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Capítulo - 75

Ouvi uma vez que ter um irmão gêmeo deve ser a pior coisa que poderia acontecer para alguém, pois tudo tem que ser dividido desde o útero materno. A atenção é dividida, o carinho dos pais, o amor do irmão mais velho, o quarto nos primeiros anos - ou às vezes por muitos outros, dependendo a situação financeira dos pais -, além de ter que olhar para alguém que tem o mesmo rosto que o seu - ainda mais sendo gêmeos univitelinos, como é o nosso caso -, porém tudo isso que já me falaram de fato é uma verdade, mas nunca foi um problema, pelo menos não para mim.

Ser gêmeos para mim sempre foi uma dádiva, pois eu nunca, jamais estive sozinho e sei que mesmo que sigamos caminhos diferentes, sempre teremos um ao outro. Sempre tive além de um irmão, um amigo, um cúmplice e companheiro para tudo. Claro que o meu irmão gêmeo é o completo oposto de mim, mas é justamente isso que nos completava. Que nos fazia tão bons juntos, pois nas diferenças, tornávamos iguais, pelo menos entre nós dois.

Enquanto eu tenho o bom humor como minha válvula de escape para tudo, Christian sempre foi fechado e com humor ácido e mordaz, isto é, quando demonstrava esse seu lado e sinceramente, eu teria pena da pessoa que fosse alvo do seu sarcasmo. E eu poderia até dizer que eu seria a emoção, enquanto Christian é a razão, mas o meu irmão tem um coração tão nobre e grandioso que ele nem se dá conta disso, além dele ser muito transparente e direto em tudo que pensa, sente e fala.

Não que comigo seja diferente, mas com Christian não há meias palavras, meias verdades ou mentiras doces, se ele tiver que arrasar o seu psicológico sem piedade, ele fará, mas com toda certeza, dependendo da situação, nem sempre será no intento maldoso. Ele simplesmente fala e se não for do seu agrado, sinto muito parceiro, pois se não quiser ser afetado pela tempestade que é Christian Grey, saia da frente.

Meu irmão sempre foi um romântico incurável. Diferente de mim que não tinha muita paciência para ler romances, ele vivia grudado em um livro, quando não estava enfiado no quarto desenhando, é claro. Eu sempre fui mais de sair, conhecer pessoas e me divertir muito. Nunca me apaixonei por alguém, a ponto de querer ter um compromisso sério, mas é claro que nunca fui um canalha com ninguém que eu me envolvia.

Se há uma coisa que nossos pais sempre nos ensinaram é que um homem - e eles tiveram três para educar - sempre deve ser sincero com as suas palavras, ações e atitudes, por mais que não seja o que as outras pessoas querem ouvir e nisso, tanto eu quanto os meus irmãos temos de sobra. Tudo bem que meu lado "moleque travesso" às vezes ganha a melhor, mas isso apenas com o meu irmão gêmeo, mas só no quesito "omitir" que tenho uma cópia, pois deixar a minha irritada, não tem preço.

Nunca fiz isso por maldade ou na intenção de causar confusão, até porque na infância era um ato inocente. Na adolescência passou a ser engraçado, até o dia que uma "namoradinha" agrediu o meu irmão, por ter achado que eu estava a traindo, apenas porque me viu conversando com outra menina e quem levou a bofetada foi o Christian. Quisera eu ter levado aquela bofetada, pois o soco do meu irmão doeu muito mais e essa foi a primeira e única vez que nós dois brigamos aos socos, a ponto de Richard ter que interferir e nos separar.

Meu irmão ficou alguns dias sem falar comigo e confesso que isso doeu muito mais do que nossa "troca de carinhos nada delicados", porque se há uma coisa que minha cópia é, com toda certeza é ser cabeça-dura e muito orgulhoso. Não vou negar que gosto sim de ver a reação das pessoas quando veem que tenho um irmão gêmeo idêntico, principalmente quem não conhece a nossa família. Afinal, como sempre digo, eu tenho um irmão mais velho e um mais novo, pois ganhei o título de ser mais velho que o Christian a partir do momento que eu tenha nascido sete minutos antes dele e é justamente assim que falo dos meus irmãos quando sou questionado. Estou mentindo? Claro que não!

Nosso irmão mais velho, sempre dizia que era impossível de nos confundir e de fato, ele nunca fez isso, nem mesmo quando éramos crianças ou adolescentes, antes que eu começasse a ter pelos na cara e deixar a barba crescer, a razão que me faz ser mais bonito e charmoso que minha cópia, mas isso é apenas um detalhe.

