Capítulo - 58
Ei, Pessoas!
Atendendo a pedidos, eu resolvi postar um capítulo antes do programado. E eu espero que vocês gostem!
A minha vida nunca mais foi à mesma desde que conheci a Anastásia. Primeiro por eu acreditar que eu nunca mais seria capaz de me envolver com mulher nenhuma e agora, além de ter me apaixonado pela melhor amiga do meu irmão gêmeo, eu estou sentindo o que é realmente amar alguém, mas também ser amado.
Segundo, porque antes, eu nunca precisei dar satisfações do que eu fazia ou deixava de fazer e muito menos com quem eu me envolvia ou deixava de me envolver, mas quando vejo aqueles olhos azuis brilhantes, determinados e muito curiosos me fazendo perguntas, simplesmente não consigo não responder.
Ainda mais porque sempre fui defensor da verdade e por essa razão eu não me importo em ter que esclarecer as suas dúvidas e responder a todas as suas perguntas. Com toda certeza eu prefiro que ela seja transparente como sempre vem sendo, a ter que descobrir segredos e mentiras como aconteceu no meu passado, quando por inconsequência, teimosia e capricho eu me envolvi com a Débora.
A cada dia que passa, Anastásia me surpreende um pouco mais, por conseguir com tanta facilidade e naturalidade, fazer que eu fale o que muitas vezes não cogitei a possibilidade de falar nem mesmo com os meus irmãos, como por exemplo, o meu passado promíscuo, passando de cama em cama sem necessariamente dormir com ninguém e muitas vezes, sem saber o primeiro nome das mulheres com as quais eu transei.
Algo que não me orgulho, devo admitir, mas foi tão fácil expor essa parte vazia da minha vida com ela, ainda mais por não ver o julgamento em seus olhos, que quando percebi me tornei um livro aberto que somente ela poderia folhear e preencher suas folhas com novas histórias, contendo apresentação, trama, reviravoltas até chegar ao seu desfecho.
Porém como qualquer livro antigo que se preze, o meu também contém folhas seladas que se tentar separá-las, pode romper e não ter mais conserto – pelo menos não por enquanto, ou até que eu conte a ela, sobre a Débora – e folhas manchadas, não apenas pelo tempo, mas por arrependimentos, como foi o meu envolvimento com a Vanessa e não vou negar que saber que ela seja ciumenta – mesmo tentando mostrar indiferença –, tenha me agradado muito e como qualquer homem, o meu ego não pode deixar de ficar inflado.
No entanto, eu também pude conhecer um pouco mais sobre ela, o que não havia sido mencionado no relatório de seus antecedentes que Taylor e Samantha levantaram, como o fato dela falar quatro idiomas e mesmo que eu não tenha mencionado sobre isso, eu admiro o cuidado que o Marco teve em prepará-la, justamente por estar ciente que ela seria herdeira de um grande Império.
E obviamente eu não poderia perder a oportunidade de querer tê-la em meu quadro de funcionários, por mais que eu entenda as suas razões em querer conquistar o seu espaço profissional por mérito próprio e isso é outro fator que faz com que eu a admire ainda mais, pois mesmo sabendo ser filha de quem é, não quer perder a sua simplicidade – que me encantou desde a primeira vez que a vi, chegando acreditar que ela nem mesmo fosse real – e autenticidade, pois sua bondade, pureza e inocência, isso ela nunca irá perder com toda certeza.
Mas também não posso negar que a minha situação não esteja nada fácil, pois para um homem como eu, que sempre teve – depois que voltei de Boston, certamente – uma vida sexual ativa, fica cada dia mais difícil tê-la em meus braços e não fazê-la minha, mas eu sei que preciso ter paciência, entendê-la e respeitá-la, até que ela esteja pronta e se sinta preparada para dar esse passo em nosso relacionamento, mesmo que de forma inconsciente e inocente, consiga me provocar testando todos os meus limites e autocontrole.
– Com licença, Senhor Grey! – Saio das minhas divagações, assim que ouço a voz de Laura, entrando em minha sala. – A Senhora Foster acabou de chegar.
– E o meu irmão? – Olho em meu relógio e vejo que ele está atrasado, o que não é típico do Richard fazer em seus compromissos.
– Ainda não chegou, Senhor Grey.
