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Capítulo - 78

Ter Anastásia em meus braços, sentindo o seu cheiro suave e suas carícias em meu peito, faz com que a calmaria me invada de uma forma difícil de explicar. O que me leva a perceber que acabei adormecendo, pois acordei com o barulho irritante do meu celular, que não faço a mínima ideia de onde possa estar, mas o som cessa e suspiro, sentindo-me cansado. Efeito dos acontecimentos na Boate e da noite não dormida, além de tudo que minha namorada e eu fizemos depois que retornei para o quarto.

Continuo deitado, desejando muito que minha namorada fujona não tivesse me deixado sozinho nesse quarto, mas começo a pensar em como Anastásia estava solta e desinibida e confesso que eu tenha a subestimado, pois sempre a vejo como uma joia rara e muito preciosa, mas também frágil e delicada, porém me esqueço de que de frágil ela não tem absolutamente nada.

O que pude comprovar isso na forma que se entregou a mim, fazendo-me também completamente rendido a ela. E, mesmo que eu não queira, é inevitável não pensar no passado, mas não de uma forma ruim, pois hoje eu consigo perceber e discernir que o que eu sentia pela Débora era sim paixão – e isso eu não posso e nem irei negar –, só que de uma forma carnal, onde eu recebia e dava prazer e apenas isso. Mas nunca senti a mínima conexão afetiva com ela ou com qualquer outra mulher, como eu sinto com a Anastásia.

A forma que ela me olha e me toca. O encaixe perfeito que nossos corpos têm como se fossem peças únicas de um quebra-cabeça. A intensidade e ferocidade que seus lábios deslizam nos meus, como se estivesse se entregando, mas também tomando posse do que é seu. Uma sinergia que abalaria qualquer razão lógica, completamente sem explicação, porque não se explica o inexplicável.

Nego com a cabeça e acabo dando risada, sozinho nesse quarto, pois no dia que Richard disse que o Christian que eu era quando adolescente, aquele que acreditava no amor e lia romances, ainda vivia em mim, eu neguei com todas as forças do meu ser e continuo negando, pois ao lado de Anastásia, devo admitir que eu não fosse mais como antes e sim um novo homem que não tem medo de amar e muito menos de ouvir ou falar que também ama.

O meu celular volta a tocar e acabo me assustando por estar divagando tanto, enquanto faço uma análise crítica de como fui e como sou hoje. Respiro fundo e levanto da cama, seguindo para o banheiro, local que vem o som estridente, e franzo o cenho ao ver que é o Aleksander quem está me ligando em plena manhã – ou quase tarde, não sei dizer – de domingo.

– Alô!

Bom dia, flor do meu dia! A mais bela de todo o meu jardim. – Respiro fundo e volto para o quarto, jogando-me na cama.

– Não diga que me ligou em pleno domingo para tentar me irritar, Aleksander? – Ouço sua risada e novamente respiro fundo, para não encerrar a ligação.

– Na verdade, eu liguei para saber como você está, por causa do... Você sabe.

– Para falar a verdade, estou melhor do que eu poderia imaginar ou achei que estaria.

E, por sua voz estar rouca, devo deduzir que eu te acordei certo? – E antes que eu consiga responder ele volta a falar. – E se acordei, ainda bem, pois isso não é hora de dormir, seu folgado. – Ele volta a dar risada e fecho os olhos, contanto mentalmente para não mandá-lo se foder.

– Se acabou com as gracinhas, eu vou desligar.

Não, espera! Eu estava pensando, o que você acha de fazermos um churrasco no próximo fim de semana, aí na sua casa? Faz tempo que não fazemos nada... Bom, na verdade, só fizemos algo parecido quando estávamos na Universidade e isso faz tanto tempo que eu nem tinha cabelo no saco ainda.

