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Capítulo - 63

Conversar com a Júlia, depois de tê-la mais calma e após me agradecer muito e prometendo que iria pagar cada centavo que eu gastasse para ajudá-la, pude conhecer um pouco mais sobre sua mãe, que logo chegou tão cansada quanto à filha, por ter passando a manhã e início da tarde procurando emprego sem sucesso.

Dona Amélia, apesar de estar com o semblante cansado e preocupado, não abandona o sorriso doce de seus lábios ao olhar para a filha e eu consegui perceber que as duas, tentam parecer fortes na presença uma da outra e não vou negar que isso doeu no meu coração ao imaginar o que elas já passaram para ter essa cumplicidade em seus atos, mas se eu puder fazer alguma coisa que possa ajudá-las, farei sem dúvida alguma.

Fui convidada a entrar na casa de Dona Rosa, a vizinha que as acolheram nesse momento, e fazendo perguntas tentando não parecer tão invasiva, Júlia me confidenciou que sua mãe é uma excelente cozinheira, além de fazer bolos e doces que são saborosos, pois tive o prazer de experimentá-los quando Júlia levou alguns para a Loja, assim como o seu sonho sempre foi de fazer Gastronomia, mas nunca teve a oportunidade por ter engravidado e ficado sozinha para cuidar da filha.

Assim que entrei no carro, comecei a pensar nas possibilidades que poderiam ajudá-las de forma mais rápida, resolvendo não apenas a questão do local para morar, mas também uma forma de poderem gerar renda e assim, Dona Amélia não precisaria trabalhar em lugares desagradáveis, que a tratam mal apenas por ser negra e de uma classe social inferior aos seus Empregadores.

Não consigo entender como em pleno século XXI o nosso mundo continua tão retrógrado quanto era no século XIX, cometendo discursos de ódio e repúdios contra os negros e não somente, mas também contra os homossexuais. Eu suspiro por pensar sobre isso e decido levar minha mente para outro caminho, pois a minha opinião em nada mudará a mente fechada dessas pessoas.

Depois de pesquisar alguns imóveis na internet e me concentrar no jornal, que comprei no caminho de casa, com algumas opções que caibam dentro das economias que eu tenho, levo um susto com Christian sentando ao meu lado. Não consegui não contar para ele tudo que estava passando com a Júlia, mas sei que o meu namorado jamais falaria algo que pudesse constranger a minha amiga e hoje consigo perceber como ele conseguiu seu primeiro bilhão tão jovem, pois além de ser um Engenheiro Naval - e pelo que fiquei sabendo muito bom no que faz -, a sua mente trabalha muito rápido quando se trata de negócios e gostei muito da ideia que ele me deu, mesmo que tenha que usar do dinheiro que o Tio Marco deixou para mim.

Porém ver o seu semblante ficar sério de repente e perceber um pouco de nervosismo e receio da sua parte ao dizer que precisa me contar algo, que também tem haver com negócios, me deixou curiosa e preocupada, mas ouvi-lo dizer que foi a Loja falar com a Vanessa me causou uma sensação estranha. Muito estranha na verdade.

- O quê? - Tentei sair do seu colo, mas ele me segurou, fazendo com que eu olhe para ele.

- Antes que você pense besteiras, eu fui falar com ela sobre negócios, Ana.

- Mas se eu lembro bem, você havia dito que não tinha e muito menos que havia a intenção de ter negócios com a Vanessa, Christian. - Não consegui conter a chateação misturada com um pouco de irritação, mas ele sorri de lado.

- Mas eu não tenho negócios com a Vanessa. - Ele responde em tom risonho e eu suspiro.

- Então não estou entendendo mais nada. Se você foi falar de negócios com ela, mas não tem negócios com ela, então o que você foi fazer exatamente na Dress For Less? - Seu sorriso se expande e agora estou apenas irritada. - Por que você está sorrindo?

- Você está com ciúmes, Baby?

- Não! É claro que não! - Ele arqueia uma sobrancelha e suspiro me dando por vencida. - Estou Christian! Estou com ciúmes, satisfeito? Mas você sabia muito bem que tipo de negócios que a Vanessa queria tratar com você e mesmo assim ainda foi se encontrar com ela? - Seu sorriso se transforma em gargalhada e se eu não estivesse um pouco irritada, por ele ter ido se encontrar com a Bruxa Má do Oeste, eu até o beijaria, mas ele faz isso, segurando o meu queixo e selando nossos lábios.

- Eu vou ser condenado sem antes poder me defender ou será que eu poderia explicar o porquê de ter ido falar com a Vanessa?

- Vá em frente, estou curiosa para saber como foi à Transação Comercial entre vocês. - Cruzo os braços e ele nega com a cabeça, mas sem deixar de sorrir. Um sorriso convencido, diga-se de passagem.

