Capítulo - 32
Ser o irmão mais velho vem acompanhado de muita responsabilidade, não porque os meus pais as colocaram sobre mim, mas por eu não querer decepcionar os meus irmãos e conseguir ser o exemplo que eles precisariam, ainda mais quando se é irmão de uma dose dupla idêntica, mas apenas na aparência, pois a personalidade de cada um sempre foi diferente.
Não consigo lembrar com detalhes quando os gêmeos nasceram até mesmo porque eu tinha acabado de completar quatro anos, mas segundo a minha mãe, eu nunca fui uma criança que sentiu ciúmes por ter outro bebê em casa, melhor dizendo, bebês e, meu pai dizia também que eu sempre queria ajudar a cuidar deles, principalmente quando um chorava e outro completava a sinfonia deixando-me desesperado.
Com o passar dos anos, eu fui vendo os meus irmãos crescerem e cada um assumir a sua personalidade, mesmo eu nunca tendo os confundido quando pequenos, pois Caleb sempre foi risonho e tranquilo, já o Christian sempre foi intenso e estava quase sempre com a carinha fechada, mas ambos igualmente carinhosos e viviam atrás de mim, o que me deixava orgulhoso, pois se queriam ficar ao meu lado, quer dizer que eu estava fazendo um bom trabalho como irmão mais velho.
Lembro-me claramente, do meu aniversário de 10 anos, quando a festa acabou e eu estava deitado na minha cama pronto para dormir e, de repente ouço a porta do meu quarto abrir e no momento que acendo o abajur vejo duas cabecinhas acobreadas aparecerem entrando desconfiados, bom, na verdade um deles, pois o outro estava sendo praticamente arrastado.
– Rick, podemos dormir no seu quarto? – Christian sempre me impressionou com a sua dicção perfeita, mesmo tendo apenas cinco anos, quase seis para ser mais exato.
– Por quê? O que aconteceu? – Sentei-me na cama observando-os e eu vi que Caleb estava praticamente dormindo em pé.
– O Caleb está com medo de dormir no nosso quarto, por causa daquelas histórias que seus amigos contaram na festa. – Segurei o riso por ver a sua cara zangada, ainda mais por saber que ele jamais iria admitir que, quem estava com medo fosse ele.
– O Caleb que está com medo? – Ele balançou a cabeça e deu uma cotovelada no irmão que se assustou por estar cochilando, quase caindo porque estava escorado nele e rapidamente balançou a cabeça concordando com o seu gêmeo. – Tudo bem, nós não poderemos deixar o Caleb dormir com medo não é, Christian? – Ele balançou novamente a cabeça e eu sorri afastando as cobertas tendo os dois pulando rapidamente na minha cama, um de cada lado.
E isso era recorrente, até eles estarem maiores, deixando nossa mãe desorientada nas primeiras vezes, até encontra-los dormindo na minha cama, o que depois ela passou a ir direto ao meu quarto, apenas para confirmar se os gêmeos fujões estavam mesmo comigo.
Vivemos várias situações embaraçosas também, como por exemplo, o dia que Caleb quebrou um vaso grego da nossa mãe jogando bola dentro de casa e quando eu cheguei depois de um treino pesado de Muay Thai, encontrei dois pré-adolescentes de 13 anos com caras culpadas sentados no sofá, enquanto eles fingiam assistir algo na TV e, apenas por vê-los daquele jeito, eu sabia que tinham aprontado alguma coisa, principalmente por não manterem contato visual comigo.
– Está tudo bem por aqui? – Perguntei me aproximando dos dois e eles se olharam desconfiados.
– Está tudo bem sim, Richard. – Responderam os dois juntos e eu me sentei na mesinha de centro, para olhar nos dois pares de olhos cinza que fugiam dos meus.
– O que vocês aprontaram?
– Nada! – E mais uma vez responderam juntos, enquanto Christian estava vermelho e Caleb tentava segurar o riso e, eu suspirei sabendo que vinha bomba.
