Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo - 80

Continuo encarando as fotografias jogadas sobre a mesa e a folha de papel com a ameaça explícita quanto à vida da Anastásia e sinto meu peito arder, meus ouvidos zunirem e minha cabeça girar e me dou conta que estou hiperventilando, mas não posso me dar o luxo de ter uma crise de pânico agora.

Puxo minha gravata que parece me estrangular e abro os primeiros botões da minha camisa e tento regular minha respiração, enquanto cambaleante caminho até a porta, mas aquelas palavras ficam girando e girando sem parar em minha cabeça.

"Esse será o fim que aguarda a linda, pura e doce Anastásia!".

Não! Não posso e não vou permitir isso, por isso balanço a cabeça na tentativa de apagar aquelas imagens, a carta que continha tanto ódio e aquela ameaça, mesmo sabendo ser impossível e abro a porta num ímpeto chamando atenção de Laura.

– Laura, quem deixou aquele envelope aqui?

– Senhor Grey, eu...

– Quem entregou aquele envelope? RESPONDA, LAURA! – Bato meus punhos cerrados em sua mesa, fazendo-a saltar pelo susto.

– Senhor Grey, o que está acontecendo? – Taylor se aproxima, mas eu o ignoro.

– Quem deixou aquele envelope, Laura? Quem foi?

– Foi... Eu... Eu não sei, Senhor!

– Como não sabe? COMO VOCÊ RECEBE UM ENVELOPE SEM SABER DE ONDE VEIO, LAURA? – Ela volta a saltar quando grito e se encolhe no lugar.

– Ei, o que está acontecendo aqui? – Aleksander sai de sua sala e tento manter a calma, pois preciso de respostas. – Por que você está gritando, Christian? O que aconteceu? – Nada respondo, apenas fico olhando para Laura que me encara assustada e vejo que ela não tem as respostas que preciso.

– Porra! – Dou um soco na mesa e volto para minha sala, sendo seguido por Taylor e Aleksander.

– Senhor Grey, poderia me mostrar o envelope que está falando?

– Na minha mesa. – Ele se aproxima e Aleksander faz o mesmo.

– Que merda é essa? – Ouço Aleksander falar assustado, mas não respondo nada e vejo Taylor levar o celular à orelha.

Apenas continuo andando de um lado para o outro, puxando meus cabelos tentando imaginar quem poderia fazer uma coisa dessas. Quem poderia escrever uma carta com tanto ódio e ainda fazer ameaça a vida de uma pessoa inocente? Mercadoria? Produto? Eu substituí mais rápido do que deveria? Sobre o que esse doente estava falando?

Porque só pode ser um doente para falar algo sem sentindo assim, principalmente por sentir prazer em presenciar a dor de outra pessoa. E como esse doente sabia sobre a Débora? Como conseguiu aquelas fotos tão macabras, dela e do bebê? 

Anastásia! 

Por que esse desgraçado está seguindo os passos dela? Meu Deus! Eu vou ficar maluco com tantas perguntas sem respostas.

Isso só pode ser obra de um homem, pois ficou claro em suas palavras, quando disse que preferia loiras, mas depois de conhecer minha namorada, sua preferência passou a ser morenas de olhos azuis, puras e inocentes... Então... Isso quer dizer que esse doente conhece a Anastásia. Mas como... Isso só pode ser...

– Christian! – Ouço alguém me chamar, mas não consigo identificar quem foi. – CHRISTIAN! – Sinto seu aperto firme em meus ombros, quando tenho meu corpo balançado no lugar e pisco algumas vezes, focando no meu irmão.

– O Edgar. – Ele franze o cenho e me olha como se eu tivesse perdido a razão.

– O quê? Do que você está falando?

– Foi o Edgar, Richard. Eu tenho certeza que foi ele quem escreveu isso e me enviou essas fotos.

