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Capítulo - 41

Oi, Pessoal!

Este, será o último capítulo postado esse ano de 2020.

Um ano que não foi tão bom como gostaríamos que tivesse sido, no entanto, apesar das dificuldades, devemos agradecer pela dádiva de poder acordar todas as manhãs para iniciar um novo dia.

Eu quero desejar aos aniversários do mês de Dezembro, muitas felicidades muita saúde e fé, pois precisamos nos agarrar a ela, que tudo dará certo, no fim de tudo.

Eu quero aproveitar e desejar a todos vocês, um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de novas realizações, com muita saúde, perseverança e Esperança, que o ano de 2021 será melhor do que foi este ano que irá se encerrar.

Obrigada a todos que me acompanharam nas minhas maluquices, pois o combustível para eu continuar ainda mais maluca das ideias do que eu sou 🤭🤭🤭, são vocês e espero vê-los novamente em 2021, pois com Fé em Deus, no dia 05/01/2021 estarei de volta.

Agora vamos ao capítulo, não é mesmo🤭🤭🤭!

Tensão! Essa é a palavra que define o momento desde que Christian chegou a Delicatessen. A atmosfera de repente ficou carregada, mesmo que seu toque em meu rosto tenha sido gentil quando sentou ao meu lado, assim como o beijo suave que recebi em meus lábios, no entanto eu consegui ver a irritação cintilar em seus olhos tempestuosos na mesma proporção que sua fala foi cortante ao responder ao Senhor Raymond, dizendo que pretendia continuar bem.

Não faço ideia do que seja, mas eu sei que algo está acontecendo e eu pretendo descobrir o que possa ser, pois essa não foi a primeira vez que ele agiu de forma tensa e irritadiça estando na presença daquele casal - que por alguma razão me faz bem estar na presença deles -, sendo que havia dito que eles eram boas pessoas.

No entanto eu passei muito tempo fora da Loja, mesmo que a Marta tenha me liberado e eu quisesse muito continuar conversando com eles e aproveitar um pouco a presença do Christian, mas eu preciso trabalhar para não dar motivos para ser repreendida pela Vanessa, por isso me despeço deles e saio da Delicatessen, encontrando com Taylor que está parado ao lado do carro igual um soldadinho de chumbo preso no lugar.

Dou uma risadinha por pensar nisso, mas aceno com a mão para ele que apenas me responde com um movimento de cabeça e eu entro na Loja, encontrando com Melissa olhando para o lado de fora, mas logo caminha na minha direção enquanto me analisa preocupada.

- Está tudo bem, Ana? O que eles queriam com você? E quem é aquele armário parado ao lado daquele carro que você acenou quando passou por ele? - Ela pergunta afoita e, eu sorrio para tranquiliza-la por ver a sua preocupação.

- Calma, Melissa, está tudo bem, eles queriam apenas me dar os pêsames pelo meu Tio, afinal, ele era Segurança da família deles e o conheciam há muito tempo. - Ela assente, mas continua me encarando. - E aquele é o Taylor, o Segurança do Christian. - Ela arregala os olhos e olha novamente para ele.

- Nossa! Que o seu namorado seja extremamente rico é fato, mas ele precisa andar com um homem daquele tamanho para fazer a Segurança dele? Qual é a profissão do Christian mesmo? - Dou risada do jeito que ela fala e nego com a cabeça.

- Ele é Engenheiro Naval, mas se você está achando um exagero por ver o Taylor, você precisa ver como é a Segurança para entrar na Empresa do Richard. - Ela assente e eu suspiro por me lembrar do motivo que me levou até a Empresa dele, mas tento jogar a tristeza de lado e começo a caminhar para o interior da Loja, sendo acompanhada por ela.

- Aconteceu mais alguma coisa? Estou te achando preocupada.

- Não sei, Melissa, mas o Christian estava estranho quando chegou a Delicatessen e me viu conversando com aquele casal. - Paro para pensar por um momento e me lembro de que não foi apenas ele que estava nervoso. - Pensando bem, quando ele chegou, o Senhor Raymond e a Senhora Carla também ficaram estranhos, e eu me pergunto se há algum problema com aquele casal?

- Você não sabe quem eles são?

- Sei apenas que eles são tios do William, o namorado da Eloise. - Ela assente e eu continuo. - E que o Tio Marco trabalhava para eles, além disso, eu não sei mais nada.

