Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo - 61

Coragem! Sempre foi algo que tive de sobra, inclusive muitas vezes movida pela minha curiosidade aguçada, mas hoje estou percebendo que não sou tão corajosa quanto pensei, pois estou há exatos 15 minutos no closet tentando decidir se o que irei fazer é o certo ou se não estarei passando a imagem de uma mulher oferecida e vulgar.

Depois que Christian e Richard se juntaram a nós na sala, alguns minutos depois, Carrick desceu, e logo foi anunciado que a mesa estava posta e como todos os dias, jantamos numa harmonia gostosa, com conversas sobre tudo e nada ao mesmo tempo e claro, com Caleb implicando os irmãos, o que percebi ser o seu passatempo preferido e fiquei muito feliz em ver que Christian não fechava o semblante para o irmão gêmeo, claro que mais contido que os outros dois, mas igualmente leve e completamente à vontade por estar com a sua família.

Quando retornamos para a sala de estar, após o jantar, Christian recebeu uma ligação de um funcionário do Estaleiro - o que descobri que o local nunca para, funcionando dia e noite - e precisou subir para resolver algo de um projeto que estava em início de execução e eu fiquei mais um pouco conversando com Grace, logo depois que Caleb disse que sairia, pois à noite o aguardava, o que revirei os olhos imaginando o que ele iria fazer, ainda mais por ver seu sorriso malicioso e como sempre debochado. Até que decidi subir para o quarto, encontrando o meu namorado de banho tomado e cabelos molhados e muito concentrado em seu computador, o que me fez engolir em seco por vê-lo apenas com uma calça de pijama e sem camisa, me fazendo correr para o banheiro com o coração acelerado.

Porém quando saí do banheiro, eu estava mesmo decidida a ser um pouco mais ousada e quem sabe dar um passo a mais na nossa relação, mas depois de ficar encarando a minha imagem no espelho e ver a calcinha minúscula, o sutiã que deixou meus seios maiores por baixo de uma camisola em renda com mangas compridas, abertura frontal que a cada passo que eu dava, deixava as minhas coxas a mostra, tendo uma fita de cetim amarrada na cintura, ambos na cor rosa salmão, está me deixando muito insegura e nervosa.

Eu sei que Christian é um homem experiente e que estava acostumado a se envolver com mulheres que imagino que eram lindas - o exemplo é a Vanessa, que é uma mulher muito bonita, não vou negar - e por essa razão a insegurança está me assolando a ponto de querer me trancar nesse closet ou apenas vestir os meus pijamas de algodão e deixar a vergonha passar, mas por outro lado, nunca tive baixa autoestima e eu sei que também sou bonita, mas isso não quer dizer que a beleza seja o suficiente para suprir a inexperiência.

- Ana! Você está bem? - Coloco a mão na boca para abafar um grito do susto que levei ao ouvir a sua voz na entrada do closet e me apresso a respondê-lo antes que ele entre e me veja sendo uma covarde.

- Estou sim. Estou saindo, me dê apenas um minuto.

- Tudo bem. - Não ouço seus passos, pois ele estava descalço, mas sei que retornou para o quarto e suspiro, um pouco mais aliviada.

Volto a me encarar no espelho e vejo que meu rosto está mais vermelho do que se eu tivesse passado algo para dar cor nas bochechas, pego o meu perfume e passo apenas nos pulsos, pois o meu corpo já foi hidratado e perfumado com óleo de banho e segundo Pietro, nunca devemos passar perfume para provocar o namorado, pois o sabor não é nada agradável, bom, não sei exatamente o que ele quis dizer com isso, mas creio que não demorarei a descobrir.

Solto o cabelo, mas não satisfeita, prendo-o novamente em um coque bagunçado deixando o meu pescoço a mostra. Passo apenas um protetor levemente adocicado nos lábios e com uma coragem, que eu não tenho tanta certeza se serei capaz de sustentá-la, arrumo a minha postura e tentando parecer confiante - mesmo que meu coração esteja acelerado e minhas mãos suadas - eu saio do closet e entro no quarto, vendo-o ainda concentrado em seu computador.

- Está cansada, Baby? Irei apenas... Porra! - Ele começa a falar, mas arregala os olhos assim que levanta a cabeça e me vê, mas quero acreditar que ele tenha gostado do que viu.

- Não estou tão cansada, não se preocupe. - Aproximo-me lentamente vendo-o engolir em seco, enquanto gira a cadeira para ficar de frente comigo, me analisando da cabeça aos pés e alternando o seu olhar entre meus seios e minhas coxas pela abertura da camisola. - E não estou com sono também, por isso pode continuar com o seu trabalho que não irei atrapalhá-lo. - Fico entre suas pernas e logo sinto suas mãos possessivas segurando firme em meus quadris.

- O trabalho pode esperar. - Ele me faz dar um passo atrás para que pudesse se levantar. - Você está... Deslumbrante, Baby. - Sinto o meu rosto ficar ainda mais quente, se é possível, e ele sorri de lado, envolvendo minha cintura com um braço, aproximando-me do seu corpo que está muito quente e sinto-o como brasa aquecendo a palma de minha mão que está apoiada em seu peito. Ele me dá um selinho nos lábios, beija a minha bochecha e segue para o meu pescoço, fazendo-me inclinar a cabeça para receber mais dos seus lábios. - Tão cheirosa.

- Christian... - Fecho os olhos e estremeço, sentindo a sua língua deslizar lentamente em minha pele.