Enfim, Richard sempre dizia que mesmo que fisicamente fossemos iguais - até a mesma altura, por incrível que pareça - e que nossos olhos sejam igualmente cinza, a forma que olhamos é diferente, além do mais, Christian é muito sério, diferente de mim, que vivo com um sorriso arreganhado. Olha o absurdo que sou obrigado a escutar do meu próprio irmão! Só faltou ele dizer que sou "dado", o que não é verdade, é claro, pois sou apenas comunicativo e suscetível a fazer amizades.

Outra coisa que dividimos também, além da aparência física e da cumplicidade, é a conexão tão forte que temos, a ponto de conseguir sentir o que outro está sentindo na maior parte das vezes. E sinceramente eu não sei explicar que bruxaria dos infernos é essa, mas confesso que às vezes é irritante. Principalmente quando o que me consome, faz com que eu me sinta estranho, por não entender de onde vem a angustia e a ansiedade que não são minhas, pois eu consigo sentir quando ele não está bem, antes mesmo de vê-lo e confirmar isso. E o contrário também acontece, para desespero da minha cópia falsificada.

Então não é difícil imaginar como eu fiquei quando aquela aproveitadora da Débora - aquela pilantra, sem vergonha, desalmada e safada... Certo, parei -, quase destruiu o meu irmão, não é mesmo? Ainda mais porque naquele caso, eu não poderia e não conseguiria fazer nada, tendo que ver o meu irmão, dia após dia, afastando-se ainda mais da nossa família, mas principalmente de mim, quando sempre estivemos juntos para praticamente tudo.

Ele se afastou e se isolou de uma forma, que eu não reconhecia mais o Christian. O coração romântico e tão nobre que ele tinha, simplesmente virou uma pedra de gelo, assim como sua face que mais parecia uma escultura talhada em mármore, frio e sem emoção. E mesmo que ele não sorrisse com muita frequência, por ser extremamente sério, parou até mesmo de ter os momentos raros que tinha antes.

Christian se afundava e sem perceber me levava junto com ele, não no sentindo literal, é claro, pois a dor e a vergonha cabiam somente ao meu irmão - mesmo que essa vergonha não fosse dele -, mas eu também me sentia perdido, impotente e muito triste por vê-lo daquela forma, até que conheci a Ana. Ah! Aquela peste tinha tanta luz, tanta bondade naquele coração e uma pureza sem igual, sem contar a inocência, que mais parecia um anjinho perdido na terra.

Em pouco tempo, aquela peste me conquistou de uma forma que quando menos percebi eu estava apaixonado e logo estava amando aquela menininha de olhos azuis tão puros e transparentes. Não! Eu não me apaixonei e amei a Ana como mulher. Longe de mim, pensar uma coisa dessas, mas alguma coisa me atraia para ela, como se eu precisasse estar por perto para protegê-la, como se fosse a minha irmãzinha mais nova.

E devo confessar que ela tenha conquistado não apenas a mim, mas toda a minha família e com o Richard não foi diferente, pois o seu instinto protetor, que sempre foi aguçado, atingiu níveis exorbitantes. E a resposta para isso veio alguns meses depois, quando o idoso precoce, mais conhecido como Iceberg humano, vulgo meu irmão gêmeo, retornou do México.

Eu deveria receber o prêmio Nobel de melhor irmão, o mais legal e espetacular do mundo, pois conheci e apresentei a futura namorada do Christian, para toda nossa família, antes mesmo que ele a conhecesse. Mas falando sério agora, quando isso aconteceu eu confesso que tenha ficado um pouco cético, afinal, meu irmão não estava disposto a abrir seu coração para ninguém e por mais que eu o amasse - e muito -, não queria que ele magoasse a minha melhor amiga, mas Richard, que sempre nos conheceu como a palma de sua mão, havia percebido a conexão que eles tiveram desde a primeira vez que se viram naquele Hospital.

Sinceramente, tenho medo do Richard às vezes, porque não é possível! Ele está mais para um bruxo do que um Engenheiro da Computação. Nunca vi uma coisa dessas! Nada passa despercebido por aqueles olhos de falcão do meu irmão mais velho. Eu que o diga quando aprontava alguma coisa.

Mas voltando ao assunto, quando o Christian retornou do México, percebemos o quanto ele estava diferente, esforçando-se para estar mais presente, mesmo falhando miseravelmente a maior parte das suas tentativas, porém o que vale é a intenção e quando ele começou a se interessar pela Ana, sua mudança foi gradativa, porém constante e mesmo que ele ainda seja mais fechado do que já foi no passado, posso dizer que hoje eu tenho o meu irmão gêmeo de volta.

