Capítulo - 60
Após arrumar minhas malas, colocar alguns livros e fotos em uma caixa e separar algumas roupas que vou dar para doação por não as usar mais, Christian e eu voltamos para a cozinha no momento em que minha tia iria nos chamar para almoçar. O cheiro da comida dela faz o meu estômago se manifestar e confesso que eu estava com saudades do temperinho dela.
Minha tia com certeza está tentando impressionar o Christian, porque ela preparou uma paella, acompanhada com salada verde, tomate e nozes. Tenho certeza de que ela acordou bem cedo para ir até o Supermercado e a Peixaria para pegar os frutos-do-mar bem frescos, ainda mais sabendo o quanto ela é exigente na compra desses ingredientes. Consigo imaginar ela perguntando várias vezes para o Senhor Manoel, da Peixaria, se são mesmo frescos e, sem perceber, acabo dando uma risadinha, chamando a atenção deles para mim.
— O que foi Borboletinha? — Tia Ângela pergunta carinhosa, dando-me um sorriso, e eu mordo meu lábio para não dar risada.
— Não é nada, Tia, eu estava apenas pensando o quanto a Senhora deve ter brigado com o Senhor Manoel até ele provar que os frutos-do-mar eram mesmo frescos.
— Ora, aquele Stronzzo (idiota) já tentou me enganar uma vez, agora ele não faz mais isso. — Christian nos olha confuso, e eu sorrio para ele.
— Uma vez fui buscar um peixe para minha tia fazer assado e, quando ela desembrulhou o pacote, ela surtou dizendo estar velho. Quando percebi, estávamos as duas na Peixaria e a minha tia brigando com o pobre homem. — Dou risada e minha tia fica envergonhada. — Ela ameaçou... a bater no Senhor Manoel... com o peixe. — Gargalho e quase não consigo terminar de falar, e ele tenta segurar o riso por ver que minha tia está constrangida.
— Ana! O que o seu namorado vai pensar de mim? Que sou uma louca encrenqueira? — Ela nega com a cabeça e olha para Christian, vermelha de vergonha. — Desculpe-me por isso, essa menina às vezes não tem filtro. — Continuo rindo, mas ele nega com a cabeça.
— Não se preocupe com isso, Ângela. — Ele pega a minha mão e sorri de lado. — Eu já estou me acostumando com esse jeitinho espontâneo dela. — Ele fica me olhando com seus olhos cinza penetrantes e sinto o meu coração acelerar, até que tia Ângela pigarreia para chamar a nossa atenção, e quem ficou constrangida por ficar imersa nos olhos do meu namorado agora fui eu.
— Você havia dito que convidou a Ana para trabalhar na sua empresa, Christian, o que você faz?
— Sou Engenheiro Naval. — Ele bebe um gole do vinho que ainda tinha em casa, porque Tio Marco sempre gostou dessa bebida, e continua após limpar os lábios com o guardanapo. — Tenho alguns clientes de outros países e, como eu disse, sempre que preciso me reunir com eles, tenho que contratar um intérprete, tendo em vista que o único outro idioma de que falo é o espanhol. — Minha tia sorri e assente.
— A Ana fala quatro idiomas, como você mesmo sabe. — Ele assente sorrindo de lado, e eu baixo o olhar para o meu prato, por ter tanta atenção em mim, afinal, isso não é nada de mais. — Quando ela era pequena, achávamos que poderíamos estar forçando-a demais nos estudos, mas ela sempre aprendia com tanta facilidade e nunca reclamava e, com isso, o Marco sempre a incentivou a fazer novos cursos.
— E ele fez muito bem, ao saber aproveitar bem a inteligência da Ana quanto a isso, pensando no futuro dela.
— Sim, o Marco sempre foi atento a isso em relação a ela. Tudo que ela queria fazer, ele a incentivava. — Ela fala com um tom de voz triste, mas suspira, voltando a sorrir. — Não querendo acabar com essa conversa leve, mas preciso falar sério agora. — Levanto o olhar e vejo o quanto ela está séria, enquanto Christian apenas assente. — Ontem, a Anastásia me disse que ainda estava na sua casa e hoje ela simplesmente arrumou as malas para continuar lá, mas o que quero saber é se vocês dois estão certos quanto a isso.
– Tia... – Eu choramingo, mas ela me ignora e continua a falar.