- Como eu disse, eu estive na Loja para falar com a Vanessa sobre negócios e fui acompanhado do Oliver, que é meu amigo e Advogado. - Confirmo com a cabeça, mas não falo nada para ele prosseguir. - Eu... Digamos que a Dress For Less, não pertence mais a Vanessa. - Arregalo os olhos, pois eu nem sabia que a Loja estava à venda.

- Nossa! Eu não sabia que a Loja estava à venda, mas o que você tem... - Paro para pensar e ele continua sorrindo. - Foi por isso que esteve na Loja? Você comprou a Dress For Less?

- É! Digamos que seja isso sim.

- Como assim você comprou a Empresa da Vanessa? Por quê?

Então ele começa a me contar o que o motivou a liquidar os títulos em aberto no Banco, dando a ele a posse da Empresa que foi dada como garantia. Mas não apenas isso, também a conversa que teve com a Vanessa quando esteve na Loja, no dia que dei um banho de café nele. Disse também sobre o prazo que deu a ela, de uma semana, para tentar reaver a Empresa, mas estando ciente que ela não conseguirá pagá-lo, pois ela estava apenas se afundando ainda mais em dívidas.

Então ele pediu para que Oliver tentasse conseguir o relatório financeiro do Estoque para que pudesse pagar a diferença a ela, no ato da transferência de titularidade da Empresa, assim como as fichas cadastrais dos funcionários, pois segundo ele, não há intenção de dispensá-los, a não ser que seja necessário ou por não serem qualificados para continuar no cargo que ocupam atualmente.

- Na segunda-feira retornarei a Dress For Less apenas para que ela assine os documentos e saia de vez da Empresa, o que estou contando que ela saíra de boa vontade, quando estiver com o cheque correspondente a diferença do Estoque em mãos. - Penso por um momento, afinal, foram muitas informações, mas ainda não consigo encaixar algumas coisas.

- Mas por que exatamente você comprou a Loja? Quero dizer, como você ficou sabendo sobre esses títulos no Banco e com qual finalidade resolveu investir em uma Empresa totalmente fora do seu ramo de atuação?

Ele engole em seco e me encara por um momento, mas suspira e me posiciona melhor em seu colo e só agora percebo a posição que estamos, pois estou praticamente montada nele, enquanto permanecemos sentados no chão, mas dou de ombros mentalmente, pois depois de tudo que fizemos no sábado, não irei ficar com vergonha por isso.

- Eu pedi que fizessem um levantamento sobre a vida dela, incluindo as finanças da Empresa e foi assim que descobri sobre os títulos.

- Mas ainda não responde o porquê você resolveu fazer isso. E justamente, por que a Empresa da Vanessa? - Ele joga a cabeça para trás, apoiando no sofá e suspira pesado, antes de voltar a me encarar.

- Naquele dia que eu estive na Loja, eu vi a forma que a Vanessa te tratava e vi também que por eu tê-la defendido, ela poderia tentar retaliar em cima de você, pois digamos que eu não tenha sido tão receptivo as tentativas de reaproximação dela, por essa razão eu... - Apenas concordo com a cabeça, para que ele continue. - Bem, eu avisei que se ela tentasse te prejudicar de alguma forma, ela teria que enfrentar as consequências, mas então começamos a namorar e ela tentou te afastar de mim usando a única noite de foda que tivemos, e, diga-se de passagem, na qual me arrependo amargamente, quando praticamente exigiu que você marcasse uma reunião comigo, além de te ofender como fez.

- Christian! O que você fez foi... - Ele nega com a cabeça e me interrompe.

- Não! Eu não agi por vingança, como você deve estar pensando, porém eu sou um homem que cumpre o que promete e não foi diferente com a Vanessa. - Ele fala com tanta convicção, mas apenas continuo ouvindo-o. - Ana, você precisa entender que além de ser um Engenheiro Naval, eu sou também um homem de negócios e vi uma oportunidade de adquirir algo que se não fosse eu, poderia ser qualquer outra pessoa, justamente por incompetência e nenhum Tino Comercial por parte da Vanessa.

- Eu entendo que você viu uma oportunidade de negócio, como acabou de dizer, mas foi sim por vingança, Christian, mesmo querendo chamar isso de "cumprir o que promete". - Ele não fala nada, apenas ouve o que eu digo. - Se eu ainda estivesse trabalhando na Loja e a minha discussão com a Vanessa não tivesse acontecido, você ficaria sabendo sobre esses títulos do Banco? Ainda assim tentaria comprar a Dress For Less?

- Não.