Em uma versão mais ciumenta e possessiva como eu nunca vi na vida, mas ainda assim, conseguiu superar o seu passado e seguir em frente, mesmo que seja com a minha melhor amiga que tenho como irmã. O quanto isso é estranho, quase bizarro? Bom! É melhor nem pensar sobre isso, pois o que importa é que eles são completamente apaixonados um pelo outro.

Nunca senti algo parecido por ninguém, apesar de ter me envolvido com muitas mulheres, ao longo dessa minha experiente vida, mas nunca senti o coração acelerar, o estômago revirar ou minha cabeça pensar apenas naquela pessoa. Bom, pelo menos não a cabeça de cima, a de baixo já não posso dizer o mesmo, pois essa é safada e descontrolada.

E mesmo que o Richard já tenha sofrido no passado por uma decepção amorosa e o Christian ter se perdido por um tempo, por ter sido manipulado e feito de idiota por uma golpista e interesseira, eu não desisti de encontrar a mulher da minha vida, mas enquanto isso não acontece, vou aproveitando as erradas, pois quando a certa chegar, eu a receberei com muito prazer, com toda certeza.

- Animado para amanhã, Dr. Grey? - Sorrio e olho para o meu amigo.

- Animado é meu nome do meio, Dr. Gallagher. - Ele sorri de lado e nega com a cabeça, enquanto eu coloco o prontuário no balcão do posto de Enfermagem. - Não posso dizer o mesmo do meu irmão, pois ele está agindo como se estivesse indo para aquela Boate com uma arma na cabeça. - Faço uma careta e ele sorri, voltando a olhar o prontuário em sua mão.

Desde que comecei a trabalhar, Nicholas Gallagher tem me ajudado muito, pois na teoria tudo é mais fácil e simples, mesmo que tenhamos aulas práticas na Universidade, mas a realidade dentro de um Hospital, com pacientes reais é completamente diferente. Apesar de trabalhar há pouco tempo no Hospital dos meus pais, ele foi muito bem recomendado quando veio de Massachusetts, por isso é o Neurologista Chefe que está encarregado dos novos Residentes e mesmo sendo jovem, com apenas 38 anos é muito competente em sua área.

- Acho tão engraçado seu irmão e você fazerem aniversário no mesmo dia. - Carly se pronuncia, assim que volta para o posto de Enfermagem. - Quem é o mais velho?

Carly Reznik é Enfermeira, tem 26 anos e entrou há pouco tempo também no Hospital, e mesmo que os meus pais sempre tenham sido discretos e prezassem pela privacidade de seus filhos, em suas salas há uma fotografia onde estamos todos juntos, porém nem todos tem acesso àquelas salas, sendo que eles passam a maior parte do tempo nos Consultórios, onde ainda fazem atendimento aos pacientes.

Por essa razão nem todos que trabalham no Grey Hospital and Medical Center - os novos funcionários - têm o conhecimento que eu tenha um irmão gêmeo e que é idêntico a mim. E ainda tem aqueles que se não fosse pelo meu sobrenome estampado na minha identificação e bordado no meu jaleco, nem saberiam que eu sou filho de Carrick e Grace Grey, mesmo que fisicamente eu me pareça muito com o meu pai. E também, não é como se eu quisesse omitir sobre a minha cópia, só não acho necessário sair comentando esse fato com quem eu cruzar pelos corredores desse Hospital.

- Na verdade eu sou o do meio, pois temos o Richard que é mais velho. - Carly sorri e assente, atendendo ao telefone em seguida, enquanto Nicholas volta a me olhar e nega com a cabeça, pois por alguma razão ele sabe que Christian e eu somos gêmeos.

- Céus! Eu pensei que esse plantão não fosse acabar nunca. - Sharon chega ao lado de Daniel, que apenas nega com a cabeça do exagero da namorada, mas vejo que ele está um pouco abatido. - Eu preciso de um café bem forte, alguém me acompanha?

Sharon Morgan é uma Pediatra de 30 anos, que está no Hospital há quase um ano e tem sido muito bom trabalhar com ela, devido a sua experiência não só aqui, mas também pelo tempo que passou na Organização Médicos sem Fronteiras. Ela esteve na Síria por seis meses, um País que vive em conflito civil armado desde 2011, no entanto, cansada de tanta violência, desumanidade e massacres descabidos por radicais islâmicos, decidiu retornar para Seattle.

- Também preciso de um café para colocar a cabeça no lugar, acabei de perder meu paciente do 315. - Sharon pega discretamente na mão do namorado e dá um aperto reconfortante.

Daniel Wang tem 34 anos, de descendência Asiática e é Oncologista Pediátrico, um excelente profissional e muito sério com o seu trabalho. E por mais que tenhamos que estar preparados, perder um paciente não é fácil, ainda mais uma criança que esteve lutando contra um câncer em tão tenra idade.