- Ana, aquele Senhor é chamado de "O Rei do Petróleo", pois é proprietário da maior Empresa Petrolífera do Mundo, tendo um Patrimônio que vale bilhões e ele é um dos principais clientes do Banco do meu pai, assim como os Grey. - Arregalo os olhos, pois eu não fazia ideia disso. - Eles são Raymond e Carla Ste...

- Já não basta o tempo que ficou fora da Loja, ainda tem que chegar e ficar jogando conversa fora? - Andrea a interrompe nos fazendo revirar os olhos, mas olhamos para ela, que está me encarando com desdém. - Anda, sua Sonsa, Marta está te chamando na sala dela.

- Escuta aqui, sua... - Seguro o braço de Melissa e nego com a cabeça para ela não se meter em confusão.

- Obrigada, Andrea, já estou subindo.

Ela não fala nada, mas se vira e sai rebolando com o seu costumeiro uniforme apertado. Eu olho para Melissa que mostra a língua, como se ela pudesse ver e dou risada pelo seu gesto infantil, mas dou de ombros e caminho na direção do elevador para ver o que a Marta quer comigo, pensando se irei levar uma bronca por ter faltado ontem e ainda não ter começado a de fato trabalhar, levando em consideração que meu expediente começou há mais de uma hora.

- Oi, Marta! Pediu para Andrea me chamar? - Entro em sua sala assim que recebo autorização depois de bater na porta e ela me recebe com um sorriso afetuoso, levantando-se e vindo me abraçar.

- Chamei sim, mas primeiro, como você está? - Ela se afasta e pega em minhas mãos. - Eu sinto muito pelo seu Tio, se você quiser ficar em casa eu... - Eu nego com a cabeça a interrompendo e respiro fundo, dando-lhe um sorriso triste por sentir o meu coração apertar.

- Está tudo bem, Marta. Estou sim triste por ter a confirmação da morte do meu Tio, mesmo que o meu coração estivesse se preparando para o pior, mas... - Engulo a nó que se formou em minha garganta e respiro fundo mais uma vez. - O meu Tio não iria querer que eu ficasse trancada dentro de casa me entregando as lágrimas, por isso eu decidi que irei ficar apenas com as boas lembranças dele e que onde ele estiver eu sei que estará olhando por mim, assim como o Padre Lutero. - Ela sorri e assente.

- Você está certa, perder alguém nunca é fácil, mas não podemos nos entregar a dor da perda, pois não é assim que faremos com que a pessoa continue em nossos corações. - Eu assinto e ela suspira, voltando a se sentar. - Então se você está bem para continuar na Loja, eu tenho um recado da Vanessa para você. - Faço um careta e Marta me olha compadecida. - Ela quer que você entre no cofre das joias, faça o inventário de todas, com código, Designer e coleção, além de fazer o rodízio dos expositores e, ela quer isso pronto no máximo em dois dias.

- Dois dias? - Arregalo os olhos e Marta me olha com pena.

- Eu tentei argumentar com ela, sabendo que isso é impossível, mas ela disse que na sexta-feira, quando voltar para a Empresa, quer tudo pronto. Eu sinto muito, Ana.

Deixo meus ombros caírem, pois fazer isso demanda muito tempo e geralmente o processo é feito por etapas e em dupla, durante uma semana inteira, por serem peças delicadas e de alto valor, mas assinto sabendo que isso é uma das punições dela por eu ter faltado ontem.

- Tudo bem, Marta, a culpa não é sua. - Sorrio para ela que me olha como se fosse à culpada. - Então é melhor eu começar logo, afinal, meu tempo é curto.

Conserto minha postura e dando-lhe mais um sorriso eu saio da sua sala, mas o meu sorriso some quando fecho a porta as minhas costas e suspiro, pois nem mesmo se eu passasse a noite toda trabalhando eu conseguiria concluir o que me foi ordenado. Pelo visto, o meu jantar com o Christian amanhã terá que ser adiado.

(...)

- Ana! - Assusto-me com a voz de Júlia, assim que saio do banheiro depois de jogar uma água no rosto.

Faz mais de cinco horas que estou trancada naquele cofre e sinceramente, não aguento mais ver joias na minha frente, o que é irônico, pois eu sempre gostei de ver a beleza e delicadeza delas, mesmo que eu não fosse uma pessoa tão apegada a esses acessórios, sendo que eu acredito que uma mulher não é melhor ou terá um valor maior por estar usando brincos, anéis, pulseiras e colares caros, mas que são peças lindas, isso eu não posso negar.

