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Capítulo - 40

Hábitos recém-adquiridos geralmente são difíceis de ser abandonados e o meu lado frio às vezes toma a melhor no meu temperamento, mas dessa vez, fez com que eu me sentisse mal pelo alvo da minha impulsividade ter sido a Anastásia. Ver a mágoa estampada em seus olhos junto à tristeza por causa do seu Tio fez o meu coração se apertar, por saber que quem a magoou fui eu, mas infelizmente o assunto "Débora" não é um tema que eu desejo discutir assim que acordo, depois de mais uma excelente noite de sono.

E sinceramente, não sei se um dia eu estarei pronto para falar o quanto eu fui um idiota manipulável, que virou as costas inclusive para a minha família e principalmente para os meus irmãos que sempre estiveram ao meu lado e que jamais seriam capazes de me prejudicar, por causa de uma mulher que eu acreditei um dia ter amado, mas que hoje, eu percebo que de fato eu nunca a amei e muito menos cheguei a me apaixonar verdadeiramente por ela.

Talvez quem me ouvir falando isso, possa acreditar que seja por despeito ou amargura de um coração que foi quebrado, o que de fato foi, no entanto não pelo motivo de tê-la amado e sim por eu não ter conseguido enxergar o que estava nítido bem diante dos meus olhos e principalmente, por hoje eu saber o que é estar realmente apaixonado.

Hoje eu consigo perceber a diferença sempre que recebo um sorriso não apenas daqueles lábios rosados, mas que vem acompanhado com o brilho daqueles olhos azuis cristalinos e suas bochechas coradas fazendo o meu coração, que eu acreditei ter deixado de existir por quase três anos, bater tão desgovernado a ponto de quase me sufocar. Ou quando sinto o toque de suas mãos suaves tocarem a minha pele, acariciando o meu rosto ou puxando os cabelos da minha nuca sempre que a tenho em meus braços, enquanto sinto o sabor adocicado de seus lábios.

No entanto, eu consigo sentir também o impacto do seu afastamento - mesmo que delicado - quando me deixou sentado na cama e entrou no banheiro sem nem mesmo olhar para trás, por mais uma vez eu ter sido ríspido e frio sempre que o meu passado é mencionado.

- Porra! Você é um idiota, Christian.

Amaldiçoo a mim mesmo, assim que a porta do banheiro é fechada e levanto-me irritado comigo mesmo, saindo do quarto e caminhando para o meu. Entro no banheiro, retiro a minha camiseta e a jogo no cesto com raiva, encarando meu reflexo no espelho e respiro fundo, onde consigo ver não mais a imagem da casca de um homem, vazio e que se afundava ainda mais na escuridão, mas um homem que está com o coração apertado por saber que magoou a Menina-Mulher que a cada dia que passa se torna ainda mais importante na minha vida.

Respiro fundo mais uma vez, retiro o restante das minhas roupas e começo a tomar o meu banho, tendo a certeza que, se eu quero fazer com que o meu relacionamento com a Anastásia dê certo, eu preciso deixar o passado exatamente aonde ele pertence, por mais que a minha vontade seja que ele nem sequer tivesse existido, mas infelizmente isso é impossível, no entanto eu posso fazer com que o meu presente seja transparente, para que o meu futuro seja sólido e não construído numa base irregular e incerta e, antes de falar sobre os meus fantasmas eu preciso contar a Ana que os seus pais estão mais próximos do que ela possa imaginar.

Assim que termino de me arrumar, saio do meu quarto encontrando o de Ana vazio e suspiro frustrado e preocupado por imaginar que ela possa ter ido para a Universidade sozinha, além de ainda estar magoada comigo e isso me deixa apreensivo num nível nunca antes sentido por mim e, confesso que essa sensação de ser abandonado por ela não me agrada em absoluto.

Balanço a cabeça para espantar esses pensamentos, pois eu não sou mais um adolescente inseguro - e imaturo -, afinal, sou um homem de quase 26 anos e Anastásia não é como outras mulheres que tive o desprazer de conhecer, fato que não me orgulha em nada pela quantidade delas que passou por minha cama, melhor dizendo, que passei pela cama delas, mas ela é diferente, pura, transparente e especial a ponto de estar dominando não apenas a minha mente, mas principalmente o meu coração que voltou a bater e se aquecer como eu jamais pensei que alguém seria capaz de alcança-lo.

- Bom dia, irmão! - Encontro com Caleb assim que chego às escadas e vejo que ele está pronto para seguir para o Hospital.

- Bom dia. - Ele me analisa e para na minha frente cruzando os braços, não permitindo que eu desça as escadas.

- O que você aprontou?

- Do que você está falando? - Ele me dá um de seus sorrisos debochados e busca o meu olhar, que desvio para um ponto qualquer no corrimão das escadas.

- Respondendo-me com outra pergunta e evitando contato visual. Além de estar com cara de cachorro que caiu da mudança. - Ele afirma e coloca a mão no queixo, mas continua sorrindo. - Qual foi à merda que você fez agora? - Ele arregala os olhos e se aproxima. - Não me fala que você já perdeu a namorada antes mesmo de oficializar o pedido?

- Não seja idiota, Caleb. Eu preciso descer antes que Anastásia siga para a Universidade sozinha. - Tento passar por ele, mas ele bloqueia a minha passagem, começando a me irritar. - Caleb, saia da minha frente. - Falo entredentes, mas ele me ignora e continua no lugar.