- Exatamente isso que quero dizer, você não iria porque não tinha nem uma motivação ou muito menos interesse em adquirir algo na Área de Moda, o que é completamente fora do seu ramo de atuação, Christian.

- Desculpe-me, Anastásia, mas eu não me arrependo do que eu fiz e não irei voltar atrás na minha decisão, afinal, como eu disse, se eu não tivesse feito isso, outra pessoa faria, pois a Vanessa perderia a Empresa de qualquer forma. - Agora quem fica em silêncio sou eu, e ele, aproveita para falar com muita seriedade. - Então por essa razão, mesmo sendo pelos motivos nos quais eu tenha agido você não iria preferir a ser eu o novo Proprietário? Ou quem sabe se fosse outra pessoa que a comprasse, seja daqui a uma semana ou um mês, fosse um Empregador igual ou pior que a Vanessa? E como ficariam os funcionários da Loja? Como ficariam as suas amigas? - Apoio minha testa na dele e fecho meus olhos, suspirando.

- Quanto a isso você tem razão. - Ele suspira e acaricia os meus cabelos.

- Será que você poderia me dar razão também se eu dissesse que gostaria que você Administrasse essa Empresa?

- O quê? - Afasto-me para poder olhar em seus olhos, para ver se é uma brincadeira, mas vendo-o sério, como se estivesse fazendo uma grande negociação eu percebo que não. Ele está mesmo falando sério. - Christian, eu não acho que... - Ele me interrompe selando rapidamente nossos lábios.

- Antes que você fale que eu possa estar ficando louco e que você quer conquistar o seu espaço profissional por mérito próprio, me escute primeiro, tudo bem? - Suspiro mais uma vez e assinto. - Ninguém melhor do que você, que conhece aquela Empresa, por ter sido obrigada a executar funções que não eram suas, poderia gerir aquela Loja, Anastásia. Por essa razão, se estou confiando em você para tal função é porque mereceu por ter trabalhado tão arduamente e afinco, além de ser uma pessoa de minha confiança. - Analiso suas palavras, pois eu sei que sou capaz de executar qualquer função que me for designada e se eu não souber, aprendo com facilidade, mas gerir uma Empresa? - Se você não aceitar a minha proposta, terei que contratar uma Administradora, na qual não conheço e nem sei se seria capaz de cuidar do meu patrimônio, além de não saber o futuro dos funcionários que trabalham no local atualmente.

- Christian, você está tentando me manipular e isso não se faz. - Ele sorri de lado e eu nego com a cabeça.

- Não é manipulação, Baby, é persuasão. - Dou um tapa em seu peito negando novamente com a cabeça, mas não deixo de sorrir por vê-lo tão leve, mesmo que esteja com um sorrisinho convencido em seus lábios. - Mas falando sério, você aceita enfrentar esse novo desafio comigo? - Pondero por um momento, mas além de não querer deixa-lo na mão, não quero que meus colegas e minhas amigas possam perder seus empregos, por essa razão acabo concordando.

- Tudo bem, eu aceito. - Ele sorri amplamente e me abraça, aproximando-me ainda mais do seu corpo.

- Que bom! Pensei que precisaria ameaçar demitir os funcionários para você aceitar.

- Christian! - Ele joga a cabeça para trás dando uma sonora gargalhada, me deixando perplexa com sua ousadia.

- Precisamos pensar em um novo nome para a Empresa. - Ele fala quando o seu acesso de riso passa e eu assinto. - Mas depois falaremos sobre isso, porque agora eu quero beijar a minha namorada, pois estou tempo demais longe desses lábios.

E sem que eu tenha tempo de processar sua ação, tenho seus lábios colados aos meus de forma exigente e faminta e me entrego ao momento, mesmo que minha cabeça esteja fervilhando com toda a nossa conversa. Eu só espero que eu consiga atender as suas expectativas profissionais, bom... E as minhas também.

(...)

Depois de termos ficado mais um tempo na biblioteca, apenas aproveitando a companhia um do outro, conversamos um pouco mais, antes do jantar, sobre as decisões que precisaríamos tomar sobre a Loja, sobre a proposta que farei a Júlia, o que ficou definido, após ele fazer uma ligação, que eu me encontraria com um Corretor de Imóveis - o mesmo que o atendeu quando estava procurando um local para construir a sua Empresa, assim como o Richard - e também sobre a minha ida a Portland.

Durante o jantar, como todas as noites, todos estavam presentes à mesa e Caleb não falava outra coisa que não fosse à festa na tal Boate, mas confesso que me desliguei um pouco das decisões que precisava tomar e me permiti contagiar com a sua animação em organizá-la, na qual me comprometi a ajuda-los, melhor dizendo, ajudar apenas o Caleb, pois o Christian deixou tudo para que o irmão decidisse e como estou temporariamente desempregada, seria uma ótima forma de não ficar entediada quando estivesse em casa.