- Seu sabor é ainda melhor do que eu imaginava Ana. - Subo a mão e seguro em seus cabelos, enquanto ele continua a me provocar com sua boca. - Tão suave... Tão macia... - Ele morde o lóbulo da minha orelha e um gemido escapa de minha garganta me deixando envergonhada. - Você me deixa insano, Anastásia.

- Christian... Eu... - Me perco em meio às sensações provocadas por sua boca e sinto o calor e umidade em meu centro, me fazendo pressionar minhas coxas e ele dá uma risada perversa, reverberando ainda mais em meu baixo-ventre.

- Eu sei, Baby. - Ele sussurra com a voz mais grave e rouca, ainda explorando o meu pescoço, enquanto pega a minha mão e desliza por seu peito, abdômen, até chegar ao seu membro, fazendo-me pressionar a mão e sentir a sua rigidez. - Sinta como você me deixa... - Ele solta um gemido arrastado e sem pudor eu volto a pressionar novamente a minha mão. - Porra! - Ele puxa o ar com força e se afasta me olhando com seus olhos cinza em chamas, como nunca tinha visto antes e me jogo em seus braços, beijando a sua boca.

Nosso beijo é sem delicadeza, sedento como nunca havíamos trocado antes. Ele aproxima o meu corpo ainda mais do seu, como se tentasse fundi-los e sinto suas mãos deslizarem por toda parte em meu corpo e sinto-o ainda mais rígido, pulsando, pressionando em meu ventre.

De forma involuntária movimento-me, tentando amenizar esse calor que espalha cada vez mais em meu corpo e ele geme entre o beijo como se sentisse dor e antes que me afaste e sem que eu conseguisse processar, ele segura em minhas coxas, impulsionando o meu corpo e segurando firme em seu pescoço, entrelaço minhas pernas em sua cintura.

Sinto o macio do colchão as minhas costas e sem conseguir conter um gemido novamente me escapa, sentindo-o pressionar sua rigidez em meu centro que pulsa de forma dolorosamente prazerosa.

Ele se afasta dos meus lábios quando precisamos respirar e começa a beijar novamente o meu pescoço, meu colo e sinto sua mão afastar o sutiã expondo meu seio direito, para logo sentir seus lábios molhados e sua língua hábil brincar com o meu mamilo fazendo o meu corpo arquear.

- Christian... Ah! - Puxo o seu cabelo com um pouco mais de força e ele se afasta, com a respiração ofegante, assim como eu e me olha intensamente.

- Ana, se continuarmos, eu não irei conseguir me controlar. - Respirando com dificuldade, engulo em seco, mas antes que eu responda, ele sela os nossos lábios. - Eu quero muito fazê-la minha, mas hoje, não iremos avançar. - Fico atordoada, ainda imersa nas sensações e ele equilibra o seu peso para acariciar o meu rosto. - Mas quero muito te sentir, te provar e te mostrar o quê o seu corpo é capaz de sentir. Eu quero muito te tocar, Ana!

- Eu também quero te tocar. - Falo sem pensar e sinto o meu rosto arder novamente, fazendo-o sorrir.

- Não iremos fazer amor hoje, Baby, pois sinto que você não está pronta ainda, mas podemos... Aproveitar. - Ele volta o seu ataque em meu pescoço e sinto sua mão abrindo o laço da minha camisola, para em seguida sentir seus dedos deslizarem por minha barriga. - Posso te tocar Ana? - Eu assinto, deslizando minhas mãos em suas costas nua e musculosa. - Eu posso prova-la? Sentir o seu sabor em meus lábios? - Ele sobe a mão por minhas costelas me fazendo arrepiar até alcançar o meu rosto e fazer com que eu olhe em seus olhos. - Responda Baby?

- E eu poderei tocá-lo também? - Ele nega com a cabeça e sorri de lado.

- Se você me tocar agora, Baby, irei gozar igual um adolescente e não queremos que a brincadeira acabe tão... Rápido. - Ele sussurra em meu ouvido e volta a me beijar, antes de se afastar fazendo-me querer mais dos seus lábios. - Você confia em mim?

- Sim, Christian. Eu confio em você. - Ele volta a sorrir como um leão que está prestes a devorar a sua presa e engulo em seco, antecipando o que virá a seguir.

Ele se levanta da cama e retira sua calça de pijama, dando-me a visão do seu membro marcado na boxer branca que está usando e arregalo os olhos por ver o volume e o quanto ele está excitado. Ele estende a mão na qual seguro e me senta na cama e ainda olhando em meus olhos, retira a minha camisola e o meu sutiã e a minha reação é tentar esconder os meus seios, mas ele me impede negando com a cabeça e segurando minhas mãos.

- Não se esconda de mim, jamais. - Ele solta os meus pulsos e me empurra delicadamente para que eu volte a deitar na cama. - Você é linda! Uma verdadeira obra de arte, que deverá ser apreciada apenas por mim.

Eu assinto por não ter o que falar ou se conseguiria falar, e ele, volta a subir na cama, tomando os meus lábios novamente nos seus, enquanto suas mãos acariciam o meu corpo. Ele começa a fazer uma trilha com seus dedos hábeis e quentes, entre meus seios, barriga e sinto o meu corpo retesar e tento fechar as pernas, quando ele invade a minha calcinha, fazendo-o abandonar os meus lábios e olhar para mim.

- Se você quiser, eu posso parar? Não precisamos fazer isso agora, Baby. - Respiro fundo, tentando recuperar o ar e nego com a cabeça.