– Olhem para mim. – Eles hesitaram por um momento, mas trocaram novamente olhares e fixaram os seus olhos nos meus. – Quem vai me contar o que aconteceu? – Silêncio! É tudo que ouço e me levanto. – Tudo bem, eu vou conversar com a Lola e ligar para os nossos pais. – Eles arregalaram os olhos e depois de se entreolharem, resolveram falar.
– Foi um acidente, Richard! Não queríamos fazer isso! – Essa mania deles falarem juntos, me deixava maluco às vezes.
– Um de cada vez, assim vocês me deixam confuso. – Eles suspiraram e eu olhei para o gêmeo mais novo que não consegue mentir e nem omitir, sendo sempre direto. – Christian, me conte o que aconteceu?
– Por que você perguntou para o Christian? – Caleb me olhou confuso e eu sentei novamente.
– Você iria me dizer a verdade, Caleb? Sem inventar histórias antes? – Ele pensou por um momento e olhou para o irmão, antes de me encarar.
– Talvez? – Eu mordi no lábio para não ri da cara de pau confusa dele.
– Então me fale Caleb, o que vocês fizeram.
– Então... Quando chegamos da escola, estávamos entediados, depois do almoço fizemos o dever de casa, mas ainda assim não tínhamos nada para fazer, então eu perguntei para o Christian, o que iriamos fazer para passar o tempo e... – Se eu tivesse deixado, essa história teria ido longe.
– Christian? – Ele me encarou e suspirou respondendo em seguida.
– O Caleb quebrou o vaso da mamãe. – Caleb resmungou alguma coisa e bufou revirando os olhos. – Mas não foi porque ele quis Richard, foi sem querer quando ele chutou a bola. – Ele completou logo para proteger o irmão, como sempre.
– Ah eu entendi, ele chutou a bola sem querer dentro de casa e, sem querer a bola derrubou o vaso da... – Eu pensei por um momento e olhei para o lado, dando falta do vaso que o nosso pai deu para ela em sua última lua de mel. – Não me falem que foi o vaso que o papai comprou na Grécia e deu para mamãe ano passado? – Eles assentiram e baixaram a cabeça. – Merda! Vocês estão encrencados! Muito encrencados! – Me levantei e comecei a andar de um lado para o outro pensando no que fazer. – Por que vocês não foram para a quadra jogar bola? Tinha que ser dentro de casa? – O gêmeo espertinho, tinha resposta para tudo.
– O sol estava muito quente e a mamãe falou para não ficarmos expostos sem usar protetor solar, mas como só iríamos jogar bola um pouquinho, nós preferimos aqui dentro mesmo.
– O sol não estava quente, Caleb! Você que não quis ir para a quadra. – Christian o desmentiu e ele novamente revirou os olhos bufando. E eu não aguentei e acabei gargalhando desses dois, que com certeza inventaram uma boa desculpa e se perderam no meio do caminho.
– Christian fica quieto, você não está ajudando. – Caleb o repreende e ele fecha a cara.
– Eu sinceramente não sei o que fazer com vocês dois. – Me sentei novamente e neguei com a cabeça. – Ano que vem eu irei para a Universidade e o que vocês irão fazer se nem para inventarem uma história conseguem entrar em acordo?
– Eu não estou inventando história nenhuma, eu falei a verdade. – Christian me respondeu irritado e eu segurei o riso mais uma vez por saber o quanto esse pirralho é impaciente e pavio curto.
– Tudo bem pirralhos, vão tomar banho que eu resolvo com a nossa mãe a questão desse vaso. – Baguncei os cabelos dos dois, que assentiram subindo as escadas enquanto eu os acompanhava com o olhar, até sumirem pelo corredor.
– Então o Senhor vai acobertar mais essa travessura dos seus irmãos? – Assustei-me com a voz do meu pai e virei-me encontrando-o encostado na porta de entrada e ao seu lado estava a minha mãe, que me olhava séria.
– Vocês estão aí faz tempo? – Perguntei para ganhar tempo do que responder e eles entraram na sala.