– Quando ele chegar, diga para entrar que estaremos aguardando, agora faça a Samantha entrar junto com o Taylor, Laura, e depois pode ir para casa, já passou do seu horário. – Ela pisca surpresa por um momento, mas assente se retirando, e me levanto no momento que a porta é novamente aberta. – Boa noite, Senhora Foster.
– Boa noite, Senhor Grey, mas apenas Samantha, por favor.
– Claro, como preferir. – Aceito seu cumprimento apertando sua mão, e ela se senta ao lado de Taylor, quando faço o mesmo ocupando novamente a minha cadeira. – Acredito que eu não tenha muito que falar, tendo em vista que você está tão ciente da situação quanto o Taylor referente ao caso da Anastásia.
– Sim, Senhor Grey. E foi por essa razão que quando o Taylor mencionou a contratação de uma Segurança para a Senhorita Steele, eu sugeri que eu mesma a fizesse, pois eu acredito que quanto menos pessoas estiverem envolvidas até que saibamos de fato sobre o que ou quem nós precisamos estar atentos, seria melhor.
– Certamente! Mas há uma questão que precisamos nos ater, pois eu tenho ciência que vocês não são simples Seguranças e que fazem parte de uma Equipe de Elite. – Eles assentem, e eu continuo. – Sendo assim eu não quero arriscar a Segurança da Anastásia, caso você precise se ausentar, porque sei que isso poderá acontecer.
– E é por essa razão que eu estou aqui, Christian. – Richard entra na minha sala chamando a nossa atenção. – Desculpem-me o atrasado, mas eu precisei resolver o caso de um cliente de última hora.
– Algum problema, Richard? – Ele sorri de lado, negando com a cabeça e se senta no sofá.
– Apenas um excêntrico que teve sua casa invadida enquanto dava uma festa e ninguém percebeu, por essa razão resolveu contratar os Serviços da GSS. – Franzo o cenho em confusão, porém Taylor e Samantha direcionam total atenção para o meu irmão. – Está tudo bem, nada que não possamos resolver. – Eles assentem e voltam à atenção para mim. – Sobre o fato de você saber sobre a Equipe Ghost, Christian, facilita um pouco as coisas, pois poderá haver situações que tanto Samantha quanto o Taylor precisarão se ausentar e você estará ciente do motivo.
– E é justamente essa a minha preocupação, Richard, pois eu não quero de maneira alguma que Anastásia fique desprotegida, até mesmo porque não sabemos o nível de periculosidade que ela corre, tendo em vista que nada aconteceu nesses 20 anos. – E espero que nada aconteça, para o bem da minha sanidade, completo apenas em pensamento. – Mas assim que for anunciado que a Herdeira apareceu e for reconhecida como uma legítima Steele, tenho o receio se essa inércia ainda permanecerá como está.
– Ela não ficará desprotegida, Christian, pois caso a Samantha precise se ausentar, seja no seu dia de folga ou se for chamada para uma missão, deixaremos um Segurança de prontidão para cobri-la.
— Poderemos manter o Ryan e o Mark na Escolta, como eles vêm fazendo, Senhor Grey. — Taylor se pronuncia, e eu penso por um momento. — Um deles pode render a Samantha caso necessário e o outro permanece na retaguarda no outro carro.
— Se me permite dizer, eu concordo com o Taylor, Senhor Grey. Além de os dois serem extremamente profissionais. — Samantha quem diz agora, e Richard assente.
— Eles são de confiança, Christian. Sem contar que eles já estão fazendo a Segurança dela à distância, então faremos apenas a efetivação definitiva deles.
— Eles não fazem parte da Equipe Ghost? — Pergunto ainda em dúvida, eles sorriem de lado e meu irmão nega com a cabeça.
— Não! São apenas excelentes Seguranças.
— Tudo bem, mas eu não quero que a Anastásia sinta como se o seu espaço pessoal estivesse sendo invadido, eu prometi isso a ela.
—Quanto a isso, pode ficar tranquilo, Senhor Grey. Na nossa profissão estamoshabituados a nos adaptar a qualquer situação e ambiente, e eu farei o possívelpara não deixá-la desconfortável. — Samantha afirma, e eu assinto.
– A Ana é uma pessoa bem flexível e racional, Christian, como você já deve ter percebido, apesar de tão nova, é muito madura e ela sabe que a prioridade sempre será a segurança dela.
– Eu sei, Richard. – Suspiro e me lembro das palavras de Raymond. – Além de ser a primeira vez que eu precise me preocupar com a segurança e bem estar de uma pessoa, ainda tem a confiança que Raymond depositou em mim. – Ele assente e sorri de lado.