— Eu sei que o namoro de vocês é recente, mas nesse pouco tempo que pude vê-los juntos, percebi que de fato vocês dois têm uma conexão muito forte, assim como o carinho que sentem um pelo outro, mas morar juntos é uma responsabilidade muito grande. Vocês não acham que seria melhor amadurecer o relacionamento de vocês e só então pensar em dar esse passo? — Christian pega a minha mão sobre a mesa e a segura firme, enquanto se mantém sério, dando total atenção à minha tia.
— Entendo a sua preocupação, Ângela, mas eu não tenho apenas um carinho pela Anastásia. Eu a amo e, como você mesma disse, nosso namoro é recente, mas o sentimento parece que sempre existiu, esperando o momento e a pessoa certa para despertar. — Sorrio para ele, igual a uma boba apaixonada, pois me sinto da mesma forma, e minha tia sorri, assentindo. — Eu poderia dizer que o fato de querer a Anastásia junto a mim, morando na minha casa, seria apenas devido à segurança dela, sendo que aqui ela ficaria praticamente sozinha, mas eu estaria mentindo, porque eu a quero do meu lado simplesmente porque ela me faz bem. — Ele respira fundo e olha para mim, antes de voltar a sua atenção à minha tia. — A Anastásia apareceu na minha vida num momento em que eu acreditava nem mesmo ter mais uma vida a qual eu poderia aproveitar, mas isso não vem ao caso agora. — Ele engole em seco e sei que se lembrou do seu passado e aperto a sua mão, para ele nunca esquecer que estou ao seu lado. — Ela é como uma brisa fresca no calor do verão que me faz respirar mais aliviado. É a pessoa que faz com que o melhor de mim seja liberto e a única que conseguiu alcançar de fato o meu coração, como eu jamais imaginei que alguém seria capaz de alcançar. Eu sei que para muitos é humanamente impossível que um sentimento como esse se torne tão sincero como estou tentando demonstrar em tão pouco tempo. Mas para mim, que estou sentindo-o, que estou vivendo-o todos os dias ao lado da Anastásia, é a realidade que me fez voltar a viver.
— Christian...
Sinto os meus olhos marejarem por ainda não ter visto esse lado dele. E ouvir as suas palavras tão sinceras, com tanto sentimento como proferiu cada uma delas, para uma sonhadora que acredita em contos de fadas como eu, me faz acreditar de verdade que conheci o meu Príncipe Encantado, muito lindo e romântico. Ele me olha sorrindo de lado com tanto amor em seus olhos, enquanto acaricia o meu rosto, que tenho vontade de beijá-lo, mas me seguro e ele volta a sua atenção para a minha tia.
— Então respondendo a sua pergunta, Ângela, eu não acredito que o amadurecimento do relacionamento de um casal que se ama deva ser contabilizado pelo tempo que estão juntos, mas, sim, pelo que sentem pelo outro e não acho uma grande responsabilidade tê-la morando comigo, mas, sim, a oportunidade de amadurecermos enquanto permanecemos juntos.
— Nossa! Você conseguiu me deixar sem argumentos. — Ela dá uma risadinha, mas vejo que também ficou emocionada com o que ele disse. — Não vou negar que fico tranquila em saber que a Ana não está ficando sozinha em casa, ainda mais agora que fico tantos dias fora e, mesmo que me doa dizer isso, com a minha filha, a Thaís, ela não poderia contar de qualquer forma. — Ela fica triste ao mencionar a filha e alcanço a sua mão do outro lado da mesa para tentar reconfortá-la. — Mas eu me preocupo com a Ana, pois mesmo que não tenha sido gerada por mim, ela é tão minha filha quanto a Thaís e não quero que ela se machuque futuramente.
— Eu não posso garantir sobre o futuro, Ângela, até mesmo porque não sabemos o que acontecerá no amanhã, mas no presente, no agora, eu posso te prometer que sempre farei o possível para nunca machucá-la e estarei sempre zelando pela segurança dela.