– Tempo suficiente para ouvirmos você fazer a primeira pergunta, querendo saber se estava tudo bem em casa. – Minha mãe respondeu e cruzou os braços na minha frente, mas eu sabia que ela não estava de fato brava, por ter a sombra de um sorriso nos lábios.
– Onde vocês estavam que eu não os vi? – Meu pai olhou para minha mãe e sorriu.
– A porta estava entreaberta e ficamos do lado de fora, quando percebemos o silêncio que estava dentro de casa, mas não muda de assunto, rapazinho. – Minha mãe quem me respondeu e eu suspirei resignado.
– Os meus irmãos não tiveram culpa, Mamãe, eles só queriam jogar bola e foi um acidente. – Assim que eu terminei de falar, o meu pai gargalhou, sendo acompanhado por minha mãe e eu fiquei sem entender.
– Tudo bem, meu Filho, sabíamos que você iria falar isso para defendê-los. – Ela se sentou ao meu lado e beijou o meu rosto. – Você sempre protege os seus irmãos, mas vai chegar o momento que eles terão que fazer as suas próprias escolhas e enfrentar as suas próprias batalhas.
Eu assenti e logo os gêmeos apareceram com suas carinhas inocentes, como se não tivessem feito nada, mas durou pouco, até o meu pai tocar num assunto qualquer que envolvesse vasos para Christian falar o que aconteceu e pedirem desculpas, mas no fim, tudo deu certo e, uma coisa é certa, pois eu sempre irei proteger esses pirralhos, com toda certeza.
(...)
No entanto, com o passar dos anos, eu vi os meus irmãos deixarem de ser os meus pirralhos e virarem homens e, as palavras da minha mãe sobre cada um ter que fazer suas escolhas e enfrentar as suas batalhas, nunca fizeram tanto sentido, pois eu senti na pele como que escolhas erradas podem afetar as nossas vidas, a começar por mim, que... Bom, isso é história para outro momento, pois o foco aqui é outro, mas enfim, mesmo eu tentando ao máximo proteger os meus irmãos, desistindo temporariamente de abrir a minha própria Empresa para poder ficar com os gêmeos em outra Cidade, até que se formassem na Universidade, me fez perceber que nem toda a proteção foi o suficiente para impedir que uma mulher manipuladora, quase levasse o meu irmãozinho a ruína emocional.
Christian sempre foi mais intenso e impulsivo que Caleb, sem contar o quanto é orgulhoso e determinado, da mesma forma que sempre foi o mais romântico e idealizava um relacionamento perfeito assim como o dos nossos pais, caindo nas garras da primeira vigarista que apareceu na sua frente, o iludindo com mentiras, palavras calculadas, o envolvendo numa teia perfeita para se aproveitar do seu grande coração, fazendo-o abandonar seus princípios e esquecendo o quanto sempre foi inteligente e, não apenas o talento nato que sempre teve fazendo os seus desenhos desde a adolescência, tanto que conseguiu fazer sua fortuna aos 22 anos quando numa apresentação da Universidade, o seu projeto ganhou destaque sendo visto pela Marinha Americana, mas também por sempre ter sido perceptivo em relação às pessoas.
O que eu não consigo entender, como aquela mulher conseguiu manipulá-lo dessa forma, a ponto de fazê-lo ficar contra a sua família, esquecendo toda a cumplicidade que sempre tivemos como amigos e irmãos, mas eu nunca irei me esquecer da forma que o vi quebrar na minha frente, assim que ouviu as palavras da Doutora Menezes e muito menos do momento que eu cheguei ao apartamento – depois de passar horas naquele Hospital tratando da papelada para a liberação do corpo da Débora e do bebê e em seguida no cemitério tratando do velório e enterro para o dia seguinte – e presenciar o desespero de Caleb por estar preocupado com o nosso irmão.
– O que aconteceu, Caleb?
Perguntei ao entrar no apartamento de Christian e vê-lo andando de um lado para o outro enquanto tem o seu rosto banhado por lágrimas e com o celular na orelha, mas o desliga assim que me vê.