– Que comparação idiota, Aleksander. – Ele volta a dar risada e não sei como consegue ser tão idiota em tempo integral, mas suspiro e acho que não é uma ideia tão ruim assim. – Mas poderemos sim, marcar alguma coisa, irei falar com a Anastásia e os meus irmãos sobre isso.

– Sério?! Sem reclamar ou falar que sou um idiota por pensar em algo assim?

– Aleksander, que você é um idiota eu não preciso falar o óbvio, mas não vejo problema em fazermos algo, mas fala logo o que eu sei que você quer falar.

– O quê? Eu não quero falar nada. Eu liguei porque realmente estava preocupado com você. Como pode ser tão ingrato e não valorizar a preocupação do seu melhor amigo? Mas já que você insiste tanto, bem que você poderia dizer para aquela linda morena de olhos azuis...

– Aleksander! – Falo em tom de aviso e ele dá risada.

Tudo bem, irritadinho, mas enfim, fala para a Anastásia convidar aquela morena que me drogou com o sabor doce de seus lábios, pois preciso muito vê-la novamente. – Eu nego com a cabeça, pois sabia que havia algo a mais nessa ligação dele.

– Verei o que posso fazer sobre isso.

– Por isso que eu te amo! Você é o homem preferido da minha vida, só não conta para o Oliver, ou aquele moreno de olhos azuis vai ficar com ciúmes, apesar de ter Aleksander para todo mundo.

– Deixe de ser idiota, Aleksander.

Desligo ouvindo sua gargalhada e nego com a cabeça, mas acabo sorrindo de lado, pois minha namorada além de me surpreender ainda mais entre quatro paredes, parece que está se saindo muito bem como cupido.

(...)

Desde o almoço de ontem que não consegui esquecer tudo que ouvi Anastásia e Caleb conversando sobre o Edgar, antes que eu me fizesse presente na sala e encontrar o folgado do meu irmão, deitado no colo da minha namorada. Mas a questão é que eu tive que concordar com alguns pontos, que antes eu não conseguia perceber, como o fato de que talvez a Débora pudesse estar mesmo fazendo o seu jogo sujo, não apenas comigo, mas também com o Edgar.

E, não menti quando disse que eu acreditava que àquele bebê não era dele, mesmo que o meu sentimento em relação ao Edgar não tenha mudado, afinal, ele sempre foi um babaca desprezível que gostava de contar vantagem, quando eu não me importava em nada com toda a rivalidade que ele começou a fazer questão de sustentar.

Mas parando para pensar, antes tínhamos um relacionamento cordial a ponto de fazer um projeto juntos nos primeiros anos de Universidade, mas depois de um tempo, ele começou a agir de forma diferente, para não dizer insuportável. Pode ser que eu esteja querendo justificar alguma coisa, porque Anastásia acredita que ele seja uma boa pessoa, por essa razão começo a encaixar algumas peças e me lembro de que a sua atitude mudou de fato, depois de alguns meses que eu estava namorando aquela mulher.

Porém, independente do que levou a mudar a nossa convivência na Universidade, não justifica o fato dele ter se envolvido com uma mulher – mesmo que não valesse nada –, que não estivesse disponível para tal ato. E muito menos depois de anos, quando eu consegui deixar o passado – pelo menos não que me abale mais como antes – onde deve ficar, ele querer se aproximar da Anastásia, na intenção de me prejudicar, machucando-a no processo.

E, diferente do que Anastásia pudesse estar pensando, a Débora não tem nenhuma importância para mim – e deixou de ter quando eu abri aquele Exame de DNA –, para que eu pudesse tentar "limpar" a sua imagem, culpando apenas o Edgar por qualquer erro que os dois pudessem ter cometido quando se envolveram no passado. Mas isso não quer dizer que permitirei que ele tente se aproximar da minha namorada, para me punir por algo que não faço a mínima ideia do que possa ser.