- Está tudo bem! Eu só... Nunca...

- Nunca fez isso? - Eu assinto envergonhada e ele sorri me tranquilizando. - Eu sei que não. - Ouço seu tom orgulhoso e continuo mergulhando ainda mais nas profundezas cinza, que são seus olhos, me prendendo, me dominando, me fazendo ansiar novamente por seu toque. - Continuamos? - Ele pergunta e continua adentrando a minha calcinha.

- Sim... - Saiu mais como um miado quando ele tocou num ponto que está bem sensível. - Ah... - Não consigo segurar o gemido, quando ele começa a me acariciar.

- Porra, Anastásia! Você está tão molhada. - Ele tira a mão da minha calcinha e leva seus dedos a boca, me fazendo arregalar os olhos. - Deliciosa! Muito melhor do que eu imaginava. Sinta Baby, o quanto você é gostosa! - Ele beija os meus lábios me fazendo sentir um sabor levemente salgado e isso parece tão errado, mas também tão... Erótico.

Novamente ele se afasta dos meus lábios e começa beijar mais uma vez o meu pescoço até alcançar os meus seios. Lambendo-os, sugando-os e alternando com a mão e seus lábios entre um mamilo e outro me deixando numa euforia que não consigo me conter.

O seu ataque segue para a minha barriga e sinto seus dedos nas laterais da minha calcinha, para logo tê-la deslizando por minhas pernas. Ele para e me analisa por um minuto, como se estivesse vendo algo sobrenatural antes de posicionar a cabeça entre elas.

- Christian, o que você... Ahh...!

Interrompo o que iria dizer ao sentir seus lábios beijando a minha intimidade como se estivesse fazendo isso em minha boca. Agarro com força os lençóis da cama, sentindo a intensidade de sua língua deslizar no meu ponto sensível, disparando ondas de choque por todo meu corpo. Sinto uma de suas mãos deslizando em minha perna e colocá-la apoiada sobre seu ombro, deixando-me ainda mais exposta e eu poderia ficar constrangida se não estivesse tão imersa nas sensações prazerosas provocadas por sua boca pecaminosa.

Sinto a minha respiração acelerar e o meu coração ainda mais disparado, mas de repente ele para e abro os olhos, apenas para vê-lo se afastar e retirar a sua boxer e assusto-me com o seu tamanho, extremamente rígido, com veias saltadas e a cabeça avermelhada expelindo uma gota perolada.

- Eu vou fazer a brincadeira ficar ainda mais gostosa, Baby.

Ele murmura com a voz grave e rouca, enquanto se posiciona entre as minhas pernas e incapaz de dizer uma única palavra, recebo os seus lábios, molhados com a minha essência, nos meus e sinto o seu membro deslizar em minha intimidade, sem me penetrar, causando uma fricção gostosa do seu membro em meu centro molhado e pulsante.

- Christian...

Murmuro arrastado ao ter seus lábios longe dos meus e cravo minhas unhas em suas costas, quando ele aumenta os seus movimentos e sem perceber, começo a rebolar para alcançar algo que não faço ideia do que possa ser, mas apenas sinto se avolumar de forma intensa em meu ventre.

- Porra, Anastásia!

Ouço seu gemido rouco no momento que deslizo minhas unhas por suas costas e o seu corpo retesa sobre o meu, ao mesmo tempo em que sinto como se uma explosão tivesse acontecido em meu baixo-ventre, me levando para outra dimensão, causando um entorpecimento que absorveu todo o ar dos meus pulmões e roubou as batidas temporárias do meu coração.

Sentindo o entorpecimento se extinguir lentamente e após recuperar a sanidade, eu abro os olhos preguiçosamente para vê-lo deitado ao meu lado, com a cabeça apoiada em uma de suas mãos, me encarando com um sorriso ladino em seus lábios, enquanto acaricia o meu rosto.

Levanto a cabeça e olho para baixo, mas volto a deitar rapidamente quando vejo que estamos nus e seu sêmen sobre a minha barriga e sinto o meu rosto arder de vergonha, ouvindo a sua risada e o toque suave de seus dedos em meu queixo virando-me para poder encará-lo.

- Não precisa ficar com vergonha, Baby, isso é normal. - Ele volta a ficar em cima de mim e arregalo os olhos.

- Christian! Você está pelado! - Ele joga a cabeça para trás dando uma gargalhada e eu acabo sorrindo por vê-lo assim, mas assim que seu riso cessa, volta a me encarar com um brilho perverso em seus olhos.

- Estou! E pretendo ficar sempre assim daqui para frente, sempre que estivermos nesse quarto. - Ele sela os nossos lábios e se levanta, me puxando para fazer o mesmo. - Vamos tomar um banho?

- Juntos? - Arregalo os olhos mais uma vez e ele dá uma risada abafada, negando com a cabeça.

- Baby, eu acabei de estar com a cabeça entre as suas pernas, enquanto sentia o sabor da sua boceta rosada, gozei e te fiz gozar enquanto nos masturbava com o meu pau e você fica envergonhada de tomar um banho junto comigo?

- Meu Deus, Christian! Para de falar essas coisas! - Eu tapo a sua boca com a mão, mas ele a pega me girando, fazendo-me sentir o seu membro, que está começando a ficar animado de novo, em minha bunda e sua boca próxima ao meu ouvido.