- Christian, eu te conheço e consigo sentir que você está apreensivo com alguma coisa, o que aconteceu? - Eu fico em silêncio e ele suspira antes de colocar as mãos em meus ombros para que eu possa encarar seus olhos. - Seja o que for você tem que aprender a se abrir, pois ficar calado guardando o que te incomoda apenas para você, não vai resolver os seus problemas, pelo contrário, pode causar outros maiores por provocar mal-entendidos. - Suspiro por ele me conhecer tão bem como o conheço e essa ligação de gêmeos me irrita às vezes. Eu olho no relógio vendo que ainda é cedo e volto a encará-lo.

- Anastásia me questionou sobre... Enfim, sobre o meu passado. - Ele assente por saber o quanto isso me incomoda, mas não fala nada. - Eu fui ríspido com ela, sem que essa de fato tenha sido a minha intenção e isso fez com que ela ficasse magoada comigo. - Ele fica em silêncio por um momento, apenas me analisando.

- Eu sei o que está passando na sua cabeça, mas de antemão eu aviso que a Ana não guarda mágoa de ninguém, nem mesmo de quem ela deveria. - Ele faz uma careta eu imagino que ele esteja falando da Thaís. - E eu tenho certeza que muito menos de você, pois de alguma forma ela sente que alguma coisa tenha acontecido no seu passado, mas ela sabe respeitar o espaço das pessoas, da mesma forma que ela não desistiria de você apenas por essa razão, pois aquela peste está mesmo apaixonada por você. - Fico em silêncio, mas nem um pouco surpreso por ele saber o que eu estava pensando. - No entanto, meu irmão, você vai ter que se abrir com ela, primeiro para se libertar de vez dessa sombra que te incomoda e faz o seu humor que já não é bom, azedar ainda mais. - Faço uma carranca e ele sorri. - Segundo, pois você já percebeu o quanto aquela coisinha é curiosa, mas principalmente porque ela é tão transparente quanto você e para vocês darem certo, o diálogo e a sinceridade é essencial para que possam ter um futuro, pois não seria nada agradável se ela soubesse isso por outra pessoa que não fosse você, a menos que você não estivesse a levando a sério. - Ele fica sério de repente e eu nego com a cabeça.

- Você melhor do que ninguém sabe que se eu não estivesse realmente apaixonado por ela, eu jamais teria me aproximado e muito menos permitiria que ela se aproximasse de mim. - Ele assente satisfeito com a minha resposta e volta a sorrir. - Mas... Não é fácil para eu falar sobre isso, Caleb, não porque eu tenha algum sentimento por aquela mulher, mas... - Suspiro e sou sincero com o meu irmão. - Porque aquilo me deixa envergonhado de ter sido feito de idiota, por ter servido apenas como um investimento financeiro nas mãos de uma mulher ardilosa, fazendo com que eu me tornasse esse homem que eu sou hoje. - Ele assente e vejo tristeza em seu olhar.

- Christian, você não tem que se envergonhar pelas atitudes vis de uma mulher que não tinha caráter, pois você foi apenas uma vítima naquela história, no entanto o homem que eu vejo hoje, o homem que está aqui na minha frente, continua sendo o mesmo, apenas mais forte do que foi antes. - Sorrio de lado, por ouvir a sinceridade em suas palavras e não apenas uma forma de me confortar. - Mas você precisa contar. Não porque isso vá interferir na relação de vocês e muito menos no futuro, mas para ela saber que você confia nela. Para ela saber que você irá contar com ela quando algo te incomodar e quando precisar de conforto, da mesma forma que ela recorrerá a você quando ela precisar e, a prova disso, foi ontem, meu irmão, quando antes de obedecer ao homem que ela respeitava e amava como um pai, correu para os seus braços buscando o conforto e a certeza que ela precisava para continuar em Seattle. - Analiso as suas palavras e assinto, pois ele está certo.

- Obrigado, irmão. - O abraço e a princípio ele se assusta, mas retribui em seguida. - Eu só preciso de um pouco mais de tempo, mas irei me abrir com ela, pois se ela é a mulher que Deus colocou para ser de fato minha, para ser a metade da minha alma que estava perdida, eu não quero segredos entre nós. - Me afasto e vejo os seus olhos marejados por minha atitude, mas ele logo disfarça com suas frases sarcásticas e sorriso debochado como sempre.

- Se ela for? Eu tenho certeza que Deus preparou aquela peste sob medida para você, pois são dois irritantes, com a diferença que uma é doce feito mel e outro azedo como limão. - Nego com a cabeça e dou um soco em seu braço. - Viu só? Além de azedo é violento. - Eu não falo nada, apenas reviro os olhos e passo por ele, que me acompanha descendo as escadas, mas novamente ele interrompe os seus passos segurando o meu braço e olho para ele sem entender encontrando-o sério. - Não tenha medo de se entregar nessa relação, Christian, pois agora eu sinto que você vai ser verdadeiramente feliz, pois aquela peste é sim a mulher certa para você. - Sorrio de lado novamente e assinto e, voltamos a descer as escadas e nos direcionamos para a cozinha, assim que ouvimos Lola e Ana conversando.

- Não precisa se preocupar Lola, eu guardei em sacos plásticos e estão na minha mala, mas as lavarei amanhã, quando eu voltar para a minha casa. - Caleb arregala os olhos e me encara, eu engulo em seco sentindo o meu coração novamente acelerar por imaginar que ela irá voltar para a sua casa.

- Vou tomar café da manhã no caminho do Hospital e boa sorte com aquela peste, pois ela é bem teimosa quando quer. - Ele fala baixinho e bate a mão no meu ombro seguindo para a sala e eu respiro fundo e entro na cozinha assustando-a e vejo que ela estava de fato pronta para sair de casa, como eu havia imaginado.