Portanto, eu aprendi a conhecer muito bem a namorada que tenho, com toda aquela delicadeza e generosidade excessiva, quando está decidida a fazer algo e foi isso que vi em seus olhos, antes que saísse do carro e entrasse na Universidade. Ela está mesmo disposta a acreditar que Edgar seja uma boa pessoa, principalmente por Pietro e Eloise, que são seus amigos e muito importantes para ela, mas não nego o meu receio quanto a essa aproximação que eu sei que Anastásia não vai evitar.

Não por desconfiar dela, longe de mim, pensar algo assim, pois Anastásia é muito transparente e sincera, não apenas com seus sentimentos, mas também com suas ações. E sim por não confiar no Edgar e não saber do que ele possa ser capaz de fazer ou a que ponto isso possa machucá-la.

– Senhor Grey! – Olho na direção de Taylor assim que ouço sua voz e o vejo com a porta do carro aberta, aguardando que eu saia e, só então percebo estar no estacionamento da GNIH.

– Obrigado. – Ele assente e caminhamos juntos para o elevador, mas me lembro de um assunto ainda pendente. – Alguma notícia quanto ao paradeiro da Thaís, Taylor?

– Não, Senhor Grey, ela continua em New York com o Baxter. – Assinto e penso por um momento.

– Pode mandar o responsável em seguir os passos dela, para retornar. – Ele assente. – Não vejo necessidade em manter um Segurança vigiando-a, quando Thaís apenas continua a cuidar da própria vida. – E espero que continue assim, longe da Anastásia, completo em pensamento.

– Farei isso imediatamente, Senhor.

– Bom dia, Laura. – Cumprimento assim que passo por sua mesa.

– Bom dia, Senhor Grey! Taylor!

– Laura, traga-me um café sem açúcar, logo depois poderemos repassar a agenda do dia.

– Eu também quero um café, Laura, por favor. – Reviro os olhos quando Aleksander aparece no meu campo de visão e entra na minha sala, antes que eu o faça. – Não revira os olhos para mim, gato, ou me apaixono ainda mais. – Nego com a cabeça e respiro fundo.

– Você não tem projetos para desenvolver, Aleksander?

– Claro que eu tenho, mas o que seria de mim sem o meu beijo de bom dia primeiro? Então vem cá, vem! – Ele se aproxima, abraçando-me e tentando beijar o meu rosto.

– Aleksander, eu vou quebrar a sua cara se não me soltar agora. – Falo entredentes e ele dá risada me soltando, mas se aproxima novamente e afasta o colarinho da minha camisa, tocando em meu pescoço. – O que você...

– Hum! Isso parece ter sido bem selvagem.

Fico sem entender, mas logo a compreensão me acerta como uma avalanche, quando ele faz uma cara maliciosa acompanhada de seu sorriso cretino, lembrando-me dos dentes da Anastásia mordendo meu pescoço naquela banheira. Isso porque ele não faz ideia de como está o meu peito e minhas costas. Selvagem é pouco para definir o que aconteceu.

– Sem piadinhas, Aleksander, ou não responderei por mim. – Ele ergue as mãos em falsa rendição e me sento, ligando meu laptop, enquanto Laura entra na minha sala, servindo-nos café é água. – Mas vamos direto ao ponto, se veio até a minha sala é porque queria falar comigo, certo?

– Na verdade eu vim aqui para isso mesmo. – Ele suspira e senta a minha frente, bebendo um gole do café antes de falar. – O Brian ligou quando eu estava chegando a GNIH, parece que deu um problema na plataforma do Raymond. – Franzo o cenho, pois não estava sabendo disso.

– Como assim, que problema?

– Parece que algumas peças de uma das pernas foram montadas erradas e quando conferido com o projeto, estavam exatamente iguais às peças prontas.

– Isso é impossível. Eu mesmo fiz essas alterações antes de voltar para Seattle e conferi cada polegada, inclusive os acréscimos dos propulsores no casco.

– Eu sei. Por isso achei estranho, mas eu pedi para ele rasgar a planta impressa e fazer outra, usando a digital. – Assinto, mesmo não concordando com isso, pois algo não bate.