- Não irei apenas usar a boca para falar essas coisas, Ana. - Ele morde o lóbulo da minha orelha me fazendo estremecer. - De agora em diante, sempre irei usá-la para fazer tudo isso que acabei de dizer e um pouco mais e pode ter certeza que não serei apenas eu. - Ele impulsiona o meu corpo pegando-me nos braços e caminha para o banheiro. - Mas chega por hoje, vamos tomar um banho e cama.

Não falo nada, apenas balanço a cabeça e deito em seu peito aproveitando a "carona", mas não deixo de sorrir por vê-lo tão diferente do Christian contido e Cavalheiro que tem sido e agora eu sei, que o meu namorado além de experiente é também um pervertido e não vou negar que eu tenha gostado de cada momento que tivemos, mesmo que eu ainda fique um pouco envergonhada, mas se for para ter mais do primeiro orgasmo que acabei de ter, estou disposta a aproveitar todas as facetas do meu namorado e tudo que ele pode me ensinar a fazer e pode ter certeza, que farei com muito prazer.

(...)

Nunca imaginei como seria a intimidade de um casal, até mesmo porque eu sempre estive tão focada em meus estudos que nunca havia sentido vontade de namorar antes, ou talvez seja apenas porque nunca havia me interessado por ninguém e a pessoa que iria ter o meu coração não tivesse aparecido ainda, mas quando me lembro da experiência de ontem, de todas as sensações causadas por suas mãos, pelo toque suave de seus lábios e o calor do seu corpo nu no meu, me faz pensar o quanto quero experimentar ainda mais do que o meu namorado pode fazer comigo.

Eu pensei que iria ficar constrangida ao acordar, por me lembrar de tudo que fizemos durante a noite e do banho cheio de caricias que tomamos juntos, mas não foi assim que aconteceu principalmente por ver aqueles olhos intensos e apaixonados - que não devem estar diferentes dos meus -, acompanhados de um sorriso sonolento e doce que havia em seus lábios ao olhar para mim.

Dizem que as pessoas perdem o senso do ridículo, da sensatez e da lógica quando estão apaixonadas e quer saber? Pode até ser verdade, mas eu não ligo nem um pouco com a opinião de quem nunca pode ter sentido o que é amar e ser amada por quem faz o seu coração acelerar e sentir as famigeradas borboletas no estômago. E confesso que eu esteja a cada dia, ainda mais apaixonada e ansiosa para descobrir cada uma das facetas do meu namorado.

- Bom dia, Ana! - Sorrio assim que ouço a voz de Grace entrando na cozinha, me tirando das minhas fantasias e dessa vez posso dizer não serem tão puras.

- Bom dia, Grace! - Ela para ao meu lado e me abraça lateralmente, beijando a minha têmpora.

- Onde está a Lola? - Ela se senta no banco a minha frente e pega um pedaço do mamão que estou picando.

- Foi até o complexo ao lado levar uma garrafa de café para os Seguranças. Ela disse algo sobre eles preferirem o café mais forte.

- Ah sim, a Lola por ser Espanhola nos acostumou a tomar o café mais forte e preto, diferente do que estamos habituados aqui, que são mais claros e suaves. - Eu sorrio e assinto e ela olha na direção da academia, possivelmente ouvindo a música vinda do local. - O Christian está na academia?

- Na verdade os três estão. - Ela sorri e olha para Lola que está retornando para a cozinha com um sorriso no rosto.

- Bom dia, Lola!

- Bom dia, Grace. - Seu sorriso se fecha e ela coloca as mãos na cintura olhando para mim. - Menina, eu disse que não precisava você fazer isso. - Nego com a cabeça e continuo com o processo, picando as últimas frutas para a salada.

- E eu disse que não custava nada te ajudar, Lola, afinal, eu não estava fazendo nada mesmo e já estou acabando de qualquer forma. - Dou de ombros e ela nega com a cabeça, pegando alguns ingredientes que imagino serem para o preparo de panquecas.

- Mãe! Socorro, Mãe! - Caleb choraminga assim que chega a cozinha, acompanhado dos irmãos, todos suados, fazendo o seu drama matinal.

- O que aconteceu? - Grace se levanta e olha rápido para o filho, mas faz cara de brava por ver que é apenas drama. - Você quer me matar de susto, Caleb?

- Quem estava tentando me matar são esses seus filhos trogloditas. - Ele aponta para Christian e Richard que estão tomando água e nem dão atenção para o irmão. - Eu tenho certeza que preciso de um raio-X, pois estou sentindo que tenho algumas costelas trincadas e órgãos fora do lugar.

- Deixe de ser exagerado, Caleb. - Richard se aproxima e beija a minha testa, dando espaço para Christian beijar os meus lábios em seguida, me fazendo sorrir. - Estou pegando muito leve nos treinos com você, por isso está tão lerdo a ponto de ficar o tempo todo na lona.

- Lerdo? Está vendo isso, Mãe? Com certeza ficarei cheio de hematomas e ele me chama de lerdo? Que injustiça!

- Caleb, para de fazer drama e vá tomar seu banho, aliás, os três para o banho agora mesmo! - Ela aponta para a porta e tento segurar o riso, mas acabo não conseguindo pela forma que Grace fala com os filhos parecendo que são três crianças e não os homens feitos como são.

- Quer ir tomar banho comigo? - Christian fala no meu ouvido, me fazendo parar de rir na mesma hora e encará-lo.

- Christian! - Repreendo baixinho, com medo de sermos ouvidos e ele sorri de lado por me ver envergonhada, mas antes que ele continue com a sua provocação, Carrick entra apressado na cozinha com o telefone na mão.