Muitas pessoas acham que por sermos Médicos, não sentimos nada quando se perde um paciente, justamente pela frieza que precisamos demonstrar ao dar a notícia aos familiares, mas na verdade, sentimos como qualquer outra pessoa, só que precisamos manter a razão ou desistiremos do Ofício, principalmente quando os pacientes tratados são crianças.

- O que vocês acham de irmos ao Mulleadys? - Tyler chega colocando seus prontuários também no balcão, enquanto fala sobre o Restaurante Bar que fica próximo ao Hospital.

Tyler Dempsey é um Fisioterapeuta de 38 anos, um pouco calado e tímido, mas em nosso grupo meio desajustado, ele interage bem. Ele também morava em Massachusetts e quando Nicholas resolveu vir para Seattle por causa do acidente de sua irmã, que a deixou em uma cadeira de rodas, Tyler o acompanhou e conseguiu também uma vaga no GHMC.

Ele não tem família, aliás, tem apenas uma tia que o criou - por obrigação e não por amor de fato -, depois que os pais dele faleceram num acidente aéreo - que não sei bem os detalhes -, quando ele tinha apenas 13 anos. Essa tia, que é irmã de sua mãe, ficou com a guarda dele, até que ele tivesse idade suficiente para se sustentar sozinho e por não ter uma boa convivência com ela, decidiu acompanhar seu melhor amigo em uma nova jornada, numa nova cidade, vindo parar em Seattle.

- Hoje não vai dar Tyler. Preciso guardar minhas energias e conservar meu fígado para amanhã. - Eles dão risada e negam com a cabeça. - Bom, vou indo, vejo vocês amanhã! - Começo a me afastar, mas a voz de Carly me faz parar.

- Caleb! - Viro-me novamente para ela e vejo Sharon revirar os olhos e sair puxando o namorado, enquanto Nicholas e Tyler os acompanham. - Posso esperá-lo mais tarde, no meu apartamento? - Ela baixa o tom de voz para que ninguém possa escutar e me aproximo um pouco mais.

Ah, é! Esqueci-me de mencionar que Carly e eu estamos aproveitando um pouco o momento, se é que me entende? Mesmo que eu sempre tenha escutado o meu irmão mais velho dizer que "Onde se ganha o pão, não se come a carne", mas meu pai come a carne, antes mesmo de ter começado a amassar o pão, então está tudo certo. E por enquanto, eu sou apenas um funcionário como qualquer outro nesse Hospital e não deixo meus encontros casuais atrapalharem o meu trabalho. Porém nego com a cabeça e suspiro, afinal, vou ter que dispensar uma boa noite de foda.

- Hoje não, Carly. Preciso ir para casa, mas amanhã quando sairmos da Boate, poderemos conversar, com toda certeza. - Sorrio malicioso para ela, que me olha contrariada.

- Tudo bem, mas você vai me buscar em casa amanhã? - Volto a negar com a cabeça.

- Não sei como vai ser o meu dia amanhã, então o melhor é nos encontrarmos na Boate, tudo bem? - Ela assente a contragosto. - Agora preciso ir, até amanhã.

Apesar de termos um acordo de sexo casual, eu sei que Carly espera mais desses nossos encontros, como por exemplo, que eu a apresente a minha família como a minha namorada, principalmente depois de ouvir tantas vezes eu falando sobre a namorada do meu irmão e que agora minha melhor amiga está morando conosco, mas isso infelizmente não irá acontecer.

Ela aceitou meus termos quando começamos esse "lance de pega e não se apega", afinal, foi ela quem propôs isso. Não que eu quisesse um relacionamento sério com ela, ou com qualquer outra pessoa, até porque essa pessoa ainda não chegou para balançar o meu coração, mas não quer dizer que meu pau não possa ter um pouco de diversão, não é mesmo?

- Logan, meu amigo, o que você acha de dirigir o meu carro hoje? - Jogo a chave para ele, que se assusta e me olha sem entender.

- Você está falando sério ou está fazendo piada de novo? - Dou risada e nego com a cabeça, afinal, eu realmente fiz isso, para depois tomar a chave da sua mão e dizer que eu conseguia dirigir meu próprio carro.

- Não, hoje estou mesmo cansado.

- Então vamos, não é todo dia que posso dirigir esse carro de playboy.

Gargalho e olho para o meu Bugatti Chiron preto com vermelho, o mesmo que Christian tem, com a diferença que o dele é preto com alguns detalhes cromado. É eu sei! Nossos gostos para carros também são iguais, o que posso fazer?