– Aleksander, peça para o Brian não rasgar e sim guardar essa planta, que quero verificá-la novamente. – Ele assente e pega o seu celular, digitando uma mensagem.

– Precisamos ir ao México, Christian, verificar como está indo a construção. – Eu suspiro, chamando a sua atenção. – Se você quiser, eu vou dessa vez?

– Acredito que na próxima semana o jatinho esteja pronto, então definiremos quem irá. – Ele interrompe sua troca de mensagens com Brian e me encara com os olhos arregalados.

– Como assim jatinho?

– Não tenho muita paciência para fazer escala e perder tanto tempo em um aeroporto, ainda mais ter que viajar em voo Comercial.

– Ah, seu Burguês safado! Só por isso tem que comprar um jatinho?

– Foi uma excelente aquisição. – Dou de ombros e ele nega com a cabeça, sorrindo, mas seu sorriso se fecha e franze o cenho para o celular. – O que foi?

– Algo está errado, Christian. O Brian está dizendo que a planta 3D e a estrutural estão iguais à impressa que você entregou para ele. – Nego com a cabeça, pois não acredito que eu tenha cometido um erro como esse.

– Não acredito nisso, diga ao Brian para enviar o arquivo digital que irei analisar. Enquanto isso suspenda temporariamente a construção, pois um projeto como esse não pode ter nenhum erro na execução.

Ele assente e liga para o Brian, enquanto abro o meu arquivo no laptop, pois não posso acreditar que cometi um erro de cálculo tão amador assim, porém se esse foi o caso, não posso permitir que a construção continuasse em andamento, mesmo que isso atrase alguns dias na execução.

(...)

Furioso! É exatamente assim que me sinto depois de comparar o projeto que estava com o Brian e o meu backup. Principalmente por ver que essa não é a versão que entreguei para ele para iniciar a construção da plataforma, quando deixei o México.

Agora como isso é possível? Como alteraram o meu projeto e substituíram as cópias físicas no Estaleiro e ninguém viu absolutamente nada? Como quebraram o código para edição? Se Brian não fosse tão competente e de fato alguém que eu tenha muita confiança, estaria na rua sem nenhuma misericórdia.

– Christian, isso é muito sério. Você tem certeza que esse não é o projeto que você deixou com o Brian? – Aleksander pergunta também incrédulo com essa possibilidade.

– Claro que eu tenho, Aleksander. – Empurro o computador em sua direção, que logo começa avaliá-lo. – E, muito me admira o Brian não ter percebido isso antes. – Nego com a cabeça, sentindo-a latejar. – Os erros são tão gritantes, que nem quando eu estava na Universidade teria os cometido.

– Você tem razão, mas quem faria algo assim? E por quê?

– Estou me fazendo essa pergunta até agora, Aleksander, mas irei descobrir, pode ter certeza que irei. – Ele assente e eu respiro fundo, pegando o celular para fazer uma ligação.

– Alô! Christian?

– Richard, eu preciso que você acesse as câmeras do Estaleiro do México, principalmente do Escritório.

– O que aconteceu?

– Alguém alterou o projeto da plataforma do Raymond e isso ocasionou em erros na execução, mas o Engenheiro Chefe conseguiu ver a merda, antes que a situação se agravasse. – Ele fica em silêncio por um momento e sei que está pensando em vários cenários do que isso poderia ter ocasionado.

– Certo. Peça para o RH enviar todas as fichas de registro dos funcionários, que identificarei se alguém diferente esteve no local. – Assinto, como se ele pudesse ver. – Esse Engenheiro Chefe realmente é de confiança, Christian?

– Julgo ser que sim, afinal, ele está comigo desde que as construções no Estaleiro de Olympia começaram por essa razão que foi designado para o México, mas não quero descartar ninguém, Richard, até que encontremos o responsável.