- Oi, Júlia! Eu pensei que todos já tivessem saído da Loja? - Ela nega com a cabeça se aproximando e só agora eu vejo que ela segura uma xícara na mão.

- Eu estava de saída, mas não consegui sair e deixar você sozinha. - Sorrio para ela e aceito a xícara que me é oferecida. - Eu preparei um chocolate quente para você, eu sei que você não lanchou e deve estar morrendo de fome, considerando que são mais de 20h00. - Eu arregalo os olhos e vejo a hora, constatando que são 20h25min.

- Droga! - Entrego novamente a xícara para ela que me olha assustada e corro para o vestiário, pegando o meu celular na bolsa, vendo que há oito ligações não atendidas do Christian. - Como eu pude me esquecer de que ele viria me buscar?

- Ana, está tudo bem? - Olho rapidamente para Júlia que está parada na porta do vestiário e, eu suspiro.

- Está sim, Júlia, não se preocupe, mas por causa do Inventário das joias eu esqueci que alguém viria me buscar hoje. - Ela assente e eu suspiro mais uma vez, antes de retornar sua ligação que é atendida no primeiro toque.

- Anastásia, está tudo bem? - É a primeira coisa que ele pergunta, no momento que atende a ligação.

- Está tudo bem, sim, desculpe-me por não avisar, Christian, mas não poderei sair da Loja agora.

- Por quê? Aconteceu alguma coisa? - Sento-me no puff e suspiro mais uma vez.

- Não! Não aconteceu nada, só preciso concluir um Inventário até quinta-feira a noite e não estou nem perto de chegar à metade. - Falo frustrada e ouço-o soltar um suspiro depois de alguns segundos em silêncio.

- Tudo bem, eu estarei aqui fora te esperando.

- Não precisa, Christian, pode ir para casa descansar. Eu pego um táxi assim que terminar. - Bom, terminar de adiantar, completo apenas para mim.

- Leve o seu tempo, mas estarei aqui quando sair. - Reviro os olhos mesmo que ele não possa ver, mas outra faceta sua é revelada, a teimosia.

- Me dê só alguns minutos que estarei aí. - Despeço-me dele e sorrio, pois apesar de perceber que além de ele não gostar de ser contrariado, também é muito teimoso, mas eu gosto da sensação de estar sendo protegida por ele.

- Hum, esse sorriso aí é de quem está mais do que apaixonada. - Olho para Júlia que se aproxima e senta-se ao meu lado.

- Obrigada. - Agradeço pegando a xícara de suas mãos e bebo um gole do chocolate quente que ela teve o trabalho de preparar. - Eu estou mesmo, Júlia, muito apaixonada. - Solto um suspiro sonhador, pensando no meu Príncipe de olhos cinza e, o sorriso dela se expande, mas vejo um pouco de tristeza em seus olhos verdes. - E você, já se apaixonou alguma vez? - Ela me dá um sorriso triste e assente.

- Quando eu tinha 13 anos, minha mãe começou a trabalhar para um casal já de idade, eles tinham três netos que sempre os visitavam nos finais de semana com os seus pais. - Eu assinto e bebo mais um pouco do conteúdo da minha xícara. - O caçula era um ano mais novo do que eu, mas era um amor de pessoa, apesar de sofrer nas mãos da avó porque ele se comportava diferente por estar descobrindo sua sexualidade. - Ela olha para as mãos e começa a torcer seus dedos num gesto nervoso, mas continua. - Nos tornamos amigos, assim como a irmã dele, que era mais velha do que eu, um ano. No entanto, o irmão deles, já tinha 17 anos, rebelde, gostava de beber e sair com os amigos, mas ele era simplesmente lindo com seus cabelos castanhos escuros, pele clara e olhos azuis e, sempre que eu o via, o meu coração acelerava e minhas mãos suavam a ponto de eu ficar desconcertada na presença dele.

- Ele foi um idiota com você e não correspondeu os seus sentimentos? - Ela nega com a cabeça.