De fato ela é mesmo teimosa, mas não tiro a sua razão, afinal, conversamos antes que ela iria passar apenas alguns dias em minha casa, mas confesso que nem eu mesmo saberia que iria ficar tão dependente de tê-la em meus braços durante as noites e muito menos que eu me sentiria tão confortável em dormir com uma mulher - principalmente com uma que ainda não tive sexo -, na mesma cama depois de todo esse tempo não fazendo isso.

Porém eu precisei falar parcialmente sobre as mudanças que haverá em sua vida de agora em diante, não me aprofundando pela falta de tempo, mas pelo menos ela não tentou argumentar o porquê de ter um Segurança e mais uma vez, ela me surpreendeu com o quanto é madura e compreensiva e o quanto de fato o meu irmão está certo, pois ela confia em mim e eu preciso mostrar que também estou disposto a confiar nela, mas antes de trazer o meu passado que não é nada bonito à tona, preciso falar com ela, sobre quem de fato ela é e sobre os seus pais.

(...)

Durante o caminho até a Universidade, eu percebi o quanto ela estava calada, mas eu sei também que mesmo que ela seja forte, ainda está triste pela morte do seu tio e não forcei nenhuma tentativa de diálogo, onde apenas apreciei do toque de sua mão na minha e o seu perfume suave. Perfume este que me faz imaginar, como seria senti-lo direta da sua pele, rosada, suave e macia, enquanto a tenho embaixo de mim ou tendo-a agarrando aos meus cabelos e gritando o meu nome por eu estar saboreando-a, sentindo o seu gosto que tenho certeza ser tão doce como são os seus lábios.

Porra! Eu devo mesmo ser um pervertido de merda por desejar ter essa Menina-Mulher para mim em todos os sentidos, enquanto eu nem mesmo oficializei o nosso relacionamento como deve ser feito, mas eu não posso evitar, pois ela é linda e a sua pureza e inocência me fascina a ponto de esquecer que ela ainda não tem nenhuma experiência e, não vou negar que isso mexa ainda mais com a fera enjaulada dentro de mim por estar sem sexo desde que voltei do México.

Remexo-me desconfortável no banco do carro por ter a droga de uma ereção que não poderá ser aliviada tão cedo e respiro fundo algumas vezes de forma discreta tentando me controlar, não apenas a minha mente pervertida, mas o meu pau que parece ter perdido o controle apenas por ter essa mulher ao meu lado, porém agradeço por termos chegado a Universidade e sem conseguir evitar, toco o seu rosto trazendo os seus lábios de encontro aos meus, alimentando ainda mais a besta que está ansiosa para ser libertada, afastando-nos apenas quando o ar se faz necessário e, consigo vê-la com os olhos fechados, corada e ofegante, assim como eu.

- Que horas encerram as suas aulas? - Pergunto assim que consigo estabilizar a minha respiração e ela me olha confusa, mas responde a pergunta mesmo assim.

- Às 13h00. - Agora quem fica confuso sou eu, pois geralmente as aulas encerram às 16h30min, mas ela sorri e esclarece. - Depois que eu comecei a trabalhar eu não estou pegando as aulas da tarde, mesmo que isso me renda um tempo a mais na Universidade, pois o meu expediente na Loja se inicia às 14h00.

- Certo, então assim que a sua aula encerrar, o Taylor estará te aguardando na porta para te levar a Loja.

- Não precisa Christian, a Loja não fica tão longe e o ponto de ônibus fica a alguns metros da Universidade e não demora a passar.

- Tudo bem, mas o Taylor irá te levar assim mesmo. - Ela tenta recusar, mas beijo novamente os seus lábios e ela me encara com seus olhos azuis intensos. - Enquanto um Segurança não for designado a você, o Taylor irá te pegar depois da aula e no fim do seu expediente eu irei te buscar para irmos para casa. - Ela me analisa por um momento, mas suspira assentindo. - Conversaremos melhor sobre isso a noite, mas isso é para a sua segurança, Ana e qualquer coisa... - Pego o meu celular do bolso, busco o seu número na agenda e faço uma ligação para o seu. -... Ligue-me, eu acabei de ligar no seu celular, pois eu sei que você não tinha o meu número.

- Tudo bem, agora eu preciso ir. - Ela me olha e mesmo estando com as bochechas coradas, se aproxima dando um beijo casto em meus lábios, mas antes que ela se afaste eu seguro em sua nuca e aprofundo o beijo e encosto a minha testa na dela no momento que encerramos o beijo.

- Boa aula e até a noite. - Dou mais um beijo suave em seus lábios e me dando um sorriso ela sai do carro, assim que Taylor abre a sua porta. - Taylor, eu preciso que você coloque alguém para fazer a Segurança da Anastásia de forma discreta. Faça um resumo, sem se aprofundar no assunto por enquanto, mas que qualquer movimento suspeito eu quero ser avisado de imediato. - Falo assim que ele retorna para o carro e assume a direção colocando o carro em movimento. - Eu sei que nada aconteceu até agora, mas as medidas de segurança do Marco não foram sem fundamento e se ele os fez, foi por alguma razão e eu não pretendo brincar com a sorte deixando-a desprotegida, ainda mais depois do que aconteceu com ele. - Posso estar sendo paranoico, porém eu prefiro pecar pelo excesso a deixar que algo aconteça a ela.