– Concordo com você. Por enquanto não contatarei nem mesmo os Seguranças que estão no local, assim que eu tiver algo conclusivo, entro em contato.

Tudo bem, obrigado, Richard.

– Não me agradeça por isso, meu irmão. – Ele encerra a ligação e eu suspiro, fechando os olhos por um momento e massageando minhas têmporas, quando sinto minha cabeça latejar mais uma vez.

Respiro fundo novamente e por mais que eu não queria acusar ninguém, é impossível não pensar na única pessoa que seria capaz de fazer algo assim, apenas para me prejudicar. Porém não quero pensar que ele seja tão inescrupuloso a esse ponto, sabendo que isso poderia colocar em risco, vida de pessoas que estão trabalhando para sustentar suas famílias.

– Christian! – Abro os olhos e encaro Aleksander, que está sério me avaliando por um momento, suspirando em seguida. – Ficar estressado não vai resolver nada, conseguimos identificar o erro antes que algo pior pudesse acontecer. – Assinto e mais uma vez eu suspiro. – Vamos comer alguma coisa, são quase 15h00 e não comemos nada.

– Estou sem fome. – Abro a gaveta e pego o frasco de analgésicos, tomando dois para aliviar essa dor infernal, mas ele nega com a cabeça.

– Nada disso, Christian! Se não quer sair, ótimo! Mas pedirei para entregarem aqui e se não quiser escolher, eu faço isso por nós dois e terá que comer sem reclamar. – Apenas assinto, pois Aleksander é tão teimoso quanto os meus irmãos. – Você suspeita de alguém? – Mais uma vez nesse dia eu suspiro, mas assinto.

– O Edgar. – Pronuncio esse nome como se algo áspero passasse por minha garganta, fazendo-o arregalar os olhos e ficar apenas me encarando. – Não estou acusando ninguém, Aleksander, pois não costumo fazer isso levianamente, mas é muita coincidência ele estar viajando e logo que retorna, somos avisados que os projetos estavam errados, você não acha? – Falo mais rude do que gostaria, mas estou muito irritado para ter tato no momento.

– Não sei Christian. Pelo que ouvi dizer, o Edgar é um bom profissional e muito sério com a sua Empresa. – Penso por um momento, mas não falo nada. – Ele sabe que isso prejudicaria pessoas inocentes, caso o projeto fosse executado errado, então não acredito que ele fosse capaz de fazer algo assim, apenas por desavenças que envolvem o passado de vocês. – Passo as mãos em meu rosto e jogo a cabeça no encosto da cadeira.

– Sinceramente não sei o que pensar. Estou irritado demais para ser coerente com alguma coisa, Aleksander.

– Então esqueça isso por enquanto, vamos ver o que o seu irmão irá descobrir, mas agora nós iremos comer. – Ele se levanta e me encara. – Anda Christian! Levanta dessa cadeira! Vamos sair para comer alguma coisa e arejar a cabeça, depois retomamos os problemas.

Fico o encarando por um tempo, mas ele tem razão, pois ficar martelando isso na minha cabeça, nesse momento, não irá resolver absolutamente nada, por essa razão, levanto-me, visto o meu paletó e o acompanhando, saindo da minha sala, mas paro assim que chego à mesa da Laura.

– Laura, eu preciso que você solicite junto ao RH o arquivo com a ficha cadastral de todos os funcionários do Estaleiro no México e envie para a Empresa do Richard.

– Sim, Senhor!

– Preciso que você ligue também para o Senhor James Cavaliere e agende uma reunião para o mais breve possível.

– Sobre isso, Senhor Grey, o Secretário do Senhor Cavaliere ligou solicitando uma reunião para a próxima quinta-feira às 14h00. Eu estava apenas aguardando que a sua reunião com o Senhor Wright se encerrasse para que eu pudesse avisá-lo.

– Ótimo. Pode confirmar. – Ela assente e Aleksander começa a me empurrar para o elevador.