Mas como o tempo é precioso, principalmente para a minha amiga que está na casa de sua vizinha, Christian propôs que fossemos a Portland resolver a questão da transferência do dinheiro - no qual preciso saber a quantia para decidir o melhor a ser feito - assim que eu saísse da Universidade e eu não poderia estar mais feliz em saber que ele iria comigo, pois não faço a mínima ideia de como proceder num caso como esse, por essa razão me despeço dos meus amigos e primo e caminho com Samantha, assim que vemos o carro de Christian encostado nos aguardando.

- Oi, faz tempo que você chegou? - Selo seus lábios assim que entro no carro e Samantha faz o mesmo, ocupando o banco do passageiro ao lado de Taylor.

- Não muito. E como foi sua prova?

- Foi bem tranquila e coincidentemente hoje foi sobre Legislação Trabalhista e Previdenciária. - Ele sorri e leva a minha mão aos seus lábios.

- Falando em Legislação Trabalhista, Oliver conseguiu as fichas cadastrais dos funcionários da Loja mais rápido do que eu esperava. - Presto atenção no que ele fala e aguardo que continue. - A Contadora foi bem receptiva, quando mencionado a mudança de proprietário, pelo visto, Vanessa não era muito benquista nem mesmo com os demais profissionais contratados por ela.

- Infelizmente não posso negar, a Agnes é um amor de pessoa e confesso que ela ainda não entregou a Contabilidade da Empresa apenas por consideração a Marta, que é sua cunhada. - Ele assente e continua acariciando o dorso da minha mão.

- Depois que você se encontrar com o Corretor de Imóveis, no qual tem algumas opções para te apresentar, gostaria que você analisasse quem seria viável continuar ou não na Loja, assim como se todos estão na função que deveriam estar ou se devem ser realocados.

- Sim, Senhor Chefe! - Bato continência sorrindo e ele nega com a cabeça. - Eu estava pensando sobre alguns nomes para a Empresa, não sei se algum será do seu agrado.

- E quais seriam?

E assim passamos o caminho até Portland falando sobre as opções do novo nome para a Empresa e mesmo estando dentro do carro não foi incômodo, o que foi bom, pois fez com que eu me esquecesse do motivo de estar indo a Cidade na qual cresci por um momento. E depois de analisarmos algumas opções, chegamos ao comum acordo que GRS - Grey Royal Style -, seria um bom nome.

A princípio Christian não queria que a Empresa levasse seu sobrenome, mas nada mais justo que fosse assim, pois ele está sendo o motivo que muitas pessoas conseguirão permanecer em seus empregos, mesmo que não tenham a ideia que isso poderia ocorrer num período curto de tempo, o que acabei por fim, o convencendo.

Não vou negar que isso está me assustando, afinal, tenho apenas 20 anos, mas sei que tenho capacidade para aprender o que não sei e colocar em prática tudo que consegui absorver nesses meses trabalhando para a Vanessa, assim como a teoria do que venho aprendendo na Universidade, da mesma forma que poderei contar com ajuda das minhas amigas, caso eu tenha alguma dificuldade. E se por alguma razão não conseguir suprir as expectativas do Christian, basta eu pedir para voltar a ser Vendedora e tudo ficará bem, pelo menos assim espero.

Quando chegamos ao Banco Nacional de Portland, senti o meu coração acelerar, por não saber exatamente o que ouvirei do Gerente, mas Christian iniciou o diálogo e assim que apresentamos meus documentos e a chave que me foi deixada - na qual ele pegou com o Richard, que havia guardado -, fomos direcionados para uma sala, onde há algumas poucas gavetas numeradas, mas não era um cofre, e uma pequena caixa codificada me foi entregue, para em seguida ficarmos sozinhos.

- O que é isso, Baby?

- Não sei, mas preciso de três letras e seis números para abrir a caixa. - Christian olha em volta e pega a chave, caminhando na direção da gaveta que o Gerente diz pertencer a mim.

- Para abrir a gaveta precisamos de duas chaves e temos apenas uma, então eu acredito que a segunda deva estar dentro desta caixa.

Confirmo com a cabeça e volto a minha atenção para a caixa a minha frente e depois de pensar por um tempo em algumas possíveis combinações - sem sucesso - que poderia abri-la, eu fecho os olhos por um momento, tentando pensar qual seria, mas acabo me lembrando de uma conversa que tive com o meu tio, alguns meses depois que eu fiz 15 anos.

- Borboletinha, você ainda gosta dos filmes da Disney? - Sentamos numa pracinha perto da Igreja do Padre Lutero, enquanto tomávamos sorvete e eu sorri assentindo.