– Senhor Grey, eu analisei as imagens das câmeras de Segurança e o envelope foi deixado por um homem usando o uniforme da Empresa de Entregas Global Courier. – Franzo o cenho, pois quanto tempo eu fiquei fora do ar, que não percebi quando ele fez isso?

– Essa é a Empresa que sempre faz entregas aqui, Christian, por isso a Ingrid recebeu e entregou para a Laura, apesar dela dizer que ainda não o tinha visto e que parecia nervoso, mas ele disse que havia começado a trabalhar há pouco tempo, porém ela observou que ele não estava com o carro usual da Empresa e sim um comum. – Aleksander se pronuncia entrando na sala e Richard olha para Taylor.

– Taylor, peça para alguém entrar em contato com a Global Courier e solicitar quem era o Entregador que estava com a rota direcionada para GNIH e diga para o Jay verificar as câmeras de Segurança externa, para tentar identificar o carro.

– Você acha que esse Entregador não é funcionário da Global Courier, Richard? – Aleksander pergunta e Richard nega com a cabeça.

– Não posso afirmar nada, Aleksander, até ver a escala e rota dos funcionários da Empresa e também as imagens de Segurança, mas é bem provável que não, principalmente por aparentemente o carro ser de passeio e não o utilitário usual da Global. – Eles continuam falando, mas eu nego com a cabeça.

– Eu tenho certeza que foi o Edgar. – Meu irmão suspira.

– Christian, nós não podemos fazer esse tipo de acusação sem provas.

– Você leu a carta, Richard? – Ele nega com a cabeça e eu me afasto de seu toque, caminhando em direção a minha mesa e pegando a folha, entregando a ele. – Então leia! Leia! Leia, que assim como eu, você também vai ter certeza que foi o Edgar. Leia!

– Eu vou ler, mas fica calmo.

– Calmo? Esse desgraçado está tentando brincar com a minha cabeça desde que nos reencontramos, acusando-me de algo que eu não fiz. E agora ameaça a vida da minha namorada. Da Anastásia, Richard. ELE AMEAÇOU A VIDA DA ANASTÁSIA! – Ele não fala nada, mas suspira novamente e começa a ler a carta, enquanto volto a andar por meu escritório. – Isso tudo é culpa minha!

– Christian, nada disso é culpa sua. – Eu nego com a cabeça.

– Se eu não tivesse me apaixonado, aquele crápula não teria tentado se aproximar da Anastásia, apenas para fazer uma cobrança que eu não tenho a mínima ideia do que possa ser. – Passo a mão em meus cabelos, puxando-os no processo e ouço meu celular tocar, mas ignoro. – Se eu não tivesse retornado do México antes do tempo, ela não teria me confundido com o Caleb e não teria se apaixonado por mim. Um fodido que por onde passa, destrói tudo.

– Para com isso, Christian!

– Nisso ele tem razão. – Dou uma risada amarga, negando com a cabeça. – Eu destruí a nossa família. Destruí o meu relacionamento com você e o Caleb e agora vou destruir aquela Menina pura e inocente, colocando um maluco vingativo atrás dela. – Meu celular toca novamente e sem pensar o jogo na parede. – QUE INFERNO!

– JÁ CHEGA, CHRISTIAN! – Richard mais uma vez me para, olhando-me com seriedade. – Você é melhor do que isso e ficar se autopunindo por algo, que já havia sido superado, não vale a pena. – Eu nego com a cabeça. – Você está fazendo exatamente o que quem escreveu essa carta queria. Está sendo um moleque e fraco. É isso que você é? – Nada respondo, pois me sinto assim de repente. – Você vai fazer o quê? Vai voltar a ser um covarde e se esconder atrás da culpa? Vai se afastar da Anastásia?

– Seria o certo a se fazer. – Respondo sem emoção, mas não tenho forças para fazer isso, não mais. – Mas não conseguiria nem se eu tentasse.