- Por isso não, o carro do meu irmão está parado na garagem de casa, já que a "dondoca" prefere que o Taylor dirija. Se você pegar para dar uma volta, ele nem vai ficar sabendo. - Ele arregala os olhos e nega com a cabeça, enquanto entrega a chave do SUV para o Bill, seu parceiro que faz a minha Escolta.

- Só se for para eu ser incinerado pelo olhar mortal do seu irmão. - Gargalho e entro no carro, do lado do passageiro. - Então dispenso, tenho amor a minha vida e ao meu trabalho.

- Oh! Eu sabia que você me amava, mas não a esse ponto, Logan. - Ele sorri de lado e volta a negar com a cabeça. - O seu segredo está guardado comigo, agora se quiser me fazer um boquete, vai ter que pagar caro.

- Eu desisto de você, Caleb, mas vamos ver o que essa belezinha é capaz de fazer. - Volto a gargalhar e ele sai do estacionamento, pegando a estrada que nos leva para casa.

(...)

Acordo com minhas energias renovadas e apesar de que o meu aniversário tenha sido na quarta-feira, estou muito animado para poder comemorar em grande estilo hoje na Dolce Pecatto, ainda mais por fazer mais de cinco anos que Christian e eu não comemoramos o nosso aniversário.

Primeiro porque estávamos em Boston, mas pelo menos Richard nos levou pela primeira vez em um Pub, onde conheci a sensação de acordar com uma ressaca dos infernos por ter tomado meu primeiro porre, assim como o Christian, que ficou ainda mais mal-humorado do que era.

Depois, porque meu irmão gêmeo começou a se envolver com a Débora e nosso irmão mais velho não aceitava o relacionamento deles, enquanto eu... Bem, eu ficava no meio do tiro cruzado, por saber que Richard estava certo, mas por outro lado, eu não queria brigar com meu irmão gêmeo por causa de uma mulher que infelizmente, não valia nada.

Mas então tudo aconteceu - o que eu não preciso mencionar, pois essa história faz parte do passado -, e Christian simplesmente não fazia questão de viver, apenas sobreviver para a sua Empresa que cresceu tão rápido. Por essa razão, eu tê-lo convencido - o que não foi tão difícil como esperava -, a irmos para a nova Boate, merece que comemoremos em grande estilo com direito a porre e a ressaca.

Saio do quarto e caminho tranquilamente pelo corredor, pois estou morrendo de fome e preciso manter esse corpo gostoso que Deus me deu, pois não só de sexo vive um homem para ter prazer - mesmo que eu não tenha feito isso na noite passada -, mas a comida é essencial para desfrutar os prazeres de viver, porém, antes que eu desça as escadas, ouço a risada da Ana e a voz irritada de meu irmão, chamando por ela.

E sinceramente eu tiro o chapéu para aquela peste, pois na mesma proporção que ela consegue domar a fera - que ela deixou enjaulada no quarto -, consegue também tirá-lo do sério e assim que sai de casa, respiro fundo e volto a subir as escadas, caminhando para o quarto do meu irmão, onde entro sem bater na porta, encontrando-o completamente pelado e emburrado em cima da cama.

- Pelo visto a Ana o provocou a ponto de ficar de pau duro e foi embora, deixando-o literalmente na mão, não é? - Seguro a risada quando ele me fuzila com o olhar, pegando um travesseiro e colocando no colo.

- Não sabe bater na porta não, Caleb?

- Saber eu sei, mas qual seria a graça se eu não pudesse te pegar pronto para ter um colapso e muito bem armado.

- Cala essa boca, seu idiota e não enche o meu saco!

- Ah, não se preocupe. Pois posso imaginar o quanto seu saco está cheio. - Ele pega o outro travesseiro e joga em mim, fazendo-me gargalhar. - Se quiser uma mãozinha é só me falar meu amorzinho. - Forço uma voz fina e irritante e se eu tivesse medo ou se a cara feia que ele está fazendo matasse, eu teria morrido nesse instante. - Melhora essa cara e vamos tomar café da manhã, estou morrendo de fome, pois hoje, meu irmão, é dia de festa.

- Não sei onde eu estava com a cabeça em ter concordado com isso, agora a minha namorada foi não sei para onde com suas amigas, tudo para se arrumar para essa maldita Boate, deixando-me sozinho em pleno sábado. - Reviro os olhos e bufo do drama dele, enquanto dou a volta na cama e pego em seu braço, tentando fazê-lo se levantar.

- Oh, seu velho ranzinza, você não irá morrer se ficar sozinho algumas horinhas no sábado. E sozinho o caralho! O que eu estou fazendo aqui?