– O Christian... Ele não acorda.
– O quê? Como assim? – Não esperei resposta e subi as escadas correndo, sendo seguido por ele até estarmos no quarto do nosso irmão, encontrando-o apagado sobre a cama. – Desde quando ele está assim? – Eu subi na cama e tentei acordá-lo, mas ele nem se mexia. – Christian! Acorda Christian! Fala comigo.
– Eu... Eu tentei Richard, mas ele não responde.
Olhei para Caleb e sai de cima da cama correndo até o banheiro e procurando o frasco de remédios para insônia que eu sabia que Christian tomava, constatando que estava cheio e respirei fundo, parcialmente aliviado, pois eu não poderia perder a calma e voltei para o quarto, verificando os sinais vitais do meu irmão, que mesmo estando um pouco mais lentos, aparentemente estavam bons.
– Caleb, mantenha a calma, você é estudante de Medicina e se tivesse usado o seu estetoscópio veria que ele está respirando e os seus batimentos estão normais, ele vai ficar bem. – Ele ficou parado no lugar olhando para o nosso irmão e eu levantei novamente da cama parando a sua frente. – Caleb, olhe para mim! Caleb! – Relutante ele desviou o olhar de Christian para mim. – Ele está apenas dormindo, no mínimo bebeu mais do que deveria dos seus remédios para dormir, mas ele está respirando e seus batimentos estão um pouco mais lentos devido ao sono profundo, mas estão bons. – Eu queria convencer não apenas ele para que ficasse calmo, mas a mim mesmo que eu estava certo e agradeci por ter concluído o meu curso de primeiros socorros e, ele assentiu ainda em dúvida. – Agora me conte desde que horas ele está assim?
– Chegamos por volta das 14h00 e ele veio direito para o quarto. – Olhei em meu relógio e vi que eram quase 21h00. – Eu preparei um lanche e quando eu vim chama-lo ele não respondia, tentei acordá-lo e nada. – Ele voltou a chorar e o abracei, pois eu também estava com medo, mas eu precisava manter a calma por ele e por Christian. – E se... E se ele...
– Não Caleb! Ele está bem e vai ficar bem!
– Eu iria chamar uma ambulância quando você chegou, mas... – O som da campainha o interrompeu e o afastei dos meus braços.
– Desça e veja quem está tocando a campainha e eu vou tentar ligar para os nossos pais. – Ele assentiu olhando para o nosso irmão e saiu do quarto e eu me aproximei novamente da cama, tocando o peito de Christian, sentindo seu coração bater e sua respiração compassada. – O que você fez meu irmão? – Perguntei como se Christian fosse me responder e sem permissão uma lágrima deslizou por minha face, mas a sequei rapidamente, ouvindo passos se aproximarem do quarto e fiquei aliviado por ver os nossos pais.
– Richard! – Minha mãe se aproximou com os olhos marejados, me abraçando junto a Caleb e meu pai começou a examinar o Christian e alguns minutos depois mais uma vez o alívio me invadiu ouvindo as suas palavras.
– Não se preocupem! Ele está bem, só irá dormir mais algumas horas.
– Tem certeza, Papai, não seria melhor o levarmos para o Hospital? – Caleb insistiu e meu pai negou com a cabeça.
– Não há necessidade disso, Filho, além do mais, só iríamos responder diversas perguntas e eu sou um Cirurgião Cardiovascular ou você se esqueceu? – Caleb negou com a cabeça e meu pai sorriu para tranquiliza-lo, mesmo eu vendo que ele estava triste com a situação. – Vamos monitorá-lo, mas ele vai ficar bem.
Deixei os meus pais e Caleb com Christian e entrei no quarto de hóspedes me trancando no banheiro e permiti que o nó instalado em minha garganta se rompesse e lágrimas deslizassem por minha face, pelo medo que eu senti e pelo alívio que acalmou o meu coração pelo menos um pouco, pois eu só fiquei realmente tranquilo depois de ter visto o meu irmão acordado e impaciente como sempre, no entanto foi preciso esperar mais sete horas para que isso tivesse acontecido, mas mesmo que ele estivesse se trancando em si mesmo, conseguimos respirar por ver que de fato ele estava bem, pelo menos fisicamente.