- Bom dia! - Depois de ouvir a resposta de todos, ele direciona sua atenção para Grace que ainda brigava com as reclamações do Caleb. - Querida, teremos companhia para o café da manhã e eu estava te procurando para avisar que acabaram de chegar. - E como se fosse cronometrado, ouvimos a campainha tocar e Lola se prepara para lavar as mãos, para atender, mas eu salto do banco antes que ela o faça.

- Pode deixar que eu atendo a porta, Lola. - Ela sorri agradecendo e eu selo os lábios de Christian rapidamente, para me aproximar do seu ouvido. - Você terá que tomar o seu banho sozinho, mas quem sabe mais tarde. - Dou uma risadinha assim que me afasto, vendo-o perplexo com a minha ousadia, mas se ele pode me provocar, eu também posso. Corro para a sala, abrindo a porta em seguida e me assusto por ver quem são as visitas que Carrick mencionou. - Mãe! Pai! - Arregalo os olhos assim que percebo o que falei, tentando me corrigir. - Quer dizer, Senh...

- Não! Não se corrija, por favor, minha Filha! - Minha mãe se aproxima com os olhos marejados e um sorriso nos lábios, enquanto me abraça e eu retribuo de imediato. - Eu sonhei tanto com esse dia. Com o dia que a minha bebê me chamaria de mãe. - Ela se afasta e acaricia o meu rosto.

- Eu também não via a hora de ouvir isso, minha Princesa. - Meu pai me envolve em seus braços também e o meu coração acelera, mas de um jeito tão bom. - Eu pensei que nunca seria capaz de ouvir essa palavra. Que nunca pudesse sentir a alegria de ser chamado de pai.

- Carla, Ray!

Ouvimos a voz alegre de Grace logo atrás de nós, com Carrick, e nos afastamos do abraço, mas ela fica confusa por ver as nossas lágrimas e eu nem havia percebido que estava chorando. Logo atrás vejo Christian e seus irmãos se aproximarem preocupados, mas eu sorrio para tranquilizá-los, enquanto seco discretamente o meu rosto.

- Como vai Grace?

- Muito bem, obrigada, Ray. - Ela alterna o olhar entre nós e vejo a confusão em seus olhos, assim como Carrick que não está entendendo nada. - Eu queria que vocês conhecessem a minha nova filha, mas pelo visto vocês já se conhecem?

- Mãe, vamos deixá-los entrar, depois responderemos todas as suas perguntas, sim? - Richard se pronuncia, chamando a atenção de todos.

- Claro! Desculpem-me.

Eles entram e seguem para a sala de estar e eu fecho a porta, permanecendo no Hall de entrada, respirando fundo, tentando acalmar as batidas do meu coração e só agora eu percebo o quanto eu senti falta do abraço deles, como se eu sempre os tivesse sentido.

Agora eu consigo reconhecer a mim mesma que eu estivesse tentando me convencer a não me apegar ao fato de tê-los encontrado, até que o Exame de DNA ficasse pronto, porém eu sinto que não preciso mais dele para reconhecê-los como os meus pais. Os pais que eu sempre desejei conhecer e que não irei mais permitir que as dúvidas me afastem deles.

- Está tudo bem, Anastásia? - Levanto a cabeça assim que sinto o toque de Christian em meu rosto e o vejo me olhando com preocupação.

- Eu... Eu os chamei de pai e mãe, Christian. - Ele sorri de lado e acaricia o meu rosto.

- Porque eles são os seus pais, Baby. - Ele se aproxima e beija a minha testa. - Eu preciso tomar um banho, mas não queria te deixar sozinha. - Dou um selinho em seus lábios e sorrio.

- Está tudo bem, pode tomar o seu banho tranquilo. - Ele me avalia por um momento, mas acaba assentindo por perceber que estou de fato bem.

- Certo! Não demoro. - Assinto sorrindo e ele segue na direção das escadas e eu entro na sala, encontrando apenas os meus pais, Grace e Carrick. Meu pai se levanta e vem ao meu encontro, estendendo a mão que aceito sem pensar.

- Grace, Carrick, eu sei que vocês queriam que conhecêssemos a namorada do Christian, mas primeiro eu quero que vocês conheçam a nossa filha. - Grace pisca algumas vezes confusa e minha mãe abre um sorriso imenso.

- Filha? Como assim, filha? Eu não estou entendendo, Ray. - Ela alterna o olhar entre o meu pai e eu, algumas vezes e percebo um brilho surgir em seus olhos á medida que eles marejam e ela cobre a boca com as mãos. - Oh, meu Deus! Como eu não percebi isso antes? - Ela se levanta e abraça os amigos, emocionada, e eu mordo no lábio, para não chorar também, quando recebo o seu abraço.

- Como vocês descobriram isso? - Carrick se levanta também os cumprimentando. - E por que vocês não disseram nada? Desde quando sabem sobre isso? - Meu pai olha para mim e sorri, me levando para sentar entre ele e minha mãe, que segura a minha mão.

- Primeiro, queríamos dar um tempo para a Anastásia assimilar tudo, mesmo que a nossa vontade fosse estar ao lado de nossa filha. E, segundo, porque achamos melhor esperar o Exame de DNA sair, não que nos restasse dúvida depois de tudo, para que pudéssemos anunciar que encontramos a nossa Princesa. - Assusto-me por ele mencionar o DNA, apesar de que a Equipe do Laboratório disseram que poderia antecipar o resultado, mas não imaginei que ficaria pronto tão rápido e não contenho a pergunta que escapa por meus lábios.