- Atazanando a minha vida, para me deixar ainda mais irritado. - Ele se levanta e eu gargalho.

- Pelo menos seu senso de humor ácido melhorou bastante, mas agora vai se vestir que estou com fome. - Ele sai resmungando e nego com a cabeça, pois o meu porre começou bem cedo, eu só não imaginei que seria no sentido figurado.

(...)

Eu disse que mereço o prêmio Nobel de melhor irmão do mundo, pois aguentar o Christian, irritado e emburrado igual uma criança o dia todo não foi fácil. Céus! Pensando bem, quem merece esse prêmio é a peste da Ana, porque o meu irmão consegue ser bem mal-humorado quando quer, mas se formos analisar, com a namorada, ele é um verdadeiro cordeirinho domesticado! Mas afinal de contas, deu tudo certo e eu percebi o momento que meu irmão gêmeo resolveu aproveitar a nossa noite, enquanto estávamos indo para a Boate no carro com o Richard.

Eu já havia conhecido a Boate, mas estava fechada e devo confessar que a energia que vem do local em pleno funcionamento está me deixando ainda mais animado. O camarote é sensacional e a controle da acústica interno facilita muito para o momento que queremos apenas conversar, sendo possível ainda ouvir a música que toca do lado de fora do camarote.

Apresentar meus irmãos para meus novos amigos - e ter a surpresa que Richard e Nicholas foram amigos na Universidade - não teve preço, principalmente quando eles viram que tenho uma cópia, ficando com caras de idiotas, mas disfarçaram bem o "impacto" de verem dois de mim, porém eu não imaginava que a Carly fosse dar uma de louca e se agarrar em mim, melhor dizendo, se agarrar ao meu irmão e nem que a Ana fosse chegar presenciando essa cena.

Em uma escala de 0 a 10, o quanto estou ferrado? Acho que 550, pois a forma que meu irmão me chamou quando voltei para o camarote e o olhar afiado que recebi da Ana, fez meus ossos gelarem, pois nunca vi aquela peste tão irritada, mesmo depois de sua crise de riso e que tenha sido extremamente educada ao pedir licença e caminhar na direção dos nossos pais.

- Você fez isso de novo, Caleb? - Richard pergunta sério, negando com a cabeça, quando Christian se afasta para cumprimentar Oliver e Aleksander, enquanto meus amigos me olham sem entender nada, mas apenas dou de ombros, pois dessa vez não fiz por mal.

- Por que você nunca disse que tinha um irmão idêntico a você, Caleb? - Carly faz a pergunta, alternando o olhar entre Christian, que está na mesa um pouco distante, e eu.

- Não é como se eu precisasse contar esse detalhe, pois nunca me apresentei dizendo "Olá, sou Caleb Grey, mas tenho um irmão gêmeo que a propósito é literalmente a minha cara", até porque logo as pessoas ficariam sabendo desse fato. - Dou de ombros novamente e Richard nega com a cabeça mais uma vez.

- Você sabe o quanto isso já causou problemas, Caleb, mas vamos encerrar esse assunto e aproveitar a noite que está apenas começando.

Assinto e o assunto é encerrado, mas vejo o momento que meu irmão se aproxima da namorada e pelo visto nada ficou abalado no paraíso, então o meu pescoço permanecerá intacto, pelo menos eu acho.

- Seu irmão gêmeo parece ser bem sério. - Carly afirma, depois de dar um gole em sua bebida, que nem vi quando ela pegou.

- Sim, somos idênticos apenas fisicamente, mas somos muito diferentes, literalmente.

- Interessante isso. - Ela sorri e beija meus lábios, mas me afasto quando ela tenta aprofundá-lo. - O que foi?

Sorrio e nego com a cabeça, mas volto a olhar para o meu irmão e a Ana, sentindo-me incomodado com o que aconteceu, pois eu queria que ele se divertisse e não que ficasse irritado, ainda mais se fosse comigo.

Durante toda a noite, tentei me aproximar da Ana, que simplesmente me ignorava, mesmo que estivesse com um sorriso nos lábios, estando com o meu irmão ou apenas com nossos amigos. Nossos pais logo foram embora e liberei a acústica do ambiente, abrindo o vidro que separava o camarote do andar de baixo e começamos a dançar.

Vejo Christian se afastar e se sentar, enquanto observava a Ana dançar, soltinha demais para quem estava bebendo apenas batida sem álcool, aproveito esse momento para conversar com ele, mas confesso que ele estivesse calmo demais com o acontecido e percebo que meu irmão realmente está mudado, mas estava irredutível quanto a me ajudar a me acertar com a peste da sua namorada.