– Então chega de ser esse menininho assustado e seja o homem que Anastásia precisa que você seja. – Ele é duro em suas palavras, fazendo-me engolir em seco. – Há alguém atrás dela desde que era bebê e não sabemos se, ou quando irá aparecer para tentar terminar o que falhou há 20 anos, e agora tem um doente psicopata que sabemos estar à espreita, cujo alvo é você, pois com essas fotos é nítido que ele tem investido muito tempo vigiando os seus passos, que agora sabe a quem ferir para conseguir chegar até você.

– Eu não vou permitir que ninguém a machuque. – Falo entredentes e ele assente.

– E nem eu permitirei que vocês se machuquem, mas não posso ficar me preocupando se você vai ter um colapso ou não. – Tento negar, dizendo que não entrei em colapso, mas ele não permite. – Christian, você desligou por praticamente 15 minutos, falando coisas sem sentido que não percebeu nada a sua volta.

– Senhor Grey! – Taylor chama a minha atenção com uma expressão séria. – A Senhorita Steele está com um visitante na GRS.

– Quem, Taylor?

– Edgar Johnson. – Sinto o sangue fugir do meu rosto, lembrando-me novamente das palavras naquele pedaço de papel.

– Christian!

– Vamos para GRS, agora!

– Espera, Christian! – Richard tenta me impedir, mas o empurro.

– Não, Richard! Eu não vou deixar a Anastásia sozinha com aquele doente desgraçado. E não tente me impedir.

Saio da minha sala sem esperar resposta, mas sei que Taylor está me acompanhando e a passos rápidos entro no elevador, tentando buscar uma calma que estou muito longe de sentir, pois se Edgar tentar fazer alguma coisa com a Anastásia, eu acabo com ele.

(...)

– Boa tarde, Senhor Grey! Senhores! – Belinda nos cumprimenta assim que saio do elevador, acompanhado do meu irmão, Taylor e Aleksander.

– Onde está a Anastásia? – Ela fica confusa, mas não estou com paciência. – Onde está a Anastásia?! – Altero um pouco o tom de voz e ela olha para a porta da antiga sala da Vanessa e viro-me para entrar nela.

– Senhor Grey, a Ana está em reunião. – Ela tenta entrar na minha frente, mas Taylor a segura delicadamente.

– Christian, vá com calma.

– Calma porra nenhuma!

Abro a porta abruptamente, assustando-a e sem pensar duas vezes caminho em sua direção, envolvendo-a em meus braços, percebendo que ela está bem, apesar de estar confusa com a minha entrada repentina.

Avalio minuciosamente cada detalhe do seu corpo e fixo meu olhar nos seus, que estão confusos e assustados, mas não falo nada, apenas quero continuar a observando, prometendo a mim mesmo, que nunca permitirei que alguém a machuque por minha causa, ainda mais por não saber o porquê de ter alimentado tanto ódio em alguém, sem que eu tenha feito mal a ninguém.

Mas algo em sua mesa chama a minha atenção e sinto meu sangue bombear mais rápido em minhas veias, vendo um envelope idêntico ao que recebi. Levanto o olhar e encaro os olhos azuis, também confusos, de Edgar nos observando e toda a raiva que venho segurando em mim, simplesmente explode e depois de avançar em sua direção, tudo não passa de um borrão na minha mente.

Sinto uma fúria assassina me dominar, quando me lembro das ameaças direcionadas a Anastásia e só de imaginar que quem as fez, pode ser esse crápula desprezível a minha frente, tenho vontade de matá-lo, antes que ele consiga prejudicar a mulher que está se tornando a cada dia que passa uma das pessoas mais importantes da minha vida.

Ouço as vozes a minha volta, mas não quero ouvi-las. Sinto o esforço que fazem para me conter, mas não quero ser contido. Ouço me pedirem para manter a calma, mas não quero me acalmar. Eu quero apenas acabar com esse desgraçado, antes que ele consiga acabar com o sopro de vida que me resgatou. Antes que ele acabe com a razão de ter feito o meu coração que apenas alimentava o meu corpo, voltar a bater e ter motivos para fazer isso. Antes que ele apague com o brilho do olhar que viu além de mim, enxergando quem eu verdadeiramente sou e me aceitando com minhas falhas e imperfeições. Antes que ele acabe com o sorriso dos lábios que me sorriem e dizem que me ama.