- O resultado ficou pronto? - Meu pai me olha com carinho e assente. - Vocês... Vocês então já viram?

- Ainda não, minha Filha, preferimos fazer isso junto com você.

Minha mãe quem responde e apenas balanço a cabeça, sentindo o meu coração acelerar ainda mais, mas não quero pensar na possibilidade de que por alguma razão o Exame tenha dado negativo, ainda mais agora que permiti meu coração aceitá-los e reconhecê-los como meus pais.

- Mas, me contem essa história direito. Como vocês chegaram a Ana como a filha de vocês, Ray?

Carrick pergunta e meu pai começa a contar como tudo aconteceu, desde o momento que, depois de uma conversa com Christian no México, decidiu colocar o caso nas mãos do Richard, pois eles estavam frustrados e quase sem esperanças de me encontrarem, tendo tantas recusas e tantos Investigadores contratados. Falaram da carta que receberam do meu Tio e que me conheceram no mesmo dia na Empresa do Richard, mesmo que eu ainda não soubesse quem eles eram. Falaram sobre o levantamento dos meus antecedentes que Christian havia feito e sobre a foto que ele viu na minha casa quando esteve no local à primeira vez, sendo idêntica a que o meu pai recebeu há 18 anos, como prova que a filha, no caso eu, estivesse viva.

Enquanto a história era contada, Grace se emocionou várias vezes, ainda mais por me conhecer há dois anos e nunca ter feito a ligação da minha aparência física e o fato de até então eu ser órfã, com a filha sequestrada dos seus amigos. Logo Richard e Caleb se juntaram a nós e não demorou também para que Christian aparecesse na sala. E por mais que eu estivesse me sentindo confortável estando ao lado dos meus pais, eu me levantei e me aconcheguei nos braços do meu namorado, onde sentamos no sofá de frente para os demais.

- Então quer dizer que os meus filhos sabiam disso a todo esse tempo e não me contaram nada? - Grace olha zangada para os filhos que fazem cara de paisagem, mas os gêmeos encaram Richard, esperando que ele se pronuncie quanto ao caso.

- Não podíamos falar nada, Mãe, não até que tudo fosse confirmado. - Richard responde e os irmãos assentem confirmando o que ele diz. - Tudo bem que depois as suposições passaram a certezas, mas tínhamos que respeitar o momento tanto da Carla e do Raymond, quanto da Ana.

- Eu sei meu Filho e entendo. - Grace sorri afetuosa e direciona a atenção aos amigos. - Eu fico muito feliz em saber que encontraram a filha de vocês e mais feliz ainda por saber que essa filha é a minha nora. - Eles dão risada e eu sorrio, mesmo estando com o coração acelerado pensando no resultado do DNA, ainda mais quando meu pai enfia a mão no bolso interno do seu casaco e tira um envelope.

- Está pronta para abrirmos esse envelope, Filha? - Olho para Christian que me dá um sorriso, como se dissesse que está comigo e volto a minha atenção para o meu pai, assentindo.

De repente o silêncio se fez presente na sala e Christian aperta a minha mão, enquanto meu pai abre o envelope e à medida que ele vai lendo o resultado ao lado da minha mãe, que começa a chorar, mas perceptível que é de alívio e felicidade, eu também não consigo mais conter as minhas lágrimas, pois por mais que todos dissessem não haver dúvidas e eu também sentir que eles eram mesmo os meus pais, ter a confirmação genética faz tudo ser diferente e real.

- Desde o momento que eu te vi no escritório do Richard, Anastásia, eu não tive dúvidas que você era a nossa filha. - Meus pais se levantam e eu faço o mesmo, caminhando na direção deles. - Quando a tive em meus braços, num simples cumprimento, eu sentia que não era apenas ilusão da minha mente cansada de procurar a minha filha. - Ele pega o meu rosto entre suas mãos e beija a minha testa. - Mas agora, não há mais nenhuma dúvida que você é a nossa filha. A Princesa que sua mãe sentiu crescer e amou desde o ventre e a que eu amei assim que soube de você. - Ele nos abraça ao mesmo tempo e não segura mais as suas lágrimas, mas continua mesmo com a voz embargada. - A Princesa que nunca desisti de procurar e que nunca mais... Permitirei que se afaste de mim.

- Nós te amamos tanto, tanto, Filha. - Minha mãe fala entre soluços e eu os aperto no abraço.

- Mãe! Pai!

Pronunciar essas duas palavras é libertador e reconfortante ao mesmo tempo. Sentir o abraço das duas pessoas que sempre desejei conhecer, tendo as nossas lágrimas sendo misturadas, mas não por estarmos tristes, mas sim muito felizes e completos, como deveria ter sido desde o início, me faz perceber que não devemos mais nos apegar ao passado, pois agora... Ah! Agora temos a chance do nosso recomeço e com certeza iremos aproveitá-lo.

(...)

Depois de toda a emoção da revelação do Exame de DNA, meus pais passaram o domingo conosco e eu não poderia classificar esse dia como nada mais que mágico - faltando apenas a minha tia comigo naquele momento -, pois além de estar com as pessoas que me acolheram como sendo da família, estando ao lado do homem que aprendi amar e dos meus pais, não poderia me deixar mais feliz e realizada. E confesso que por muito tempo eu cheguei a duvidar que isso fosse possível de acontecer.