- Peste da minha vida, você ainda está irritada comigo? - Falo em seu ouvido, assim que me aproximo, mas ela se afasta, ficando de costas para mim. - Ana! Eu não sabia que a Carly fosse se jogar em cima do seu namorado. Então me desculpa. - Pietro me olha com um sorrisinho malicioso e Ana suspira, virando-se para mim.

- Não estou mais irritada, Caleb, mas quando eu percebi o que havia acontecido, eu queria te matar, pois você omitiu que tinha um irmão gêmeo de nós, os seus amigos, durante dois anos e eu mesma confundi você com o Christian.

- Mas pensa pelo lado positivo, foi graças a essa confusão que você conheceu o Iceberg Humano e descongelou aquele coração. - Ela me olha de cara feia, mas acaba sorrindo. - Não vou fazer mais isso, pois eu sei que aquela cópia feia e mal feita agora tem namorada e que é muito ciumenta. - Ela bate no meu braço e aproveito essa brecha para abraçá-la. - Estou perdoado?

- Vou pensar no seu caso, seu chato. - Volto a abraçá-la e nossos amigos sorriem.

Pode parecer exagero da minha parte, mas os meus irmãos e a Ana são muito importantes para mim, e eu não iria ficar em paz se deixasse algum deles magoado comigo, ainda mais no que era para ser um dia para nos divertir. Afasto-me dela e nossos amigos, aproximando-me dos meus amigos do Hospital, sentindo-me mais tranquilo e podemos continuar aproveitando a noite, até que sinto o meu braço ser puxado e olho para Carly, que está irritada.

- Caleb, eu quero ir embora. - Olho para ela confuso, mas assinto.

- Tudo bem, obrigado por ter vindo. - Ela me olha incrédula e fico sem entender.

- Como assim "obrigado por ter vindo"? Você não vai me levar para casa?

Eu suspiro e dou uma olhada na pista de dança, vendo meu irmão dançando com a Ana e acabo sorrindo, pois fazia tempo que eu não via aquele sorriso tão sincero nos lábios do Christian, ainda mais estando num lugar como esse.

- Carly, se você não percebeu, essa festa é para comemorar o meu aniversário e do meu irmão gêmeo, então não seria de bom tom que eu saísse e deixasse nossos convidados.

- Mas... Mas e eu? A nossa comemoração privada? Você vai me deixar ir embora sozinha? - Ela altera o tom de voz e Tyler olha para ela, suspirando e voltando a conversar com Nicholas, que tenta ignorar o "piti" da nossa colega de trabalho.

- Sinto muito, Carly, mas essa "comemoração privada" terá que ficar para outro momento, pois hoje, ficarei com os meus irmãos. - Ela olha para a pista de dança, voltando a me encarar ainda mais irritada. - Eu vou pedir para que um dos Seguranças lhe deixe em casa.

- Não precisa, posso ir sozinha. - Ela sai irritada e fico ainda mais perdido com essa reação dela.

- É meu amigo, você está se metendo numa furada. - Nicholas bate a mão no meu ombro e suspiro, pois estou começando a entender o termo "onde se ganha o pão, não se come a carne".

(...)

O restante da noite e início de madrugada seguiu sem maiores dramas, mesmo que agora tenha apenas meus irmãos e nossos amigos mais próximos no camarote. Bom, tirando o fato de a Ana falar que não gostou da Carly e não pretende encontrar com ela tão cedo, o que me deixou bem confuso, pois a Ana simplesmente gosta de todo mundo, até quem não merece, mas enfim, estou aproveitando esse momento, dançando com a peste da minha vida, ouvindo suas risadas, enquanto a giro no lugar na batida de uma música latina.

Confesso que eu esteja um pouco bêbado, mas ainda aguento muita coisa e Ana também está bem soltinha, depois de beber alguns Sex on the Beach, enquanto Christian foi buscar uma água para ela e mais uma bebida para mim, pois pretendo ir embora dessa boate quase carregado. Certo, nem tanto, pois sou um Médico e mesmo que eu não vá trabalhar, posso ser chamado.

Tudo estava correndo bem, até que ouvimos vozes alteradas e um estrondo seguido de vidros se quebrando e quando olho na direção do Bar, vejo Christian em cima de alguém sobre o balcão do Bar. Arregalo os olhos por reconhecer quem está sendo sufocado por meu irmão.

- Merda!

- O que foi... - Ana segue a direção do meu olhar e arregala os olhos também. - Meu Deus, Christian!