- Eu gosto Tio, e muito, mas confesso que parei de assisti-los e até mesmo de lê-los porque a Thaís ficava debochando, dizendo que eu era uma ridícula que acreditava naquelas baboseiras. Que eu nunca seria uma Princesa e muito menos viveria o meu felizes para sempre, porque Príncipes Encantados não existem para meninas abandonadas, como eu. - Ele fez uma carranca, mas continuei sorrindo para não deixa-lo chateado. - Mas está tudo bem, Tio Marco, não sou mais criança, talvez ela tivesse razão em dizer isso. - Ele suspirou negando com a cabeça e pegou a minha mão.

- Independente da idade que você tiver Borboletinha, nunca deixe que digam o que você deve ou não gostar. Você sempre será uma Princesa, mas deve estar sempre com os pés no chão e saber o momento de sonhar e viver no mundo real. - Eu assenti e ele continuou. - Você sabia que eu também gosto das histórias da Disney?

- Tio, o Senhor está dizendo isso apenas para que eu não me sinta mal por causa do que a Thaís disse. - Dei uma risadinha e ele negou com a cabeça.

- Não, Senhorita! - Ele fez uma cara de bravo, mas sorriu novamente. - Se eu não gostasse como eu saberia todas elas para contar para certa Borboletinha antes de colocá-la para dormir, quando era criança?

- Então qual é a sua história favorita e por quê?

- Gosto muito do Aladdin e A Bela e a Fera, porque eles fazem com que eu me lembre de você.

- Eu? - Arregalei os olhos e ele sorriu.

- Sim, você! - Ele bateu o dedo na ponta do meu nariz, como fazia quando eu era criança. - O Aladdin era um jovem humilde e órfão, estava sempre de bom humor, não reclamava de nada e apesar de ser considerado um ladrão, ele usava esses pequenos roubos para dividir com quem não tinha nada. Ele era muito simples e tinha um coração muito generoso, mesmo que às vezes ele não tomasse as melhores decisões. - Eu sorri e assenti, pois Aladdin tem mesmo uma linda história, além de demonstrar o que os verdadeiros amigos são capazes de fazer por aqueles que aprenderam a amar e são tão importantes em suas vidas. - E tem também a Bela, que era humilde, gentil, generosa, gostava de leitura e sempre tratava as pessoas bem, mesmo àquelas que não eram muito gentis com ela. E justamente por ter um coração tão nobre, ela se entregou a Fera para ser presa no lugar do seu pai, para que ele pudesse ser livre e com isso ela provou também ser muito determinada, corajosa e altruísta e por outro lado, temos a Fera, que antes era um jovem Príncipe, que tinha tudo e muito mimado, mas precisou ser amaldiçoado para aprender com o tempo que a ganância, o egoísmo, a soberba e julgar as pessoas pela aparência não o levaria a lugar nenhum, apenas a um abismo triste, sem fim e muito solitário, mas que depois de conhecer a Bela e se apaixonar por ela, decidiu abrir mão de ter o feitiço quebrado se ela pudesse ser feliz, por isso ele a libertou para que ela pudesse voltar para os braços do seu amado pai, mas o amor verdadeiro os fez ficar juntos, não importando a aparência, pois o que importava era o que estava no coração dos dois.

- Eu gosto de todas as histórias das Princesas, Tio Marco, mas o Aladdin e A Bela e a Fera, também são os meus preferidos.

- Eu sei! - Ele sorriu e se aproximou beijando a minha testa. - Por isso eu quero que você sempre se lembre dessas citações, pois elas são muito especiais para mim e poderão ser para você também, tudo bem? - Eu concordei com a cabeça e ele recitou uma frase de Aladdin. - "Apenas um pode entrar aqui, aquele cujo valor está do lado de dentro, um verdadeiro diamante bruto", muitas pessoas farão parte da sua vida, Borboletinha, mas apenas um Príncipe de verdade será capaz de chegar até o seu coração e você nunca deverá medi-lo por sua aparência ou sua classe social, mas sim pela bondade, honestidade e integridade. - Ele levou a minha mão ao meu coração e sorriu, mas continuou recitando as frases, agora de A Bela e a Fera. - "Um relógio quebrado está certo duas vezes por dia, meu amigo" com essa frase, eu quero que você tenha em mente que nada no mundo é completamente errado, como também não é completamente certo e assim são as pessoas. Algumas podem estar quebradas hoje, mas já estiveram inteiras no passado, no entanto, se essas pessoas conseguirem encontrar alguém que possa entendê-las, interpretá-las da forma correta, isso poderá fazer com que o quebrado não seja de fato restaurado, mas talvez possa fazer com que elas tenham um motivo para continuar seguindo em frente, até encontrarem o seu propósito.

