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Capítulo - 57

Saio do elevador e percebo que passei mais tempo do que eu gostaria na sala da Vanessa, pois encontro a Loja vazia, tendo apenas o Senhor Leônidas, o Segurança do turno da noite, na entrada. Entro no vestiário e nem me preocupo em trocar de roupas, apenas pego a minha mochila, a minha bolsa e esvazio o meu armário, deixando a chave no local.

Se eu falar que não irei sentir falta daqui estarei mentindo, até porque aqui foi o meu primeiro emprego, o local onde eu soube que era capaz de ser além do que eu poderia imaginar e cumprir funções que nem mesmo pensei que seria possível fazer, além é claro, de fazer amizades que considero verdadeiras e que jamais me esquecerei.

Por outro lado, há pessoas que não farei questão de lembrar e uma delas, com toda certeza é a Vanessa, mesmo que ela tenha sido uma grande motivação para eu sempre me superar dia após dia e isso eu não quero e nem irei esquecer, agora a sua amargura, grosseria, bipolaridade e falta de tato, darei adeus sem peso na consciência ou saudades futura, sem nem pensar duas vezes.

Respiro fundo mais uma vez e olho para o vestiário e sorrio, pois esse ambiente serviu de divã para as confissões do amor rebelde da adolescência da Júlia, dos lamentos da Melissa sobre as dificuldades de ter um pai como o dela, dos conselhos e abraços carinhosos da Marta, das risadas e conversas fiadas e também das lágrimas de dor por ter me despedido de pessoas que eu tanto amava, como o Padre Lutero e o Tio Marco.

Por fim, olho para o Salão de Vendas e me despeço temporariamente, pois eu sei que ainda precisarei voltar para resolver a minha demissão com a Marta, devolver os meus uniformes e a chave da Loja e soltando um suspiro, caminho na direção da porta, a passos firmes para a minha liberdade.

Acabo dando risada desse meu pensamento, como se eu estivesse presa, numa penitenciária de Segurança Máxima e após cumprir a minha pena, estou caminhando de encontro ao desconhecido, o que é um exagero, pois serão apenas alguns dias até que eu consiga outro Emprego - assim eu espero -, no qual não quero pensar por enquanto, pois meu coração simplesmente acelerou apenas por ver Christian, me aguardando como sempre, encostado na lateral do carro - com Taylor ao seu lado -, recebendo-me com um beijo delicado nos lábios, entrando em seguida, seguindo para casa.

- Aconteceu alguma coisa, Baby? - Desvio minha atenção da paisagem escura das ruas de Seattle e viro-me para Christian, assim que ouço sua voz depois de alguns minutos de silêncio dentro do carro.

- Não se preocupe, está tudo bem. - Suspiro e sinto o aperto de sua mão na minha, mas não pretendo conversar dentro do carro, onde não poderei ver com nitidez os seus olhos. - Estou apenas cansada.

Ele não fala mais nada, mas sinto que mesmo com a pouca luz dentro do carro ele mantém seus olhos fixos em mim, até que ouço o seu suspiro e o meu coração se aperta, pois não queria deixar que as palavras da Vanessa contribuíssem para ter um clima ruim entre meu namorado e eu, mas infelizmente é inevitável, levando em consideração que pretendo tocar em seu passado e talvez eu não vá gostar das respostas que eu possa escutar.

Mas eu prefiro a transparência das verdades absolutas, do que o conforto de mentiras bonitas e se eu preciso conhecer o seu passado, que pelo visto ainda tem influência em seu presente e dependendo do que eu ouvir, talvez até mesmo no seu futuro - que pode ou não ser comigo -, tendo que atropelar o tempo que eu disse que esperaria para quando ele estivesse pronto para me contar, arcarei com as consequências, mas o que eu não quero é não ser sincera com ele sobre o que me incomoda, para não dar brechas para ele fazer o mesmo em relação a mim eventualmente.