- Não. Na verdade, ele nunca soube que eu me apaixonei por ele. - Fico confusa e ela sorri, baixando o olhar. - Apesar de ele ser todo rebelde, relutante em entrar na Universidade e às vezes chegar bêbado na casa da avó para os pais não verem o seu estado, ele era muito gentil e sempre defendia o irmão caçula das provocações da avó e isso durou por quase dois anos, mas por eu ser a filha da Empregada, eu não tinha nem mesmo coragem de chegar perto dele, para falar a verdade, mas os seus irmãos descobriram que eu estava apaixonada e numa de nossas conversas, a avó deles ouviu. - Arregalo os olhos imaginando onde essa história vai parar. - Numa noite, eu estava sem sono e fiquei no jardim olhando para as estrelas e sonhando com o meu Príncipe Rebelde - Ela dá uma risadinha e uma lágrima desliza por sua face, que seca rapidamente. - E quando de repente, eu me assusto com o portão da casa batendo e no momento que eu olho para ver quem havia chegado, o vejo, tropeçando em seus próprios pés de tão bêbado que estava, e eu não pensei nos meus atos, quando o ajudei a entrar na casa, a subir as escadas e entrar no quarto dele, o colocando na cama, mas quando eu saí do quarto, a avó dele estava me esperando do lado de fora e me chamou até a cozinha.

- Ela entendeu a sua atitude errada e brigou com você? - Perguntei com o coração apertado e seguro a sua mão, mas novamente ela nega com a cabeça.

- Ela viu tudo, desde o momento que eu entrei na casa com ele, mas ela disse que apesar de eu ser uma boa menina e gostar muito da minha mãe, eu não era boa o suficiente para o neto dela que tinha um futuro promissor pela frente. Ela me falou que já havia percebido a forma que eu olhava para ele, mas que não poderia permitir que uma menina pobre e negra, fosse vista pelo neto além da filha da Empregada e, com isso, na manhã seguinte, ela pagou tudo que devia a minha mãe, dando um extra bem generoso pela dispensa tão repentina e simplesmente nos colocou para fora. E depois disso, eu nunca mais vi os meus dois amigos e muito menos ele, o meu primeiro amor da adolescência.

- Eu sinto muito, Júlia. - A abraço de lado e ela sorri negando com a cabeça.

- Não sinta, eu já superei isso, Ana, mas não vou negar que isso tenha me machucado na época, pois por minha causa a minha mãe também foi prejudicada e eu, bom, eu nunca mais me permiti me apaixonar por ninguém por medo de ser novamente rejeitada por ser negra e pobre.

- Júlia, ser pobre não é nenhum defeito e muito menos ser negra, pois não é isso que qualifica uma pessoa e muito menos que determina o valor que ela tem, além de você ser linda e tenho certeza que muitos homens estariam correndo atrás de você se você desse uma chance. - Ela dá uma gargalhada e se levanta.

- Obrigada por me ouvir Ana, mas eu vou te ajudar a organizar as coisas para sairmos, pois você disse ao seu Príncipe que estaria saindo em alguns minutos e demoramos muito tempo conversando. - Levanto-me também e olho no relógio vendo que são quase 21h00 e, eu aceito a sua ajuda para sairmos o quanto antes.

No entanto, algo em meu coração me diz que a Júlia também vai encontrar seu Príncipe Rebelde, da mesma forma que eu encontrei o meu, só espero que em situações menos dolorosas do que foi a minha, mas eu sinto também que preciso ajuda-la de alguma forma. Não por achar que ela seja incapaz de fazer as coisas, por si mesma, mas se eu puder, irei ajudar, só não sei ainda como irei fazer isso.

(...)

- Oi, desculpe-me pela demora. - Falo assim que me aproximo de Christian, que me aguarda do lado de fora do carro.

- Tudo bem, eu esperaria o tempo que fosse necessário. - Ele segura a minha cintura e beija os meus lábios, mas eu me afasto um pouco envergonhada e olho para Júlia, que está olhando para os próprios pés, talvez tão envergonhada quanto eu.

- Hum, essa é minha amiga, Júlia, ela se disponibilizou a ficar comigo, para que eu não ficasse sozinha na Loja. - Júlia levanta a cabeça e dá um sorriso envergonhado. - Júlia, esse é o Christian o meu...

- Muito prazer, Júlia, eu sou o namorado da Anastásia. - Ele me interrompe, completando o que eu não saberia responder ao certo, enquanto estende a mão que ela aceita.

- O prazer é todo meu. - Ela solta a mão dele e arruma a bolsa no seu ombro, olhando para o lado, antes de voltar a sua atenção para nós. - Eu... Eu vou indo, Ana. Está tarde e o ônibus deve estar quase passando. Até amanhã.

- Nós a levaremos até a sua casa, Júlia, como você mesmo acabou de dizer, está tarde para ficar esperando o ônibus passar. - Christian fala de forma gentil e olho para ele sorrindo, pois eu ficaria mais tranquila sabendo que ela não ficará sozinha no ponto de ônibus.