E depois que ele me disse aquelas frases, nunca as esqueci. E hoje estou entendendo que Tio Marco não quis apenas me ensinar lições com essas frases, mas ele queria que eu as memorizasse, pois justamente nelas que estão à chave, melhor dizendo, os números para que eu pudesse abrir essa caixa.

- Eu sei a combinação para abrir a caixa, Christian. - Abro os olhos e foco nele, que estava calado, apenas aguardando o meu momento de reflexão.

- Como?

- O Tio Marco me contou. - Sorrio triste, por serem apenas lembranças, mas ainda assim, Tio Marco sempre dá um jeito de estar comigo, mas vejo que Christian não está entendendo nada. - Quando eu fiz 15 anos, o meu tio ficou alguns meses sem aparecer, mas quando apareceu, ele me levou para tomar sorvete numa pracinha e dentre os vários assuntos, falamos sobre meus filmes favoritos da Disney, mas isso não vem ao caso agora. - Ele assente, apenas um incentivo para que eu continue. - E além dos filmes, ele disse também algumas frases e algumas lições que eu deveria saber e hoje fazem muito sentido, mas a questão é o que havia subentendido nessas frases.

- Certo! Não estou entendendo aonde você quer chegar, mas o que ele disse exatamente?

- As letras são as iniciais dos nossos filmes e personagens preferidos da Disney, Aladdin e A Bela e a Fera, então as letras são, ABF. - Eu vou falando e digitando no painel eletrônico da caixa. - A primeira frase que ele me disse foi "Apenas um pode entrar aqui, aquele cujo valor está do lado de dentro, um verdadeiro diamante bruto", então o número é 01. - Fiz o mesmo processo. - A segunda frase foi, "Um relógio quebrado está certo duas vezes por dia, meu amigo", e se lembrarmos no filme ou desenho da Disney, o Mordomo se transforma em um relógio, mas seus ponteiros estão sempre apontando para o número 04 e para o número 08, mas convertendo em horas, podemos ter duas sequências, sendo 04h40min ou 16h40min, mas acredito que seja a primeira, pois tio Marco sempre dizia que toda manhã é um novo recomeço. - Olho rapidamente para Christian e suspiro, tentando a sequência completa, ABF010440 e a caixa enfim abriu, me fazendo sorrir e entregá-la a ele.

Aproximo-me para ver o que há dentro e de fato havia a outra chave para acessar a gaveta e também um envelope endereçado a mim, no qual abro e começo a ler em voz alta para que Christian também saiba o seu conteúdo.

'Portland, 15 de Fevereiro de 2019.

Borboletinha,

Se você está lendo essa carta, eu não devo estar mais com você e por isso precisou se lembrar da nossa conversa naquela praça para desvendar o código para destrancar a caixa, mas disso eu não tinha nenhuma dúvida que faria, pois eu sempre soube o quanto você é esperta e com uma mente brilhante. Desculpe-me por todo esse mistério, mas eu precisava ter certeza que fosse você a estar tomando posse do que lhe pertence, pois estando apenas com a chave, qualquer um com capacidade de falsificar documentos poderia ter acesso a sua conta do Banco.

Mas não se preocupe, pois caso você não se lembrasse do código, eu havia tomado outras medidas de segurança para que você pudesse ter acesso a sua conta, da mesma forma que há um cartão em posse da Ângela, que ela não tem conhecimento por estar num envelope lacrado, mas ela só tinha permissão para entrega-lo, quando retornasse do Brasil, que estou deduzindo que foi isso que aconteceu e nesse momento você deve ter 21 anos e encontrado os seus pais'.

- Desculpe-me, Tio Marco, mas estou um pouco adiantada quanto ao seu prazo e não fui para o Brasil. - Sorrio triste e Christian me abraça lateralmente, beijando a minha têmpora, mas continuo a ler.

'Diga ao Raymond e a Carla que eu sinto muito por todo sofrimento que eles passaram e que de agora em diante, as coisas poderão ficar um pouco mais complicadas e que eles nunca devem baixar-a-guarda, pois infelizmente eu não consegui descobrir a tempo quem estava atrás de você, mas que mesmo que eu não esteja junto a vocês, tenho pessoas que sempre estarão de olho no que diz respeito a sua Segurança, mas não desobedeça ao seu pai e siga sempre o que for dito e não seja teimosa, está ouvindo, Mocinha?'

Dou risada, pois mesmo através de uma carta, ele tenta me dar bronca, mas ele sabia que eu nunca fui teimosa, bom, tirando o fato que o desobedeci pela primeira vez não indo para o Brasil, mas acredito que seja contra o quê ou quem que ele estivesse me protegendo - que ainda acho ser apenas superproteção dele -, estou segura estando com o Christian, os seus irmãos e o meu pai.