— Claro! Devo presumir que isso não tem nada a ver com o fato de ele ter falado que queria que a filha morasse com eles, a fim de melhor protegê-la, obviamente. — Faço uma carranca para ele, o que faz com que seu sorriso se amplie. — Fique tranquilo, Christian, o Raymond sabe que a filha está em boas mãos e eu dei a minha palavra que isso não seria diferente. — Apenas confirmo com a cabeça e ele volta a sua atenção para Samantha. — E como está a sua mudança para o complexo na Mansão, Samantha?
– Está tudo pronto, amanhã mesmo nos instalaremos no anexo. – Ela olha em seu relógio e sorri. – Creio que nesse horário, o Jay já está com todos os equipamentos montados e deve estar fazendo um upgrade na sala dos Seguranças.
– Eu não esperaria menos dele em relação a isso. – Meu irmão sorri negando com a cabeça. – O carro que você pediu Christian, já está em casa, mesmo que seja blindado, eu achei melhor pegar um carro menor, dessa forma não chamaria tanta atenção e a Ana não ficaria incomodada por isso.
– Obrigado, Richard. – Ele nega com a cabeça e sorri mais uma vez.
– Não precisa agradecer, aquela Pequena é importante para mim também. – Sorrio de lado e assinto, pois percebi isso desde o primeiro dia que o vi correndo naquele Hospital para encontrar com ela e o Caleb.
– Quanto aos horários, Samantha, alinhe com o Taylor. – Ela assente atenta ao que digo. – Ele sabe a programação da Anastásia, além do mais, vocês dois deverão estar sempre em sintonia, pois não abro mão de levá-la para Universidade e buscá-la em seu trabalho, então presumo que serão raras exceções que você irá fazer isso sozinha.
– Perfeitamente, Senhor Grey.
– Mais alguma observação, Christian? – Richard questiona e eu nego com a cabeça.
– Não! Acredito que agora o que nos resta seja apenas adaptação com as novas mudanças, principalmente para Anastásia, e eu sei que não precisarei falar para Samantha o quanto sou exigente e não admito falhas. – Arqueio uma sobrancelha para eles, que negam com a cabeça.
– Claro que não, Christian, afinal, você é meu irmão. – Richard fala enquanto se levanta, abotoando o seu terno, e todos fazemos o mesmo. – Bom, então poderemos ir? – Verifico a hora e assinto, pegando a minha carteira na gaveta e o celular sobre a mesa.
– Vamos! Preciso buscar a Anastásia. – Viro-me para Samantha e estendo a mão para ela, que aceita de imediato. – Seja bem-vinda, Samantha, e espero não me decepcionar.
– Obrigada, Senhor Grey! E não irá, pois darei o meu melhor. – Eu assinto e saímos da minha sala.
E acredito em suas palavras, afinal, se ela faz parte de uma Equipe altamente treinada e trabalha com o meu irmão, eu não poderia esperar menos da excelência no desempenho de sua nova função. Bom, pelo menos assim eu espero.
(...)
Se fosse para enumerar algumas das minhas habilidades, eu poderia dizer que uma delas seria sobre a capacidade de ler uma pessoa, mas admito que a cegueira por um tempo tenha ofuscado essa facilidade em interpretá-las. No entanto, a surra da vida me fez adquirir de forma mais aguçada o que eu havia perdido e por isso eu afirmo que alguma coisa aconteceu para eu receber apenas um beijo casto nos lábios e depois apenas o silêncio vindo de Anastásia.
Seus pensamentos distantes, seus suspiros involuntários e o repentino interesse em apreciar a paisagem escura das ruas de Seattle, fundamentaria se ainda me restasse alguma dúvida que algo a incomoda e a batida de martelo finalizou qualquer resquício de seus atos, no momento que Taylor abriu a sua porta na entrada de casa e ela saiu sem nem olhar para trás, entrando como um furacão na sala e rapidamente subindo as escadas, após murmurar um singelo "boa noite" para a minha família que estavam sentados no sofá.
– O que deu nela? Vocês dois brigaram? – Caleb pergunta, preocupado, levantando-se do sofá e caminhando na minha direção, mas apenas nego com a cabeça.
– Será que aconteceu alguma coisa na Loja? – Minha mãe fala igualmente preocupada, e eu suspiro.
– Não sei, Mãe, ela veio calada o trajeto inteiro. Apenas me disse que estava cansada.
