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Capítulo - 91

A princípio, eu havia planejado passar o dia com o meu irmão gêmeo, enquanto Anastásia estivesse na casa de seus pais, pois sinto que Caleb e eu estávamos precisando desse momento, apenas nós dois ou junto com o nosso irmão, que até então não seria possível por estar viajando. Ainda mais porque desde que retornei do México, as nossas vidas nunca mais encontraram a monotonia de uma rotina previamente calculada, como eu estava habituado a ter, o que confesso que não me arrependo de nada, por toda a mudança que aconteceu na minha vida nesses poucos meses.

No entanto, poder observar a minha família sentada a mesa, está sendo muito melhor do que eu havia planejado e isso me faz perceber o quanto eu senti falta de todos eles, mas também me faz sentir um aperto no peito, mesmo que eu não queria mais sentir culpa o que é inevitável, por saber o quanto eu os magoei. Mas não devo mais me apegar a esse sentimento, porque eu sei que eles me perdoaram pela forma que eu agi por todo aquele tempo.

Por isso não irei mais insistir em me martirizar ou tentar me punir pelos erros do passado, porque o que foi não há mais como voltar. As palavras que eu disse no calor do momento, as minhas atitudes impensadas e muito menos o tratamento frio e distante que dispensei a cada um deles, mas poderei tentar me redimir, mesmo que em silêncio, aproveitando cada momento que eu puder ficar ao lado deles, sendo o filho que os meus pais esperavam que eu fosse e o companheiro e amigo que meus irmãos e eu sempre fomos.

E, por mais que eu tenha levado uma bronca, ter conversado com os meus pais, tirou um peso que eu ainda carregava no peito, o que agora eu posso dizer que definitivamente irei deixar parte do passado para trás, mesmo que uma fração dele não pretenda me deixar em paz. Decidido em meu propósito, eu volto a prestar atenção no assunto que está à mesa, mas não pude deixar de observar que durante o café da manhã, o meu pai ficou olhando para o Richard de uma forma que eu conheço bem, o que nem me passou pela cabeça que ele pudesse esquecer aquele assunto, assim como o meu irmão também percebeu que nosso pai tem algo a lhe falar.

- Não tem problema mesmo que eu fique aqui, Tia? - Akira questiona, depois de ter falado como estava os meus tios no Japão, fazendo com que minha mãe negue com a cabeça.

- De forma alguma, Akira, você pode ficar quanto tempo quiser. A nossa casa é grande e há espaço de sobra e, eu acho que não precisaria nem mesmo que você comprasse um apartamento, podendo muito bem ficar conosco.

- Agradeço o convite, mas não querendo fazer desfeita ou ser ingrato, eu preciso mesmo ter o meu apartamento, Tia. - Ele sorri de lado, fazendo-a assentir.

- Tudo bem, mas não tenha pressa, mesmo eu sabendo que vocês jovens precisam ter um pouco de privacidade. - Ela me olha e sorri. - Até o meu filho caçula está querendo deixar a nossa casa para ter o seu próprio espaço. - Fico envergonhado pela forma que minha mãe me olha, porém Richard me encara na mesma hora.

- Você vai se mudar, Christian? Para onde?

- Pretendo me mudar sim, mas não é agora, Richard, o que deve demorar ainda uns seis meses ou até um pouco mais para que a construção no meu terreno seja concluída. - Trato logo em explicar, mesmo sabendo que ele não iria fazer drama, como o Caleb fez.

- A construção no nosso terreno, você quer dizer, não é mesmo, irmão? - Caleb se pronuncia com a sobrancelha arqueada, fazendo-me sorrir de lado e assentir.

- Sim, Caleb. No nosso terreno. - Ele sorri satisfeito, voltando a comer seu bolo, e eu nego com a cabeça, pois meu irmão parece uma criança às vezes.

- Por que você não aproveita e fala com o Arquiteto do seu irmão também, Richard? - Meu pai o questiona, fazendo-o pensar por um momento.

- Está querendo se livrar de mim, Pai?

- É claro que não, meu Filho! Mas dessa forma, não ficaria apenas o seu terreno vago, além do mais, sabemos o quanto construções causam transtornos, sendo assim, seria feito de uma única vez e evitaria problemas futuros com o barulho, poeira e o excesso de maquinários dentro do condomínio.