– Vamos logo, Christian! Porque se eu desmaiar de fome, você vai ter que me carregar no colo. – Aleksander faz drama e o encaro irritado.

– Quer parar de me empurrar, Aleksander? – Falo entredentes, mas o idiota finge que não é com ele.

– Ah, fica quieto! E não adianta tentar me bater, porque se você continuar irritadinho assim vai enfartar antes dos 30 e deixar aquela bela morena desemparada. E não se esqueça de que quem morre é que fica viúvo.

Prefiro me abster de falar qualquer coisa, por ainda estar irritado com o que aconteceu com o projeto do Raymond – e ainda tenho que falar isso para ele –, por isso apenas me deixo ser empurrado para o elevador – acompanhado por Taylor –, ouvindo suas gracinhas e me perguntando por que sou amigo mesmo desse idiota?

(...)

No momento que escolhemos uma profissão, temos que estar cientes também que alguns riscos podem acompanhá-la. Sempre fui fascinado por tudo que envolvesse a Engenharia Naval – antes mesmo de saber o que isso significava –, como os barcos, lanchas, submarinos, veleiros e navios. Além de ter muita facilidade para desenhar, mas isso não passava de uma paixão de criança e que se estendeu até os dias de hoje.

Porém quando entrei na Universidade e passei a entender que o sucesso de um projeto envolvia muito além do que apenas um desenho bem feito, eu aprendi que os riscos poderiam ser grandes, caso houvesse erros de cálculo em uma única linha do projeto. E, que isso poderia ocasionar inclusive em prejudicar pessoas que estivessem trabalhando para construir o que até então, não passava de um rascunho num pedaço de papel.

Justamente por ter ciência disso que não consigo conceber o fato de que alguém tenha "sabotado" a planta de uma plataforma petrolífera, sabendo que se não fosse detectado o erro e a montagem fosse executada, um terrível acidente poderia acontecer e várias vidas se perder por irresponsabilidade e maldade. Porque é isso que levou o responsável a fazer tal ato, por única e pura maldade.

Apesar de saber que essa de fato era a intenção, o que poderia arruinar a minha carreira, além de correr o risco de ser preso por homicídio culposo, por ter negligenciado um projeto desse porte se algum acidente tivesse acontecido. Principalmente se forem considerar os erros grotescos daquela planta alterada.

– Com licença, Senhor Grey! – Laura entra na minha sala, após bater na porta. – Deixaram esse envelope para o Senhor na Recepção. – Pego o envelope preto e o avalio, não tendo nada mais que o meu nome escrito à mão, com uma letra cursiva e impecável.

– Obrigado, Laura. – Ela assente, dando-me um sorriso contido e se retira. Sem demora abro o envelope e franzo o cenho. – Mas que porra é essa?

Há várias fotografias e em todas está a Anastásia. Saindo da Universidade, entrando e saindo da Loja e nesse último caso, em momentos onde eu a aguardava do lado de fora do carro, recebendo-a em meus braços. Inclusive em uma delas, está o desgraçado do Edgar segurando a sua mão e levando aos seus lábios, além de ter outras recentes, que claramente são da noite na Boate.

Sinto o sangue pulsar em minhas veias e a raiva dominar meus sentidos, mas um envelope menor chama a minha atenção. Dentro dele há outro envelope e uma folha dobrada, que abro e sem demora começo a ler o seu conteúdo.

'Como vai, Grey?

Por muito tempo tenho o observado e devo dizer que muito satisfeito de presenciar a miséria que você cada vez mais se afundava. Eu me regozijava com o seu martírio, com a frieza e a opacidade que estava presente em seu olhar, parecendo mais uma carcaça que perambulava sem sentindo algum.

Fiquei omisso apenas esperando o momento que você se entregasse a dor, a solidão e a culpa, pois eu sei que é isso o que você fazia. E acredite, não sou alguém que sinta culpa por absolutamente nada, mas fiz várias pessoas a sentirem, até o momento de darem fim a suas medíocres vidas.