– E você acreditou nisso? Porque acredito que não seja apenas isso, Christian. Alguma coisa aconteceu e eu conheço aquela peste, e cansaço não faria com que ela agisse assim.
– Eu sei, Caleb, não faço ideia do que poderia ter acontecido, mas irei descobrir. – Respondo irritado, pois sei tanto quanto eles, mas ciente que algo está errado.
– Christian, vai com calma. – Richard chama a minha atenção, mas apenas assinto e saio da sala, subindo as escadas.
A paciência nunca foi uma das minhas virtudes, e no tempo que ela demora a tomar seu banho, várias possibilidades passam por minha cabeça e posso dizer que a maioria delas não me agrada. Mas antes que eu comece a surtar, sem saber o que está acontecendo, concentro a minha atenção na aliança que está em minha mão e tento esvaziar a minha mente dos pensamentos negativos.
Porém, no momento em que fico sabendo o porquê de ela estar tão distante, retraída e insegura, sinto o meu sangue ferver, tendo a certeza de que aquele imprestável do Edgar cumpriu a sua promessa em se aproximar da minha namorada mais cedo do que eu imaginava. Mas, saber que quem contou para Ana sobre o meu passado com aquela mulher foi a Vanessa, uma confusão se instalou em meu ser.
Primeiro, eu queria saber como aquela louca poderia saber sobre a Débora e, segundo, eu precisaria contar para Anastásia sobre tudo para que ela soubesse o porquê de eu não gostar de tocar nesse assunto. No entanto, à medida que fui contando todo o meu passado, todas as idiotices que cometi por causa daquela mulher, as injustiças e até mesmo as agressões verbais e físicas contra os meus irmãos, pude sentir que o peso definitivamente estava saindo de sobre os meus ombros.
Conseguir me abrir completamente com alguém que não participou do meu passado, fez-me perceber o quanto eu precisava exorcizar esses fantasmas que ainda me assombravam. Ainda mais com alguém como a Anastásia, sendo tão transparente e empática, a ponto de parecer estar absorvendo os medos, receios, a vergonha e amargura que me assolavam, para poder libertar esses sentimentos ruins em forma de suas lágrimas.
Como se sentisse que eu precisava apenas colocar para fora tudo que ainda me consumia, ela apenas me ouvia, segurando firme a minha mão, amparando-me, sem julgamentos ou condenação. Apenas o fato de ela estar ao meu lado, vendo-me desnudar completamente a minha alma, livrando-me de um passado que me atormentava, fez-me perceber e entender que agora posso seguir em frente. E que, mais uma vez, o diálogo e a sinceridade são de fato essenciais para a construção de um relacionamento saudável.
Anastásia não é apenas o meu filtro de pesadelos, mas também àquela que veio para resgatar o que há de melhor em mim, com sua doçura, maturidade, bondade e a generosidade de seu coração tão nobre. Por outro lado, ela consegue também fazer com que o pior de mim seja acionado, se isso fizer com que aqueles que tentaram prejudicá-la, atingi-la por minha causa, sejam punidos como deve ser. E eu sei exatamente onde devo tocar para que isso seja feito ainda dentro da lei.
— Baby, eu preciso descer e falar com o Taylor por um momento. — Afasto-a dos meus braços, após beijar seus lábios tão macios e adocicados. — Você quer comer agora ou... — Ela me interrompe, selando rapidamente os meus lábios.
— Estou sem fome agora, mas quando você for comer, eu te faço companhia. — Sorrio e acaricio a sua face corada, efeito dos nossos beijos que a cada dia estão mais difíceis de me controlar para não ir além.
— Certo, então vamos? — Ela nega com a cabeça e se afasta sorrindo.
— Vou aproveitar e ligar para a minha Tia, daqui a pouco eu desço.
Assinto e beijo a sua testa, saindo do quarto em seguida, deixando o fogo da raiva me dominar. Pego o celular do bolso e disco o número de Taylor, enquanto desço as escadas, não esperando que ele fale nada, assim que atende a minha ligação.
— Taylor, eu estou te aguardando agora no escritório do meu pai. — Desligo sem esperar a sua resposta e encontro com os meus irmãos na sala e, pelo visto, os meus pais já jantaram e se recolheram em seu quarto.
— O que aconteceu, Christian? Por que você está irritado?
— Eu não estou irritado, Caleb. Estou furioso.
— Onde está a Ana? — Ele pergunta preocupado, e eu reviro os olhos.
— Ela está no nosso quarto, mas não se preocupe, não estou furioso com ela.
— Então, o que aconteceu?
— Vanessa Parker aconteceu, esse é o problema. — Caminho na direção do escritório assim que vejo Taylor se aproximando e sou seguido pelos meus irmãos.
— Como assim? O que você vai fazer, Christian? — Richard, quem faz a pergunta agora e nem me dou o trabalho de responder, ciente de que eles entrarão no escritório sem que eu precisasse permitir.
— Taylor, eu quero que você faça um levantamento de tudo sobre a Vanessa Parker. — Disparo assim que entramos no escritório e meus irmãos trocam olhares, mas não dizem nada. — Eu quero saber como estão as finanças da Empresa, situação com fornecedores, com o Banco, se ela quitou a hipoteca da casa. Quero tudo! Absolutamente tudo e quero isso na segunda-feira pela manhã.
— Sim, Senhor Grey.
— E depois que você obtiver essas informações, eu quero que você descubra onde ela esteve e com quem esteve nos últimos dias. Principalmente se ela tem mantido contato com aquele canalha do Edgar Johnson. — Ele assente e aguarda por mais instruções. — Por enquanto, é só isso, Taylor, obrigado. — Novamente, ele assente e se retira, deixando-me sozinho com os meus irmãos.
Respiro fundo, tentando controlar a raiva que estou sentindo nesse momento. Não por eu conversar sobre o meu passado com Anastásia, pois se eu soubesse que iria me sentir tão bem, teria feito antes, mas pela intenção de que usaram isso para prejudicar o meu relacionamento com ela, principalmente vindo de quem não tem nada a ver com a minha vida.
— Christian, o que aconteceu? Por que você mandou o Taylor investigar aquela mulher?
— O que aconteceu, Richard, foi que ela mexeu com a pessoa errada, ainda mais quando tentou usar o meu passado para fazer com que a Anastásia se afastasse de mim.
— Não estou entendendo. Seu passado?
— Exatamente isso que você ouviu. Aquela mulher falou sobre a Débora para a Anastásia, depois de uma discussão que elas tiveram e não, eu não sei como ela soube sobre isso.
— Discussão? A Ana discutiu com a Bruxa Má do Oeste? — Caleb pergunta sorrindo e eu assinto.
— Discutiu, pois aquela louca teve o disparate de ordenar que a Ana marcasse uma reunião comigo, para "tratar de negócios". — Eles arregalaram os olhos, cientes do que essas palavras significam. — Mas ela só não contava que a Ana já estivesse ciente sobre esse fato, inclusive que eu transei com ela.
– Você contou sobre isso para a Ana? – Caleb pergunta de olhos arregalados e eu me jogo no sofá, esgotado com esse dia.
– Não apenas isso, Caleb. Eu contei sobre tudo. Sobre todo o meu passado, inclusive sobre a Débora.
– E como você está quanto a isso, meu irmão? – Richard se senta ao meu lado colocando a mão em meu ombro e acabo sorrindo de lado, por ver a sua preocupação, dissipando a raiva que eu estava sentindo.
– Melhor do que eu poderia imaginar que me sentiria em contar isso para alguém. – Ele assente e sorri, suspirando aliviado. – Anastásia com a sua curiosidade, consegue fazer com que eu seja literalmente um livro aberto.
– Ah, o amor! Como deixa as pessoas com cara de idiotas. – Caleb fala debochado e só então percebo que estou sorrindo.
– Sim, Caleb! Eu amo a Anastásia e não poderia estar mais feliz por ter aberto o meu coração para que ela pudesse sem sombra de dúvida, dominá-lo. – Ele abre a boca e arregala os olhos e Richard dá uma gargalhada.
– Senti falta desse seu lado romântico, Christian. – Sorrio de lado envergonhado por ele dizer isso e Caleb balança a cabeça, como se estivesse acordando de um sonho. Um grande idiota esse meu irmão.
– Nossa!
– O que, Caleb?
– Que você estava apaixonado nós sabíamos, mas ver e ouvir você admitindo que a ama, é uma grande surpresa, com toda certeza. – Nego com a cabeça e ele sorri de verdade, sem seu deboche costumeiro. – Desde que tudo aconteceu e eu não preciso mencionar o que, pois todos nós sabemos, eu queria que o meu irmão gêmeo, aquele que sorria mesmo que fossem raras às vezes por ser tão fechado, mas que ainda sim sorria e que tivesse um brilho vivo em seus olhos que sempre víamos, principalmente quando concluía mais um de seus desenhos, estivesse de volta. – Ele engole em seco e respira fundo, pois vejo seus olhos marejados e sinto os meus do mesmo jeito. – Agora saber que você, o meu irmão, está de volta, me deixa muito feliz, Christian, eu senti a sua falta.
– Seu idiota! – Ele sorri e uma lágrima desliza por seu rosto, mas ele seca rapidamente e eu me levanto abraçando-o. – Eu também senti a sua falta. De vocês dois. – Richard nos abraça também e eu engulo em seco. – Me desculpem por tudo e obrigado, por me entenderem.
– Passado, Christian! Agora sim podemos dizer que isso ficou no passado, porque você está pronto para seguir em frente e eu tenho certeza que você será muito feliz. – Richard fala assim que nos afastamos e eu assinto.
– Mas vamos deixar essa melação de lado, porque eu sou bonito demais para chorar. – Caleb fala nos arrancando risadas e ele continua. – O que você pretende fazer, eu digo, em relação à Vanessa?
– Ela queria uma reunião comigo e acabou de conseguir, mas posso garantir que ela irá se arrepender do Christian Grey que irá receber.
(...)
Assim que retornei do México, eu fazia de tudo para ficar mais com a minha família, principalmente nos fins de semana. Ainda assim, eu fracassava quanto a isso, e dava um jeito de ficar trancado em meu quarto, mas agora parece tão natural que não sinto vontade nem mesmo de ir para o meu escritório trabalhar.
O fim de semana passou tão tranquilo, mesmo recebendo a visita de Raymond e Carla — que não conseguiram ficar longe da filha por mais tempo —, e indo à casa da Ângela com a Anastásia, o que isso me deixou muito satisfeito, pois ela levou praticamente todos os seus pertences para a minha casa.
Raymond e Carla precisam conversar com a Ângela e definitivamente conseguirão ver o quanto aquela mulher ama a Anastásia. E mesmo sabendo que eles não iriam fazer nada para prejudicá-la por consideração à filha, eles precisam ver que ela é uma boa mulher e se preocupa de verdade com a Ana.
No entanto, hoje não quero pensar sobre isso, tendo em vista que tenho assuntos mais importantes para lidar no momento, com a chegada de Oliver em meu escritório com uma pasta em mãos e olhar preocupado.
— Christian, você tem certeza sobre o que pretende fazer? — Ele se senta à minha frente e me entrega a pasta, o que me faz sorrir por ver que foi melhor do que eu imaginava.
Taylor conseguiu todas as informações que eu precisava – e devo agradecer ao meu irmão por ter um hacker tão capacitado em sua equipe, como o Jay e mais ainda por ele morar no anexo ao lado da minha casa – e o seu conteúdo não poderia ser diferente, considerando a capacidade Administrativa e Comercial escassa da Vanessa. Eu precisei apenas que Oliver avaliasse a situação Jurídica e a viabilidade do que eu pretendia fazer e que fosse ao Banco conversar com o Gerente que detinha tudo que eu precisava para eu tomar a minha decisão.
– Sim, Oliver! Eu tenho certeza sobre o que irei fazer. – Ele assente e suspira.
– Eu não conhecia esse seu lado vingativo, meu amigo.
– Eu sou um Engenheiro Naval, mas também sou um homem de negócios, Oliver, e como tal, não posso perder oportunidades que me gerarão lucros futuros. – Ele nega com a cabeça, mas acaba esboçando um sorriso ladino.
– Bom, se você está certo quanto a essa sua "veia" Corporativa e Comercial, juridicamente está tudo certo. Esperarei apenas a resolução da sua conversa com a Vanessa e assim entro em contato com a Contabilidade para fazer a Alteração Contratual.
– Obrigado, Oliver. – Levanto-me e visto o meu paletó, pegando a pasta. – Mas agora vamos, pois eu devo uma visita a Vanessa Parker. – Ele nega com a cabeça novamente e saímos da minha sala. – Laura, cancele a minha agenda de hoje ou passe meus compromissos para Aleksander, pois estou saindo e não retornarei para Empresa.
– Sim, Senhor Grey! Tenha uma excelente tarde! – Dou um aceno de cabeça para ela e acompanhado de Taylor e Oliver, entramos no elevador.
– Taylor, a Samantha já levou Anastásia para casa? – Pergunto assim que verifico a hora, percebendo que nesse horário, ela deveria estar saindo da Universidade.
– Não, Senhor Grey, a Senhorita Steele pediu para que ela a levasse à casa de uma amiga. – Assinto, pois eu havia me esquecido desse detalhe.
– Christian, eu irei com o meu carro, nos encontraremos na Loja. – Oliver fala assim que chegamos ao Estacionamento e eu assinto, entrando no carro com Taylor.
Durante o trajeto eu me pego pensando se não estou sendo precipitado, pois nem sei se Ana aceitará a minha proposta, dependendo da minha reunião com Vanessa Parker e diferente do que Oliver pensa, não sou vingativo, apenas cumpro as minhas promessas, o que deixei bem claro para ela, quando estive na Loja e presenciei a forma que ela tratou a Anastásia.
Respiro fundo e saio do carro, pedindo para que Taylor me aguarde e vejo Oliver estacionando e o espero para que juntos possamos entrar na Loja. Vejo olhos curiosos nos observando e a mesma mulher que me atendeu da outra vez, caminha em nossa direção com um grande sorriso nos lábios.
– Boa tarde, Senhores, meu nome é Andrea e seria um prazer poder atendê-los.
– Boa tarde, Andrea, estamos aqui para ver a Senhorita Parker. – Oliver quem a responde educadamente e ela sorri forçado agora.
– Claro! Levarei vocês até a sala dela.
– Não há necessidade, eu sei onde fica a sala dela, obrigado. – Passo por ela sendo acompanhado por Oliver, que me olha quando entramos no elevador. – O que foi?
– Eu fico impressionado com a falta de tato que você tem em lidar com as pessoas, Christian.
– Só não tenho paciência para conversa fiada, Oliver. E estou com pressa em resolver isso rápido.
– Claro, imaginei que fosse isso mesmo. – Ele se cala quando as portas do elevador se abrem e caminhamos para a recepção e uma moça ruiva nos atende. – Boa tarde, Senhorita! Eu sou Oliver Carter e este é Christian Grey e estamos aqui para falar com a Senhorita Parker. – Ela me olha por um momento, talvez se lembrando do meu nome quando estive aqui da última vez e assente.
– Só um minuto que irei... – Ela é interrompida quando a porta a nossas costas se abre e ouvimos a voz de Vanessa.
– Belinda, sua incompetente, onde está... – Ela para de falar quando nos vê e fica surpresa por um momento, antes de abrir seu sorriso exagerado. – Oh, Oliver! Christian! Que surpresa, meu Querido! – Ela cumprimenta o Oliver e tenta beijar o meu rosto, mas eu a afasto, deixando-a constrangida, coisa que não me importo.
– Senhorita Parker, estamos aqui para tratar de negócios, podemos conversar? – Sou direto e ela assente.
– Claro que sim! Entrem, por favor. – Entramos em sua sala e ela fecha a porta, enquanto nos sentamos. – Você não sabe o quanto estou feliz em vê-lo, Christian. Eu não conseguia falar com você e isso estava me deixando tão aflita. – Ela olha para Oliver, talvez não entendendo o que ele está fazendo aqui, mas não perde o sorriso exagerado o que me irrita, porém me contenho. – Vocês aceitam alguma bebida? Um whisky talvez? Eu tenho um Macallan Ruby que vocês irão gostar com toda certeza. – Ela começa a caminhar na direção do Bar de sua sala, mas a interrompo.
– Não estamos aqui para socializar, Senhorita Parker, por isso se for possível gostaria que se sentasse para resolvermos de uma vez por todas o assunto que me trouxe até aqui. – Falo friamente e ela engole em seco, mas volta a sorrir.
– Claro, meu Querido. – Ela se senta afastada de sua mesa e cruza as pernas, fazendo com que seu vestido curto suba e eu apenas respiro fundo, me segurando para não ser mais grosso do que costumo ser. – O que posso fazer por vocês? – Ela desliza a mão sobre sua coxa, ignorando inclusive o fato de Oliver estar presente e nego com a cabeça, perdendo a paciência que não tenho.
– Sabe Vanessa, eu me pergunto como pode uma pessoa ser tão dissimulada como você?
– Não estou entendendo.
– Você sabe muito bem porque eu estou aqui.
– Christian, você está me deixando confusa.
– Primeiro, é Senhor Grey, pois não lhe dei liberdade para me chamar pelo primeiro nome. – Ela perde o sorriso diante a minha frieza e me olha com raiva. – Segundo, você não queria tratar de negócios comigo? Pois bem, estou aqui.
– A Anastásia foi te envenenar contra mim, não foi? Eu deveria tê-la demitido antes.
– Pelo que eu sei, foi ela quem se demitiu por não suportar uma pessoa mesquinha, amargurada e que não sabe respeitar os seus funcionários.
– Eu deveria tê-la demitido por ser uma mulherzinha vulgar que fica seduzindo os meus clientes. E depois ela quer exigir respeito? Faça-me o favor! Você merece coisa melhor do que aquilo.
– Meça as suas palavras para falar sobre a Anastásia! – Altero o tom de voz e levanto-me batendo as mãos na mesa e ela salta no lugar. – Estamos aqui para tratar de negócios e isso que iremos fazer. – Respiro fundo e volto a me sentar, quando Oliver segura o meu braço.
– E o que a minha Empresa poderia lhe ser útil, Senhor Grey? – Ignoro o seu deboche, pois farei questão de acabar com esse sorriso venenoso que ela ostenta em seus lábios.
– Na verdade, Senhorita Parker, eu que devo perguntar em que você será útil na minha Empresa? – Jogo a pasta em sua direção e ela alterna o olhar entre mim e o objeto sobre a mesa, até que a abre e vejo o sangue fugir de sua face à medida que o entendido lhe bate.
– Como? O que você...
– É simples, Senhorita Parker! Você deveria ter usado o dinheiro da venda do Estaleiro para liquidar os títulos do Banco, no qual você deu a Dress For Less como garantia, mas diferente disso e não me importa como, você simplesmente adquiriu ainda mais dívidas.
– Você não pode... Essa Empresa é minha. – Ela me olha com raiva, mas vejo também desespero em seus olhos.
– Não mais, como pode ver o documento no qual a Senhorita havia assinado ao Banco, dava ao portador dos títulos liquidados o direito de apossar da Empresa, tendo em vista que a Senhorita acreditava que conseguiria quitá-los antes que a execução fosse homologada, mas não foi isso que aconteceu e a sua Empresa seria encaminhada para leilão, após a notificação que deveria chegar a suas mãos na próxima semana. – Falo indiferente e ela me olha com mais raiva ainda. – E como a Senhorita pode ver, eu liquidei todas as dívidas da Empresa e agora ela é minha.
– Você não pode fazer isso. – Ela rasga todos os documentos, mas me mantenho impassível, pois são apenas cópias. – Isso tudo por quê? Vingança por causa de uma menininha que não deve nem saber foder?
– Senhorita Parker, como Advogado eu devo pedir para que meça as suas palavras, caso contrário o meu cliente poderá processá-la.
– Que se foda, você e o seu processo, Oliver! O seu cliente está aqui acabando com a minha vida e tudo isso por vingança por causa da namoradinha dele? – Ela fala de forma ácida, mesmo que eu consiga ver o quanto está abalada.
– Não estou aqui por vingança, Senhorita Parker! Sou um homem de negócios e vi uma oportunidade futura, a menos que você consiga me pagar o valor dos títulos a Empresa continuará sendo minha.
– Você sabe que eu não tenho condições de pagar isso. VOCÊ SABE DISSO! – Ela perde a pose e grita, começando a chorar, enquanto eu apenas me levanto e Oliver faz o mesmo.
– Bom, acredito que o que tínhamos para fazer aqui, já foi resolvido. – Abotoo o meu paletó e consigo ver o quanto ela está se contendo para não avançar em nossa direção. – Te darei uma semana para me pagar o valor correspondente aos títulos, caso contrário, na próxima semana eu a quero fora da minha Empresa. – Caminho na direção da porta, mas antes de sair, olho mais uma vez em sua direção. – Espero que a sua vontade em tratar de negócios comigo tenha sido saciada. Tenha uma boa tarde, Senhorita Parker.
Saímos da sala e assim que fecho a porta, conseguimos ouvir os seus gritos e o som de objetos sendo quebrados, mas sinceramente eu não me importo e agora ela irá aprender que ninguém mexe com quem eu amo.
O aviso foi dado e não respeitado, agora que ela pague o preço por seus próprios atos.
Eita! Eita! Eita! Uma já foi! Será que mais alguém está disposto a atravessar no caminho do Senhor Gelo 🤭🤭🤭? Eu que não 😏😏😏!
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