- Ah, não! Não precisa mesmo. Estou acostumada, além do mais, eu moro muito longe daqui, não se preocupem. - Olho para Júlia que está muito envergonhada e até imagino o que possa ser, pois ela mora num bairro tão simples como o que eu moro.

- Júlia, você está indo embora nesse horário por ter ficado comigo, deixe-nos levá-la até a sua casa?

- Não precisa Ana, não irei tirá-los do caminho de vocês, está tudo bem. Eu fiquei por eu quis ficar, não precisa se preocupar. - Ela sorri e eu nego com a cabeça.

- Taylor, chame um táxi para a Senhorita. - Christian fala para Taylor que está do outro lado e imediatamente ele está com o celular na orelha, no entanto, antes que Júlia recuse, ele a interrompe. - Se você for de táxi, eu tenho certeza que a Anastásia ficará mais tranquila, sabendo que você chegará a sua casa em segurança. - Ela me olha e eu assinto com um sorriso.

- Tudo bem, obrigada.

Ficamos alguns minutos aguardando o táxi chegar e vejo Taylor entregar uma nota de $ 100,00 (Cem Dólares) ao taxista, após conversar com ele. Eu arregalo os olhos pelo exagero, mas não falo nada, pois não quero deixar a Júlia constrangida e, após nos despedir ela entra no carro e segue o seu caminho, onde fazemos o mesmo, no entanto eu consigo sentir que Christian está tenso com alguma coisa e muito calado, apesar de continuar acariciando a minha mão - o que eu percebi ser um hábito que ele está adquirindo quando estamos no carro -, e logo estamos chegando a casa dele.

- Ana, eu sei que você deve estar cansada, mas eu gostaria de conversar alguns assuntos com você. - Ele fala antes de entrarmos na casa e eu olho para ele sem entender, mas vejo apreensão em seus olhos.

- Aconteceu alguma coisa, Christian? - Ele sorri de lado e acaricia o meu rosto, negando com a cabeça.

- Não aconteceu nada, pelo menos não que você precise se preocupar, mas... Você gostaria de tomar um banho antes do jantar para podermos conversar? - Ele se interrompe e muda de assunto, me deixando desconfiada, mas assinto, afinal, estou mesmo cansada de ficar enfiada dentro daquele cofre com todas aquelas joias. - Certo, vamos entrar e subir, assim que terminar, estarei na sala te esperando.

- Tudo bem. - Ele abre a porta com uma mão, enquanto a outra segura a minha e entramos na sala, onde encontramos Caleb jogado no sofá, que deve estar no seu terceiro sono com a TV ligada.

- Vai subindo, que vou acordar aquele irritante, ele não muda nunca esse hábito de dormir no sofá. - Christian fala com uma carranca, apesar de eu ver que não está irritado. Ele beija a minha testa e segue na direção do sofá. Eu caminho para subir as escadas, ouvindo-o falar com o irmão. - Caleb! Acorda, Caleb! - Sorrio ouvindo os resmungos dele e imagino que deve estar cansado, pois hoje foi seu primeiro dia de trabalho no Hospital. - Caleb, eu vou te deixar dormir no sofá se você não levantar agora.

Dou uma risadinha, por ver que Christian perde a paciência com muita facilidade e termino de subir os degraus, mas não consigo deixar de pensar sobre o que ele quer conversar comigo, pois o assunto parece ser sério, no entanto eu dou de ombros e entro no meu quarto, afinal, não conseguirei adivinhar o que possa ser se ele não me falar.

(...)

Depois de tomar um banho, procuro algo para vestir na minha mala e suspiro, vendo que preciso lavar as minhas roupas, ou melhor, terei que buscar mais roupas na minha casa, apesar de saber que eu preciso ir embora, mesmo eu não querendo de fato ir.

Eu sei que não poderei ficar aqui por muito mais tempo, mas me sinto tão bem estando com o Christian e sua família, que sinto como se eles fossem a minha própria família, mesmo que eu sinta muito a falta da tia Ângela, mas ela tem o seu trabalho e se ela permitir, logo terá o Matteo em sua vida e eu não posso de forma alguma, prendê-la a mim.

Eu sou uma mulher de 20 anos, que tem que aprender a se virar sem ter que dar trabalho a mulher que me criou como sendo sua filha, no entanto estando em nossa casa eu me sinto tão sozinha, mesmo quando a Thaís está em casa, o que confesso que é melhor ficar de fato sozinha, sendo que ela não perde a oportunidade de me ofender e tentar me provocar o tempo inteiro. Eu sei! Estou sendo dramática em reclamar dela, mas essa é a verdade e a culpa da nossa convivência ser ruim, com toda certeza não é minha.