Eu sei que ainda teremos muito que conversar, para que possamos nos habituar a todas essas novas mudanças e estreitar os nossos laços emocionais, mas isso acontecerá com o tempo e de forma gradativa. Meu pai disse que a primeira coisa que faria essa semana seria dar entrada nos papéis para que eu fosse reconhecida oficialmente como a filha e herdeira deles. Essa última parte, para mim, não é importante, mas saber que dentro de no máximo 45 dias, eu terei o nome dos meus pais em meus documentos me deixa muito feliz, sem sombra de dúvidas.

- Está pronta, Baby? - Sorrio vendo-o refletido no espelho e viro-me para consertar a sua gravata que está torta.

- Estou sim, podemos ir. - Ele beija os meus lábios, dando-me vários selinhos, mas o interrompo quando tenta aprofundar o beijo, ou iremos nos atrasar. - Christian... - Ele desvia para o meu pescoço e o empurra delicadamente. - Vamos nos atrasar assim. - Ele suspira e me abraça pela cintura.

- É difícil resistir, Baby, ainda mais você estando linda desse jeito. - Dou risada e nego com a cabeça.

- Linda, Christian? Estou de jeans e camiseta. - Faço uma careta e ele beija a ponta do meu nariz.

- Você fica linda estando vestida de qualquer jeito, Ana, mas confesso que estando nua, você fica um espetáculo a parte.

- Ai meu Deus! - Sinto o meu rosto esquentar e afasto do abraço vendo-o com uma cara safada. - O que aconteceu com o meu Príncipe Encantado? Pois parece que no lugar dele tem um Pervertido provocador. - Pego a minha jaqueta e me visto, para logo ser abraçada por ele novamente.

- Talvez a denominação de Príncipe Pervertido coubesse melhor para o meu título, você não acha? - Nego com a cabeça e o puxo para sairmos do closet, pois ele está impossível, mas assim que chegamos ao quarto ele adota uma postura mais séria. - Baby, não se esqueça de que hoje Samantha começará a te acompanhar, tudo bem?

- Sim, não irei me esquecer. - Pego a minha mochila e o encaro, suspirando. - Eu havia dito que não iria causar problemas quanto a Segurança que você achasse melhor, Christian, mas... Você não acha que a Samantha ficar dentro da Universidade seja um pouco de exagero? - Ele suspira e se aproxima colocando uma mexa de cabelo atrás da minha orelha.

- Nós sabemos que durante todo esse tempo nada aconteceu, mas agora será diferente, Ana, pois em breve você não será mais apenas Anastásia, Estudante de Administração e órfã, mas sim Anastásia Steele, herdeira de Raymond Steele e de todo o patrimônio que esse sobrenome carrega. - Deixo meus ombros caírem e ele me dá um meio sorriso. - Não faz essa carinha, pois tanto eu quanto o seu pai queremos apenas que você fique segura. - Ele acaricia o meu rosto e eu assinto.

- Tudo bem, você tem razão. - Suspiro e resolvo mudar de assunto. - Bom, já que eu tenho uma Segurança e Motorista a minha disposição e como sou uma pessoa desempregada... Por enquanto, assim que sair da Universidade irei visitar uma amiga. - Ele sorri de lado e assente, satisfeito por eu ter encerrado o assunto "Segurança na Universidade".

- Qualquer coisa, não hesite em me ligar, combinado?

Eu assinto e beijo novamente seus lábios, que confesso também ser difícil resistir, talvez eu esteja ficando tão pervertida quanto o meu namorado, mas balanço a cabeça abandonado esses pensamentos e saímos do quarto, prontos para iniciar mais um dia.

(...)

Diferente do que imaginei, não fiquei incomodada com a presença da Samantha na Universidade - e não faço ideia como ela conseguiu ficar dentro das dependências da Universidade - e por vezes, ela parecia mais um Fantasma, aparecendo e sumindo do nada sem que eu menos esperasse, além dela ser bem fácil de conversar e acredito que com o tempo, poderemos ser boas amigas.

Conversamos muito e ela não hesitou em responder nenhuma das minhas perguntas e fiquei sabendo que ela é casada há seis anos e se mudou com o marido para o anexo ao lado do complexo dos Seguranças. Que não tem filhos, mas que também não pensam em ter por enquanto, assim como trabalha com o Richard há um tempo. Nossa conversa foi tão leve que nem percebi que havíamos chegado à casa da Júlia.

- Samantha, como a minha amiga deve estar se preparando para trabalhar, eu não irei demorar. - Ela assente e fecha a minha porta. - Será que poderemos dar uma carona para ela?

- Ana, você não precisa perguntar, basta dizer para onde iremos que assim faremos. - Faço uma careta, pois não me acostumarei com isso tão cedo e ela sorri.

- Tudo bem, obrigada.

Sorrio para ela e atravesso a rua, caminhando na direção da porta da casa da Júlia, mas observo alguns móveis do lado de fora na vizinha e dou de ombros, talvez seja alguém se mudando. Aperto a campainha, mas parece não estar funcionando, por isso resolvo bater no portão e aguardo. Depois de alguns minutos, bato novamente com um pouco mais de força e franzo o cenho por não ter ninguém, pois pelo menos à dona Amélia - que costuma almoçar com a filha nesse horário - deveria estar em casa, no caso da Júlia ter ido para Dress For Less mais cedo.