(...)
No dia que Christian descobriu toda a verdade sobre quem de fato era a Débora, eu senti o meu coração sangrar por ver a forma que o meu irmão acabou de quebrar bem diante dos meus olhos, sem que eu pudesse fazer algo para ajudá-lo, pois nada que disséssemos naquele momento, seria o suficiente para fazer com ele percebesse que a culpa não era dele e sim, daquela mulher que infelizmente perdeu sua vida quando decidiu interromper a de uma criança inocente e que Deus me perdoe, pois se isso não tivesse acontecido, eu iria fazer questão de mostrar a ela, que ninguém mexe com os meus irmãos.
Porém na mesma medida que Christian quebrou, ele desligou qualquer tipo de sentimentos dentro dele, congelando aquele coração que sempre foi tão puro e especial, se afastando inclusive de nós, a sua família. Vivendo apenas em prol da construção da sua Empresa e desde aquele dia, nunca mais vi um sorriso surgir em seus lábios e muito menos o brilho constante que havia em seus olhos.
O meu irmãozinho carinhoso, companheiro e sonhador, deu lugar a um homem frio, amargurado, distante e ausente, mesmo que vivêssemos na mesma casa, pois não o víamos sair e muito menos chegar do seu trabalho e, isso infelizmente afetou toda a nossa família, pois presenciávamos dia após dia, Christian se fechar ainda mais dentro dele, no entanto respeitamos a sua decisão e demos o espaço que sabíamos que ele precisava e, por conhecê-lo tão bem como o conheço, eu afirmo com propriedade que o seu afastamento se deu apenas por se sentir culpado e envergonhado por tudo que aconteceu desde que aquela mulher entrou na vida dele, tendo o orgulho como seu maior inimigo.
A prova disso é saber que ele mantém o celular daquela... Daquela mulher apenas para se martirizar, apesar de eu não condená-lo por isso, pois tenho algo parecido como um lembrete, no entanto diferente dele, que usa aquilo como um ato de autopunição, eu mantenho a carta que recebi alguns anos, guardada como afirmação de que o problema não fui eu, mas enfim, histórias complexas que não cabem no momento para serem contadas.
E novamente as palavras da minha mãe vêm a minha mente, quando ela me disse que chegaria o momento que eu teria que deixar os meus irmãos enfrentarem as suas próprias batalhas, mas me machuca ver que com o afastamento do Christian, Caleb também tenha se fechado um pouco, por sentir muito a falta do seu irmão gêmeo, o que melhorou muito depois que ele começou a fazer sua Especialização na Universidade de Seattle, fazendo novas amizades, entre elas, Anastásia.
Admito que a princípio eu tenha ficado um pouco receoso quanto à aproximação de Caleb com uma menina tão jovem e, confesso que eu tivesse ficado com medo de poder ser mais uma querendo se aproximar de um dos meus irmãos para querer tirar proveito, no entanto no momento que eu a conheci, eu percebi o quanto ela era meiga e delicada, sem contar que é muito transparente, principalmente por não esconder o quanto é sonhadora, apesar de ter motivos para não ser.
Tudo bem! Não vou negar que eu tenha investigado um pouco a vida dela, onde descobri que ela é órfã e que foi adotada ainda bebê, mas como havia dito a segurança dos meus irmãos sempre virá em primeiro lugar e não medirei esforços para evitar que o que aconteceu com o Christian, não aconteça novamente com qualquer um dos dois e hoje posso incluir Anastásia nessa equação, pois aquela menina me conquistou de uma forma sem explicação e não só a mim, como também os meus pais, apesar de saber que eles veem nela a filha mulher que nunca tiveram.