- Considere feito, Senhor Grey. - Ele me olha pelo retrovisor e volta a falar. - Sobre a Senhorita Molina, o Segurança que ficou responsável para acompanhar os seus passos, me passou um relatório pela manhã e não há nada suspeito, pelo menos não que seja nocivo à segurança da Senhorita Steele. - Assinto e ele continua. - No entanto, ela retornou para casa no domingo embriagada e aparentemente drogada, pois segundo o relatório ela estava muito alterada quando foi deixada em casa por um carro luxuoso, mas não se preocupe que já foi feito a verificação da placa e pertence a Joseph Baxter.

- Joseph Baxter? O Empresário conhecido do ramo da Tecelagem? - Taylor assente e eu reconheço esse nome por ter visto algumas notícias nos jornais há algum tempo, sobre alguns escândalos que ele estava envolvido, por ter sido acusado de assédio pela sua última Secretária. - Mas esse Joseph não é casado?

- Sim, Senhor Grey, ele é casado, tem 60 anos, dois filhos que moram fora do País e uma lista extensa de acusações de assédio, além de frequentador assíduo de algumas casas Noturnas.

- Certo, mantenha ainda a vigilância sobre ela, alguma coisa nela não me passa confiança e não é apenas o fato dela ter sido extremamente desagradável com a Anastásia e eu não quero ser pego desprevenido se ela aprontar alguma coisa.

- Sim, Senhor Grey.

O silêncio dominou o carro durante o trajeto, mas nada fora do normal que estamos acostumados e dessa forma, seguimos para a minha Empresa, para mais um dia de trabalho.

(...)

- Christian, vamos almoçar naquele Restaurante Italiano que você gosta? O Oliver está precisando conversar e precisamos descansar, pois eu estou começando a ver navios saindo desses projetos e colidindo na minha cabeça. - Aleksander fala fechando a tela do seu notebook e estalando o pescoço em seguida e concordo que eu também esteja cansado. Olho em meu relógio e vejo que passou mais de uma hora depois que o Taylor me avisou que chegou, após ter deixado Anastásia em seu trabalho.

- Tudo bem. - Ele para o movimento de sua cabeça e me encara de olhos arregalados.

- Sério? Eu pensei que eu teria que fazer drama, chantagem emocional e te acusar de trabalho escravo, mas você vai concordar tão rápido assim? - Reviro os olhos e levanto-me, vestindo o meu paletó.

- Sim, Aleksander, eu também preciso ir a uma Loja que fica próxima a este Restaurante resolver um assunto. - Ele se levanta ainda me olhando desconfiado, mas veste o seu paletó também, desviando o olhar dos meus para digitar algo em seu celular, o que imagino que seja uma mensagem para Oliver.

- Sabia que eu estava sentindo falta desse seu lado mais dócil? - Faço uma carranca e saio da minha sala sendo acompanhado por ele. - Aquela linda Morena precisa me contar o segredo para te manter tão mansinho assim, talvez eu possa precisar para te controlar quando vier me morder. - Cesso os meus passos e viro-me para encará-lo e ele quase esbarra em mim.

- Cala a boca e deixa de ser idiota, pois eu continuo o mesmo e o nome dela é Anastásia, Aleksander. - Falo entredentes, ele revira os olhos e desvia passando por mim, mas dá risada em seguida ignorando o que acabei de falar.

- Um lindo nome para uma linda mulher, eu devo admitir. - Encontramos com Taylor e seguimos para o elevador aguardando que suas portas se abram. - Mas enfim, aquela More... - Ele se interrompe dando um sorriso cretino por ver a minha cara irritada e se corrige, assim que entramos no elevador. - A Anastásia deve ser uma Santa para te aturar, além de ser Milagrosa, pois você apesar de ainda ser mal humorado está muito sociável, você não acha, Taylor? - Ele bate a mão no ombro de Taylor que apenas o olha, mas não fala nada. - Ah qual é? Eu esqueci que eu estava perguntando para o "Senhor eu sou um Poste, vivo armado e não posso me manifestar". Puxa-saco. - Ele resmunga e eu reviro os olhos.

- Aleksander, deixa o Taylor em paz. - Ele bufa contrariado e saímos do elevador caminhando para o carro que Taylor logo abre a porta. - Taylor, vamos para a Tiffany & Co que fica na St. Pine 600 e em seguida para Cascina Spinasse. - Ele assente e coloca o carro em movimento e viro-me para o paspalho ao meu lado que me encara curioso, mas não pergunta nada. - O que aconteceu com o Oliver? Ele adiantou o assunto?

- Não, mas pelo seu tom de voz eu acredito que tenha a ver com o pai dele, de novo. - Eu suspiro, e hoje consigo ver as coisas de forma diferente, pois o meu amigo precisa tomar as rédeas da sua vida, ou vai acabar se tornando um homem exatamente como eu vinha sendo nos últimos tempos.

Seguimos o trajeto até a Tiffany conversando sobre a plataforma de petróleo do Raymond e discutindo sobre a possível viagem que terei que fazer para verificar como está o projeto - o que não me agrada em nada ter que me ausentar e deixar Anastásia - e, também sobre a reunião com o Senador Salazar que está confirmada para a sexta-feira na Empresa de seu filho, Heitor e, pelo menos eu não terei que viajar para New York como seria a princípio, mas sinceramente, não estou muito disposto a aceitar esse projeto, justamente por ser para quem é, mas não irei tomar nenhuma decisão precipitada sem antes conversar com o cliente e ver o que ele espera que seja feito.