E esse seria o seu destino, pois moleques e fracos como você, não suportam o peso da culpa o consumindo, corroendo cada molécula do seu ser, fazendo com que se tornasse um nada. Um ninguém em meio a tantas pessoas que te amava, pois não se sentia digno de ser amado. Não se sentia digno de conviver com pessoas que ainda insistiam em permanecer a sua volta. Insistindo em fazer com que superasse um passado que você não fazia questão de superar.

Desculpe-me, mas preciso gargalhar um pouco, pois você deve estar se perguntando como eu sei disso, mas respondo com o maior prazer. Eu sei disso, porque no meu mundo, eu sou um deus que destrói seres insignificantes como você e é tudo a mesma história. Mas tenho que admitir que você tenha sido diferente, pois conseguiu acabar com a minha ferramenta de trabalho, o que outros antes de você não tivessem conseguido, além de ter sido um pouco mais resistente, fazendo com que um tempo precioso e muito dinheiro fosse perdido.

Sobre o que eu estou falando? Ah! Você deve saber com toda certeza, afinal, a sua decisão fez com que eu perdesse muito dinheiro, além de ter que substituir meu bem precioso. Mas sabe o que é engraçado? Você substituiu o meu produto tão rápido que eu não imaginava que seria capaz. O que devo dizer que sempre gostei de loiras, mas depois de ver a sua namoradinha, as morenas de olhos azuis, puras e inocentes passaram a ser a minha atual preferência, que terei o prazer de degustar.

Então meu caro, aproveite bastante. Aproveite esse mundo de conto de fadas que você está vivendo, pois ele vai acabar. O seu castelo vai desmoronar e a sua princesa não passará de poeira no mundo de miséria para o qual você voltará.

Ah! Deixei uma lembrancinha no outro envelope, pois como eu disse, conheço moleques fracos como você e eu sabia que o deixaria para depois e não se esqueça que o que um dia foi belo, virou apenas um corpo sem vida e que logo será apagado da memória de quem um dia a conheceu. E não será diferente com a sua doce e inocente Anastásia'.

Sinto minhas mãos tremerem pela raiva ao ler essas palavras, que claramente foram escritas por um doente. Mas não nego que eu tenha ficado preocupado com sua clara ameaça a vida da Anastásia. Eu só não entendo o porquê disso tudo? Eu nunca fiz mal ou prejudiquei ninguém, por isso não entendo a razão para uma pessoa transmitir tanto ódio, mesmo através de uma carta.

Tento me controlar e começo a abrir o outro envelope, um pouco receoso do que eu poderia encontrar, mas franzo o cenho ao ver que são fotografias da Débora. Onde em algumas delas, eu também estou presente. Porém sinto o sangue fugir das minhas veias com as últimas fotografias e sinto a bile subir em minha garganta ao me deparar com a monstruosidade da intenção ao me enviá-las.

São fotos horríveis do dia que a Débora morreu, expondo o seu abdômen aberto e ensanguentado, como a foto de um bebê formado, sem vida e mutilado. Levanto-me da minha cadeira sentindo-me instável em meus próprios pés, ao ver a clara ameaça escrita em vermelho num pequeno pedaço de papel.

'Esse será o fim que aguarda a linda, pura e doce Anastásia!'

Ai minha nossa Senhora do circo que vai começar a pegar fogo 😱😱😱! Ou será que alguma vez eu deixe de fazê-lo pegar 🤔🤔🤔?

E agora? Quem será que enviou essas fotografias para o Christian?

E sobre a sabotagem do projeto? Será que foi a mesma pessoa?

E preciso falar, mesmo sendo suspeita, mas eu o amo o Aleksander 🥰🥰! E olha que esse não tem medo de rir na cara do perigo, não é mesmo 🤣🤣🤣? Mas ele é um bom amigo e Christian sabe disso.


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