- Por mais que eu não quisesse que nenhum de vocês saísse de casa, nunca, eu concordo com o seu pai, meu Filho. - Minha mãe reforça, e ele fica pensativo, mas acaba assentindo, voltando a me encarar.

- Vocês têm razão, depois me passe o contato do Arquiteto, ou melhor, quando for marcar com ele, avise-me para participar da reunião também, por favor! - Confirmo com a cabeça, mas continuo sentindo o peso de seu olhar sobre mim. - A Ana está sabendo dessa decisão, Christian?

- É claro que está. Nós conversamos antes de tomarmos qualquer decisão, juntos.

- Ótimo! Eu pensei que teríamos que ter uma conversinha séria quanto a isso. - Reviro os olhos, fazendo-o sorrir, enquanto meu pai e Caleb dão risada.

- Quem é essa Ana? - Akira pergunta confuso, alternando o olhar entre nós três, mas quem responde é o meu irmão irritante.

- É uma peste que apareceu na minha vida, mas acabou se apaixonando por minha cópia, agora vive me deixando de lado por causa desse ranzinza aí. - Ele aponta o garfo na minha direção, mas Akira continua confuso.

- Então vocês são do tipo de gêmeos que dividem tudo, inclusive a mulher? - Engasgo com o café e Caleb com o bolo, fazendo-nos negar com a cabeça, deixando os nossos pais assustados com a pergunta do Akira.

- É claro que não! - Paro de falar para recuperar o fôlego, bebendo um gole de água para continuar. - Anastásia é a minha namorada e melhor amiga do Caleb, não dividimos ninguém, Akira. Ela é minha. - Ele arqueia a sobrancelha e sorri maliciosamente.

- Então quer dizer que você é ciumento e possessivo, Primo?

- Você não faz ideia do quanto. - Caleb resmunga, depois de também recuperar o fôlego, mas eu não falo nada, apenas nego com a cabeça, fazendo Akira sorrir.

- E quando conhecerei a mulher que despertou esses instintos primitivos em você, Christian? Pela forma que vocês falam, ela deve ser muito especial. - Agora quem sorri sou eu, pois especial é pouco para definir a minha namorada.

- Assim que ela retornar da casa dos pais.

Ele sorri e assente, voltando a comer e, logo mudamos de assunto, onde ele respondeu algumas perguntas dos meus pais, como por exemplo, que trabalha com Nanotecnologia e Robótica, e isso faz com que eu olhe para o meu irmão mais velho, que apenas faz cara de paisagem, como se isso não fosse algo a ser muito bem utilizado em sua Empresa, eu só não sei exatamente em quê... Por enquanto.

Contou-nos também, muito animado, que a sua irmã, Kayla, está prestes a ter o seu primeiro bebê, mas que assim que o sobrinho nascer, o seu pai virá nos fazer uma visita, o que obviamente deixou minha mãe emocionada por saber que verá o seu irmão mais velho depois de tanto tempo.

Posso fazer uma ideia do que a minha mãe deve sentir em relação a isso, pois mesmo que eu tentasse me manter afastado dos meus irmãos, eu sabia que eles estavam por perto e não me imagino ficar todo esse tempo longe de nenhum dos dois, ainda mais agora que recuperamos os nossos laços, companheirismo e irmandade que eu nunca deveria ter tentado romper.

Por outro lado, saber que minha prima terá um bebê faz com que lembranças do passado, que faço de tudo para esquecer, voltem a minha mente, mas não sinto mais o gosto amargo da traição e da mentira, e sim um sentimento diferente, ampliando a vontade que tenho de ter a família que sempre idealizei desde a minha adolescência, só que agora, com a mulher que eu realmente amo e que também me ama.

- Christian! Está tudo bem?

Ouço a voz cautelosa de Richard e sinto sua mão em meu ombro, talvez imaginando em quê eu pudesse estar pensando, mas acabo piscando algumas vezes, percebendo que estão todos me encarando.

- Está sim, apenas me distraí por um momento.

- Percebemos, pois você nem mesmo ouviu o que o Akira perguntou. Aposto que estava pensando naquela peste da Ana. - Ouço o tom debochado, que só poderia vir do Caleb, mas o ignoro, fazendo-o dar risada e foco minha atenção no meu primo.

- Desculpe-me, Akira, o que estava dizendo?

- Eu estava dizendo que queria um pouco de diversão antes de começar a trabalhar, por isso eu perguntei o que vocês achariam se fossemos a uma Boate hoje? Fiquei sabendo de uma ótima que foi recentemente inaugurada aqui em Seattle, além de ter um Clube Seleto para Sócios. - Nego enfaticamente com a cabeça, sabendo a qual Boate ele está se referindo, deixando-o confuso.

- Nada de Boates ou Clubes, Akira.

- O quê? Por quê?

Vejo que meus pais aguardam minha resposta, mas não entrarei neste assunto, não novamente. Até porque eu não tenho mais motivos para odiar o dono da Boate em questão, pelo menos não pelos motivos que o fazia antes.

- Em outro momento poderemos fazer isso, Akira, mas não agora. - Faço uma troca de olhar com os meus irmãos, que entendem o que quero dizer, mas ouço o meu pai suspirar, porém não fala nada. - Contudo, você poderá ter um pouco de diversão amanhã, além de conhecer novas pessoas, pois Anastásia está querendo reunir o pessoal e preciso começar a ligar para os meus amigos e, Caleb... - Ele para de mastigar e me encara. -... Ela pediu para você entrar em contato com a Eloise e o Pietro, assim como os seus amigos do Hospital, os convidando para fazermos um churrasco aqui em casa.

- Ótimo! Estávamos mesmo precisando fazer isso, a última vez foi quando? - Ele pensa por um momento, mas balança a cabeça. - Nossa, faz tanto tempo, Christian, ainda estávamos em Boston. - Eu assinto, porque isso realmente é verdade, pois aconteceu antes de eu me envolver com aquela mulher.

- Por que você não nos avisou antes, Filho? - Minha mãe que até então estava apenas observando a nossa interação, questiona pegando a minha mão. - Se soubéssemos, o seu pai e eu não teríamos marcado de almoçar na casa do Ray amanhã.

- Foi resolvido de última hora, Mãe, mas poderemos deixar para o próximo fim de semana, não há problema nenhum. - Ela sorri e nega com a cabeça.

- Em absoluto, meu Filho, vocês precisam desse momento, pois trabalham muito e merecem um descanso da agitação do dia a dia. - Minha mãe olha para o meu pai, que sorri para ela. - Os pais e o irmão da Carla estão na Cidade, por isso passaremos um tempo com eles, mas vocês devem passar esse tempo com os seus amigos e aproveitarem o fim de semana.

- Concordo com a sua mãe, vocês são jovens e devem aproveitar esses raros momentos que se permitem ter. - Meu pai reforça o ponto da minha mãe, com um sorriso nos lábios. - Como todos terminaram o café da manhã, eu me retirarei por alguns instantes, pois preciso resolver um assunto pendente. - Ele se levanta e beija os cabelos da minha mãe, antes de encarar meus irmãos e eu, agora com seriedade. - Os três, no Escritório comigo, agora!

- Fodeu!

- Caleb Grey!

Minha mãe o repreende, fazendo-o dar um sorriso sem graça e se desculpar, mas nos levantamos e seguimos nosso pai até o Escritório, não antes de fazer uma troca de olhar com o meu irmão mais velho, que se tivesse atendido a minha ligação ontem, saberia do que se trata esta "reunião" com o Senhor Carrick Grey, o que imagino que ele também faça uma ideia pela forma que nosso pai o olhou durante todo o café da manhã. Agora é ouvir calado ou dar respostas que o deixem satisfeito e menos irritado como se encontra nesse momento.

[...]

- Como foi a sua viagem, Richard? - Meu pai questiona assim que nos acomodamos no Escritório, mas sei que ele está apenas preparando o terreno para chegar exatamente no ponto que quer.

- A viagem foi tranquila, Pai, apesar de não ter conseguido evoluir muito com o caso do meu cliente. - Meu pai arqueia uma sobrancelha e dá um sorriso enigmático, fazendo-me engolir em seco, quando ele olha em minha direção, antes de voltar a encarar o meu irmão.

- Espero que esse seu cliente saiba ter paciência, porque não deve ser fácil esperar tantos dias por respostas e não ter nada que o satisfaça ou resolva o seu caso, você não concorda, Christian? - Caleb tenta abafar uma risada, fazendo Richard me encarar confuso pelas palavras do nosso pai.

- Eu acredito que se o Richard ainda não obteve os resultados que buscava, talvez seja porque este caso em específico deva ser realmente um pouco mais complicado, Pai, então cabe ao cliente dele ter paciência ou as descobertas feitas até agora teriam sido em vão.

- Pai, o que o Senhor está tentando me falar? - Richard questiona, como se não soubesse sobre o assunto, mas meu pai dá uma risada irônica.

- A pergunta correta, Richard Grey, é o que você não tem me falado?

- Pai, eu não...

- Não! Agora quem vai falar sou eu. - Meu pai o interrompe, fazendo-o assentir, engolindo em seco. - Eu sei muito bem que vocês não são mais crianças e que mesmo que tivessem ficado afastados por um tempo, sempre iriam cuidar um do outro, mas eu sou o pai de vocês. - Ele fala de forma dura, não dando brechas para ser contestado. - Você sempre me garantiu que manteria seus irmãos seguros, argumentando que esta era a sua função nesta família, mas se eu não tivesse escutado uma conversa entre os seus irmãos, eu não estaria sabendo sobre tudo o que aquela mulher fez ao Christian, além de que agora há um maníaco psicopata atrás da namorada dele em busca de uma vingança descabida.

- Pai... - Eu tento interrompê-lo, pois ele não está sendo justo com o Richard, mas a forma dura com o qual me encara faz com que eu me cale.

- Você é o mais velho, Richard, deveria ter conversado comigo sobre o que estava acontecendo e não ter sido conivente com as omissões do seu irmão, ainda mais sabendo o quanto Christian é expert em fazer isso, tentando resolver todos os seus problemas sozinho, parecendo que não tem ninguém na vida, como se não houvesse ninguém que se preocupasse com ele. - Encolho-me no lugar, sentindo-me um menininho que foi pego fazendo arte e Caleb, por incrível que pareça, também fica quieto.

- Eu sei Pai. - Richard responde calmamente, mas permaneço calado, afinal, eu não tenho como me defender quanto a isso.

- Não parece que sabe Richard, afinal, esta é uma situação que vai muito além de uma mulher sem caráter, que estivesse em busca de dinheiro, posição e status social. Estamos falando de uma possível quadrilha que poderiam ter acabado com a vida de um dos seus irmãos e, que por não ter conseguido fazer isso no passado, pretendem continuar com os planos sórdidos que foram interrompidos e ainda estão incluindo uma inocente no pacote. - Um silêncio pesado se estende por um momento, até que meu pai volte a falar. - Se eu não tivesse escutado os seus irmãos conversando, ontem na cozinha, sobre este assunto, você iria me contar sobre isso, Richard?

- Não, Pai! Eu não iria. - Richard responde direto, fazendo meu pai encará-lo intensamente. - A decisão de compartilhar algo relacionado ao passado cabia apenas ao Christian fazer, porém não é como se ele também soubesse de algo antes, pois tudo foi posto as claras apenas no início dessa semana, então não seria possível eu contar algo que nem mesmo havia acontecido ou que poderíamos fazer ideia que iria acontecer.

- Mas deveria ter falado quando descobriu os planos desses doentes. - Richard nega com a cabeça e dá um sorriso de lado.

- Eu entendo a preocupação e o medo que o Senhor e a Mamãe devem estar sentindo, mas como o Senhor mesmo havia dito, a responsabilidade da Segurança da nossa família é minha, Pai. Eu sei o que estou fazendo, da mesma forma que eu sei a quem eu devo resguardar de desgastes desnecessários antes da hora.

- E quando seria a hora, Richard? Quando algo de mais grave acontecesse ao seu irmão ou alguém próximo a ele? - Meu pai continua irritado, mas Richard mantém a calma.

- Está subestimando o meu trabalho ou o Senhor deixou de confiar em mim apenas porque eu não lhe contei algo que não era o momento para ser contado? - Ele pergunta retoricamente, pois continua em seguida. - Quando foi que eu dei a entender que não faria até mesmo o impossível para manter os meus irmãos seguros e, não apenas a eles, mas a toda a nossa família e isso, obviamente, que inclui a Anastásia? - Mesmo que Richard tente não demonstrar, vejo que ele ficou magoado, fazendo o nosso pai suspirar e encará-lo de forma mais suave.

- Não estou dizendo isso, meu Filho, mas antes de qualquer coisa e acima de qualquer profissão, eu sou o seu pai e é minha obrigação saber tudo que envolva a integridade física de cada um de vocês. - Ele alterna o olhar entre nós três, fazendo-nos assentir e novamente suspira. - Eu entendo a lealdade que há entre vocês, afinal isso acontece desde que os gêmeos começaram a andar e a falar, mas situações como estas não podem ser omitidas de nós, os seus pais, por essa razão eu não quero mais mentiras, omissões ou segredos nessa casa, estamos entendidos?

- Eu sou um livro aberto, totalmente escancarado, Pai. - Caleb dá de ombros, olhando rapidamente para mim e Richard, antes de continuar. - Mas o Senhor precisa entender que há verdades e segredos que não pertencem a nós para serem mencionados, por essa razão somente o dono de tais situações podem falar e no momento que se sentirem confortáveis para falar. - Meu pai suspira e massageia suas têmporas, entendendo mais do que deveria das palavras do Caleb.

- Christian?! - Olho também para os meus irmãos, e respiro fundo, antes de respondê-lo.

- Não tenho mais nada que precise ser contado, Pai, desnudei completamente o meu passado para o Senhor e a Mamãe ontem, mas eu concordo com o Caleb.

- Então devo presumir que você também não tenha nada para me dizer, Richard?

- Não agora e muito menos nesse momento, Pai, mas o Senhor precisa confiar em mim e acreditar que tudo que eu faço é para a proteção e segurança da nossa família e que eu jamais permitiria que algo acontecesse a nenhum de vocês. - Nosso pai respira fundo e assente, ficando em silêncio por um momento.

- Tudo bem! Vocês sempre foram assim e eu não esperava que mudassem agora. Sempre um acobertando o outro. - Ele nega com a cabeça e se levanta, nos encarando seriamente. - Não insistirei quanto a este assunto, mas eu espero que não me escondam nada mais como esta situação que envolve o Christian e esse possível maníaco psicopata. Estamos entendidos? - Assentimos sem hesitar e novamente ele suspira, voltando a nos olhar e negar com cabeça, saindo do Escritório em seguida, onde por um momento permanecemos em silêncio.

- Nossa! O Senhor Carrick Grey consegue colocar medo quando quer, não é mesmo?

Caleb solta uma das suas, sentando de forma relaxada, ao meu lado, no sofá e sem que consigamos controlar, começamos a rir da cara assustada que ele acabou de fazer, mas tenho que concordar, pois nosso pai realmente é assustador quando fala sério, o que raras vezes isso acontece.

- Richard, você vai ter que conversar com os nossos pais. - Pontuo assim que as risadas cessam, fazendo-o suspirar e jogar a cabeça no encosto da cadeira, encarando o teto.

- Eu sei.

- Por que você não fala logo, Richard? - Caleb questiona e nosso irmão nos encara. - Você disse que não é mais um Fuzileiro Naval e que agora trabalha apenas com a sua Empresa. Então não seria mais fácil falar de uma vez por todas e tirar esse peso de sobre os seus ombros? - Richard me encara por um tempo, fazendo uma pergunta silenciosa e assinto, pois Caleb é nosso irmão e merece saber o que mais ele esconde.

- Não é tão simples, Caleb, eu não quero deixar os nossos pais preocupados, pois eu não sou apenas um Ex-Fuzileiro e Empresário como você acreditava que eu fosse, até neste momento.

- Não?! - Ele nega com a cabeça e Caleb me olha, percebendo que eu não estou surpreso com essa revelação. - O que você faz Richard? - Ele pergunta seriamente, deixando seu bom humor de lado, fazendo nosso irmão suspirar.

- Eu sou Comandante de uma Equipe de Elite, altamente treinada, denominada Ghost, com Agentes Especializados capazes de fazer aquilo que a CIA, o FBI, a Interpol e nem mesmo as Forças Armadas conseguem fazer.

- Equipe Ghost? Como assim? O que vocês realmente fazem? - Caleb dispara as perguntas, confuso, mas eu também estou curioso para saber exatamente o que meu irmão e sua Equipe fazem.

- Resolvemos casos que não são notificados na mídia, mantendo sempre o sigilo de cada operação, como negociações de sequestros, extração de bens ativos e inativos, desmembramento de carteis e tráfico de armas e humanos, além de desarmamento de armas nucleares, e como o próprio nome diz, a minha Equipe não existe de forma legal perante o mundo, pois somos literalmente Fantasmas, trabalhando sempre nas sombras. - Richard fala num fôlego só, como que se parasse até mesmo para respirar, pudesse fazê-lo perder a coragem, deixando o nosso irmão sem reação por um momento.

- Puta que pariu! Como você conseguiu esconder isso de nós por todo esse tempo, Richard? - Caleb levanta do sofá num rompante, começando a andar de um lado para outro, assustando-nos depois de longos minutos em silêncio, enquanto absorvia, assim como eu, o que nosso irmão acabou de jogar sobre nós. - Como você sai para fazer esses... Esses serviços sem que fiquemos sabendo? - Richard suspira, levanta da cadeira e faz com que Caleb pare de andar, colocando-o sentado novamente no sofá, no qual ele faz sem hesitar, mas ainda esperando a resposta do nosso irmão.

- A última missão que precisei reunir quase toda a Equipe, foi quando o Christian estava no México, você deve se lembrar de uma viagem que fiquei cinco dias fora, Caleb? - Ele pensa por um momento, mas assente, e eu entendo o porquê do "quase toda a Equipe", afinal, Taylor estava comigo. - Mas desde então, só ocorreram situações onde três ou quatro membros foram suficientes para ter sucesso nas missões.

- Três ou quatro? - Caleb fala pensativo, focando sua atenção novamente em nosso irmão. - Quantos membros há nessa sua Equipe?

- Somos oito diretos, mas recentemente foram adicionados dois indiretos, que executarão apenas serviços internos, mais uma Equipe de Apoio que é acionada apenas em casos onde cuidados Médicos são necessários. - Penso por um momento nessas novas informações.

- Akira. - Afirmo e vejo Caleb arregalar os olhos, mas Richard me olha com um sorriso de lado.

- Eu sabia que você ligaria os pontos, Christian, mas o Akira ainda não fez o juramento, porém já o considero um Ghost.

- Espera! - Caleb chama nossa atenção, mas seus olhos estão em mim. - Então quer dizer que você sabia sobre esse lado "Sou um Super-Herói, uso macacãozinho coladinho e uma capa" do nosso irmão?

- Eu não uso "macacãozinho e capa", Caleb. - Richard resmunga, mas eu assinto, pois de fato eu sabia. Não em detalhes, porém sabia.

- Os seus trajes não estão em discussão no momento, Richard, mas sim o fato do Christian saber sobre o seu "segredo" e você não teve a consideração de me incluir nessas revelações. - Caleb fala sério, fazendo o nosso irmão suspirar e negar com a cabeça.

- Eu não contei ao Christian, Caleb, ele que descobriu, ligando os pontos depois de ter tido uma conversa com o Taylor, eu apenas afirmei o que não haveria mais necessidade de negar. - Caleb tenta falar, mas Richard não permite, continuando. - Se eu não contei antes, foi justamente para segurança de vocês, o que devem imaginar que situações como essas requerem muito sigilo e confidencialidade, mas confesso que ficar guardando isso apenas para mim, por todo esse tempo, tem sim me consumido, afinal, vocês dois são as pessoas que mais confio nesse mundo e sei que posso contar com a discrição dos dois.

- Sem dúvida nenhuma que pode. - Caleb e eu falamos ao mesmo tempo, fazendo nosso irmão sorrir mais uma vez.

- Eu sei que sim, por isso estou revelando "o meu segredo" a vocês, mas eu preciso que entendam que nem tudo eu posso contar ou entrar em detalhes sobre os casos, mas não omitirei mais nada de nenhum dos dois. - Assentimos mais uma vez, pois eu entendo como isso funciona, assim como o Caleb. - Contudo, prefiro deixar nossos pais de fora disso, não por não confiar neles, obviamente, mas para evitar preocupações desnecessárias. - Novamente assentimentos, mas Caleb dá um sorriso debochado.

- Então meu irmão é praticamente um Agente Secreto e terei que guardar o seu segredo? - Mesmo desconfiado, Richard assente. - Saberei aproveitar essas informações, meu irmão, principalmente quando eu precisar dar uma volta naquela máquina que se encontra na garagem.

- Não abusa da sorte, Caleb, ou posso muito bem lhe aplicar um soro e você nem se lembrará dessa nossa conversa. - Richard fala sério, enquanto se levanta, mas vejo que segura um sorriso.

- O quê? - Caleb perde o sorriso que ostentava e arregala os olhos. - Você não faria isso comigo, eu sou seu irmão.

- Basta me testar e saberemos se eu faria ou não. - Richard arqueia a sobrancelha, mas nego com a cabeça e me levanto também, puxando Caleb para fazer o mesmo. - Agora vamos que vocês tem um churrasco para organizar, mas na próxima semana, voltaremos a falar sobre o seu caso e do Raymond, Christian, porém preciso conversar com algumas pessoas antes.

- Então você descobriu alguma coisa? - Ele assente e abre a porta.

- Sim, mas ainda há várias peças que não se encaixam, inclusive o fato de que o Marco também fazia parte de uma Equipe Especial, assim como a minha. Mas falaremos sobre isso na próxima semana, agora eu quero apenas passar esse sábado com a minha família, sem possíveis problemas e perguntas sem respostas.

Mesmo querendo fazer várias perguntas, concordo que teremos tempo para fazer isso, por essa razão saímos do Escritório, com Caleb ainda resmungando o quanto nosso irmão não sabe compartilhar sua moto e ainda o ameaça querendo "apagar" a sua memória, resumindo, nada fora do normal com os dramas do meu irmão gêmeo.

Contudo o assunto é encerrado, assim que chegamos à sala e vemos nossos pais com Akira, sentados no sofá, que faz uma troca de olhar com o Richard, antes de focar sua atenção em mim e no Caleb, dando um sorriso de lado e um aceno leve de cabeça, mas que foi o suficiente para entendermos que ele sabe que não é nenhum segredo quanto ao fato dele ser um integrante da Equipe Ghost.

[...]

Quanto tempo eu não passo um dia inteiro apenas com os meus irmãos e os nossos pais e confesso que eu realmente tenha sentido falta disso. Ouvir as besteiras do Caleb, agora tendo também o Akira para tentar me tirar do sério, enquanto Richard apenas sorri de tudo que aqueles dois idiotas falam sem pensar. Presenciar o amor e o carinho do meu pai com a minha mãe e a satisfação dos dois ao ver os seus filhos juntos, sem climas pesados ou como se houvesse uma bomba-relógio no ambiente, pronta para explodir a qualquer momento, que no caso eu era essa bomba.

Organizar um churrasco e ainda saber que teremos os nossos amigos presentes, é algo que por muito tempo eu duvidei que pudesse voltar a fazer, mas aqui estou eu, voltando para casa depois de sair com os meus irmãos e o Akira para comprar tudo que precisaremos para o nosso churrasco de amanhã como algumas roupas para o nosso primo. E, por um momento, deixamos os problemas, as ameaças e as perguntas sem respostas para outro dia, agindo apenas como quatro jovens sem preocupações, mesmo que estivéssemos sendo escoltados por nossos Seguranças, mas valeu a pena cada segundo que passei ao lado deles, mesmo me irritando boa parte do tempo com o meu irmão gêmeo.

- Você é um idiota, Caleb! - Ele e Akira continuam dando risada no banco de trás do carro, enquanto Richard apenas sorri, prestando atenção no trânsito.

- Christian... Eu não tenho culpa... - Ele tenta falar entre os risos e olho para trás pronto para socá-lo, mas devido à posição não consigo fazer como ele merece. - Eu não poderia imaginar que a Atendente daquela Loja seria uma das mulheres na qual eu saí e muito menos que ela o confundiria comigo. Isso faz tanto tempo que eu nem a reconheci, principalmente porque, que eu me lembre, ela era loira e não ruiva como está agora, além de estar com os cabelos mais curtos. - Fuzilo-o com o olhar, mas o idiota apenas continua rindo.

- Caleb, a culpa pode não ter sido sua, mas você não fez nada para tirar o seu irmão daquela situação embaraçosa. Você ainda se escondeu para que ela não o visse e ainda resolveu ir à outra Loja. - Akira o entrega, também rindo, fazendo-o revirar os olhos e bufar, mas volta a sorrir em seguida.

- Certo! Nisso eu sou culpado, mas não posso negar que ver a sua cara de desespero foi hilária, Christian, mas eu iria sim salvá-lo das garras daquela mulher, mas depois eu me lembrei de que ela era uma maluca que ficou me perseguindo por semanas, fora as mensagens que fiquei recebendo e isso porque vocês não imaginam o conteúdo de cada mensagem. - Ele faz uma cara maliciosa e quem revira os olhos agora sou eu.

- Você deu seu número para uma mulher que não pretendia se envolver Caleb?

- Claro que não, Richard! Ela era tão maluca que enquanto eu dormia, pegou o meu telefone, colocando-o em meu dedo para desbloqueá-lo, mas acordei e logo o tomei da mão dela, antes que fizesse mais merda. Foi naquela época que troquei de número, porque eu precisei cancelá-lo ou ela nunca pararia de me perturbar. - Ele faz uma careta e eu nego com a cabeça.

- Além de idiota é tapado.

- Olha quem fala! O espertalhão que fodeu a Bruxa Má do Oeste.

Faço uma carranca, mas não respondo nada, pois nisso não tenho como argumentar, além de ter que carregar esse arrependimento pelo resto da vida, mas Richard dá uma gargalhada, entrando no portão de casa, que é aberto pelos Seguranças, encarando-me assim que estaciona o carro na garagem.

- Contra fatos não há argumentos, Christian.

- Sinceramente, para quê inimigos se tenho vocês como irmãos e o Akira como primo. - Resmungo irritado, e eles voltam a dar risada, mas abro a porta e saio do carro, porém não consigo evitar sorrir também, pois eu precisava passar esses momentos com eles.

- Não se preocupe irmãozinho! - Caleb me alcança, assim que entro no Hall de entrada da casa e passa o braço por meu pescoço, quase me derrubando no processo. - Aquela peste da Ana não precisa saber desse pequeno inconveniente, o seu segredo está muito bem guardado comigo e ninguém mais precisa saber o que aquela mulher tentou fazer.

Ele continua rindo e ouço os outros dois idiotas fazerem o mesmo atrás de nós, mas antes que eu possa mandá-lo se foder, a voz doce e delicada que eu tanto senti falta durante todo o dia, faz com que paremos no lugar, apenas para vê-la com os braços cruzados e a sobrancelha arqueada.

- Que segredo e que mulher seria essa, Christian Grey?

- Ferrou, Christian!

Tenho vontade de socar o meu irmão gêmeo por ter essa boca que não consegue permanecer fechada, mas mesmo que eu tenha sido confundido com o Caleb por uma louca e ter que explicar que não é nada disso que a minha namorada possa estar pensando, ter passado o dia com a minha família e ainda vivenciar esses momentos com os meus irmãos e meu primo, foi melhor do que eu poderia desejar depois de tanto tempo de isolamento e autopunição.

Realmente, Christian estava precisando passar esses momentos com a sua família 🥰🥰🥰! Continue assim Senhor Gelo, ops, Senhor Romântico Apaixonado, pois para tudo nessa vida tem jeito, menos para a morte e sempre há tempo para recuperar o que foi perdido, sem ter que ficar remoendo o passado 🥰🥰🥰.

Eita! Que nem o Richard foi poupado das broncas do pai 🤭🤭🤭! Mas tenho que concordar com ele, afinal, como ele poderia contar algo que foi revelado há pouco tempo? Não tem jeito, não é mesmo? Mas gostei da sinceridade dele, mesmo que tivesse deixado palavras soltas nas entrelinhas, mas Carrick sabe que pode confiar no filho mais velho.

Coitado do Christian, já não bastava o Caleb e Aleksander na vida dele, agora chega o Akira para fechar o pacote 🤭🤭🤭.

Vai na Fé Senhor Vítima de Irmão Gêmeo, Ana é compreensiva e vai dar tudo certo. Oremos! 🤭🤭🤭

PS: Amanhã deixarei um recadinho no meu LIVRO DE AVISOS, então não deixem de dar uma olhadinha para não ficarem perdidas, depois, ok?

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