- Boa tarde, Senhores, em que posso ajudá-los? - Somos recebidos por uma mulher sorridente e Aleksander me olha aguardando a minha resposta e eu sei que ele está curioso para saber o que viemos fazer aqui.

- Eu quero... - Engulo em seco, pois nunca imaginei que iria comprar algo assim na minha vida, pois não fiz isso quando eu estava com aquela mulher, mas com a Anastásia sinto a necessidade de fazê-lo. - Eu quero ver as opções que vocês têm para alianças de compromisso. - Ela assente e pede para a seguirmos e Aleksander me olha com um sorriso escancarado, falando baixinho ao meu lado.

- Realmente uma Santa e Milagrosa.

Ignoro a sua provocação e após as apresentações, nos sentamos no local indicado que a Atendente nos direciona. Enquanto ela foi buscar o mostruário com as joias, eu afrouxo um pouco o nó da minha gravata, sentindo-me ansioso e de certa forma estranho e isso aumenta no momento que ela se aproxima com alguns pares de alianças, onde passo os próximos 20 minutos analisando, até que encontro um par perfeito.

- Eu quero este par. - Entrego a caixinha para ela que assente guardando os outros modelos.

- Excelente escolha, Senhor Grey. Esse contém 10 gramas de ouro branco fosco, cada aliança, com friso diagonal polido. A Aliança feminina contém cinco pedras de diamantes, mas pode ser alterado ou retirado se assim o Senhor desejar. - Eu nego com a cabeça, pois está perfeita assim.

- Não, eu quero exatamente assim. - Ela assente sorrindo e começa a fazer anotações em seu computador. - Eu preciso delas para amanhã.

Ela pensa por um momento, mas assente e após eu passar todas as informações de medidas e gravações, finalizo a compra e deixo agendado para o Taylor retirar amanhã, no período da tarde e saímos da Loja, sentido ao Restaurante onde o nosso amigo nos aguarda.

(...)

- Oliver! - Ele levanta o olhar que estava fixo em seu copo e eu estranho o fato dele estar bebendo nesse horário. - O que aconteceu?

- Nada de novo, apenas o de sempre. - Ele dá um suspiro e conseguimos ver o quanto ele está abatido, com olheiras escuras sob seus olhos. - Mas para agora eu tenho uma notícia para vocês. - Ele aguarda o garçom anotar os nossos pedidos e levanta o copo em nossa direção. - Estejam preparados, pois no próximo mês, vocês deverão comparecer ao meu noivado.

- O quê? - Alexander e eu, falamos ao mesmo tempo e ele dá uma risada sem humor.

- Exatamente isso que vocês ouviram, pois o grande Desembargador Franklin Carter, fez parceria com um amigo dele e, apenas comunicou que eu devo comparecer ao meu jantar de noivado com a Juliet Maldonado. - Ele esvazia o seu copo e faz sinal para o garçom trazer outra dose, mas eu intercepto o seu pedido.

- Oliver, não é bebendo que você irá resolver o seu problema e sim tomando uma atitude que você deveria ter feito há muito tempo. - Eu falo sério e ele me encara com seus olhos azuis que estão opacos e tristes.

- E o que seria? Dizer ao meu pai que não aceitarei esse casamento, como todos os outros? - Ele faz a pergunta de forma ácida e eu respiro fundo, pois terei que ser direto com ele, da mesma forma que meus irmãos foram comigo quando me fizeram assumir que eu estava apaixonado por Anastásia.

- Isso não é suficiente para o seu pai, Oliver, mas você precisa se assumir. - Ele engasga com a água que levou aos lábios e fica vermelho, me olhando assustado.

- O quê? - Ele pergunta ainda tentando recuperar o fôlego e Aleksander me olha também, como se eu tivesse perdido o juízo por ser tão direto.

- Sim, meu amigo, eu sei que você tem medo de prejudicar a carreira do seu pai e acabar com a sua, mas, Oliver, você sabe qual é a sua orientação sexual, para quê ficar se enganando?

- Christian, você... - Ele engole em seco e bebe mais um gole da sua água. - Você ficou louco? Eu não... - Nego com a cabeça o interrompendo.

- Oliver, não tente negar, pois somos amigos há muitos anos e sabemos que você é gay. - Falo num tom de voz mais baixo, afinal, não quero prejudica-lo caso alguém escute o que estamos falando, ele por outro lado, deixa os ombros caírem em derrota e vejo o desespero em seu olhar.

- Eu... Eu não posso simplesmente chegar para o meu pai e falar, "olha pai eu não posso aceitar esse casamento com a Juliet, ou com mulher nenhuma, pois eu simplesmente não gosto de mulher. É isso mesmo que o Senhor está pensando, pai, eu sou gay".

- E por que não? - Aleksander faz a pergunta e Oliver o encara, mas sem responder nada. - Oliver, você tem 28 anos, tem uma carreira sólida, não depende do seu pai para sobreviver, não é ele quem paga as suas contas e não é ele que terá que viver com uma pessoa que não ama, apenas por conveniência. - Ele para de falar quando o garçom retorna com nossos pratos, para continuar em seguida. - Você antes de tudo tem que ser feliz, meu amigo, para ser capaz de fazer alguém feliz.

- Eu posso parecer hipócrita no que vou dizer agora, Oliver, pois até uns dias atrás, eu era cético e negaria qualquer sentimento que não fosse o ódio e a amargura, mas hoje... - Eu penso na Anastásia, no seu sorriso e seus olhos brilhantes e volto a falar. - Hoje eu tenho certeza que tudo nessa vida acontece por uma razão e no tempo certo que deve acontecer, por isso, não cometa uma besteira, fazendo algo que você não quer para agradar uma pessoa que não está nenhum pouco preocupado com o seu bem estar e muito menos com a sua felicidade. - Ele pondera as minhas palavras, mas eu sei que ele não conseguirá tomar uma decisão tão fácil assim.