Suspiro mais uma vez e depois de separar as minhas roupas sujas para poder lavar, eu pego um dos últimos vestidos limpo que tenho, apesar de ser longo, com duas aberturas laterais que vai até os joelhos, é bem simples, soltinho no corpo, frente única que prendo com um laço no pescoço e que me deixa bem à vontade.

Prendo o meu cabelo em um coque bagunçado, passo o meu perfume, aperto minhas bochechas para dar uma cor e saio do quarto, descalça mesmo - estou com preguiça de calçar sandálias, me julguem, mas estou cansada -, desço as escadas e assim que chego à sala, vejo Christian sentado no sofá, usando moletom e camiseta, com a cabeça jogada para trás apoiada no encosto do sofá, com os olhos fechados.

Penso se eu demorei muito, a ponto de ele dormir enquanto me esperava, mas desisto de pensar nisso e aproveito para observá-lo por um momento, vendo o quanto ele é lindo. Suspiro igual uma boba apaixonada - o que sou mesmo -, me aproximo lentamente e acaricio o seu rosto e o vejo sorrir, fazendo-me sorri também, mas não tiro a minha mão e continuo com a carícia em sua pele.

Ele abre seus olhos, que não estão mais carregados com aquela sombra escura que vi por diversas vezes, fica me encarando e eu fixo os meus olhos nos seus. Ele pega a minha mão que está em seu rosto e leva aos lábios, para em seguida me puxar fazendo-me cair em seu colo e sem querer solto um gritinho pelo susto que levei, mas acabo dando risada da sua atitude.

- Você é linda, Anastásia. - Ele acaricia o meu rosto e eu sorrio. Fecho os olhos inclinando-me para o seu toque, mas os abro em seguida e toco novamente o seu rosto.

- Você também é lindo. - Ele sorri de lado e beija a palma da minha mão, colocando novamente no seu rosto, mantendo a sua sobre a minha, soltando um suspiro. No entanto eu me dou conta que estou em seu colo, arregalo os olhos e tento me levantar.

- Não se levante e não precisa ficar envergonhada. Eu não farei nada que você não queira, mas eu quero apenas te sentir assim, pertinho de mim. - Assinto e me aconchego melhor em seu colo e apoio a cabeça em seu ombro. - E, além disso, nós somos namorados.

- Somos? - Levanto a cabeça e encaro os seus olhos e o vejo ficar com o rosto corado e dou risada, por ver que ele é muito fofo, quando está relaxado.

- Sim, somos, mas eu ainda farei o pedido da forma correta, no entanto eu não quero que você hesite quando for me apresentar para alguém, como aconteceu hoje com a sua amiga. - Eu assinto e sorrio, mesmo sentindo o meu coração acelerado por ouvir suas palavras, mas deito a cabeça novamente em seu ombro e ele me aperta em seus braços. - Me desculpe por hoje de manhã. - Fico sem entender, mas não falo nada, esperando para ver o que ele irá dizer. - Eu... Eu quero me abrir com você, quero que você saiba tudo sobre mim, mas me dê apenas mais um tempo, pois esse é um assunto que eu não gosto de relembrar. - Eu suspiro por me lembrar do que ele está falando e me sento melhor em seu colo. Pego o seu rosto entre as minhas mãos, fazendo com que ele fixe seu olhar no meu.

- Eu já nem lembrava mais disso e entendo que você precisa ter o seu tempo. - Ele não fala nada, mas fica olhando entre os meus olhos e minha boca, mas ignoro as borboletas no meu estômago e continuo falando, enquanto acaricio o seu rosto com os polegares. - Eu que tenho que me desculpar por ter sido invasiva, no entanto eu tenho um grande defeito, pois eu sou muito curiosa e eu sei que alguma coisa aconteceu a ponto de machuca-lo e que talvez ainda o machuque...

- Não! O que aconteceu não me machuca, não mais, mas me deixa... Envergonhado. - Me aproximo e dou um selinho em seus lábios, quando vejo seus olhos começarem a nublar.

- Tudo bem, não precisa falar sobre isso agora, quando você quiser conversar, estarei aqui, mas não vou negar que eu tenha ficado um pouco magoada.

- Eu sei. - Ele me puxa dando um beijo em meus lábios para me aconchegar em seus braços novamente. - Por isso eu quero que você me desculpe, por eu ter sido ríspido e... Frio com você. - Novamente eu assinto e suspiro.

- Se você precisa ouvir então tudo bem, está desculpado. - Nesse momento, meu estômago resolve me fazer passar vergonha, quando se manifesta e ele dá risada, se levantando comigo ainda em seu colo, me levando para a cozinha, fazendo-me segurar firme em seu pescoço.

- Vamos comer que eu ainda preciso falar com você. - Eu sorrio e ele me coloca no banco que fica no balcão da cozinha, onde vejo dois lugares postos e assim, num clima agradável desfrutamos do nosso jantar.

(...)

Depois de jantarmos, vejo que o clima agradável, começou a ficar estranho, pois Christian assumiu uma postura tensa, onde começou me olhar de forma preocupada, mas eu suspiro e pego em sua mão sobre o balcão.

- Christian, seja o que for que você tenha para me falar, simplesmente fale. - Ele suspira e assente, eu dou um sorriso e levanto-me pegando os pratos do balcão e começo a lavá-los na pia, mas o ouço ofegar assim que me viro de costas para ele. Eu volto a olhá-lo, vendo-o com os olhos arregalados. - Christian, está tudo bem? - Ele se levanta e para as minhas costas, tocando num ponto que eu sei muito bem o que possa ser, pois eu tenho uma marca de nascença no formato de uma folha aberta.

- Essa marca. - Ele fala mais para ele do que para mim, mas o ouço por ele estar bem próximo e eu sorrio.

- Ah isso! É uma marca de nascença. - Ele tira o copo que eu lavava das minhas mãos e as enxagua, tirando a espuma. Ele fecha a torneira, me virando para ficar de frente com ele e o vejo engolir em seco.

- Vamos para o quarto, pois eu... Eu não iria tocar mais nesse assunto hoje, mas não irei conseguir ficar calado, não depois de ver a sua marca. - Fico confusa, mas o sigo, quando ele pega na minha mão. Subimos as escadas e caminhamos na direção do meu quarto, onde ele se senta de frente para mim no sofá que há no quarto e respira fundo. - Ana, você nunca soube nada dos seus pais? - Acho estranho ele tocar nesse assunto, mas o respondo assim mesmo.

- Não. Quando eu era pequena, eu sempre perguntava para a Tia Ângela e o Padre Lutero se eles sabiam onde eles estariam, mas eles sempre falavam a mesma coisa, que não, mas sempre diziam que eles não haviam me abandonado como a Thaís falava, pois ela na intenção de me machucar, falava que eu fui jogada no lixo. - Dou de ombros, pois hoje essas palavras dela não me machucam mais e o vejo fechar o semblante numa carranca.

- Como pode uma pessoa ser tão cruel assim com uma criança? - Ele fala sério e eu nego com a cabeça.

- Está tudo bem, pois eu não acredito nela, mesmo que quando eu era pequena isso tenha sim me machucado, mas ainda preciso ouvir deles o motivo para terem me abandonado, isto é, se eles um dia aparecerem, o que acho pouco provável, pois não moro mais em Portland. - Dou de ombros e ele nega com a cabeça, mas não fala nada sobre isso.

- E o seu Tio? Ele nunca tocou nesse assunto com você também? - Penso por um momento, mas lembro-me de uma conversa que tivéssemos uma vez.

- Quando eu tinha uns 8 anos, não me lembro com certeza, eu perguntei se ele sabia onde eu poderia encontrar os meus pais, pois eu sempre quis ter um pai e uma mãe, como os meus coleguinhas da escola. - Ele assente, mas não fala nada. - Nesse dia, ele ficou bem triste antes de me responder, que não poderia trazê-los para mim por enquanto, mas que gostaria que eu o perdoasse por tudo, pois o que ele fez e ainda faria seria para a minha segurança. - Paro para pensar em suas palavras, pois não fizeram sentido naquela época que eu não entendia nada e continua não fazendo. - Ele sempre vivia me pedindo perdão, mas eu nunca entendia o porquê, mas ele sempre mudava de assunto e este, ficava no esquecimento por um tempo. - Ele me olha e suspira pesadamente, fazendo-me apertar a sua mão que está segurando a minha. - O que está acontecendo, Christian? Por que essas perguntas agora?

- Ana eu... Você gostaria de conhecer os seus pais e saber o que de fato aconteceu?

- Claro que sim. Isso é uma das coisas que todo ano eu pedia nos meus aniversários, como se isso fosse de fato se realizar, mas nunca realizava. No entanto eu gostaria sim de conhecê-los e saber o motivo deles terem me abandonado.

- Se eu disser que eles não te abandonaram você acreditaria em mim?

- Como assim? O que você quer dizer com isso? - Analiso as suas palavras e arregalo os olhos, sentindo o meu coração parar de bater por um momento e retomar suas batidas com força total no meu peito. - Christian, você... Você sabe quem são os meus pais? Como você os encontrou? - Ele suspira e aperta as minhas mãos nas suas.

- Ana, eu pensei em várias maneiras de te falar isso, mas não vejo motivos para enrolar mais com esse assunto. - Eu assinto e sinto os meus olhos marejarem. - No entanto, a princípio eram apenas suspeitas, mas todas elas se transformaram em provas concretas e, apesar de eu não ter dúvidas, ver a sua marca de nascença me fez ter 100% de certeza.

- Por... Por quê? - Ele sorri de lado e acaricia o meu rosto, secando uma lágrima que deslizou sem eu perceber por minha face.

- Porque o seu pai, tem essa mesma marca, no mesmo lugar que você.

Ele fala delicadamente, mas solto suas mãos e levanto-me do sofá, olhando para ele incrédula, sentindo a minha respiração irregular e o meu coração acelerar ainda mais se isso é possível, me causando falta de ar, mas puxo o ar com força percebendo que a falta de ar se deu por eu segurar a respiração. Ele se levanta e me abraça, onde seguro firme em sua camiseta, buscando a verdade em seus olhos.

- Você... Você não... Não está brincando comigo, está? - Pergunto entre uma expiração profunda e outra, tentando buscar ar para os meus pulmões e ele nega com a cabeça, me olhando preocupado.

- Ana, respire devagar. - Ele pega o meu rosto entre suas mãos e faço o que ele pede, mas sinto todo o meu corpo tremer. - Fique calma, se você não se acalmar, não poderemos continuar a falar sobre isso. - Eu nego com a cabeça e inspiro e expiro novamente.

- Não, por favor. - Eu nego novamente com a cabeça e ele me abraça apertado. - Eu... Eu preciso saber Christian. - Ele se senta no sofá e me faz sentar em seu colo, onde me mantém cativa em seus braços e isso de alguma forma me acalma.

- Sim, Ana, eu sei quem são os seus pais e você também já esteve com eles, duas vezes. - Sinto o meu corpo congelar quando a compreensão me bate.

A forma carinhosa quando ela tocou o meu rosto na primeira vez que me conheceu. O abraço protetor que recebi quando ele me abraçou na Empresa do Richard. A forma confortável que eu me senti estando na presença deles. Os olhos marejados quando me viram a primeira vez. O nervosismo quando Christian chegou naquela Delicatessen, mas eu preciso ouvir. Eu preciso ter certeza que eu não estou sonhando ou imaginando coisas.

- Os... Os meus pais... - Tento engolir o nó que se formou em minha garganta e respiro fundo para continuar. - Os meus pais... É aquele casal não é? O Senhor Raymond e a Senhora Carla são os meus pais? - Ele me afasta do seu peito e me faz olhar em seus olhos, beija a minha testa e assente, antes de responder.

- Sim, Ana, eles são os seus pais. - Permito que o choro entalado em minha garganta se rompa, assim como as lágrimas que deslizam por minha face sem que eu consiga controlá-las. - Eles são Raymond e Carla Steele.

Christian me aperta em seus braços, me permitindo chorar. Permitindo-me colocar para fora toda a dúvida se algum dia eu iria encontrar os meus pais. Permitindo-me jogar fora o receio deles não terem me amado e por esse motivo me abandonaram, mas que agora eu saberei os motivos que nos separaram por todo esse tempo, mas o principal, eu choro por medo se eles irão de fato me aceitar e se um dia irão me amar.

Ai minha Nossa Senhora da fofura acumulada 🥰🥰🥰! Eu não consigo me aguentar com tanto que esse homem é fofo! Eu quero ele para mim! Alguém me dá um homem desse 🤭🤭🤭?

Ai meu Deus! A verdade foi revelada 😱😱😱! Eita que estou curiosa para saber o que a Ana vai fazer 😱😱😱! Mais alguém na mesma situação 😏😏😏? Ano que vem saberemos!

Feliz Natal e Um Próspero Ano Novo a todos 🥂🥂🥂!!!


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