Chegamos a casa e assim que Taylor abriu a minha porta, eu peguei a minha bolsa e mochila - que devo ressaltar estarem um pouco pesadas pelos objetos extras que estavam no meu armário - e entrei, sem esperar por Christian. Posso estar parecendo infantil ou algo parecido, mas na verdade eu apenas preciso de alguns minutos sozinha, para colocar os pensamentos em ordem e pensar na melhor forma de abordar um assunto que eu percebi ser desagradável para ele, por esse motivo eu murmuro apenas um "Boa noite", para todos que estão na sala e subo as escadas praticamente correndo, entrando no nosso quarto, deixando as minhas bolsas no closet, seguindo para o banheiro, onde me encosto à porta e respiro fundo.

Que droga! Por que eu simplesmente não pergunto o que quero saber e pronto? A resposta é simples! Eu estou com medo da resposta ou até mesmo pensando na possibilidade de deixá-lo irritado por eu abordar sobre algo que tecnicamente diz respeito somente a ele, mas pensando bem, se essa Débora por ventura vier a aparecer com um filho dele, o problema também passará a ser meu, afinal, sou a atual namorada dele, então que se dane a cautela. É melhor prevenir e ficar preparada do que eu ter uma surpresa depois.

Não que um filho dele seja um problema para mim, obviamente que não, mas se essa mulher for como a Vanessa, então sim, será um problema, pois cheguei à conclusão que sou muito ciumenta, a ponto de estar remoendo esse sentimento de uma pessoa que nem mesmo conheço ainda e nem sei se irei conhecer. Balanço a cabeça e retiro as minhas roupas e vou tomar o meu banho, talvez isso possa clarear a minha mente e me fornecer à coragem que parece que eu perdi para esclarecer uma dúvida que está me consumindo.

(...)

Encerro o meu banho um pouco mais leve, mas ainda pensando se não seria melhor deixar esse assunto de lado, sendo que ele disse que me amava da mesma forma que disse também que nunca havia amado ninguém antes, porém por outro lado, ficar remoendo essa dúvida não fará bem a mim e muito menos ao nosso relacionamento que praticamente acabou de começar.

Sinceridade, fidelidade e transparência, são essas particularidades que eu acredito que fazem com que um relacionamento funcione, além do amor, obviamente, pois se eu não puder ser sincera e confiar em quem está ao meu lado, como eu poderia querer que ele tivesse a mesma cortesia para comigo? E sinceramente, eu acredito que segredos e omissões entre um casal - seja do passado ou do presente - não funcione, afinal, uma hora ou outra elas podem vir à tona e acabar com algo que poderia ser bonito, por palavras mal interpretadas e mal entendidas.

Suspiro com um sentimento ruim dentro do meu peito e talvez a Vanessa tenha razão ao dizer que homens como o Christian precisam de mulheres de verdade ao seu lado e não menininhas de 20 anos, sonhadoras, que acreditam em contos de fadas e finais felizes. Porém eu fui ensinada a nunca desistir do que eu quero, mesmo que eu tenha que lutar para isso, claro que sem prejudicar ninguém no processo e apesar de ser o meu primeiro relacionamento, eu sei que o amo de verdade. Eu acredito no meu coração e a menos que ele não queira, obviamente, eu não desistirei apenas porque a Vanessa tentou me desestabilizar - e confesso que por um momento ela tenha conseguido - com suas palavras venenosas.

Saio decidida do banheiro após me vestir com o seu roupão e irei sim conversar com ele, pois cheguei à conclusão que isso não é apenas uma curiosidade exacerbada, mas sim para o bem da minha sanidade e a construção de um relacionamento saudável ao lado do homem que está a cada dia mais me fazendo saber o que significa o amor, porém meus passos não vão muito além da porta do banheiro, pois encontro Christian sentado aos pés da cama, com seus antebraços apoiados em suas coxas, mantendo as mãos cruzadas e olhando para o chão e pelo visto, ele está ali, desde o momento que entrei para o banho, pois nem mesmo o paletó e a gravata ele tirou, estando tão imerso em pensamentos que nem percebeu quando entrei no quarto.