Lembro-me do dia que Caleb chegou com um sorriso verdadeiro nos lábios e, ao ser questionado ele disse que tinha conhecido uma menina muito linda, mas muito delicada e engraçada. A princípio pensávamos que ele poderia estar interessado nela, mas quando os vimos juntos, constatamos que o amor que ele sente por ela é como o que sente por mim ou Christian.
Christian! Imaginar que ele ficou fora do País por seis meses e que só sabíamos notícias por eu manter contato com Taylor, o seu Segurança Particular e, esporadicamente através da nossa mãe, quando ele a atendia, me deixa inconformado, mas eu não pensei que seria diferente, pois além do meu irmão ser orgulhoso é também muito cabeça-dura, no entanto ele retorna hoje do México e Caleb, não podendo esperar, foi busca-lo no Aeroporto.
– Filho, você confirmou o horário exato que o seu irmão irá chegar? – Minha mãe pergunta pela terceira vez e eu sorrio me aproximando e envolvendo-a em meus braços.
– Fique calma, Mãe, o voo dele já deve ter aterrissado, pois se tivesse atrasado, o Caleb avisaria e eles já devem estar a caminho. – Ela assente e suspira.
– Eu sei, mas é que estou com tanta saudade do meu caçulinha. – Ela apoia a cabeça em meu peito e eu rio da forma que ela fala.
– Tecnicamente, Christian e Caleb são os seus filhos caçulas, Mamãe, considerando que nasceram da mesma gestação e sendo a última. – Eu falo divertido, apesar de também considera-lo dessa forma e ela se afasta dando um tapinha no meu peito.
– Mas foi o último a sair do meu ventre, então é o meu caçula sim. – Eu gargalho e ela volta a organizar a mesa para o jantar de boas-vindas para o Christian e suspira novamente. – Como será que o seu irmão está? Já se passaram tanto tempo e ele continua preso por causa daquela... Daquela desalmada. – Meu riso cessa e me aproximo novamente, fazendo com que ela olhe para mim.
– Não vamos pensar nisso, Mãe, é melhor acreditar que uma hora ou outra, Christian irá superar e voltar a ser o que era antes. – Beijo a sua testa, mas eu tenho as minhas dúvidas se o meu irmão irá de fato esquecer o passado, só um milagre para isso acontecer.
– E você, meu Filho? Conseguiu superar o seu passado? – Ela acaricia o meu rosto e eu engulo em seco, mas antes que eu consiga respondê-la, sinto o meu celular vibrar no meu bolso e o pego vendo uma mensagem do meu irmão, fazendo-me franzir o cenho. – O que aconteceu, Filho?
– Caleb acabou de enviar uma mensagem, dizendo para eu me encontrar com ele no Hospital. – Ela arregala os olhos e a tranquilizo antes que pense o pior. – Fique calma, Mãe, não é nada com os meninos, mas aconteceu alguma coisa com a Ana.
– Ah meu Deus! O que será que aconteceu?
– Eu não sei, mas irei me encontrar com eles e descobrir.
Ela assente preocupada e eu saio correndo da sala, encontrando com meu pai descendo as escadas, após tomar o seu banho.
– Seus irmãos chegaram Filho?
– Não Pai, mas eu acho que esse jantar ficará para outra hora.
– Por quê? O seu irmão não virá para casa? – A sua pergunta sai carregada de tristeza, mesmo ele tentando não demonstrar isso.
– Não é isso, Pai, eu vou para o Hospital, mas não é nada com os gêmeos. – Trato logo em tranquilizá-lo por ver o seu espanto. – Porém é algo relacionado à Ana, depois eu explico melhor, assim que souber o que é, mas eu preciso ir.
Ele não fala mais nada e eu termino de subir as escadas, entrando no meu quarto, pegando minha carteira e um casaco, saindo logo em seguida e eu só espero que não seja nada grave e que Ana, esteja bem.
Eu sou muito apaixonada nesse Grey mais velho 🥰🥰🥰🥰!
Fico toda soft com o Richard e o cuidado e, principalmente o amor que ele tem pelos gêmeos 🥰🥰🥰🥰, mas eu sou suspeita, não é mesmo 🤭🤭🤭?
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