— Acredito em você, Christian. E fico feliz em saber que a Ana foi se apaixonar por um jovem tão maduro quanto ela, apesar de não terem tanta idade. — Ele assente, e ela pega em nossas mãos que ainda estavam unidas. — Eu sei que o futuro é uma incógnita, mas se vocês permanecerem unidos, tendo confiança um no outro e alimentando sempre esse sentimento, que consigo ver nos olhos de vocês dois, conseguirão fazer com que esse relacionamento seja ainda mais bonito e duradouro, mas devem saber se respeitar e ouvir um ao outro, falar quando necessário e conversar antes de iniciar uma discussão que pode ser desnecessária, mas suficiente para acabar com o que foi construído aos poucos ao longo dos dias, meses ou até mesmo anos se assim for da vontade de Deus.
— Obrigada, Tia. — Ela sorri e nega com a cabeça.
— Você não tem que agradecer, Borboletinha, eu só quero que você seja sempre feliz. — Sorrio e assinto, mas acho que chegou a hora de contar a ela sobre os meus pais. Olho para Christian e ele parece ler os meus pensamentos, assentindo e me incentivando a falar.
— Tia, há outra coisa que preciso falar com a Senhora também.
— Pode falar, meu Amor. — Respiro fundo e Christian aperta a minha mão.
— Eu... Encontrei os meus pais.
— O... O quê? — Ela coloca a mão no peito e fica pálida, me encarando com os olhos arregalados. — Como... Como assim você encontrou os seus pais? Onde?
E respirando fundo mais uma vez, eu conto para ela toda a história, desde a carta que recebi do tio Marco mandando que eu fosse para o Brasil e que não dissesse nem mesmo para ela o meu paradeiro. A desconfiança do Christian e Richard até terem a certeza de que eu fosse à filha de Raymond e Carla. Sobre a foto que eles receberam pouco antes do meu aniversário de dois anos. A minha marca de nascença em formato de folha aberta que tenho nas costas, exatamente onde o meu pai tem. A carta enviada para o meu pai, dando a ele praticamente as mesmas instruções que me foram dadas. E o nosso reencontro, onde fiquei sabendo de praticamente toda a minha história, tendo apenas as lacunas que não puderam ser preenchidas por não sabermos a versão do tio Marco.
Durante o meu relato, minha tia derramou lágrimas silenciosas e me olhava com preocupação e apreensão. Talvez achando que eu fosse condená-la por nunca ter me dito a verdade, mas eu jamais faria isso, porque independente de toda a história, eu sempre fui muito amada, tanto por ela quanto por Padre Lutero e o Tio Marco.
— O exame de DNA tem a previsão de estar pronto na próxima semana e os meus pais querem conversar com a Senhora, Tia. — Ela assente e seca o seu rosto, antes de pegar a minha mão cautelosamente.
— Eu... Desculpe-me, meu Amor, por não contar sobre os seus pais, mas... Eu também não sei o que aconteceu e o que levou o Marco a tirá-la deles. Ele simplesmente te entregou para o Padre Lutero e a nossa história, você já sabe. — Assinto e sorrio para tranquilizá-la, enquanto aperto a sua mão na minha.
— Eu sei, Tia, não estou julgando-a por nada.
— E eu nunca soube quem eram os seus pais, até uns dias antes do acidente acontecer e o Marco vir conversar comigo.
— Então, o Marco chegou a conversar com você? — Christian pergunta sério, e ela assente.
— Sim. Ele veio com uma conversa que me deixou muito confusa, mas ele disse que talvez precisaria tomar algumas decisões que eu poderia não gostar, mas que era para eu ter em mente que seriam necessárias para manter a Ana segura. — Assentimos, e ela continua. — Mas eu estava cansada de tanto mistério e bastava eu ter ficado todo esse tempo no escuro, então exigi que ele me contasse, pelo menos, quem eram os pais da Ana, mas ele me fez prometer que não diria nada, pelo menos não até que ela fizesse 21 anos, e então eu deveria dizer a ela quem era e onde poderia encontrá-los, caso algo saísse do que ele havia planejado.
— E você sabe por quê? Por que deveria ser revelado a ela apenas quando fizesse 21 anos?
— Eu não sei, Christian. Ele não me falou. Ele disse apenas que eu deveria confiar nele, que jamais colocaria a Borboletinha dele em perigo. — Ela volta a me olhar e sorri triste. — Pode marcar com os seus pais, Ana. Se tiver que arcar com qualquer consequência por eu ser conivente com o seu suposto sequestro, estarei tranquila quanto a isso, porque não me arrependo de nada e, se fosse necessário, eu faria tudo novamente. — Eu me levanto e dou a volta à mesa, para abraçá-la.