A confusão foi feia e eu nunca vi o meu irmão tão irado a ponto de não conseguirmos tirá-lo de cima do Edgar e por um momento eu pensei que ele fosse matá-lo. Christian sempre foi impulsivo e não sei o que aquele idiota falou para o meu irmão, mas conseguiu libertar toda a raiva acumulada que Christian tinha guardado dentro dele e se não fosse pela Ana, que mesmo tentando que ela não se aproximasse - o que não resolveu nada, pois ela também é bem teimosa -, e fizesse com que meu irmão recobrasse o juízo, acredito que uma tragédia poderia ter acontecido.

No entanto, começamos a entender quando Edgar, recuperando o fôlego, ainda tentou provocar o meu irmão e mais uma vez Ana nos surpreendeu, enfrentando-o e fazendo com que ele calasse a boca, ficando completamente sem reação, até que eles saíssem da Boate, mas eu também estou cansado de ver pessoas que não sabem de tudo que meu irmão passou tentando mexer com o seu psicológico, ainda mais tentando usar a mulher que fez o meu irmão amar pela primeira vez e que é também a minha melhor amiga.

- Eloise e Pietro, desculpem-me. - Eles me olham sem entender, negando com a cabeça.

- A culpa não foi sua, Caleb. - Eloise responde, mas eu nego com a cabeça e me aproximo deles, que estão amparando Edgar, que permanece com a mão no pescoço.

- Não por essa confusão, mas por isso. - E sem que eles falem mais alguma coisa, eu me aproximo e acerto um soco na cara desse idiota, que dá dois passos para trás.

- Caleb! - Richard me repreende e me segura, mas não pretendo dar outro soco nesse babaca.

- Pode me soltar Richard. - Ele hesita por um momento, mas acaba me soltando, porém continuo olhando para o Edgar. - Considere isso o bônus que meu irmão não te deu e se dê por satisfeito que seja eu a fazer isso, Edgar, pois se fosse o Christian, você estaria saindo carregado daqui nesse momento, seu babaca. - Ele limpa o canto da boca e sinto minha mão doer. - Antes de sair provocando as pessoas, procure saber o que aconteceu com elas e não sair falando o que não sabe, mas vou te dar um aviso. - Aproximo-me novamente dele, que apenas me olha sem dizer uma única palavra. - Se você mexer com a Ana, terá que se ver não apenas com o meu irmão, mas comigo também, pois aquela menina não é como as vagabundas que você está acostumado a se envolver.

- Vamos embora, Caleb! Essa noite já deu por hoje. - Richard se pronuncia e eu apenas assinto, afastando-me completamente do Edgar. - Pessoal, muito obrigado, por terem vindo, mas vamos encerrar por aqui.

Nossos amigos assentem, ainda em silêncio e embasbacados, enquanto Eloise e Pietro encaram o irmão decepcionados e me sinto mal por eles, no entanto, estou bêbado e irritado para me preocupar com isso agora, mas foco minha atenção em Mason, que parece não entender nada do que aconteceu aqui.

- Mason, depois eu virei acertar qualquer prejuízo, que você possa ter tido com essa confusão.

- Está tudo bem, Caleb, não se preocupe com isso.

Eu assinto e saio com o meu irmão e acho que estou concordando com o Christian por ter sido tão relutante em comemorar nosso aniversário nessa Boate, mas não vou dizer que tenha sido de tudo ruim, pois conseguimos sim, nos divertir. Pelo menos agora eu consegui fazer o que nunca pude antes, pois se mexerem com a Ana e meu irmão gêmeo de novo, eu não serei mais tão complacente como tenho sido nesses anos.

Sou divertido, tenho meu lado moleque a maior parte das vezes, mas se mexerem com quem eu amo vão conhecer um Caleb que nem eu mesmo sabia que havia em mim.

Oh! O meu gêmeo implicante também quis contar um pouquinho a versão dele 🥰🥰, mas só um pouquinho para conhecermos a cópia do Christian 🤭🤭🤭.

E olha que ele também consegue ficar irritadinho hein, Edgar que o diga 🤭🤭🤭!

RECADINHO IMPORTANTE!

Meninas, eu irei voltar oficialmente no dia 02/07/2021, pois resolvi tirar mais esse finalzinho de mês para mim, mas vim postar esse capítulo hoje porque eu havia prometido. Mas não desistam de mim que dia 02/07 volto com tudo e em breve teremos novidades, que está no forno a todo vapor, além de retomar também a postagem de Entre o Dever e o Amor, que logo entrará em reta final.

Espero que tenham gostado de conhecer um pouquinho o Caleb, pela visão dele, é claro, mas até o fim da história acredito que ele deva voltar.

Então até dia 02/07 e que Deus me abençoe que eu tenha alguém para ler quando eu voltar em definitivo.

Beijosssss!

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