- Não ceda aos caprichos do seu pai, Oliver. Pense primeiro em você, no que é melhor para você e o seu bem estar. Pense em como você pode acabar com a sua vida aceitando algo dessa magnitude, pois casamento não deve ser tratado de forma leviana e muito menos por interesse. Tem que ter companheirismo e o principal, que é o amor. - Aleksander completa, mas antes que eu consiga falar mais alguma coisa o meu telefone toca e vejo que é Taylor, me deixando em alerta.

- Pode falar Taylor.

- Senhor Grey, temos uma ocorrência na Loja que a Senhorita Steele trabalha?

- Prossiga Taylor.

- O Senhor e a Senhora Steele estão na Loja para falar com a Senhorita Steele.

- Droga! Estou indo Taylor. - Desligo o telefone e olho para Aleksander, enquanto me levanto. - Fique aqui com o Oliver eu preciso encontrar a Anastásia agora.

- Aconteceu alguma coisa? - Oliver se levanta também, sendo seguido por Aleksander e eu nego com a cabeça.

- Não precisa se preocupar, lide com os seus problemas e depois retomaremos esse assunto. - Ele assente e eu saio em disparada do Restaurante, entrando no carro que Taylor já me aguardava com a porta aberta e me pergunto o que Raymond tem na cabeça, indo até o local de trabalho da Anastásia?

(...)

O trajeto parecia estar mais longo, simplesmente por eu estar com pressa e começo a sentir uma dor de cabeça se aproximando me fazendo fechar os olhos por alguns minutos. Eu sei que tanto o Raymond, quanto a Carla estão ansiosos para ter a confirmação do DNA, mas eles não podem simplesmente despejar as suspeitas ­sobre a Anastásia, antes que ela saiba o que está acontecendo, pois isso deve ser falado por pessoas que ela conheça e confia e não por dois estranhos, mesmo que esses possam ser os seus pais.

Egoísmo? Superproteção? Possessividade? Podem chamar do que for, mas eu não iria permitir que eles falassem algo que possa confundi-la ou até mesmo magoá-la. Pois além dos dois estarem ansiosos, eu sei que eles estão também com muita raiva por saber quem possa ser o possível responsável por tê-la separado deles por 20 anos, no entanto Anastásia ama essas pessoas antes de tudo e eles devem levar em consideração que tanto o Marco, o Padre Lutero e a Ângela nunca deram nada menos que amor para a suposta filha deles.

Abro os olhos assim que sinto o carro parar e vejo que Taylor estacionou em frente a uma Delicatessen ao lado da Dress For Less, olho para ele pelo retrovisor e ele assente, informando ser o local que eles estão. Eu não espero que ele desça para abrir a minha porta, onde eu mesmo o faço e caminho para o interior do estabelecimento, encontrando-os numa mesa um pouco mais afastada. Respiro fundo e caminho na direção deles e ainda consigo ouvir as perguntas do Raymond.

- Mas você chegou a conhecer os seus pais? Sabe alguma coisa deles?

- Boa tarde! Será que eu posso me juntar a vocês?

Interrompo no momento que Ana iria responder, tendo a sua atenção em mim, mas vejo que Raymond não ficou muito satisfeito com a minha chegada repentina, no entanto Carla com o seu jeito doce - que lembra muito a filha, agora eu percebo isso - me dá um sorriso nervoso, mas assente.

- Claro que sim, Christian, sente-se conosco, por favor. - Afasto a cadeira ao lado de Anastásia e sento-me segurando a sua mão, recebendo um sorriso que acalma um pouco a minha irritação.

- Como vai Christian? - Raymond pergunta, mas alterna o olhar entre Anastásia e eu, talvez tentando entender como eu pude estar namorando a sua "filha", se até um pouco mais de um mês, ele sabia exatamente como eu vinha agindo, mesmo sem saber quais eram os meus motivos.

- Estou muito bem, Raymond e pretendo continuar assim. - Ele entende o que quero dizer e fecha o semblante, tendo a esposa pegando em sua mão e entendo isso como um sinal claro para ele manter a calma, mas direciono a minha total atenção em Anastásia. - Você está bem? - Ela assente e sorri e, sem conseguir evitar, dou um beijo casto em seus lábios, ouvindo Raymond pigarrear para chamar a nossa atenção.

- Ontem o Investigador Loretto nos ligou informando sobre o que havia acontecido com o Marco e viemos oferecer nosso apoio a Anastásia. - Ele fala suavemente, mesmo que eu consiga ver raiva nos olhos dele, enquanto pega na mão de Ana, que lhe dá um sorriso triste, mas antes que alguém fale mais alguma coisa, ela olha a hora e se levanta assustada.

- Eu... Desculpem-me, mas eu preciso retornar para a Loja. - Nos levantamos também e ela se despede do casal a minha frente, que a olham com verdadeiro fascínio. - Senhor Raymond, Senhora Carla, muito obrigada por terem vindo e espero vê-los novamente.

- Será um imenso prazer para nós, minha Filha. - Carla fala se aproximando e a envolvendo em um abraço, afastando em seguida, dando espaço ao marido que faz o mesmo, que dá um beijo na testa dela. Ela se afasta deles com as bochechas coradas e se aproxima de mim.