E, se para isso eu precisar esmagar com as minhas próprias mãos a quem tentar me afastar da mulher que eu amo. Quem tentar machucá-la ou insistir em ameaçar a sua vida, não haverá hesitação da minha parte para fazer o que for necessário para que isso seja evitado. Mas basta sentir o seu toque, a sua voz calma e delicada e o calor dos seus braços para amansar a besta que me faz ser irracional e tentar ser mais coerente e me preparar para estar um passo a frente desse doente psicopata que está tentando me manipular. Apesar de ainda não saber como irei fazer isso, pois a minha cabeça está uma verdadeira bagunça.

Durante o caminho para casa – que foi feito em um silêncio esmagador –, eu começo a ter dúvidas se realmente foi o Edgar quem enviou aquelas fotografias e a ameaça, pois ele parecia verdadeiramente confuso com o que eu estava falando, mas então por que ele tinha um envelope idêntico ao que recebi sobre a mesa da Anastásia? Justamente no dia que eu o recebi? O que ele estaria fazendo na GRS? E, por que a minha namorada parecia tão à vontade conversando com ele, antes que eu chegasse e ela pudesse se assustar devido ao meu rompante?

Inferno! Minha cabeça vai explodir com tantas indagações sem respostas e vê-lo em minha casa, convidado por meu irmão, não ajuda em nada em manter controlada a vontade que tenho de socá-lo até não conseguir mais. Porém, fiquei momentaneamente desarmado quando vi que aquele envelope foi de fato enviado para ele e que parecia tão perdido como me sinto nesse momento.

Presenciar Anastásia analisando as fotografias que me foram enviadas e depois as da Débora fez o meu coração acelerar de uma forma diferente do que estava antes, pois não quero que ela pense de forma alguma que aquela mulher ainda signifique alguma coisa para mim, mas como sempre, sou surpreendido por sua maturidade e compreensão, o que de fato ela tem razão, afinal, aquilo faz parte do meu passado e não tem como ser apagado, apenas superado para conseguirmos seguir em frente.

E, não vou negar que a forma que Edgar olha para ela, com tanta admiração e fascínio me incomode, mesmo que Anastásia não se dê conta disso, mas ele nem tenta disfarçar a forma intensa que fica a encarando, ainda mais depois de ouvir suas palavras, alegando que o seu envelope tem ligação com o que recebi e que minha namorada possa ter razão no que conversaram. Que porra de conversa foi essa, que fez a compreensão passar nitidamente pela face transparente da Anastásia?

– Do que vocês estão falando? – Não me importo de estar sendo rude, suportar a presença dele na minha casa, na presença da minha namorada é mais do que suficiente para que eu possa tentar manter a educação.

– Que talvez nós dois tivéssemos sido usados e manipulados pela Débora, Christian. – Edgar quem responde e pela primeira vez, não ouço seu tom sarcástico e com insinuações acusatórias.

Analiso por um momento suas palavras, sustentando seu olhar que parece tão perdido quanto eu nessa história, mas estou tentando enxergar algo que demonstre contradição com sua postura, suas palavras e a real intenção em admitir isso. Porque se isso for um jogo para tentar se aproveitar da bondade da Anastásia, cativando ainda mais a simpatia que ela passou a sentir por ele, por acreditar que foi tão usado quanto eu e que possa ser de fato uma boa pessoa, não responderei por mim.

– E você resolveu acreditar nisso agora? – Não consigo conter a frieza e o sarcasmo em minhas palavras. – Porque se não estou enganado, até sábado você estava convicto que eu fosse o causador de toda desgraça que aconteceu na vida daquela mulher sem escrúpulos.