'Quando você for acessar a conta que está nesse Banco, a Mayara ou o Demétrio devem ter transferido também o dinheiro da sua conta no Brasil - o saldo não utilizado - e se você optou por vender o apartamento que estava em nome de Nathalia Vasconcellos, esse dinheiro também deverá estar aí, mas caso não o tenha vendido, peça para eles providenciarem a transferência de titularidade para o seu nome, que eles sabem exatamente o que devem fazer, afinal, Nathalia Vasconcellos não existirá mais a partir do momento que você for reconhecida como a herdeira do Raymond, uma legítima Steele'.

- Christian, eu nem me lembrava desse apartamento.

- Poderemos ver com o Richard o que ele sugere que possamos fazer, mas você tem uma ideia do que fazer com o imóvel?

- Não sei ainda, mas ficar no nome de uma pessoa que não existe, não é o correto.

- Certo, mas depois falaremos sobre isso com o meu irmão e com o Oliver, eles saberão o que fazer nesse caso. - Eu assinto e continuo a ler a carta.

'Borboletinha, talvez você não vá entender isso agora, mas não confie em quem você não conheça de verdade, mesmo tendo esse coração tão grande e nobre, as pessoas usam máscaras e quando as tiram, poderemos não gostar do que vemos e muito menos descobrir a verdade por trás delas, por isso siga seu instinto e se apoie em quem está do seu lado e que você sabe e sente que poderá sempre confiar e isso inclui o seu pai. Da mesma forma que não deverá assinar nada, está ouvindo? Nunca assine nada sem ler e sem pedir a opinião de alguém, caso não estiver entendendo o que constar em determinados documentos ou muito menos sem saber a que se refere.

Não culpe o tio Lutero por não ter contado a você sobre os seus pais, mas eu o fiz me prometer que não contaria, até mesmo porque eu o prendi sobre o segredo de confissão e cuide dele por mim, pois esse Padre Rabugento está velho e além da Ângela, ele terá apenas você e diga que me perdoe também por tê-lo feito carregar esse peso do segredo por todo esse tempo, mas agora, antes que eu me despeça de você, preciso explicar o que há no cofre que essas duas chaves abrem, pois além do cartão e a senha que te dará acesso ao dinheiro que o Tio Lutero recusou usar durante o seu crescimento e depois que vocês se mudaram de Portland, há também a Escritura do apartamento que eu morava em Seattle, mas agora ele é seu, assim como a Escritura das terras que hoje há uma pequena vinícola em Toscana, na Itália.

Retornar para o País no qual eu nasci, seria o meu plano de aposentadoria e além do Tio Lutero, mais ninguém sabe a sua localização, mas agora essas terras também são suas e dentro da pasta há o telefone de quem toma conta das terras e toda a produção da pequena vinícola, mas não se preocupe, pois Luigi e Carlota Savoia são de minha confiança e sabem que você é a nova proprietária e assim que você estiver pronta, eles estarão te esperando para passar tudo que você quiser.

Seja feliz, minha Princesa, aproveite o amor dos seus pais, que eu sei que eles têm muito e que esteve guardado por muito tempo e saiba que pode parecer estranho no início, mas o sangue sempre falará mais alto e o amor entre vocês será incondicional. E mais uma vez, me perdoe por ter "roubado" tanto tempo sem que pudessem se encontrar, mas não me arrependo de nada e faria novamente se fosse necessário.

Você sempre será a minha Borboletinha, mas agora está mais do que pronta para voar por conta própria e nunca se esqueça de que eu te amo muito e onde quer que eu esteja sempre irei amar.

Para todo o sempre, Tio Marco'.

- Ai meu Deus, Christian! - Seco meu rosto, que é impossível não ler as palavras carinhosas do meu Tio ao se despedir e não derramar lágrimas de saudade, mas também estou um pouco atordoada com tudo que li. - Eu... Ele... Ele deixou o apartamento dele e as terras de Toscana para mim? - Pergunto de olhos arregalados e ele sorri carinhoso, passando os dedos em minhas bochechas, secando o restante das lágrimas.

- Sim, Baby, é o que parece. - Não falo nada e ele beija os meus lábios. - O Marco te amava muito e te considerava a filha que não teve, por essa razão, eu acredito que ele sentia que alguma coisa poderia acontecer e adiantou o processo de passar em vida o que era dele, a única pessoa que ele considerava sua herdeira.

- Sinceramente isso é surreal. - Analiso novamente a carta e vejo a data que foi escrita. - Ele escreveu essa carta poucos dias antes de... Antes do acidente.

Ele assente por ver também a data no início da carta, mas balanço a cabeça tentando dissipar a confusão que está a minha mente, pois até então, eu era uma menina órfã que não tinha nada, agora tenho uma família, um Apartamento em Seattle, um Apartamento em São Paulo, no Brasil, mesmo que ainda esteja no nome de outra pessoa, Terras em Toscana, na Itália e pelo visto uma boa quantia em dinheiro em meu nome.

- Vamos abrir a gaveta e pegar os documentos, pois ainda precisamos falar com o Gerente sobre a transferência do saldo para a sua conta no Banco de Seattle e o encerramento da conta aqui de Portland.

Em modo automático eu assinto e após girarmos juntos as duas chaves, Christian abre a gaveta retirando uma pasta com os documentos que já sei do que se trata. Um cartão novo do Banco Nacional de Portland, possivelmente meu tio o colocou aqui quando escreveu essa carta, e também algumas chaves, que imagino serem do apartamento que ele mencionou.

Depois de conferirmos se não deixamos nada para trás, pegamos a caixa codificada - que é minha, segundo Christian -, as chaves e caminhamos na direção da sala que o Gerente disse que nos aguardaria e passamos às próximas duas horas resolvendo a parte burocrática de transferência - o que me faria cair no chão, caso eu não estivesse sentada, quando vi a quantia que havia na conta, pois se tratava de mais de $ 950.000,00 (Novecentos e cinquenta mil Dólares) - e o encerramento da conta dessa agência.

Quando saímos do Banco, estava escurecendo e eu nem havia percebido o quanto demoramos, mas pelo menos, não precisarei retornar para resolver assuntos Bancários como Christian havia dito. Passamos rapidamente na rua que eu cresci onde mostrei para o meu namorado a casa que eu vivi até os meus 18 anos, que hoje está fechada, pois Tia Ângela não vendeu por ser a única coisa que o seu falecido marido deixou, assim como a Igreja que Padre Lutero ministrava as missas, batismos e casamentos.

Mas não demoramos muito e pegamos a estrada de volta para Seattle e durante um tempo, ficamos em absoluto silêncio, mas nada constrangedor, apenas o suficiente para que eu pudesse absorver tudo que aconteceu nesse dia de hoje e Christian também parece que estava pensando em algumas coisas.

- Obrigada, Christian! - Mesmo com a pouca luminosidade dentro do carro, consigo perceber a sua confusão e eu sorrio. - Por ter me acompanhado e ter me ajudado a resolver tudo sobre a transferência daquele dinheiro, além de estar comigo quando li as revelações daquela carta. - Ele aperta firme a minha mão para depois levá-la aos seus lábios.

- Não precisa me agradecer Anastásia, pois estarei sempre ao seu lado quando precisar e espero poder ser uma das pessoas na qual o Marco mencionou que você poderia se apoiar e confiar. - Sorrio e me aproximo para beijar os seus lábios, mesmo estando um pouco limitada por causa do cinto de segurança.

- Pode ter certeza que você é e nunca duvide disso, Christian. - Beijo-o novamente e sinto o seu sorriso em meus lábios.

Volto a me sentar direito e suspiro ainda confusa, mas muito feliz por ter o Christian ao meu lado e talvez, além de ter sido o meu protetor por todos esses anos, tio Marco também tinha poderes mágicos, pois a nossa conversa sobre as lições que havia me dado quando eu tinha 15 anos se concretizaram, sendo que hoje eu tenho o meu Príncipe, o único que conquistou o meu coração e que durante um tempo esteve quebrado, mas que aos poucos está sendo restaurado e se para ficar completamente inteiro como era antes, ele precisa de amor, eu tenho muito em meu coração destinado somente a ele.

E pensando bem, tudo que tem me acontecido nos últimos meses, mesmo entre as situações tristes nas quais eu precisei viver, vieram boas também e uma delas, com toda certeza é o meu namorado e hoje eu sei que nada acontece por acaso, pois as Coincidências do Destino trabalham para unir o que sempre foi predestinado.


Borboletinha ciumenta na área? Confere! Namorada sensata e inteligente? Duplamente confere! Senhor Engraçadinho envaidecido pelo ciúmes da namorada? Confere e reconfere 🤭! No fim deu tudo certo, mas tenho que concordar com a Ana, viu Christian? O Senhor foi vingativo sim, mas confesso que adorei 🤭🤭🤭!

E minha nossa Senhora das mocinhas ricas, Marco não brinca em serviço, hein? Até para abrir uma caixa é cheio de mistério! Ohhh, homem paranoico, mas errado não está, não é mesmo 😏😏😏? Esse conhece dos paranauês 🤭🤭🤭!

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