Aperto mais o laço do roupão e me aproximo, ajoelhando-me em sua frente e pegando o seu rosto entre minhas mãos, para que ele olhe para mim e meu coração dói por ver que ele está triste, mas essa não era a minha intenção, eu queria apenas um minuto sozinha para poder pensar.

- Você vai me falar o que há de errado? - Ele pergunta depois de soltar um suspiro e eu assinto.

- Eu... Eu queria te perguntar uma coisa, mas sinceramente não sei como fazer e muito menos a sua reação quanto a isso.

- Basta perguntar, Anastásia. Eu falei que responderia qualquer coisa que me perguntasse.

- Até mesmo sobre o seu passado? - Ele engole em seco e fica me analisando por um momento.

- Sim.

- Eu... - Levanto-me e ele arruma a sua postura, ainda me olhando intensamente, mas lembro-me que estou apenas de roupão. - Só um minuto, que irei me vestir.

Não espero a sua resposta, pois sinto o meu rosto ardendo - o que é irônico, pois estou dormindo no mesmo quarto que ele desde o dia que vim para a sua casa, mas não consigo controlar - e corro para o closet e mais uma vez eu me lembro de que preciso buscar mais roupas na minha casa, tendo em vista que as minhas opções eram apenas para alguns dias, mas esqueço desse assunto, deixando-o para outro momento e pego a primeira roupa que vejo, arrumando-me rapidamente.

Retorno para o quarto, depois de alguns minutos e o encontro no mesmo lugar, porém agora sem a gravata e com alguns botões da sua camisa abertos, como se ele estivesse sufocado e o paletó jogado de qualquer jeito sobre o sofá. Sento-me ao seu lado, ainda sobre o seu olhar intenso, mas vejo também um pouco de apreensão.

- O que você quer saber?

- Eu sei que o passado deve permanecer onde deve ficar, mas há situações que este mesmo passado pode atrapalhar o presente e até mesmo o futuro que nem sabemos se chegará. Da mesma forma que eu tenho ciência que todo mundo tem direito de não querer tocar em assuntos desagradáveis, mas... Eu irei entender se você não quiser me responder agora ou nunca, não sei, apenas respeitarei a sua posição em relação a isso. - Falo num fôlego só e ele fica me olhando confuso.

- Não estou entendendo. O que você quer saber exatamente? - Respiro fundo e solto de uma vez.

- Quem é Débora? - Ele se assusta e fica pálido, me deixando preocupada com a sua reação. Eu tento tocar o seu rosto, mas ele se afasta, ficando de pé e me olhando de uma forma tão fria que me assusta. - Christian, eu...

- Quem te falou esse nome? - A pergunta foi feita com tanta frieza que senti um aperto no coração.

- Christian, esquece isso, eu... - Eu me levanto também e tento me aproximar, mas ele dá um passo para trás e sinto meus olhos marejarem, fazendo-me baixar o olhar para não encarar a tempestade em seus olhos.

- Nome, Anastásia! Eu quero saber quem te falou sobre esse assunto. Com quem você se encontrou para saber sobre isso? - Volto a encará-lo confusa. Como assim eu me encontrei com alguém? Do que ele está falando?

- Por que você está tão irritado, Christian? Você mesmo havia dito que eu poderia perguntar sobre qualquer coisa. E o que você está falando?

- Apenas algumas pessoas sabem sobre isso e com toda certeza não foi os meus pais ou meus irmãos que mencionaram isso a você. - Ele realmente está irritado e estou começando a ficar com medo da forma fria e dura que está me olhando, por uma simples pergunta. - Você só poderia ter se encontrado com uma pessoa.

- De quem você está falando, Christian?

- Você se encontrou com Edgar Johnson, não foi? - Fico mais confusa ainda, pois o que uma coisa tem a ver com a outra?

- Sim, ele foi à Loja hoje, mas o que... - Ele dá uma risada amarga e eu dou um passo atrás, não o reconhecendo.

- Claro! - Ele joga as mãos para cima, exasperado, antes de me olhar decepcionado. - Afinal, ele disse que iria fazer isso, só não imaginei que fosse tão rápido.

- Christian, o que está acontecendo? Por que você está falando isso? - Ele não me responde, mas ignoro a sua carranca e olhar frio e me aproximo pegando o seu rosto novamente entre minhas mãos, ele não se afasta dessa vez, mas vejo seus olhos decepcionados me deixando sem entender. - Desculpe-me, eu não deveria ter perguntado sobre algo tão pessoal assim e se você não quer falar sobre isso, eu irei entender, porém não vou negar que isso me deixa um pouco insegura, se por acaso essa mulher voltar, afinal, vocês tiveram um passado juntos, além do filho de vocês, mas quando a Vanessa me falou que...

- Vanessa? - Ele me interrompe com o cenho franzido. - O que a Vanessa tem a ver com esse assunto? - Ele pega as minhas mãos retirando do seu rosto, mas não as solta.

Eu respiro fundo e o puxo para nos sentar no sofá, percebendo que mesmo que ele ainda estivesse irritado, a curiosidade está levando a melhor e aproveito essa brecha em seu comportamento - que está me deixando bem confusa - e conto tudo, desde o momento que entrei na sala dela para levar o inventário, a ousadia da Bruxa Má do Oeste em querer que eu marcasse uma reunião entre eles, a minha demissão e tudo que ela me falou sobre o envolvimento deles e também sobre essa tal de Débora.

A cada palavra que eu proferia, uma mistura de emoções foi passando por seus olhos e semblante, mas vejo que ele está mais calmo e no lugar da tempestade mesclado a decepção que vi em seus olhos minutos atrás, eu vejo agora raiva cintilando, mas eu sei que esse sentimento não é direcionado a mim.

- Eu só perguntei quem era essa Débora, Christian, para eu saber como me comportar caso essa mulher resolva aparecer, afinal, eu sei agora que vocês têm uma história. - Falo de uma vez, assim que termino o relato sobre a Vanessa e ele respira fundo, pegando a minha mão antes de negar com a cabeça.

- Não precisa se preocupar Anastásia, pois essa... A Débora não irá aparecer.

- Não? - Ele nega com a cabeça e acaricia o dorso da minha mão. - Hum... É... Por que você fala isso com tanta convicção? - Ele me dá um sorriso de lado, mas triste e suspira.

- Porque ela está morta.

- Ah! Eu... Desculpe-me tocar nesse assunto. Eu sinto muito.

Engulo em seco, pois agora eu entendo o porquê dele ter se afastado de sua família e se fechado. Essa Débora realmente foi importante e ele deve sentir a falta dela. Constatar isso me faz sentir um frio incômodo no estômago.

- Não sinta, pois eu não sinto. Não da forma que você deve estar pensando, pelo menos.

Eu fico sem entender, ainda mais da forma fria que ele fala, mas ele percebe a minha confusão e respira fundo, começando a me contar todo o seu passado. Desde quando ele foi para Universidade com Caleb e foram morar com Richard em Boston. Quando com apenas 22 anos ganhou seu primeiro bilhão estando ainda na Universidade e como conheceu a Débora, no qual namoraram contra a vontade de sua família, sendo que ninguém a aceitava, principalmente os seus irmãos.

Ele contou também como acreditava que a amava, a ponto de sair do apartamento que dividia com os irmãos para morar junto àquela mulher, que não sentia nada por ele. E tudo que ela fez foi manipulá-lo, interessada em seu dinheiro e possivelmente em seu status social. Mas quando ele fala do bebê que seria especial e que descobriu não ser filho dele, só depois que ambos haviam morrido por ela ter se submetido a um aborto numa clínica clandestina, eu consegui ver que isso de fato o machuca, afinal, além de ser um inocente que não pediu para ser feito, ele havia se apegado a ideia de ser pai, mesmo que não tivesse se preparado para isso.