– E você queria que eu pensasse o quê? – Ele eleva o tom de voz, mantendo seu olhar fixo no meu. – Quando durante cinco anos, eu acreditei que o meu colega de sala simplesmente havia seduzido a mulher que até então era minha namorada e a obrigou a ficar em silêncio, ameaçando a sujar a reputação dela, apenas pelo prazer de poder debochar da minha cara. – Franzo o cenho, não entendendo sobre o que ele está falando, mas dou um sorriso frio percebendo o que ele está tentando fazer.

– Essa é a história que você contou para Anastásia? Para conseguir ainda mais a empatia dela? Quando o crápula desprezível aqui é você?

– JÁ CHEGA! – Somos surpreendidos pelo tom de voz imperativo de Anastásia, que segura o meu braço quando levanto da cadeira e respiro fundo, sentando-me novamente. – Vocês dois precisam conversar como homens e não como dois jovens com o ego ferido que precisam preservar a honra de uma mulher que não valia absolutamente nada.

– Anastásia, não é... – Ela me encara com um olhar tão zangado que me assusto, calando-me e vejo um sorriso nos lábios do meu irmão.

– Eu não sei exatamente qual é o problema com esses envelopes, mas seja o que for tem haver com o passado que envolve vocês dois e a vagabunda que vocês chamavam de namorada. – Arregalo os olhos, pois Anastásia só usa esse linguajar quando está muito puta, mesmo sendo tão controlada como ela é. – Aquela mulher se envolveu com você, Christian, quando ainda era namorada do Edgar e ficou com os dois durante quase um ano e fez você... – Ela aponta para Edgar que está tão estarrecido quanto eu. –... Acreditar que ela era uma vítima sendo usada pelo Christian, quando a verdade é outra. – Ela se levanta e olha para mim e depois para ele. – Ou vocês vão esquecer que foram os dois feitos de bobos e manipulados nas mãos daquela mulher ardilosa, vil e sem coração e resolverão isso como homens que sabem conversar, ou se matem de uma vez em nome de uma mulher que não estava dando a mínima para nenhum de vocês e que nem aqui está mais. E, sinceramente, eu espero que vocês optem pela primeira opção, pelo bem da minha sanidade, mas agora eu vou entrar e quando pudermos conversar sobre o que realmente importa é só me chamar que estarei no nosso quarto, Christian.

Ela pronuncia cada palavra com seu tom de voz calmo e delicado, mas com uma firmeza impossível de ser questionada, para em seguida sair do Centro de Comando, sem olhar para trás, deixando-nos boquiabertos com sua atitude. Vejo Taylor, Samantha, Aleksander e Jay saírem também e meu irmão se levanta, pigarreando para chamar a nossa atenção.

– A Ana tem razão, essa história já foi longe demais e agora há um doente psicopata querendo brincar com vocês dois, usando-os como peças de um jogo que só ele sabe qual é. – Richard suspira e pega os dois envelopes, mostrando-nos. – Esqueçam isso por enquanto e tentem colocar todas as cartas na mesa, pois agora não são apenas vocês dois que estão servindo como peões, principalmente quando o prêmio principal para esse jogo de três jogadores e um único vencedor é a Anastásia. – Richard também sai e fecha a porta, deixando-nos sozinhos e por um momento fico sem reação, perguntando-me o que foi que acabou de acontecer aqui?

Os minutos seguintes são torturantes e sinceramente eu não sei o que Anastásia e Richard acreditam que Edgar e eu temos para conversar, quando a única coisa que eu quero é que ele permaneça o mais distante possível da minha namorada, mas algo não sai da minha cabeça, pois o que ela quis dizer com "A Débora fez o Edgar acreditar que eu a usava?" Isso não faz sentindo, levando em conta que quem riu e debochou do idiota aqui, foram eles, mas sinceramente, isso não me importa mais.