- À noite eu virei busca-la, eu conversarei um pouco mais com eles e irei para a minha Empresa, qualquer coisa me ligue. - Ela assente e sorri, eu me aproximo e beijo os seus lábios e ela logo se retira deixando-nos sozinhos, mas olho irritado para Raymond. - O que você pensa que está fazendo, Raymond? - Falo entredentes, mantendo o tom de voz baixo para não chamar atenção dos outros clientes, mesmo que o local não esteja muito cheio.

- Eu que pergunto o que você está fazendo, Christian? - Ele fala no mesmo tom e Carla pega no braço dele, tentando acalmá-lo. - Nós temos o direito de nos aproximar da nossa filha...

- Da sua suposta filha, Raymond.

- Vocês dois querem se acalmar? Estamos começando a chamar atenção das outras pessoas. - Olho em volta e vejo que temos alguns expectadores nos observando e respiro fundo. - Vamos nos sentar e conversar como pessoas civilizadas, por favor? - Assentimos e fazemos o que ela pediu, mas Raymond é o primeiro a quebrar o breve silêncio que começou a ficar desconfortável.

- Christian, nós não temos dúvida que a Anastásia seja a nossa filha e não queremos perder tempo para fazer o Exame de DNA e muito menos perder mais tempo para estar ao lado dela. - Eu não falo nada e respiro fundo mais uma vez. - Sinceramente eu não sei qual é a sua relutância para nos aproximarmos dela, mas ficou claro para mim que vocês estão mesmo num relacionamento.

- Raymond, você sabe o quanto eu te respeito e o considero. Da mesma forma que eu sei o que vocês passaram todo esse tempo sem ter notícias da filha de vocês. - Mesmo a contragosto, ele assente. - No entanto, a Anastásia é a minha prioridade e, eu não irei permitir que ninguém, nem mesmo os supostos pais dela, possam magoá-la por estarem com raiva do Marco por ele ser o possível responsável por vocês terem ficado 20 anos afastados da sua filha.

- A nossa intenção nunca foi magoá-la, Christian, queremos apenas estar ao lado da nossa filha. - Carla fala com os olhos marejados e eu respiro fundo, pois eles têm razão em partes, mesmo que estejam agindo de forma precipitada.

- Eu sei Carla, mas o quê vocês iriam dizer a ela? Que ela é a filha de vocês que foi sequestrada há 20 anos pelo homem que ela ama como um pai?

- Ele não é o pai dela! Ele é um bandido salafrário que se aproveitou da nossa generosidade e nos tirou nosso bem mais precioso por todo esse tempo. - Raymond fala entredentes e mais uma vez nesse dia eu respiro fundo.

- Raymond, eu sei que pensando dessa forma vocês têm toda razão em estarem irritados, mas primeiro, precisamos ter a confirmação do DNA. Segundo, não podemos julgar os motivos do Marco por ter feito isso, pois você mesmo disse que nunca, ninguém havia pedido resgate. - Ele tenta falar, mas levanto a mão para ele aguardar que eu termine. - E terceiro, mas não menos importante, como vocês puderam comprovar, a Anastásia foi muito bem cuidada, e ela, ama essas pessoas que a criaram, então vocês precisam levar em consideração em primeiro lugar os sentimentos dela e depois poderemos analisar a situação num todo e apurar de fato o que aconteceu. - Ele respira fundo e me analisa por um momento.

- Seja sincero conosco, Christian, você tem certeza que a Anastásia é a nossa filha, não tem? - Não pretendo mentir e muito menos negar, por isso confirmo com a cabeça, antes de responder.

- Sim, Raymond, eu tenho. Eu descobri isso quando você mandou entregar para o meu irmão os documentos que havia sobre a investigação da sua filha e a fotografia dela ainda bebê. - Ele assente e Carla começa a chorar de forma silenciosa e vejo os olhos de Raymond também marejados, fazendo-me engolir em seco por sentir a emoção deles. - Há várias fotografias da mesma criança na estante da casa dela, inclusive uma idêntica àquela que você recebeu há 18 anos.

- Precisamos falar com ela. Precisamos que ela saiba a verdade e fazermos o DNA para não haver nenhuma sombra de dúvidas, mesmo que eu também tenha certeza disso, desde o primeiro momento que coloquei os meus olhos nela, no Escritório do seu irmão. - Ele fala com a voz embargada, enquanto abraça a esposa e eu assinto.

- Eu sei Raymond, mas eu prefiro que seja eu quem irá falar com ela primeiro. - Ele me encara com os olhos tão iguais aos da filha e com a mesma intensidade que ela me olha, como se estivesse me desvendando, arrancando a verdade das profundezas do meu ser, fazendo-me suspirar. - Eu já estava disposto a falar com ela hoje à noite, pois eu também não quero mentir e muito menos ocultar nada da Anastásia, mas eu preciso que vocês confiem em mim e aguardem que o encontro de vocês logo irá acontecer da forma correta, mas não tentem impor nenhuma situação que possa deixá-la desconfortável, pois me desculpem a sinceridade ou se estou sendo muito duro, mas para ela, vocês ainda são dois estranhos.

- Infelizmente nisso você tem razão. - Ele fala de forma amarga e eu suspiro, pois o entendo. - Mas pudemos ver o quanto ela é doce e talvez possa ser o coração de um pai que quer muito receber o afeto da filha, mas eu sinto que ela não fica desconfortável conosco e isso possa ser a ligação do sangue falando mais alto.