— Irei, sim, marcar esse encontro entre vocês, Tia, mas apenas para eles conhecerem a mulher maravilhosa que me criou e me amou tanto, que me considerou sua própria filha. A mulher que me amamentou, mesmo estando com o coração doendo por perder o seu bebê. E eu nunca, jamais, permitiria que fizessem nada que pudesse prejudicá-la.
— Ah, Borboletinha! Eu te amo tanto. — Ela volta a chorar, e eu também não consigo mais segurar.
— Eu também te amo, Tia.
(...)
Depois de conversar com a minha tia, comemos a torta de maçã com canela que eu tanto gosto e como a tarde passou rápida, decidimos retornar para casa. Nossa! Agora preciso me acostumar que a casa do Christian também é minha – a pedido do meu namorado para que eu pudesse considera-la assim –, mas eu me comprometi comigo mesma que continuaria ajudando a minha tia com as despesas da casa. Tudo bem que ela não sabe disso, mas a decisão é minha e não irei nunca abandoná-la seja qual for à situação. E falando em situação eu queria ter conversado com ela sobre o Matteo, mas não foi possível, no entanto, oportunidades não faltarão, com toda certeza.
Minha noite de sábado se iniciou comigo guardando minhas roupas no closet e sem que eu pudesse me controlar, os meus pensamentos foram para Thaís, pois a minha Tia estava muito preocupada, pois há três dias não consegue falar com a filha. Eu sei que não deveria me preocupar ou pelo menos dispor de um tempo para pensar nela, mas é inevitável e por mais que eu tenha ciência que isso possa nunca acontecer, eu queria que ela pudesse mudar. Que valorizasse mais a mãe que tem e que sempre fez de tudo para suprir as necessidades dela, não apenas material, mas emocional e afetiva também.
Mas como eu disse ao Christian, infelizmente há pessoas que nunca irão evoluir apenas regredir e estou quase acreditando que com a Thaís não será diferente, eu só espero que ela não se meta em problemas para causar mais preocupações a minha tia que não merece passar por tudo isso com a própria filha.
Balanço a cabeça tentando parar de pensar nisso, pois cada um planta o que colhe e não sou eu que poderei mudar os pensamentos da Thaís para que ela tente ser uma pessoa melhor, por isso acabo logo de organizar o closet e guardo as malas no espaço destinado a elas e fico satisfeita com o resultado, mas cheguei à conclusão que preciso comprar roupas novas, pois deixei boa parte delas para doação que minha tia levará a Igreja onde o Padre Lutero frequentava desde que viemos para Seattle.
Observo os ternos do Christian perfeitamente organizados, mas praticamente todos em tons escuros, tendo um ou outro em tons de cinza, pelo menos suas camisas a grande maioria são claras. Inspiro o ar e sinto o seu perfume que eu reconheceria em qualquer lugar, justamente por ter ficado gravado em minha mente desde a primeira vez que estive em seus braços.
– Menina Ana! – Dou um pulinho pelo susto que levei, ouvindo a voz de Lola, que sinto o meu coração acelerar.
– Oi, Lola. – Saio do closet e a encontro no quarto.
– Christian pediu para chamá-la, ele a aguarda no escritório do Carrick. – Sorrio e assinto.
– Obrigada, Lola. – Penso em voltar para o closet e pegar uma sandália, mas dou de ombros e decido ir descalça mesmo, afinal, agora estou em casa.
Acompanho Lola e penso o que será que aconteceu, pois desde que chegamos da casa da minha Tia que ele está no escritório com o Taylor. Só espero que não sejam problemas, pois sinceramente, estou precisando de uma trégua e tenho que concordar com o Pietro quando ele diz que a minha vida é cheia de reviravoltas e nem sempre são agradáveis.
Estremeço apenas por pensar nisso e deixo esses pensamentos de lado, quando chego à porta do escritório. Dou uma batidinha e assim que ouço sua voz para que eu entre, abro e vejo Christian sentado na cadeira atrás da mesa, com Richard ao seu lado. Vejo também Taylor e a loira que vi no dia do aniversário do Richard, acompanhada de mais dois homens que não conheço, mas pelo visto não há nenhum problema, pois o clima não está tenso e muito menos pesado.
Entro e fecho a porta um pouco envergonhada por ter a atenção de todos em mim, mas Christian se levanta e vem ao meu encontro, deixando-me um pouco mais tranquila, por ver um sorriso de lado em seus lábios, mesmo que seja direcionado apenas a mim.
– Ana, eu quero te apresentar a Samantha Foster, ela será a sua Segurança a partir de segunda-feira. – Olho rapidamente para ele, mas volto a minha atenção a loira, que agora eu sei se chamar Samantha, que estende a mão para que eu possa cumprimentá-la.
– Boa noite, Senhorita Steele. – Aperto a sua mão e recebo um sorriso gentil assim que ela se afasta. – Espero que possa se sentir confortável comigo, pois iremos passar um bom tempo juntas. – Sorrio, pois gostei dela, principalmente por não ser tão travada como o Taylor costuma ser.
– Boa noite, Samantha, mas me chame apenas de Ana, por favor. – Ela assente com um sorriso maior agora, enquanto Christian e Richard dão sorrisos de lado.
– E esses são Ryan Delko e Mark Fuller, Baby. – Christian direciona a atenção para os outros dois homens que me dão acenos de cabeça. – Eles têm feito a sua segurança a distância e agora permanecerão na sua Escolta e caso a Samantha precise se ausentar, um deles ocupará o seu lugar até que ela volte a ocupar a sua posição ao seu lado.
– Tudo bem.
Apenas concordo, olhando para os dois homens a minha frente e apesar de não terem a constituição física tão encorpada e musculosa como Christian e Richard, parecem fortes, além de sérios, apesar de Mark parecer ser um pouco menos que Ryan. E apesar de achar um exagerado ter três pessoas fazendo a minha Segurança, eu disse que não iria criar caso com a decisão que fosse tomada por ele, se isso puder deixa-lo mais tranquilo.
– Ana, talvez você possa estar pensando que não haveria a necessidade de três pessoas fazendo a sua Segurança. – Olho assustada para Christian, parecendo que ele leu o que eu estava pensando, mas não falo nada. – Mas infelizmente não sabemos nada sobre quem o Marco estava lhe protegendo, ainda mais agora que você logo será reconhecida como a herdeira de Raymond, por essa razão eu peço que você não tente burlar os protocolos estabelecidos para a sua Segurança.
– Tudo bem! Pode ficar tranquilo, Christian.
Sorrio para tranquiliza-lo, vendo o quanto ele está sério, como se estivesse esperando que eu fosse fazer um escândalo e agir como uma menina mimada, fato que jamais aconteceria, afinal, não fui criada assim e ele assente me dando um sorriso de lado, enquanto passa o braço por minha cintura, me mantendo ao seu lado.
– Ana, nada irá mudar na sua rotina e ninguém irá controlar os seus passos. – Richard toma a palavra e apenas fico atenta ao que ele diz. – Tanto a Samantha, quanto Ryan e Mark acatarão o que você disser e irão para onde você decidir ir, mas se eles sentirem que possa haver algum perigo iminente, eles não irão pensar duas vezes em tomar a melhor decisão para que nada aconteça a você e isso quer dizer que se precisarem agir e irem contra o que você disser naquele momento, eles irão fazer, tudo bem? – Eu confirmo com a cabeça e ele continua. – Eles responderão primeiramente ao Taylor, sendo que assim o Christian será o primeiro, a saber, qualquer eventualidade que vier acontecer e depois a mim, caso for necessário. – Novamente aceno com a cabeça e ele sorri.
– Alguma pergunta Baby?
– Não, nenhuma! – Ele assente e beija a minha testa.
– Eles começarão na segunda-feira e Samantha irá providenciar uma forma discreta de permanecer também na Universidade. – Penso em dizer que não precisa, mas pelo olhar obstinado dele, não vou discordar... Por enquanto, então assinto. – Irei apenas concluir um assunto que havia pedido para o Taylor e logo estarei com você, tudo bem? – Ele beija novamente a minha testa e se afasta. Eu assinto e eu olho para os outros no Escritório.
– Então... É... Vemo-nos na segunda-feira? – Samantha assente com um sorriso e os outros dois apenas meneiam novamente a cabeça. – Então, boa noite.
Dou um sorriso contido para todos e saio do escritório e suspiro, pensando que Caleb tinha razão quando havia dito que a minha vida mudaria. Eu só não sabia que seria assim, tão rápido.
(...)
– Ana, sabe onde estão os paspalhos dos meus irmãos? – Caleb pergunta assim que chego à sala e o vejo descendo as escadas para em seguida se jogar no sofá. E pelo visto irá sair depois do jantar, sendo que está muito bem vestido e perfumado.
– Estão em reunião no escritório. – Ele faz uma cara confusa e eu sorrio sentando-me ao seu lado. – Estão falando sobre a minha Segurança. – Faço uma careta e ele assente.
– Bem-vinda ao mundo da privacidade roubada. – Arregalo os olhos e ele gargalha, me abraçando de lado. – É brincadeira, Ana. Dependendo de quem for sua Escolta, você nem irá perceber que estão sempre por perto.
– Bom, considerando que terei uma Segurança do meu lado, além da Escolta, acho que não terá como eu não perceber que estão por perto. – Quem arregala os olhos agora é ele e dou de ombros.
– O Christian não está brincando mesmo com esse lance de te manter em segurança, não é? – Eu concordo com a cabeça e dou de ombros novamente. – Controlador filho de uma...
– Olha essa boca, Caleb Grey! – Nos assustamos com a voz de Grace que se senta no sofá a nossa frente.
– Desculpe-me, Mãe. – Seguro uma risada por ver a cara de menino que foi pego fazendo arte que ele faz e Grace continua olhando brava para ele, mas logo sorri e nega com a cabeça.
– Como está a Ângela, Ana?
– Está bem, Grace. Eu estava com saudades dela, apesar de que na segunda ela volta a trabalhar.
– Diga a ela para vir nos visitar, apesar de ter sido por poucos dias, eu gostei muito da companhia dela. – Eu sorrio e assinto.
– Nossa! Sem falar os bolos que ela faz, Mãe. Ângela faz uma torta de maçã com canela que é de comer chorando. – Ele passa a língua nos lábios como se estivesse saboreando-a e dou risada.
– Isso eu tenho que concordar com você, Caleb. – Christian chega à sala, acompanhado de Richard, tirando a mão de Caleb que está no meu ombro, fazendo-o bufar. – Eu tive o prazer de degustá-la após o almoço e realmente, é muito saborosa. – Ele me olha indignado e eu faço cara de paisagem, sabendo que ele irá reclamar.
– E por que você não trouxe um pedaço para mim, sua Peste? – Dou de ombros e seguro uma risada, quando Christian se senta ao meu lado, me aconchegando em seus braços. – Agora você terá que dizer para Ângela fazer uma e mandar para que eu possa comê-la sozinho e não darei um único pedaço sequer para essa cópia falsificada. – Olho para Christian que apenas revira os olhos, apesar de ter um sorrisinho de lado em seus lábios.
– Eu pedirei para ela fazer quantas tortas, você quiser seu Birrento. – Aperto suas bochechas por causa do bico exagerado que ele está fazendo, mas ele acaba dando risada. – Não se preocupe, eu vou dizer para minha Tia que é seu desejo de grávido.
Richard e Christian dão risada da cara ultrajada que Caleb faz, enquanto Grace sorri balançando a cabeça em negação e nesse clima animado, eu me esqueço por um momento os novos Seguranças, o encontro da minha tia com os meus pais e o fato que estou desempregada, pois agora, nesse momento, quero apenas aproveitar esses momentos com a minha nova família e o meu namorado.
O que é isso vermelho aí no chão 🤔🤔🤔? Ah sim, é meu coração que derreteu com essa declaração do Christian 🤧🤧🤧!
Só eu estou sentindo que o encontro da Ângela com Raymond e Carla promete 🤔🤔🤔?
É, Caleb tem razão! Christian é um Controlador Filho de uma... Mãe Maravilhosa, não é mesmo 🤭🤭🤭?
PS.: Spoilerzinho para o próximo capítulo (não costumo fazer isso, mas acho que vou acabar apanhando em pensamento por algumas de vocês né 🤭🤭🤭? ) que também será da Ana e acredito que algumas de vocês estão esperando pelo momento que virá 😏😏! Só digo isso 👉🏻🔥🔥🔥! Pronto! Joguei na rodinha e vazei 🏃🏻♀️🏃🏻♀️🏃🏻♀️!
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