Eu não quero mais pensar no passado e muito menos naquela mulher ou o que eles haviam feito naquela época, por isso me levanto pronto para deixar essa situação embaraçosa e desnecessária e ir atrás da minha namorada que pelo visto, está magoada comigo e toda essa situação. Além de ter coisas mais importantes para fazer, como pensar na Segurança da mulher que eu amo para que nenhum maníaco possa ter a chance de machucá-la.

– Espera, Christian! – Cesso meus movimentos com a mão na maçaneta da porta e respiro fundo, virando-me para encará-lo. – Podemos... – Ele engole em seco e vejo que isso também está sendo bem indigesto para ele. –... Podemos conversar sobre tudo isso?

– Conversar o quê, Edgar? Que durante cinco anos você vem sendo um babaca comigo e que na primeira oportunidade que tem, tenta me acusar de algo que nunca fiz e ainda tenta usar a minha namorada que nada tem a ver com isso, para cobrar algo que não faço a mínima ideia do que possa ser? – Ele respira fundo e nega com a cabeça.

– Você poderia baixar-a-guarda por um momento e tentar entender o meu lado?

– Por quê? Qual é o jogo, Edgar? Estamos sozinhos aqui, então seja franco comigo!

– Não tem jogo nenhum, porra! – Ele bate o punho cerrado na mesa, mas isso não me intimida. Porém ele respira fundo novamente. – Christian, eu não faço ideia do que você recebeu naquele envelope, mas o que eu recebi, se eu o tivesse aberto no meu Escritório eu diria que foi você quem me enviou, apesar de algumas coisas não fazerem sentido.

– Eu não escrevi ou enviei nada para o seu Escritório. – Ele assente e quem respira fundo agora, sou eu, sentando-me novamente. – Quando eu recebi aquela merda no meu Escritório, estava convencido que havia sido você quem o enviou e confesso que não acreditei que seria tão baixo a ponto de ameaçar a vida da Anastásia, mas devido as suas atitudes, dos nossos últimos encontros, eu não poderia pensar em outra pessoa para fazer isso. – Ele nega com a cabeça, sem desviar os olhos dos meus.

– Eu não tenho nenhum motivo para ameaçar a vida dela. Pelo amor de Deus, Christian, ela é amiga dos meus irmãos! Você acha que eu faria algo para magoar os meus irmãos? Ainda mais sabendo o quanto eles ficaram decepcionados comigo apenas por causa daquele incidente na Boate? – Não falo nada, afinal, não tenho essa resposta. – Além do mais, a Anastásia é... Diferente, pura, inocente e tem algo que faz com que tenhamos vontade de contar todos os nossos segredos para ela, apenas olhando naqueles olhos azuis vivos que parecem buscar o mais obscuro do nosso ser. Sem cobranças ou julgamentos, sendo apenas... Ela.

– Eu sei as qualidades da Anastásia, Edgar, afinal, ela é a minha namorada, ou será que terei que lembra-lo desse fato? – Pergunto com os dentes cerrados e as mãos em punhos, segurando-me para não socá-lo, mas o idiota dá risada e nega com a cabeça.

– Não vou negar que Anastásia tenha me despertado interesse, que tenha me fascinado desde a primeira vez que a vi e que me deixou completamente encantado com a forma que me enfrentou para defendê-lo, mas ela já deixou claro que te ama e eu sei quando devo ou não investir em uma mulher. Então não se preocupe Christian, que não costumo dormir com mulheres comprometidas. – Ignoro todo o resto para não perder minha paciência e foco apenas em sua insinuação explícita.

– Isso de novo, Edgar? – Pressiono minha testa, sentindo-me sobrecarregado com esse assunto, mas preciso entendê-lo para poder encerrá-lo de uma vez por todas. – Por que você disse para Anastásia que eu me envolvi com a Débora sendo a sua namorada? – Ele me analisa por um momento e suspira, parecendo convencido que eu não sabia desse fato.

– Você realmente não sabia que a Débora era a minha namorada, não é?