- Concordo com você, Raymond, no entanto a Anastásia é a pessoa mais pura e com o coração mais generoso que eu pude conhecer e isso vocês irão perceber no primeiro dia que passar ao lado dela. - Falo com convicção, pois foi exatamente assim comigo e eles assentem com sorrisos tristes em seus lábios. - No entanto, vocês precisam saber que ela também deseja muito conhecer os pais e sentiu a falta de vocês todo esse tempo, que jamais os julgou mesmo que ela não saiba do por que não estarem juntos, porém ela é do tipo de pessoa que ouve primeiro antes de julgar e só então, tomará uma decisão.

- Você fala como se a conhecesse há muito tempo. - Carla fala com um sorriso enquanto seca seu rosto e eu nego com a cabeça.

- Eu a conheço há apenas um mês. - Eles me olham espantados e eu sorrio de lado, por me lembrar da situação que tivemos o nosso primeiro encontro, apesar das circunstâncias que isso tenha ocorrido. - Eu a conheci justamente no dia que eu retornei do México e coincidentemente foi o dia do acidente que vitimou o Padre Lutero e que fez o Marco ficar todo esse tempo desaparecido, mas confesso que eu tenha adquirido certo fascínio por ela, quase ao ponto da obsessão, mas por motivos errados que não irei falar agora e nem tem mais importância também, no entanto estamos de fato juntos a menos de uma semana.

- Apenas uma semana? - Eu assinto a pergunta espantada da Carla e ela olha para o marido, antes de voltar sua atenção para mim. - Mas a conexão de vocês é tão forte que parece que estão juntos há mais tempo e conseguimos ver o quanto vocês estão apaixonados um pelo outro, sem contar que ela parece se sentir segura e protegida ao seu lado.

- Almas gêmeas. - Raymond fala mais para ele do que para nós, mas olha com amor para a esposa. - Foi exatamente assim conosco, por isso eu entendo o que você deve sentir por minha filha, Christian. - Penso em corrigi-lo e dizer que é a suposta filha, mas não há dúvida que ele esteja certo. Ele me encara com um sorriso de lado e me pegando de surpresa com suas próximas palavras.

- Você se lembra de quando eu estive no seu Escritório para falarmos sobre o projeto da minha plataforma petrolífera? - Penso por um momento, mas me lembro do dia em questão e assinto. - Eu disse que eu sentia que aquele não seria o nosso único contato e, mesmo que ainda precise de um resultado de DNA para afirmar o que irei dizer, hoje eu entendo que de alguma forma, alguma coisa me avisava que você seria mais do que o Engenheiro Naval responsável pelo meu projeto, mas também seria o meu genro. - De repente me sinto desconfortável, para não dizer envergonhado por saber que estou na presença do meu sogro e minha sogra, e ele, sorri, esquecendo a irritação de minutos atrás. - E devo dizer que me sinto muito honrado em saber que a minha filha, está com um homem como você, Christian. Por saber que ela tem alguém que não se preocupou em se deslocar do local que você estivesse para vir em defesa dela, apenas para que ela não fosse magoada. Eu valorizo muito isso, meu rapaz.

- Hum, obrigado? - Saiu mais como uma pergunta e ele gargalha, fazendo Carla dá um tapinha no braço do marido e o clima que até então estava tenso, fica mais leve.

- Ray, você está deixando o nosso genro envergonhado. - Droga! Não é possível que um homem como eu, ainda fique corado por uma situação como essa. - Quem diria que um dos gêmeos que eu vi nascer, seria o responsável por trazer a nossa filha de volta e ainda fosse o nosso genro? - Ela pega na minha mão e me olha com carinho. - Eu sei que ainda precisaremos de um papel para afirmar o que você já tem certeza e o que os nossos corações nos diz, mas obrigada, Christian. Obrigada por cuidar tão bem da nossa Princesa.

- Você não precisa agradecer Carla, pois a suposta filha de vocês... - Eu falo com um sorriso de lado e eles assentem também sorrindo. -... Que tem cuidado de mim desde o dia que de fato estamos juntos e arrisco dizer que até mesmo antes disso. - Eles me olham confusos, mas eu nego com a cabeça. - Longa história, mas a Anastásia é responsável por me resgatar e não permitir que eu continuasse me perdendo, como eu vinha fazendo. - Olho para Raymond, e ele assente, por saber exatamente o que eu estou dizendo, afinal, ele esteve comigo durante seis meses e sabe parcialmente do meu passado através do meu pai. - Então depois desse Exame de DNA, talvez fosse eu quem devesse agradecê-los por trazer aquele anjo à vida, apenas para poder me resgatar, apenas para me completar e fazer o meu coração gelado, bater novamente.

Clichê e muito rápido? Pode ser assim que alguns considerariam essa minha declaração, mas não poderia ter forma melhor de expressar como aquela Menina-Mulher me faz bem e completa de fato o meu ser e meu coração. Como se fossemos uma única alma que foi separada até se encontrarem para poder se completar novamente. Como se isso fosse algo de vidas passadas, se eu acreditasse de fato nisso. Mas talvez haja mesmo uma linha tênue entre o encontro de almas e a razão.

Ai minha nossa Senhora dos gays incubados, mandai o Pietro e fazei com que Oliver saia logo do armário e que ele mande o pai ir para a puta que pariu, amém 😏😏😏!

Eita que Christian foi duro com o Raymond e a Carla, mas errado ele não está, não é mesmo 😏😏😏? E coisinha mais "oh meu deuso" ele ficar envergonhado de falar com o sogrão e a sogrinha 🤭🤭🤭🤭!

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