Faço uma última tentativa de bater mais uma vez, mas acabo desistindo e assim que me viro para voltar para o carro, vejo Júlia se aproximando com a cabeça baixa, imersa em pensamentos, mas cessa seus passos ao ver um carro parado a sua frente e olhando para o seu rosto, vejo o quanto está abatida e por seus olhos avermelhados, parece que estava chorando.

- Júlia! - Ela se assusta e olha para mim, arregalando os olhos.

- Ana! O... O que você está fazendo aqui? - Ela atravessa a rua e se aproxima e eu confirmo que ela estava mesmo chorando, pois ela seca os resquícios de lágrimas de seu rosto.

- Eu fiquei preocupada com você naquele dia, mas como você não foi trabalhar na sexta, eu resolvi te fazer uma visita. - Ela assente e coloca as mãos nos bolsos traseiros de sua calça jeans e morde o lábio, segurando o choro. - Júlia, o que aconteceu? Por que você está assim?

- Não aconteceu nada, mas... Você não deveria estar indo para a Loja? - Franzo o cenho pela mudança brusca de assunto, mas não irei desistir, pois é nítido que ela esteja com algum problema.

- Não trabalho mais na Dress For Less, mas é uma longa história. - Ela arregala os olhos e insisto. - O que está acontecendo, Júlia, e não venha me dizer que não é nada, que eu não irei acreditar. - Seus olhos voltam a marejar e me aproximo um pouco mais. - É alguma coisa com a sua mãe?

- Não, minha mãe está bem, o problema é que... - Ela começa a chorar e me assusto, mas abraço-a sendo retribuída de imediato.

- Conversa comigo, Júlia. Talvez eu consiga te ajudar. - Ela se afasta e nega com a cabeça.

- Eu... Eu fui despejada, Ana. - Ela fala envergonhada e eu fico sem reação por alguns segundos.

- Como assim despejada, então... Onde você está ficando? - Ela suspira e encara Samantha do outro lado da rua, encostada no carro, que nos olha atentamente, mas volta a me olhar.

- Naquele dia quando você me ligou, tinha acabado de acontecer e foi por essa razão que eu pedi para Marta me liberar também no outro dia, pois eu precisava resolver esse problema, mas não foi e nem está sendo tão fácil quanto eu imaginei.

- Mas o que aconteceu? - Ela se senta na calçada e eu faço o mesmo, segurando a sua mão.

- Minha mãe perdeu o Emprego há três meses e desde então, as nossas despesas começaram a apertar, o aluguel foi o primeiro que atrasou e apenas com o meu salário não estávamos conseguindo liquidar o saldo devedor. - Ela respira fundo, olhando para baixo, mas continua falando. - O proprietário da casa havia nos dado um prazo para pagá-lo e venceu na semana passada e quando ele voltou, veio acompanhado de alguns homens e simplesmente nos botou para fora. - Ela volta a chorar e eu apenas seguro a sua mão, tentando dar o tempo que ela precisa para desabafar, até que ela consiga prosseguir. - Se não fosse a nossa vizinha que deixou que colocássemos nossos móveis em sua varanda e nos ofereceu um quarto temporário, estaríamos no relento nesse momento e desde então, eu estou tentando buscar uma casa que caiba no meu orçamento. A minha mãe está tentando conseguir outro emprego e eu mesma estava fazendo isso, mas não consegui nenhum que fosse meio período para que eu pudesse conciliar com a Dress For Less e se eu sair da Loja, para receber apenas os salários que me foram oferecidos, para trabalhar o dia todo, não resolveria o meu problema.

- Por que você não nos contou Júlia?

- Eu não poderia envolvê-las em meus problemas, Ana, e muito menos eu tinha o direito de preocupa-las com algo que não é problema de vocês. - Nego com a cabeça, não acreditando que ela pensa assim. Poxa, somos suas amigas!

- Júlia, nós somos amigas e devemos estar por perto não apenas nos momentos felizes, mas também para ajudar quando alguém precisar. - Ela nega com a cabeça e eu suspiro contrariada. - Eu admiro a sua garra e força de vontade de tentar resolver todos os seus problemas sozinha, mas às vezes ter alguém do nosso lado, fica mais fácil para chegar numa solução que às vezes, por estarmos de cabeça quente, não conseguimos visualizar nada a nossa frente.

- Ana, eu... - Eu seguro a sua mão mais firme e ela se cala.

- Você não está sozinha, Júlia, por essa razão eu irei te ajudar e juntas resolveremos isso, tudo bem? - Ela tenta negar, mas não deixo. - E não aceito recusa, pois sou sua amiga e os amigos servem para isso também.

- Obrigada, Ana! Obrigada!

Ela volta a chorar e me abraça e apesar da posição desconfortável por estarmos sentadas no chão, eu deixo que ela coloque para fora o peso que a está consumindo e suspiro triste por imaginar que ela estava passando por tudo isso e não queria contar para ninguém apenas por não querer incomodar, mas o que ela não sabe é que isso não é incômodo nenhum, pois se eu puder ajuda-la de alguma forma, é isso que eu farei.

Minha nossa Senhora das virgens com namorados em brasa 🔥🔥🔥, acho Príncipe Pervertido combina mesmo com o Senhor Brasa, não é mesmo 😏😏😏?

Agora não resta mais dúvidas (não que tivesse, não é?) o DNA foi comprovado! Aleluia 🙏🏻🙏🏻!

E só eu que fiquei com uma dorzinha no coração por causa da Júlia 🤧🤧🤧? O que será que a Ana vai aprontar para ajudá-la, hein? Eu tenho umas suspeitas aqui 🤭🤭🤭!

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro