Capítulo - 31
Definitivamente Anastásia não é apenas o meu apanhador de sonhos - ou melhor, dizer pesadelos? -, mas também a calmaria que eu precisava para conseguir ter uma boa noite de sono, no entanto mais uma vez acordo sozinho na cama e sabendo que ela não está no quarto, deixando para trás apenas seu perfume suave, levanto-me e caminho para o meu, para me preparar para mais um dia de trabalho, que diferente dos outros até semana passada, não está cinza e amargo como costumavam ser os meus dias.
Depois de vestido, eu caminho até o criado-mudo para pegar a pasta que constam as investigações que Taylor e Samantha fizeram e me deparo com um objeto que durante quase três anos me perturbou, ao lado da fotografia do Anjo que apareceu para me resgatar. Pego o aparelho celular nas mãos e constato que está descarregado e penso sobre o que devo fazer com isso, sendo que faz quase um mês que não o levo comigo como fazia antes e, começando a sentir uma raiva querendo me consumir por sequer me lembrar do seu conteúdo eu o jogo novamente dentro da gaveta a fechando em seguida, ciente que preciso dar um fim nisso, mas não agora e dessa forma saio do quarto sem olhar para trás.
- Bom dia! - Cumprimento os meus irmãos sentados à mesa e olho em volta constatando que não há sinais de Ana ou meus pais, estes que devem ter ido para o Hospital.
- Bom dia! - Eles respondem, mas Caleb me encara por um momento. - Ela não está em casa. - Sento-me e verifico a hora e vejo que agora que são 07h00 da manhã. - Hoje as aulas na Universidade retornaram e como ela não gosta de se atrasar, deve ter saído há algum tempo.
- Se vocês estiverem falando da Menina Ana, ela saiu faz uns 15 minutos. - Lola se aproxima com um prato com uma omelete e coloca a minha frente me olhando de forma carinhosa. - É tão bom ter você a mesa para o café da manhã, querido.
- Obrigado, Lola. - Ela sorri e me serve uma xícara de café.
- Que bonito, não é Dona Lola? Se eu quiser, eu que me vire e me sirva agora o Christian, você veio da cozinha, apenas para servi-lo. Daqui a pouco você vai colocar comida na boca dele também. - Caleb resmunga e Lola coloca a mãos na cintura o encarando de forma zangada.
- Pare de reclamar, Menino, que culpa tem eu, se você mal espera que eu termine de colocar a mesa e começa a devorar o que está na sua frente? - Ele faz uma careta e olha de forma maliciosa para ela.
- Lolinha, Lolinha, você tem toda a culpa do mundo, quem manda acabar com as minhas energias durante a noite? Por isso de manhã, você tem que me alimentar e muito bem.
- Me respeita, Caleb, que vou te dar as palmadas que você não ganhou quando era criança. - Lola responde brava, mas vejo que ela ficou corada.
- Deixa isso comigo, Lola.
- Porra, Richard! - Caleb resmunga no momento que nosso irmão dá um tapa em sua cabeça, fazendo com que ele se molhe com o suco que estava tomando.
- Deixe de ser idiota, Caleb e para de falar asneiras. - Ele alisa a cabeça enquanto seca a boca e me encara fazendo uma careta, mas eu o ignoro e foco a minha atenção em Lola. - O Motorista levou a Anastásia, Lola?
- Não, ela disse que não queria atrapalhar, pois estava acostumada a ir de ônibus. Ela só queria saber onde ficava o ponto mais próximo. - Respiro fundo e assinto e, Lola volta para os seus afazeres.
- Christian, não adianta ficar irritado. - Richard chama a minha atenção e eu o encaro. - A Ana está acostumada com as coisas simples e era de se esperar que ela não quisesse incomodar o Motorista para algo que é costumeiro em sua rotina.
- Isso é verdade, antes dela começar a trabalhar na Loja da Bruxa da Vanessa, eu a levava para casa depois das aulas, mas ela nunca aceitou que eu a buscasse pela manhã, pelo fato de ser fora da minha rota para a Universidade. - Caleb completa e, eu apenas assinto sem querer fazer comparações, mas é inevitável. - Vai ficar mudo agora, apenas balançando a cabeça enquanto fica com essa cara amarrada?
- Eu estava apenas pensando o quanto a Anastásia é diferente daquela mulher. - Verbalizo os meus pensamentos e Caleb bufa, enquanto Richard me avalia de forma intensa, como ele costuma fazer.
- Christian, você por um acaso ainda pensa naquela mulher?
- O quê? É claro que não! - Ele arqueia uma sobrancelha e eu suspiro. - Não dessa forma que vocês estão pensando, pois eu deixei de ter qualquer resquício de sentimentos, pelos menos os bons, no dia que abri aquele envelope. - Eles não falam nada, mas esperam que eu continue. - Depois com o tempo eu passei a sentir apenas ódio, mesmo que eu tivesse dito que não a odiaria, mas é impossível evitar quando eu li todas as suas mensagens, se divertindo as minhas custas, se vangloriando de como eu fui um idiota manipulável. - Richard suspira e se levanta, dando a volta na mesa, sentando-se ao meu lado, enquanto Caleb apenas fica me encarando.
- Se você não sente mais nada por aquela mulher, então deixe para trás. - Ele retira a faca da minha mão que eu nem percebi que estava a apertando.
- Eu deixei no momento que novamente eu me permiti sentir, Richard. No momento que eu disse para a Anastásia que eu havia me apaixonado por ela. O que na verdade eu acho que eu estava apenas esperando o momento certo para que ela aparecesse na minha vida.
- Ainda bem que você esperou irmão, pois senão você seria acusado de pedofilia, imagina o escândalo que seria para nossa família. - Caleb fala dando de ombros enquanto nega com a cabeça e eu o encaro assustado.
- O quê?
- Ora, meu irmão, quando você conheceu aquela mulher, a Ana tinha apenas 15 anos e você 21, então seria pedofilia. - Ficamos em silêncio por um momento até Richard irromper numa gargalhada e eu não consigo evitar sorrir de lado, por Caleb sempre tentar aliviar um clima tenso.
- Mas deixando esse assunto desagradável de lado, podemos almoçar às 13h00 na minha Empresa e começarmos a discutir aquele assunto? - Richard fala assim que cessa as risadas e eu assinto.
- Pode ser! Eu preciso apenas passar na GNIH e verificar com o Aleksander sobre um cliente e, possivelmente eu terei que me ausentar por um dia ou dois, se eu precisar de fato ir a New York. - E só esse pensamento me deixa irritado, o que há alguns dias seria uma ótima desculpa para que eu pudesse sair de Seattle, mas agora, não mais.
- Por que parece que essa sua viagem não o agrada em nada? - Caleb pergunta com um sorriso debochado e eu suspiro novamente.
- Porque não me agrada mesmo, ainda mais agora que...
- Que você se apaixonou e não quer desgrudar da sua Princesa com calmante natural para suas noites insones. - Caleb completa por mim e eu apenas nego com a cabeça, me levantando e pegando a pasta antes que eu me esqueça.
- Eu vou trabalhar, pois diferente de você, Caleb que está com a vida ganha, eu tenho uma Empresa para comandar.
- Ei, se você não sabe, eu iria começar no Hospital hoje, mas como temos um assunto de extrema importância para discutir, eu vou para a GSS com o Richard.
- O Richard e eu, temos um assunto para resolver, Caleb. Não estou me recordando de você ter sido convidado para a reunião.
- Foda-se vocês dois. Eu não quero saber e não adianta falar que não é assunto meu, pois eu irei do mesmo jeito. - Ele dá de ombros, Richard dá uma risada e eu, nego novamente com a cabeça e desisto de falar mais alguma coisa com Caleb, pois esse é um cara de pau sem precedentes e se ele falar que vai, não adianta discutir, pois será perca de tempo.
(...)
- Bom dia, Senhor Grey! - Taylor me cumprimenta abrindo a porta do carro, assim que saio de casa.
- Bom dia, Taylor. Vamos direto para o GNIH e se organize, pois às 13h00 teremos uma reunião na GSS.
- Sim, Senhor! - Ele fecha a minha porta e dá a volta para assumir o seu lugar ao volante, colocando o carro em movimento.
- Você falou com a Samantha? - Eu pergunto depois de alguns minutos de silêncio e ele me olha pelo retrovisor interno do carro.
- Falei sim, Senhor! Depois que conversamos ontem com Richard, eu a deixei de sobreaviso, no entanto acredito que ela esteja na GSS neste momento, fazendo as verificações das câmeras com o Jay.
- E quanto a Thaís?
- Eu coloquei um amigo, Ravi Suresh, para verificá-la.
- Mais um Agente da Empresa do Richard? - Ele me olha novamente pelo retrovisor interno e posso ver a sombra de um sorriso em seus lábios.
- Não, Senhor Grey! Eu tenho a minha própria Equipe, sempre que necessário.
- Como assim, a sua própria Equipe? Você não era contratado pela GSS, antes de ser o meu Segurança? - Ele nega com a cabeça, mas me responde em seguida.
- Assim que eu encerrei minha carreira Militar, juntamente com mais sete companheiros, fomos chamados para resolver digamos o que o FBI, a CIA ou até mesmo a Interpol não conseguiam resolver de forma eficaz, devido às burocracias e protocolos que tinham que seguir. - Ele me olha novamente pelo retrovisor, entrando em seguida no estacionamento da GNIH, eu apenas ouço a sua história, pois eu não a conhecia ainda. - Éramos chamados de Equipe Ghost (Fantasma), pois agíamos nas sombras e muitas vezes de forma letal, ninguém nunca soube as nossas identidades, mas cansados de sermos mais um instrumento nas mãos do Governo, resolvemos não prestar mais esse tipo de serviço e trabalhar por conta própria, até o momento que, em uma conversa com o Richard, ele me falou sobre o irmão que precisava de Segurança, mas eu mantenho a minha Equipe por perto, digamos assim.
- A Samantha fazia parte desta sua Equipe?
- Afirmativo Senhor!
- Então quando o Richard o mandou ir até a minha Empresa, ele já sabia disso. - Afirmo e ele assente.
- Sim, Senhor!
- As informações sobre as investigações sobre a Anastásia, quando você disse que havia contado com a ajuda de um conhecido do FBI, não foi verdade pelo que posso presumir.
- Não, Senhor! Eu ainda tenho acesso às informações de ambos os Sistemas, digamos que isso seja um bônus pelos Serviços Prestados para o Governo por um longo período de tempo. - Assinto, e ele sai do carro, abrindo a minha porta.
- Se você tem acesso a esses Sistemas, por que não conseguiu o relatório oficial sobre Anastásia?
- Eu tenho acesso aos Sistemas, Senhor Grey, mas alguns arquivos são de cunho extraoficial como é o caso da Senhorita Steele e somente alguém com acesso irrestrito conseguiria essas informações.
- Há mais alguma informação que eu ainda não saiba sobre o meu Segurança, Taylor? - Arqueio uma sobrancelha para ele, que não se abala.
- Nada que possa ferir a sua Segurança, Senhor, no entanto para mantê-la, assim como a de sua família e seus protegidos, não hesitarei em usar os recursos que tenho a minha disposição. - Penso em suas palavras ditas com tanta seriedade e suspiro, pois há coisas que eu prefiro não saber de que forma serão resolvidas, desde que ninguém seja prejudicado no processo, mas admiro a sinceridade na qual ele me advertiu.
- Certo, Taylor, mas eu espero que nada mais seja mantido em segredo ou minimamente omitido, pois você sabe o quanto prezo por honestidade, sinceridade e transparência, de quem convive a minha volta.
- Afirmativo Senhor!
(...)
- Bom dia, Senhor Grey! - Laura cumprimenta com seu sorriso costumeiro, colocando-se de pé assim que as portas do elevador se abrem.
- Bom dia, Laura.
Ela me olha espantada por um momento, por estar acostumada com a minha frieza e por nunca respondê-la e isso me faz perceber que eu de fato fazia jus ao apelido que me nomearam na Empresa, no entanto ela volta com o seu profissionalismo de sempre, me acompanhando até a minha sala.
- Gostaria de repassar a sua agenda agora, Senhor? - Penso por um momento e nego com a cabeça.
- Não, Laura, remarque todos os meus compromissos de hoje, se for algum cliente que não pode remarcar, repasse-os assim como as minhas ligações para o Aleksander.
- Este sou eu, mas o que exatamente é para ser passado para mim? - Aleksander invade a minha sala como sempre e se joga na cadeira a minha frente. - A propósito, você está atrasado Senhor Eu Madrugo na Empresa! - Suspiro, pois esse idiota não vai testar a minha paciência hoje.
- Traga-nos um café e água, por favor, Laura. E pode se retirar. - Ela assente saindo em seguida e olho para Aleksander que me encara de boca aberta. - O que foi agora, Aleksander?
- Se eu não te conhecesse tão bem, eu diria que quem está sentado a minha frente seria o Caleb que fez a barba, por tamanha gentileza. - Ele nega com a cabeça e eu apenas o encaro. - Desde quando, por favor, entrou no seu dicionário? - Apenas o ignoro e tento ligar para Anastásia, mas o seu celular está desligado. - Ah, é você mesmo! Essa cara irritada não tem como ser confundida.
- Aleksander, não comece com as suas gracinhas e vamos focar no trabalho.
- Claro, meu querido e amado chefe. O que este humilde vassalo pode lhe ser útil? - Eu continuo o ignorando e tento mais uma vez, porém a ligação vai direto para a caixa de mensagem, mas pelo horário ela deve estar em sala de aula e desisto, colocando o celular sobre a mesa, tendo o olhar atento de Aleksander em mim. - Algum problema, Christian?
- Não, nenhum! - Ele assente e aguarda que eu comece a falar, pelo menos desistiu de ser idiota por um momento. - Você conseguiu remarcar a reunião com o Senador Salazar?
- Era justamente sobre este assunto que eu estava o aguardando, pois o Heitor me ligou para avisar que o pai estará em Seattle na próxima semana e quer aproveitar para falar com você e outra Empresa, que também é daqui, sobre o projeto dele.
- Ótimo pelo menos dessa forma não precisarei me ausentar.
- A Morena te pegou de jeito, não é meu amigo? Está até aliviado em não ter que viajar.
- Eu já te falei que o nome dela é Anastásia, Aleksander, então não teste a minha paciência. - Digo entredentes e ele gargalha da minha irritação.
- Desculpe-me, meu amigo... - Ele fala entre os risos e respira fundo para continuar. - Há quase um mês, você estava sentado nesta mesma cadeira, dizendo que o amor não existe e que não existia ninguém capaz de ocupar novamente o seu coração, pois você nem tinha um para começar e se não me falha a memória, me chamando de idiota por eu acreditar que ainda encontrarei a minha alma gêmea e agora, aí está você, todo apaixonado com os olhinhos brilhando.
- E o que você espera que eu diga? Que você estava certo ou quer um prêmio por sua descoberta? - Ele cruza os braços e arqueia uma sobrancelha sustentando o seu sorriso debochado e eu respiro fundo, no momento que Laura entra na sala colocando café e água sobre a mesa, se retirando em seguida. - A Anastásia é diferente, Aleksander, ela é pura, inocente, tem uma delicadeza e uma luz singular, que conseguiu alcançar o mais profundo do meu ser, apenas com um simples sorriso, com a sua voz doce e suave e até mesmo o mínimo toque de suas mãos em minha pele, me faz respirar sem o peso que eu carregava até um tempo atrás. - Ele para de sorrir e me encara de olhos arregalados.
- Simples assim? Não vai negar ou me chamar de idiota por falar besteiras?
- Aleksander que você é um idiota isso é inegável. - Ele fecha a cara e me fuzila com o olhar, mas eu não me importo. - Porém eu não vou negar. Eu estou mesmo apaixonado, satisfeito? - Ele pega o celular, mexendo em alguma coisa, apontando-o em minha direção me deixando confuso.
- Você pode repetir? Eu preciso gravar isso para posteridade.
- Aleksander, saia da minha sala e vá trabalhar.
Ele se levanta e sai da minha sala gargalhando e eu só posso ter cometido algum pecado no passado, pois em casa eu tenho o Caleb que não me deixa em paz e aqui eu tenho que aguentar o Aleksander? Dois idiotas! Balanço a cabeça em negação, mas acabo sorrindo sozinho, pois tenho que admitir que de fato, estou agindo diferente... Não! Eu me sinto diferente e isso tudo por causa de uma Menina-Mulher que mexeu com a minha cabeça desde o primeiro momento que se jogou em meus braços, mas o principal foi que ela conseguiu também alcançar o meu coração.
Quão clichê isso pode parecer?
(...)
Chegar a Empresa do meu irmão me enche de orgulho, pois por mais que ele tenha sacrificado um tempo, para se dedicar ao Caleb e eu, quando morávamos em Boston, o que eu não poderei ser grato o suficiente, não diminuiu em nada a realização do seu sonho. No entanto isso me faz sentir ainda mais culpado por tê-lo tratado como o tratei, agindo como um babaca, um moleque insolente a ponto de agredi-lo por causa de uma mulher que de fato não merecia.
Sinto o meu peito se apertar e um nó querer sufocar a minha garganta, no entanto eu respiro fundo e saio do elevador acompanhado de Taylor, que me analisa, mas não fala nada e juntos, caminhamos para a recepção encontrando a Secretária que estava distraída, mas que arregala os olhos quando levanta a cabeça para nos olhar.
- Boa tarde, Senhorita... - Olho em sua identificação. - Campbell, poderia avisar ao Richard que... - Ela me interrompe.
- O Senhor é Christian Grey, o irmão dele, correto? - Assinto e ela fica corada. - Desculpe-me por interrompê-lo, mas ele avisou que o outro irmão viria a Empresa, eu só não sabia que eram gêmeos idênticos. - Ela fala essa última parte mais baixo, mas não o suficiente, pois eu pude ouvi-la e ela se levanta num rompante, por ter percebido isso. - Queira me acompanhar, por gentileza, ele está a sua espera. - Ela para por um momento e olha para Taylor. - O Senhor é Taylor Lennox? - Ele assente mantendo-se sério como sempre. - O Senhor Grey pediu para avisar que o Senhor está sendo aguardado na sala de Controle por Jay e Samantha. - Taylor me encara eu assinto.
- Tudo bem, Taylor, após o almoço nos reuniremos. - Ele assente e volta para o elevador e eu acompanho a Secretária até a sala do meu irmão, o encontrando com Caleb que está jogado no sofá.
- Graças a Deus, você chegou Christian, eu estava para morrer de tédio aqui. - Ele se senta no sofá e olha rapidamente para nosso irmão, mas volta a me encarar, enquanto eu caminho até a mesa colocando a pasta com as investigações sobre a Anastásia sobre ela. - Você sabia que o Richard consegue ser mais chato do que você enquanto está trabalhando? - Ouvimos a Secretária dar uma risadinha, mas ela logo sai da sala, quando tem três pares de olhos nela.
- Caleb, como você mesmo disse, aqui é o meu local de trabalho e não o picadeiro de um circo para que eu fique fazendo gracinhas.
- Além do mais, ele não deixou que eu começasse a comer, enquanto você não chegasse. - