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Capítulo - 84

"A paciência é a mais nobre das virtudes", dizia William Shakespeare e ele ainda acrescentou que "A raiva é um veneno que bebemos esperando que os outros morram", no entanto estou justamente oscilando entre um e outro nesse momento, pois ver Christian e Edgar discutindo por causa de uma mulher que só queria brincar com eles, fez com que algo explodisse dentro de mim sem que eu pudesse controlar.

Sou compassiva, benevolente, compreensiva e empática na maior parte do tempo, mas tudo tem um limite e eu cheguei ao meu, presenciando dois homens que tem assuntos mais importantes para resolver, tentando mostrar qual foi o mais injustiçado, o mais manipulado e qual dos dois está com o ego mais ferido, por causa de uma mulher que não valia absolutamente nada.

Eu não gosto de gritar com ninguém e muito de ofender as pessoas, principalmente se tratando de alguém que nem aqui está mais para poder se defender, mas se eu que não conheci ou convivi com aquela Débora, consigo perceber o quanto ela era ardilosa, que estava se divertindo, jogando com dois homens lindos e ricos, porque esses dois cabeças-duras não percebem e tentam resolver o que realmente importa como dois adultos?

Eu entendo as razões dos dois e posso fazer uma ideia de como toda essa história esteja mexendo com a cabeça deles, mas isso não quer dizer que eu não possa ficar chateada em assistir o meu namorado tentando entender o porquê ou justificar as atitudes daquela cobra.

Argh! Continuo irritada e a ofendendo, mas não me importo. É isso mesmo que ela era e quem quiser que me julgue por eu pensar dessa forma. Por isso não pensei duas vezes em sair daquela sala e deixar que eles se resolvessem, pois era muita testosterona com ego machucado para que eu pudesse conseguir lidar, principalmente depois de ter lidado com a explosão do meu namorado na GRS.

– Pequena, eu posso entrar? – Ouço a voz de Richard e o vejo na porta, que eu me esqueci de fechar por ter entrado no quarto, muito irritada e também chateada, com toda aquela situação.

– Pode sim, Richard. – Respiro fundo e me sento aos pés da cama, vendo-o se aproximar e puxar a cadeira da escrivaninha para em seguida pegar a minha mão.

– Você sabe que o Christian te ama, não sabe? – Apenas assinto, por ainda estar chateada. – E, você sabe que as razões para ele falar com o Edgar daquela forma sobre a Débora, não tem absolutamente nada a ver com o que ele ainda possa sentir por ela, certo?

– Eu sei, Richard. Mas o Christian quando se trata do passado, que envolve tanto aquela mulher quanto o Edgar, fica completamente irracional. – Volto a respirar fundo, enquanto ele apenas me observa com seus olhos azuis avaliativos, antes de assentir.

– Você tem razão, o Christian realmente é muito impulsivo, mas posso lhe garantir que a reação dele com o Edgar em nada tem a ver com a Débora e sim com você. – Fico confusa, mas ele sorri de lado. – Claro que naquele momento, conversar sobre o passado que os dois acreditam ser o correto, o que hoje eu sei que não é, apesar de ainda não saber de fato o que aconteceu com o Edgar, era inevitável trazer o assunto Débora em pauta, porque foi justamente onde tudo começou entre eles.

– Eu sei. O Edgar me contou resumidamente o que aconteceu entre ele e aquela mulher. – Richard franze o cenho e quem nega com a cabeça agora sou eu. – Eu não sei o que realmente aconteceu, mas posso dizer que aquela mulher inventou uma mentira tão grande, colocando o Christian como a pior pessoa do mundo, razão pela qual o Edgar o odiava tanto e tentava de tudo para provocá-lo. – Richard suspira e desvia o olhar rapidamente para um tablet, que só agora eu percebi estar em sua outra mão, e vejo ser imagens da sala que estávamos. – Richard, você está...

– Eu precisava garantir que eles iriam conversar e não tentar quebrar a minha sala de reuniões. – Ele sorri de lado e nega com a cabeça. – Não se preocupe, o áudio está desativado, mas eu só queria ter certeza que não precisaria interferir. – É inevitável não dar risada da superproteção dele.

– Você conhece mesmo os seus irmãos, não é? – Ele sorri e assente, desligando a tela do tablet e colocando sobre sua perna.

– Melhor do que eles mesmos sequer possam imaginar. – Eu assinto e ele suspira. – E, justamente por conhecer o Christian tão bem, que eu sei que nesse momento ele está pensando numa forma de se desculpar por você ter presenciado aquela cena entre ele e o Edgar. – Novamente assinto, mas ele sorri e dá um aperto em minha mão, que ainda está na sua. – Mas estou orgulhoso de você, Pequena. – Fico confusa e seu sorriso se amplia. – Além de conseguir controlar a besta que meu irmão se transforma quando está irritado, fez dois homens adultos calarem a boca, por perceberem o quanto estavam agindo como jovens imaturos, pela segunda vez.

– Não falei nada demais, somente o que eu pensava de fato. – Falo dando de ombros, e ele nega com a cabeça, antes de se aproximar e beijar a minha testa, levantando-se em seguida.

– E, é justamente esse seu jeitinho sincero e direto que fez com que o meu irmão se apaixonasse por você. – Sinto meu rosto esquentar, fazendo-o sorrir ainda mais. – Nunca mude isso por nada e muito menos por ninguém, Ana.

– Não irei. – Ele acaricia rapidamente o meu rosto e sai do quarto, fechando a porta em seguida.

Jogo-me de costas na cama, encarando o teto e pensando em tudo que Richard disse, afinal, eu sei e concordo com tudo, porém eu espero que depois que Christian e Edgar encerrarem todas as pontas soltas que envolvem o passado, aquela mulher que era tão sem alma e sem coração possa ser enterrada e esquecida de uma vez por todas.

(...)

Por mais que eu tente ficar chateada com o Christian, é impossível quando ele me diz exatamente o que eu sabia com tanta convicção e sem um resquício de dúvidas em seus olhos, que dizem muito mais que palavras. E, sinceramente eu prefiro ser direta e sincera a ter que fazer joguinhos e agir como uma desequilibrada apenas para chamar sua atenção.

Não é causando uma briga desnecessária, fazendo uma cena que farei com que ele me respeite e seja honesto comigo. Muito pelo contrário, pois isso apenas irá causar desgaste em nosso relacionamento, quando tudo poderia ser conversado e esclarecido com transparência, palavras diretas e nada de meias verdades.

Por outro lado, o que eu imaginei que aconteceria, tendo a Débora enterrada de vez no passado, eu não poderia estar mais enganada, ainda mais quando nitidamente há um maluco psicopata que está querendo continuar a brincar com Christian e Edgar, e para completar, está me incluindo no processo para atingi-los.

Entretanto, eu estou cansada de tentarem me poupar de seja lá o que eles querem poupar, porém pela reação do Christian ao assistir o vídeo, do qual Richard recomendou que eu não assistisse, sei que coisa boa não era. Mas eu quero saber sobre essas cartas que estão falando, assim como o porquê do Richard dizer com tanta convicção que aquela mulher não era apenas alguém interessada no dinheiro deles e sim que engloba algo ainda maior e pior do que podemos imaginar.

– O que você está sugerindo de fato com isso, Richard? – Edgar pergunta confuso, enquanto Christian troca um olhar intenso com o seu irmão, como se soubesse o que ele está propondo, quando disse "Vocês vão continuar a fazer o jogo dele". – Que devemos fingir não ter descoberto o real plano desse doente, porque ficou claro como água que é um homem, e ignorar a quem acharmos suspeito?

– É exatamente isso que ele está propondo. – Christian quem responde, sem desviar o olhar do irmão. – Porém eu acho arriscado, Richard, afinal não somos mais apenas Edgar e eu nesse jogo de gato e rato dele, pois agora a Anastásia foi incluída nessa equação e eu não darei brechas para ele se aproveitar e se aproximar dela. – Ele fala incisivo e me aperta ainda mais em seus braços, por ainda estar sentada em seu colo, quase que de forma sufocante, como se esse maluco estive na sala nesse momento.

– Vocês não irão ignorar absolutamente nada e nem ninguém, só terão que ter a cabeça fria e saber a hora certa de agir, mas ninguém estará desprotegido. – Richard fala também direto, numa postura altiva, bem diferente do irmão superprotetor e carinhoso que ele é. – Você não pode perder o controle como hoje, Christian, pois é justamente isso que ele quer. – Olho para o meu namorado, que desvia o olhar do irmão por um momento, envergonhado, o que me faz acreditar que não foi apenas a sua explosão no meu Escritório que aconteceu. – E você Edgar, percebi que anda sem Segurança, por quê?

– Nunca foi necessário e prezo muito pela minha liberdade. – Ele dá de ombros, não dando importância de fato para isso.

– Sinto muito, mas essa sua "liberdade" vai ter que acabar. – Richard é direto também com Edgar, que o encara na mesma intensidade. – Você me disse que está disposto a ajudar a proteger a Ana, mas se não tiver a quem protegê-lo, você não será de nenhuma utilidade, pois dessa forma estará se colocando em risco e a ela também.

– Richard, eu não quero...

– Christian, quem vai decidir isso sou eu, então controle o seu ciúme que não há necessidade para isso.

Richard é duro, fazendo meu namorado se encolher no lugar e fazer uma carranca e, confesso que até eu senti o impacto de suas palavras. Caleb tenta abafar uma risada, mas bastou um olhar do irmão mais velho, para ele ficar quieto no lugar, enquanto eu continuo perdida com tudo isso.

– Richard, por que exatamente você está afirmando que esse psicopata está atrás de mim, para prejudicar o Christian e o Edgar? – Eles fazem uma troca de olhar, mas nego com a cabeça. – Eu vi as fotografias que ambos receberam, mas e essas cartas que você mencionou diversas vezes? O que há nelas? Onde essas cartas estão?

– Baby, eu não quero que você se preocupe com isso. – Christian toca o meu rosto, chamando minha atenção e encaro seus olhos que estão mais tempestuosos e frios hoje, mas novamente eu nego com a cabeça.

– Você disse que não iria me esconder nada, Christian, porém o vídeo eu não faço questão de ver, por ter uma ideia do que possa ser apenas pela sua reação, mas se a partir de agora eu também estou inclusa nesta história, eu quero saber de tudo. – Continuo encarando seus olhos, para ele saber que não mudarei de ideia. Ele suspira e assente, olhando para o irmão, que retira duas folhas de dentro de uma pasta disposta a sua frente, entregando-me.

À medida que as palavras vão fazendo sentindo em minha mente, começo a concordar com o Richard por nomear essa pessoa de doente psicopata, porque somente um ser como esse, seria capaz de sentir prazer assistindo a dor do outro. Somente um ser sem escrúpulos é capaz de se divertir brincando com duas pessoas que são completamente inocentes, pelas atitudes e decisões de uma mulher que pensou apenas nela, sem saber que no fim estava causando a própria morte.

Agora percebo o porquê de o Christian acreditar tão veemente que foi o Edgar quem enviou o seu envelope, pois muitas palavras condizem com a postura que ele havia adotado para com o meu namorado, mesmo que algumas coisas não façam muito sentido. Da mesma forma que na carta do Edgar, seria possível acreditar que quem a enviou, foi o Christian.

Um arrepio congelante trespassa o meu corpo, por ler a frieza crua e a maldade em cada palavra descrita nestas cartas e sem conseguir controlar, sinto-me estremecer, tendo a mão de Christian deslizando por minhas costas tentando me passar conforto, pois nas cartas estão claras as ameaças veladas contra mim e quais seriam as suas intenções comigo.

– Quem poderia fazer isso? – Questiona para ninguém em específico e entrego as cartas para Richard.

– É nisso que iremos focar agora. Tentar saber quem é essa pessoa. – Richard responde e vejo Christian ficar pensativo por um momento.

– Havia um homem que sempre estava com a Débora e por diversas vezes ele esteve no meu apartamento. – Ele fala de repente, chamando a atenção de todos. – Por um tempo, depois que tudo aconteceu, eu acreditava que ele poderia ser o pai do filho dela, mas eu nunca vi nada suspeito entre eles, pois agiam mais como irmãos do que simples colegas de trabalho.

– Quem, Christian? Como ele era? – Edgar pergunta interessado, parecendo se lembrar de algo.

– O nome dele era Eric, mas não sei o sobrenome. Ele parecia ser um pouco mais velho que nós, Edgar. Tinha cabelos castanhos, olhos castanhos esverdeados, magro, alto e não era de falar muito. – Edgar assente e também fica pensativo.

– Teve um dia que eu estava indo me encontrar com o Heitor no Hokkaido e vi a Débora conversando com um homem, ele estava de costas para mim, então não pude ver o rosto dele, mas parecia ser bem mais velho, pois era possível ver alguns cabelos grisalhos, mesmo a distância, então não deve ser a mesma pessoa.

– Será que apenas eu acho que a Débora tinha mais homens na vida dela do que os Sheiks Árabes acumulam mulheres? – Caleb fala pensativo e eu seguro uma risada, por não ser hora de começar a rir nesse momento. – É sério gente, ela estava com o Christian, com o Edgar, com o pai do filho dela e vai saber com quem mais ela estava envolvida. – Ele nega com a cabeça, incrédulo com tudo isso. – Mulherzinha ordinária era aquela.

– Caleb! – Richard repreende o irmão, que dá de ombros.

– Desculpe-me, eu sei que o momento não é para isso, mas a situação é tão absurda que parece mais uma piada. E, depois dizem que os homens que não prestam. – Ele continua negando com a cabeça, mas foco minha atenção em Christian que está com os pensamentos distantes e toco o seu rosto.

– Christian! – Ele pega a minha mão e leva aos seus lábios, dando-me um sorriso de lado, antes de voltar a sua atenção para o irmão.

– Richard, você lembra quando aquela Médica apareceu para dar a notícia que a Débora e o bebê haviam falecido? – Richard pensa por um momento, mas assente. – A primeira coisa que ela perguntou foi onde estava o pai do bebê e ainda me contradisse quando eu afirmei que seria eu, pois ele esteve presente nas consultas da Débora e ela deu a entender que ele também esteve no Hospital naquele dia.

– O que você está querendo dizer exatamente, Christian?

– Eu sei que faz muito tempo, mas se conseguíssemos acessar as câmeras de Segurança do Hospital, talvez seja possível identificar esse homem que estava com a Débora naquele dia e consequentemente o mentor do envio desses envelopes, sendo assim, acabaríamos de uma vez por todas com esse jogo doentio dele. – Richard olha para Jay numa pergunta muda, mas que entende de imediato.

– É possível, desde que as imagens continuem armazenadas na Central de Segurança, porque geralmente estabelecimentos Comerciais e Hospitais precisam deixar as imagens guardadas pelo menos pelo período de 30 dias, mas isso não é uma regra, mas considerando um Hospital como o de Massachusetts, possa ser possível que ainda tenham os arquivos. – Jay informa e Richard assente.

– Jay, eu preciso que você coloque alguém nisso, se for necessário ir ao Hospital de Massachusetts, coloque o Dominic ou Scott nessa missão. – Ele assente e pega um aparelho eletrônico, começando a digitar algo. – Você vai ter que delegar mais tarefas, pois além das imagens do Estaleiro do México, eu preciso que sejam verificadas as imagens de Segurança do lado de fora da GNIH, da Boate e da Empresa do Edgar também, pois precisamos identificar quem foi que tirou aquelas fotografias e quem entregou aqueles envelopes. – Jay assente ainda digitando, mas algo chamou a minha atenção.

– Estaleiro do México? É sobre a plataforma do meu pai? – Faço a pergunta e alterno o olhar entre Christian e Richard, que se entreolham.

– Sim, Baby. – Christian acaricia o dorso da minha mão e suspira. – Alguém sabotou o meu projeto e algumas peças foram construídas erradas e caso não tivesse sido identificado pelo Engenheiro Chefe, um grave acidente poderia ter acontecido.

– Meu Deus! Por que alguém faria isso? – Pergunto incrédula e ele nega com a cabeça, mas encara Edgar, arqueando a sobrancelha.

– Por um momento eu pensei que teria sido você, Edgar, o responsável pela sabotagem.

– E por que eu faria isso? – Edgar franze o cenho, mas depois nega com a cabeça. – Esqueça! Eu sei a resposta para essa pergunta, mas espero que você tenha descartado essa hipótese, pois como você pode ver, eu não teria motivo nenhum para fazer algo assim e ainda mais colocar em risco a vida de pessoas inocentes.

– Agora eu percebo isso. – Christian responde mal-humorado, mas não fala mais nada.

– Bom, acredito que por hoje temos tudo que precisamos. – Richard retoma a palavra, quando um silêncio incômodo começou a dominar o ambiente. – Edgar, você tem uma Equipe de Segurança?

– Além dos Seguranças que cuidam da minha Empresa, não tenho ninguém especializado em Segurança Pessoal. – Ele dá de ombros e vejo que não gosta muito da ideia de ter alguém o seguindo para onde for.

– Enviarei alguns homens de minha confiança para reforçar a Segurança da sua Empresa e alguém para ser seu Segurança Particular, se você estiver de acordo?

– Se não tem outra opção, não vejo problemas. – Edgar novamente dá de ombros e Richard assente, focando sua atenção em Taylor.

– Taylor, eu deixarei isso com você. – Taylor olha para Christian, que apenas dá de ombros, pois sei que ele não irá contra a decisão do irmão mais velho, e só depois que assente ao pedido de Richard. – Samantha, você sabe o que tem que fazer na GRS para garantir a Segurança da Ana e se achar necessário colocar mais Seguranças, alinhe com o Taylor. – Ela assente, saindo da sala com Taylor e Jay, mas Christian refuta o irmão.

– Acredito que não será necessário, Richard, enquanto esse maluco estiver à solta, não acho viável que a Anastásia fique na GRS.

– O quê? – Levanto-me do seu colo e coloco as mãos na minha cintura, encarando-o, pois não ouvi o que eu acho que eu ouvi. – Por um acaso, eu estou sendo demitida da GRS?

– Claro que não, Anastásia, mas eu não acho que seja... – Levanto a mão para que ele pare, pois não vou viver numa redoma de vidro.

– Eu não questionei o fato de ter a Samantha e mais dois Seguranças me escoltando. Não questiono se você vai colocar um batalhão vigiando a GRS, como não questiono outras decisões que você toma, mas parar de trabalhar e viver numa redoma de vidro por causa de um maluco psicopata, ah, isso eu não vou fazer mesmo. – Ele fecha os olhos e massageia as suas têmporas, Caleb alterna o olhar entre nós dois, como se estivesse vendo um grande espetáculo, enquanto Richard e Edgar olham para qualquer lugar que não seja nós dois.

– Baby. – Christian suspira e se levanta, parando a minha frente. – É para a sua Segurança, porque se esse doente está mesmo empenhado em chegar até mim, sabe muito bem que o caminho mais rápido é se chegar até você primeiro, e eu não me perdoaria se isso acontecesse. – Suspiro e assinto, entendendo a preocupação dele, mas me aproximo e pego o seu rosto entre minhas mãos.

– Eu sei Christian, mas eu não acho justo ter que parar a minha vida, ter que parar de trabalhar por causa disso. – Ele não fala nada, apenas mantém seus olhos fixos nos meus. – E se o plano do Richard é manter a normalidade dos nossos dias, não dando a entender que o plano dele foi descoberto, para que assim, ele cometa um erro e seja capturado ou pelo menos os seus cúmplices, pois sabemos que há mais alguém com essa pessoa, nós não podemos mudar a nossa rotina e correr o risco de alertá-lo.

– Ela tem um ponto, Christian. – Olho para Richard que tem um sorriso de lado nos lábios, pois apesar dele não ter dito isso com todas as palavras, foi isso que eu entendi do seu plano.

– Eu acho muito arriscado, Anastásia. – Abraço seu tronco e apoio minha cabeça em seu peito, ouvindo seu coração acelerado e recebendo seu abraço apertado.

– Estou há 20 anos com um alvo marcado em mim e nunca aconteceu nada.

– Mas nesses 20 anos o Marco fez de tudo para mantê-la protegida e segura. – Eu assinto e me afasto para tocar o seu rosto.

– E agora eu tenho você. – Ele sorri de lado, apesar de ver que não está convencido. – Além dos seus irmãos, do meu pai, todos esses Seguranças e agora o Edgar também. – Ele dá um grunhido quando falo isso e ouço uma risada abafada, que sei ter sido do Edgar. – Vai dar tudo certo, Amor, mas não podemos nos entregar ao medo e deixarmos de viver por causa desse louco, que não sabemos se de fato pretende fazer algo ou se está apenas tentando brincar com a cabeça de vocês.

– Tudo bem, você tem razão. – Sorrio e selo rapidamente seus lábios, antes dele olhar seriamente para o irmão mais velho. – Mas a Segurança da GRS deverá ser redobrada, Richard.

– Cuidaremos disso, não se preocupe. – Ele assente e volta a me abraçar.

– Isso está melhor do que novela mexicana e filme de suspense, mas eu estou morrendo de fome. – Caleb se levanta e se espreguiça, pegando o seu jaleco no encosto da cadeira. – Estou entrando, boa noite para quem tem a vida ganha, pois eu sou um pobre assalariado e recém-contratado que tem que madrugar amanhã para trabalhar. – Ele sai da sala e seus irmãos negam com a cabeça, enquanto eu apenas sorrio da cara confusa do Edgar.

– Você acaba se acostumando, pois o Caleb é dramático assim mesmo. – Ele assente e se levanta também.

– Anastásia, será que eu poderia conversar com você por um minuto? – Christian o encara com tanta frieza que se eu não o conhecesse me assustaria, mas eu apenas reviro os olhos e assinto, pois eu sei que essa nova condição entre eles, não será tão fácil de aceitar para o meu namorado.

– Edgar, amanhã eu entrarei em contato para falarmos sobre a sua Equipe de Segurança e para ter acesso às câmeras externas da sua Empresa, tudo bem? – Ele assente e Richard coloca a mão no ombro de Christian. – Vamos, irmão! – Christian continua olhando para Edgar, mas eu me afasto de seus braços e seguro seu rosto entre minhas mãos, antes de dar um beijo em seus lábios, tendo sua atenção em mim agora.

– Daqui a pouco eu entro. – Ele assente e sai acompanhando o irmão e assim que fecham a porta, olho para Edgar, que dá um suspiro cansado.

– Primeiro, eu queria me desculpar mais uma vez por tudo que aconteceu sábado e por eu ter sido rude com você no seu Escritório, quando mencionou a Débora. – Sorrio e nego com a cabeça.

– Não se preocupe, apesar de não concordar com a sua forma de provocar o Christian, eu entendo as suas razões e acredito que agora ele também, por isso não há motivos para se desculpar, pelo menos não comigo.

– Você é sempre assim? – Franzo o cenho, mas ele sorri e nega com a cabeça. – Sempre compreensiva e perdoa fácil a atitude das pessoas? – Sinto o meu rosto esquentar, mas sorrio um pouco sem graça.

– Edgar, a vida é tão curta para ficarmos perdendo tempo com coisas pequenas, então por que eu vou ficar guardando mágoa, alimentando um ódio dentro do meu peito se esse sentimento é destrutivo apenas para mim? – Dou de ombros e ele assente, mas vejo que o atingi com minhas palavras, mesmo que essa não fosse a minha intenção. – Eu prefiro conversar e descobrir se o problema tem solução ou se foi ou não um mal-entendido, mas é claro que só sou compreensiva e perdoo aquilo que realmente não seja imperdoável.

– Você tem razão, às vezes perdemos oportunidades de fazer algo certo, por acreditar apenas naquilo que queremos acreditar, não dando a oportunidade para o outro lado dar a sua versão dos fatos.

– Exatamente, mas vamos tentar nos ater agora, apenas ao presente e no futuro. O passado deve ficar onde tem que estar. – Eu me aproximo e seguro a sua mão, fazendo-o se assustar e me encarar com seus olhos azuis intensos. – Tome isso como um exemplo e se situações semelhantes acontecerem, ouça primeiro, julgue depois e só então tome uma decisão.

– Farei isso. – Ele aperta a minha mão e eu sorrio. – Eu... Queria aproveitar e fazer uma pergunta. – Assinto e aguardo que ele continue. – Hoje... Quando eu saí do seu Escritório, encontrei com uma pessoa que se parece muito com alguém que conheci, mas... – Percebo que ele está em dúvida e sorrio por saber a quem ele está se referindo.

– Sim! É a Júlia. – Ele arregala os olhos, mas logo fica confuso.

– Como você... – Nego com a cabeça e me afasto, dando de ombros.

– Eu apenas sei. – Ele fica pensativo e assente, sorrindo de lado.

– Se não for um problema, Anastásia, eu gostaria de continuar me encontrando com você. – Arqueio uma sobrancelha para ele, que nega com a cabeça e sorri ainda mais. – Apenas como amigo, sem provocações ou insinuações. Eu prometo. – Eu assinto e sorrio.

– Sendo assim, será um prazer tê-lo como meu amigo, Edgar. – Ele continua sorrindo e se aproxima, beijando a minha testa, pegando-me de surpresa.

– Você é especial, Garota, não mude isso nunca. – Sinto minhas bochechas arderem, mas assinto e juntos saímos da sala de Comandos, onde um Segurança o leva até o seu carro.

(...)

– Pequena! – Sorrio assim que ouço a voz de Richard e desço os degraus que havia começado a subir. – Não vai jantar também? – Nego com a cabeça e vejo que ele segura uma bandeja, com um sanduíche e um suco.

– Estou sem fome. Acho que essas revelações de hoje me deixaram mentalmente cansada, por isso quero apenas descansar. – Ele assente e coloca a bandeja sobre o aparador.

– Realmente, hoje o dia foi pesado para todos nós. – Ele se apoia no corrimão da escada e suspira, mas percebo que também está cansado. – Você sabe que agora o Christian vai ser ainda mais protetor com você, certo? – Dou de ombros, mas sorrio por saber disso.

– Eu sei sim, mas não se preocupe. Eu sei lidar com o meu namorado impulsivo e intenso. – Ele dá risada e assente.

– Não tenho dúvidas quanto a isso, mas apesar de concordar com você sobre o fato de não ter que parar com a sua vida, não faça nada que possa prejudicá-la e muito menos que possa comprometer a sua Segurança, tudo bem? – Eu assinto, porque isso nem mesmo passou por minha cabeça. – E o seu pai precisará estar ciente quanto a isso, pois não é justo escondermos algo dessa magnitude dele e de sua mãe. – Gemo interiormente, pois já percebi que o Senhor Raymond Steele é tão protetor quanto o meu namorado e como o meu Tio Marco era.

– Eu imaginei que isso aconteceria em algum momento, mas está tudo bem. – Ele assente e me aproximo, beijando o seu rosto. – Eu irei subir agora.

– Poderia levar esse lanche e tentar fazer com que o Christian coma, por favor? – Eu assinto e seguro a bandeja que ele pegou novamente. – Se ele insistir em não querer comer, pelo menos faça com que ele beba esse suco. – Fico confusa, mas ele sorri de lado. – Devido a tudo que aconteceu hoje, eu sei que ele não dormiria sem um incentivo, por isso eu coloquei o remédio dele nesse suco, mas ele não precisa saber ou não irá querer tomá-lo. – Mesmo confusa eu não pergunto nada, pois sei que Richard está apenas cuidando do irmão.

– Certo. Boa noite, Richard.

– Boa noite, Pequena. – Ele beija a minha testa e viro-me, voltando a subir as escadas.

Apesar de não ter mencionado mais nada sobre isso, eu fiquei preocupada quanto a essa sabotagem do projeto do Christian, e mesmo que eu tenha falado que talvez esse homem queira apenas brincar com a cabeça dele e do Edgar, não tenho muita certeza quanto a isso. E, não vou negar que eu tenha sim medo por tudo que possa acontecer, porém eu tenho ainda mais medo por meu namorado, que sendo impulsivo e cabeça-quente como é, pode agir sem pensar e agravar ainda mais a situação.

Balanço a cabeça tentando não pensar mais sobre isso, porque se for pensar bem, essa sabotagem pode não ter nada a ver diretamente com o Christian, mas talvez com o meu pai, afinal a plataforma é dele, porém deixarei para pensar sobre isso depois. Por isso abro a porta, equilibrando a bandeja, e vejo-o de banho tomado, vestindo apenas uma calça de pijama, enquanto aprecia a noite pela janela do quarto, mas sei que sua cabeça está pensando em várias coisas ao mesmo tempo.

Coloco a bandeja sobre o criado-mudo e me aproximo, dando um beijo em suas costas, antes de abraçá-lo, sentindo o seu cheiro que eu tanto amo. Sinto suas mãos nas minhas, que estão sobre o seu abdômen, enquanto dá um suspiro profundo.

– Está cansado, Amor? – Ele assente, virando-se e me abraça. – Eu trouxe um lanche para você.

– Obrigado, mas eu estou sem fome.

Não falo nada, por imaginar que ele diria isso e continuo sentindo seu abraço, ouvindo as batidas aceleradas do seu coração e apesar do seu silêncio, sei que sua mente está um turbilhão nesse momento, principalmente por eu ter ficado para conversar com o Edgar.

– Não se preocupe, o Edgar quer apenas ser meu amigo e eu acho que você percebeu que ele não é o monstro que você acreditava. – Novamente ele suspira e fica em silêncio por um momento.

– Mas ainda assim, está interessado em você. – Nego com a cabeça e me afasto para olhar em seus olhos.

– Não dessa forma que você está pensando, Christian. – Ele fica em silêncio e acaricio o seu rosto. – Confie em mim, se você conseguir fazer isso, logo entenderá o porquê tenho essa certeza. – Ele continua em silêncio, apenas me olhando, mas vejo que ficou confuso com o que eu disse. – Vem, vamos para a cama. – Pego em sua mão, que me acompanha sem hesitar. – Tente comer um pouco. – Novamente ele nega com a cabeça.

– Eu realmente não estou com fome. – Eu suspiro e pego o copo com o suco, entregando-o.

– Então beba pelo menos esse suco, que o sanduíche eu comerei. – Coloco a bandeja em meu colo e começo a comer, apesar de não estar com fome, mas Richard teve o trabalho de fazê-lo e permanecemos por um momento num silêncio confortável, até ele olhar para mim.

– Eu estava pensando, o que você acha de irmos um tempo para a Toscana, conhecer as terras e a Vinícola que o Marco lhe deixou? – Limpo meus lábios com o guardanapo e coloco a bandeja sobre o criado-mudo novamente.

– Realmente temos que fazer isso, mas eu sei que o motivo que você está disposto a ir para Itália não é apenas isso, Christian. – Ele não fala nada, apenas bebe o restante do seu suco e pego o copo de sua mão. – Pense comigo, se esse doente estiver mesmo empenhado em prejudicá-lo, quem garante que ele não possa mudar o alvo, apenas porque estaremos fora de vista? – Ele continua em silêncio, apenas ouvindo o que digo. – Pode ser o Richard, o Caleb, os seus pais, porque qualquer um da sua família também seria motivo para machucá-lo. E, eu posso estar enganada, até porque não tenho experiência nenhuma quanto a isso, mas... Se ele mencionou o meu nome naquela carta com a intenção de mexer com a sua cabeça, foi porque você não está mais imerso naquele seu mundo isolado, permitindo-se novamente entrar num relacionamento, então foi o caminho que ele encontrou de manipulá-lo e assim continuar a fazer com você o que não conseguiu quando estava com aquela mulher e pode até não tentar de fato fazer nada, desde que continue a brincar com você. – Ele fica pensativo por um momento e eu suspiro, aproximando e abraçando o seu tronco.

– Como você conseguiu chegar a essa conclusão? – Dou de ombros e levanto a cabeça para olhá-lo.

– Eu leio muitos livros e geralmente o antagonista busca várias formas de atacar o protagonista e às vezes não passa de um jogo psicológico, apenas para fazer o próprio mocinho cair no jogo que ele tanto evitou jogar. – Ele dá uma risada e boceja em seguida.

– Mas diferente dos livros, Baby, essa é a vida real, e não podemos nos basear no que lemos, por isso não podemos subestimar até que ponto vai à cabeça doentia de um psicopata. – Novamente ele boceja e afasto-me, fazendo-o se deitar.

– Mas o amor tudo vence e o que não falta nessa família é isso, então é melhor que esse psicopata não subestime a capacidade que o amor tem de vencer qualquer mal. – Beijo seus lábios e me preparo para levantar. – Vou me trocar e já volto para dormirmos.

– Que porra tinha naquele suco? – Dou uma risadinha, ouvindo seu tom irritado e por vê-lo com sono, mas dou de ombros, afinal, eu também não sei, mas tenho certeza que Richard não faria nada que pudesse prejudicá-lo.

Levanto-me e caminho para o banheiro, deixando o meu sorriso sumir e começo a escovar os meus dentes, pensando que de fato a vida real está bem longe de ser como a ficção, mas não podemos ficar constantemente amedrontados e parar de viver porque um maluco doente quer brincar de deus e decidir a vida de alguém.

Concordo com a Ana, mesmo que ninguém saiba quem é esse doido (Ainda), não quer dizer que precisa viver numa redoma de vidro, mas cautela nunca é demais, não é verdade 😏😏😏?

É isso aí, Richard, coloca ordem nessa bagaça 🤭🤭! Senhor Furacão fica meio irracional (para não dizer totalmente) e age com impulsividade e o Senhor Sarcástico acha que pode viver livre, leve e solto? Sorry, Baby! Senta e chora agora, mas vai ter que ter uma Babá de terno e gravata 🤭🤭!

Vamos ver como Raymond vai receber essa notícia, não é mesmo? Além de saber que alguém andou brincando de, "Quem é o culpado?", sabotando o projeto no Estaleiro. Será que vai surtar? Sim ou com certeza? 🤭🤭

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