Não consegui evitar minhas lágrimas, por ver o quanto esse assunto o deixa fragilizado, mas não porque ele ainda sinta alguma coisa por aquela mulher, mas sim pelo fato de ter sido feito de bobo. Um boneco, uma peça de xadrez num jogo que ele nem sabia que uma partida havia sido iniciada. A vergonha que ele sentiu e ainda sente por não ter escutado a sua família. Por não ter dado importância à opinião dos seus irmãos e principalmente por ele ter agredido o seu irmão mais velho, por ter acreditado nas mentiras de uma mulher infame.

Agora eu entendo quando ele disse que não queria se envolver com mais nenhuma mulher, pois as marcas de seu passado o fizeram mudar. O fizeram desacreditar por um tempo que o amor não existia e que ninguém poderia amá-lo, da mesma forma que ele acreditava ser incapaz de amar, por medo de tudo se repetir. Como ele mesmo disse: quem não se envolve, não sente. Não se magoa e não se decepciona. E me contou também que por essa razão ele decidiu fazer um levantamento dos meus antecedentes, mas isso eu não me importei, afinal de contas, nunca tive nada a esconder de qualquer forma.

- Quando eu retornei do México, eu estava decidido a me redimir e me reaproximar dos meus pais, mas principalmente com os meus irmãos, mesmo sabendo que nada poderia ser como antes. A nossa amizade, irmandade e companheirismo que sempre tivemos. - Eu assinto e ele seca as minhas lágrimas, me fazendo dar um sorriso contido. - Mas então, um furacão com cabelos cor de mogno, bochechas rosadas e olhos azuis brilhantes praticamente me atropelou e eu me vi perdido e me odiando por saber que o meu coração ainda seria capaz de bater de forma diferente da que fosse apenas para me manter vivo.

- Em minha defesa, eu pensei que era o meu melhor amigo, que coincidentemente era o seu irmão gêmeo. - Seco novamente o meu rosto e dou uma risadinha e ele sorri de lado.

- Eu sei, mas hoje eu acredito que o destino tem mesmo uma forma sacana de mover as peças que estavam perdidas para enfim se encontrarem. - Não falo nada, apenas absorvo o que ele diz. - A minha viagem de retorno estava marcada para ser apenas uma semana depois da que eu resolvi voltar. No entanto, uma inquietação me dominou e a minha Secretária conseguiu antecipar o meu voo. E o fato do Caleb estar no Aeroporto me aguardando, me faz acreditar hoje que eu deveria estar na porta daquele Hospital e justamente naquele horário, pois eu precisava te encontrar. - Mordo o lábio inferior e assinto, pois também acredito nisso.

- Eu preciso te confessar uma coisa também sobre aquele dia. - Ele acaricia o meu rosto e assente. - Quando eu te abracei, acreditando ser o Caleb, eu estava uma bagunça, com o meu coração em pedacinhos por ter perdido o Padre Lutero e o tio Marco estando desaparecido, mas quando senti os seus braços me envolvendo, eu me senti tão segura, tão protegida e o coração mais acelerado do que estava e ao mesmo tempo confusa, afinal, eu nunca havia sentido nada parecido quando o meu amigo me abraçava. Mas quando eu olhei em seus olhos, mesmo que eu estivesse vendo o rosto do Caleb, eu sabia que não era ele.

- Coincidências do Destino. - Ele afirma docemente e eu assinto mais uma vez, mas suspiro novamente depois que ele sela rapidamente os meus lábios.

- Desculpe-me por fazê-lo reviver tudo isso mais uma vez. Eu fazia uma ideia que algo te incomodava, mas não que tudo isso fosse tão complexo assim.

- Está tudo bem, uma hora ou outra eu teria que te contar ou isso ficaria me consumindo. - Eu nego com a cabeça e ele sorri de lado. - E me desculpe por meu comportamento, eu não quis deixá-la assustada.

- De fato me assustou, mas eu entendo. - Porém de tudo que falamos, ele não me disse uma coisa. - Os seus Seguranças que disseram que o Edgar havia ido até a Loja? - E novamente uma carranca se faz presente em seu rosto. - Por que você tinha tanta certeza que havia sido ele a me contar sobre aquela mulher? - Faço uma careta, não querendo pronunciar o nome de uma pessoa tão cruel como àquela, mas ele suspira e dá um aperto em minha mão, passando a girar a aliança em meu dedo.

- O Edgar e eu éramos colegas de sala na Universidade, no início, as nossas discussões eram apenas por coisas bobas, sem muita importância, uma rixa idiota de jovens querendo sempre ser melhor que o outro em sala de aula. - Eu assinto, pois sei que isso acontece muito no meio estudantil, afinal, eu sou uma estudante. - Eu sempre fui mais reservado que os meus irmãos e na Universidade não foi diferente. Tínhamos até uma convivência amistosa, mas depois que a Marinha se interessou pelo meu projeto, ele começou a agir de forma mais rude, chegando a ponto de não trocarmos mais nem uma palavra cordial um com outro e com o tempo, foi apenas piorando. - Ele respira fundo e olha em meus olhos. - Naquele dia que cheguei de madrugada em casa, eu tive uma reunião e ele também estava presente, mas enfim, ele acabou dizendo algumas coisas que trouxe sentimentos à tona sobre mim mesmo, mas disse também sobre a minha "nova namorada" me deixando intrigado de como ele sabia sobre isso, sendo que nada ainda foi noticiado.

- Mas... O que isso ou o Edgar tem a ver com aquela mulher? - Fico confusa por ainda não entender a relação e ele mais uma vez suspira.

- Hoje eu acredito que ele e a Débora tiveram um envolvimento e não duvido nada se ele fosse o pai daquele bebê. - Ele pensa por um momento e vejo-o com o pensamento longe, antes de focar novamente em mim. - Porém ele disse algo que... Se ele fosse o pai do bebê, não iria me acusar de obriga-la a tirar o "meu filho". Sinceramente, não sei o que pensar.

- Eu não conheci aquela mulher e muito menos posso afirmar algo sobre o Edgar, pois o conheci apenas hoje, mas alguma coisa me diz que ele não é uma pessoa ruim.

- Com base em quê você chegou a essa conclusão? Aos minutos que passou atendendo-o na Loja? Se o Edgar se aproximou de você, Anastásia, eu posso te garantir que não foi apenas porque ele está interessado em ser seu amigo. - E aqui está novamente a frieza em suas palavras, me fazendo suspirar um pouco chateada.

- Christian, eu sei que vocês têm uma história, que não se dão bem e ainda tem a questão com aquela mulher, mas eu quero lembra-lo que eu não sou como ela. - Tiro a minha mão da sua e me levanto. - Se o Edgar ou qualquer outro homem se aproximar de mim e mesmo que eu converse com quem for Christian, eu jamais trairia você, pois isso não faz parte da minha índole. - Agora eu consigo entender as suas inseguranças, mas isso realmente me deixou chateada, por ele pensar algo assim a meu respeito.

- Eu sei que você não é como aquela mulher, Anastásia. - Ele se levanta e para na minha frente. - Porém eu sei que você é incapaz de ver maldade nas atitudes das pessoas e até que se mostre quem realmente são.

- Eu posso ter apenas 20 anos, parecer ser boba e que acredita em todo mundo, mas posso te garantir que não sou. - Sinto meus olhos marejarem, mas respiro fundo. - O fato de acreditar que todos têm os seus motivos para serem como são e a esperança de que todos têm um lado positivo, não me fará fazer algo que eu não queira e posso te afirmar também que tive a minha cota com a Vanessa, que mesmo que eu nunca tenha conseguido ver algo positivo nela, eu ainda assim acreditei que ela poderia mudar ou pelo menos esquecer a minha existência, mas não. E eu já entendi que nem todo mundo é capaz de evoluir, quando são capazes apenas de regredir. - Seco uma lágrima que deslizou sem permissão por meu rosto e inspiro soltando o ar devagar para não chorar. - Eu só peço que não me tome como uma pessoa manipulável e sei que ser boa pode me fazer parecer boba, mas não sou tão inocente quanto me julgam. E pode ter certeza, Christian, que jamais farei alguma coisa que possa magoá-lo, pois já falei que eu te amo e não foi da boca para fora. - Viro-me para sair do quarto, mas sou surpreendida por seus braços, me envolvendo, antes que eu chegue à porta.

- Eu não quis dizer isso e eu sei que você é diferente, Ana, mas isso não faz com que eu fique mais tranquilo, ainda mais sabendo que alguém pode querer se aproximar e prejudica-la por minha causa. - Viro-me em seus braços e acaricio o seu rosto, vendo-o o quanto isso também o abala.

- Se você confiar em mim, Christian, é o bastante para saber que seremos capazes de enfrentar qualquer situação ou quem quiser nos prejudicar, pois eu também irei confiar em você e antes de tomarmos qualquer decisão precipitada, devemos conversar e esclarecer os possíveis mal-entendidos, afinal eu sei que às vezes, o que parece na verdade pode não ser. - Ele pega a minha mão que está em seu rosto e leva aos lábios.

- Às vezes eu não acredito que você tem apenas 20 anos, Ana. - Ele sorri de lado e eu fico envergonhada, pela devoção que vejo em seus olhos. - Confesso que às vezes o meu temperamento explosivo leva a melhor, mas você tem razão, não podemos viver baseados apenas em acontecimentos do passado e ninguém é igual a ninguém, mas...

- Mas...? - Arqueio uma sobrancelha para ele, que aproxima ainda mais o corpo do meu.

- Prometa-me que terá cuidado com quem se aproximar de você. Que não confiará em tudo que te disserem e principalmente, não deixará que esse seu coração nobre tome decisões por você. - Eu assinto e envolvo seu pescoço com os meus braços.

- Eu prometo! - Dou um selinho em seus lábios, fazendo-o sorrir. - E prometo também ser mais esperta com as intenções das pessoas que estiverem a minha volta, mas você também tem que me prometer uma coisa.

- O que seria Baby? - Ele me aperta ainda mais em seus braços e eu sorrio, por perceber que a tensão está dissipando aos poucos.

- Que você não se fechará nunca mais e sempre irá conversar comigo ou com quem você se sentir confortável sobre o que estiver te incomodando. Mas que às vezes, deverá também confiar no meu julgamento e sempre me ouvirá antes de discutir comigo. - Ele pensa por um momento, ficando apenas me olhado. - Christian! - Ele suspira fundo e assente.

- Tudo bem, Baby, eu prometo. - Eu sorrio e ele se aproxima encostando o seu nariz no meu, fazendo um carinho. - Será que eu posso te beijar agora? - Sua voz é um pouco mais que um sussurro, suave e rouco.

- Por que não fez isso ainda? - Eu respondo no mesmo tom, enquanto ele sorri, antes de tomar os meus lábios nos seus.

E hoje eu pude conhecer um pouco mais desse homem tão lindo, que parece tão forte, imponente, mas que na verdade é também sensível e frágil, tendo as suas inseguranças, medos e receios, devido a consequências de acontecimentos do seu passado, mas o que depender de mim, ele nunca mais perderá o brilho desses olhos que mesmo em meio à tempestade, conseguem ser tão transparentes e os mais lindos que eu já vi.

É! A curiosidade tem as suas vantagens, mas só quando tudo pode ser esclarecido e mesmo que eu não consiga apagar o seu passado, eu faço uma promessa a mim mesma, de sempre permanecer ao seu lado, pois foi com ele que eu descobri o amor e ele verá que pode, merece e sempre será amado.

Eita! Que a primeira DR do casal, aconteceu 🤭🤭🤭!

Pelo menos são maduros o suficiente para resolverem os pormenores, não é mesmo 😏😏😏?

E agora sim! Todo o passado foi revelado, mas sei não viu! Eu tenho a impressão que o Senhor Gelo vai entrar em ação e não será tão pacífico como foi com a Ana durante a discussão! Eu hein! Eu digo é nada, pois não sei de nada 🤫🤫🤫.

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