– Não, Edgar. E se isso fosse mesmo verdade, traição é algo que eu não admitiria nunca e esse foi o meu erro. – Eu suspiro e sinto a raiva querer me dominar, mas de mim mesmo, por ter sido tão cego. – Eu confiei em quem não deveria confiar e isso me custou muito caro. – Ele fica em silêncio por um tempo e suspira.

– Christian, quando você começou a namorá-la, ela já era a minha namorada. Deveria ter um pouco mais de quatro ou cinco meses que estávamos juntos. E, pelo visto ficou com nós dois por quase um ano. – Franzo o cenho, pois isso não faz sentido. – Se eu não tivesse visto o seu carro na porta da casa dela ou tê-los visto se agarrando no sofá da sala dela, eu nunca iria descobrir que estava sendo enganado por meu colega de classe e a mulher que dizia ser minha namorada. – Ele dá uma risada incrédula e continuo confuso com isso.

– Edgar, se isso é mesmo verdade, por que você não fez nada?

Pergunto cético, pois se eu tivesse escutado os meus irmãos, não teria deixado aquele relacionamento fadado ao fracasso chegar aonde chegou, ainda mais presenciando uma traição, mas ele nega com a cabeça.

– Acredite em mim, eu queria quebrar a sua cara. – Ele passa as mãos no rosto e suspira. – Mesmo que eu não a amasse, eu me senti traído, afinal, sou um homem e meu ego foi massacrado, mas então ela ajoelhou aos meus pés e implorou para que eu não fizesse nada, pois você estava a ameaçando.

– O quê?

– Exatamente isso que você ouviu. – Nego com a cabeça, pois isso é absurdo. – Eu disse que não iria me envolver, pois vocês dois se mereciam. Terminei com ela e o resto você sabe, afinal, eu fazia de tudo para te provocar para ver se você falaria algo, mas nunca me enfrentou.

– Então... – Balanço a cabeça, pois isso não faz o menor sentido. – Se você realmente terminou com ela, o bebê não poderia ser seu. – Afirmo a certeza que eu já tinha e ele arregala os olhos, negando com a cabeça.

– Claro que não. Ficou louco? – Ele para por um momento e franze o cenho. – A Débora dizia que o bebê era seu e que você estava a obrigando a abortar porque não queria aquela aberração. – Dou uma risada sem humor e nego com a cabeça.

– Pelo visto aquela mulher era bem pior do que eu já sabia que era.

– Christian, há muito mais coisa que me levaram a alimentar todo o ódio que eu sinto ou sentia, nem sei mais o que sinto em relação a isso, pois é surreal, mas... – Ele balança a cabeça, parecendo querer colocar os pensamentos no lugar, o que entendo, pois não estou diferente, e me encara por um momento. – A Anastásia disse que a história que eu sei e na qual acreditei por todo esse tempo é bem diferente de como aconteceu, mas ela não entrou em detalhes porque não pertencia a ela para contá-la, então... Antes que eu conte a minha versão, eu queria ouvir a sua.

Penso por um momento e avalio se estou disposto a reviver todo aquele inferno novamente, mas acho justo que ele saiba e então analiso meus sentimentos quanto a isso e percebo que não me incomodam mais – não como antes – e que parece apenas uma simples história na qual irei contar e tendo essa certeza, eu assinto e respiro fundo, começando a contar desde o início.

Os flertes na Loja de Conveniência – mesmo que eu não fosse bom em fazer aquilo, devido a minha timidez e falta de experiência na época – que ela trabalhava. Que a princípio começamos a nos conhecer melhor, sem rótulos ou compromissos. A recepção nada calorosa do meu irmão mais velho, sendo inclusive rude, o que fugia do seu comportamento habitual, que sempre foi muito educado ou no mínimo polido com quem conhecia. E, quando eu menos percebi, já estava envolvido e brigando com os meus irmãos por causa dela, até o dia que recebi a ligação que ela estava no Hospital, à indução do aborto e por fim o exame de DNA.

