capítulo hoje, por estar sentindo muita saudade de ler os comentários de vocês, então COMENTEM muito e não esqueçam as minhas ESTRELINHAS! E, para adiantar o recadinho que irei deixar depois no meu Livro de Avisos, só voltarei as postagens normais dia 19/11/2021, até lá, posso ir liberando um capítulo ou outro em qualquer uma das quatro histórias em andamento. Beijos e até depois!

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