Mas agora eu consigo perceber algo que ainda não havia percebido e tudo faz sentido, pois os nossos encontros sempre aconteciam na casa dela – pois o Richard não a aceitava em nosso apartamento –, nos dias e horários que ela achava conveniente, alegando ser por causa do seu trabalho. Não saíamos juntos, não íamos ao cinema ou a Restaurantes. Não andávamos de mãos dadas e muito menos tínhamos contato íntimo em locais públicos, pois segundo ela, tinha vergonha e medo de ser julgada por desconhecidos, até que comprei o apartamento e começamos a morar juntos.

Por isso que dizem que "O pior cego é aquele que não quer ver" e isso é a pura verdade, pois todos os sinais estavam embaixo do meu nariz e eu o idiota que era não percebia e não aceitava que me dissessem o contrário do que eu pensava sobre ela. Lembro-me também que nunca falamos um "eu te amo" abertamente, sempre era, "você me ama?" e respondíamos que "sim", "você sabe que sim" ou "é claro que sim", pois nunca foi amor, mas isso eu já sabia, pois amor eu passei de fato, a saber, o que era sentir com a Anastásia.

Ao fim da minha triste e medíocre história – da qual não me envergonho mais –, Edgar permanece em silêncio, absorvendo tudo que joguei em cima dele. Deixo que ele reflita sobre tudo e me levanto, sentindo minha garganta seca, desejando muito uma dose de uísque, mas terei que me contentar com a água que pego no frigobar e entrego uma garrafa para ele, que aceita no automático, bebendo-a em seguida.

– Isso é um completo absurdo. – Faço uma carranca ouvindo suas palavras, começando a sentir o meu sangue ferver, antevendo que ele dirá que estou mentindo.

– Essa é a verdade, acredite se quiser. – Falo friamente e ele nega com a cabeça.

– Não é isso, Christian. – Ele bebe mais um gole generoso de água e suspira. – Eu não sou tão estúpido para duvidar que a sua história seja verdade e que eu fui enganado por todo esse tempo, mas... Por quê? Qual era a intenção de tentar nos colocar um contra o outro? Isso que não faz sentido. – De fato isso não faz sentido nenhum, mas então as palavras daquela carta maldita vêm a minha cabeça.

"Não sou alguém que sinta culpa por absolutamente nada, mas fiz várias pessoas a sentirem, até o momento de darem fim a suas medíocres vidas."

"Por que no meu mundo, eu sou um deus que destrói seres insignificantes como você".

– Dinheiro!

– O quê?

– Quem fez isso, Edgar, era motivado pela ambição, mas você terminou com a Débora, e eu apesar de morar com ela, não aceitei quando me propôs que deveríamos nos casar, pois segundo ela, dessa forma a minha família teria que aceitá-la de uma forma ou de outra, mas a minha recusa ou a minha decisão, como dizia na minha carta, acabei por frustrar os planos deles.

– Você está querendo dizer que...

– Sim, quando caíssemos no golpe deles, iriam nos matar.

Minha nossa Senhora dos homens surtados 😱😱! O Senhor Gelo é cabeça-dura mesmo, hein 😱😱? Pelo menos o Senhor Sarcástico é mais maleável, não é mesmo 😏😏?

Borboletinha do céu! Parece que você está brava 🤭🤭? Ou só perdeu a paciência com esses dois homens que agem como adolescentes frustrados 🤭🤭?

Pelo menos Christian e Edgar resolveram se comportar como os homens que são e terem uma conversa descente, não é mesmo 😏😏?

E, essa nova constatação de que o plano era matá-los? Será 🤔🤔? Eita, que adorooooo um circo pegando fogo 🔥🔥🔥! E, nem é no sentido prazeroso da palavra 😏😏!

E, um passarinho verde me disse que o próximo capítulo, será contato pelo Senhor Sarcástico 😏😏! Será que só eu estou curiosa para saber o que há no envelope que ele recebeu 🤔🤔?

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro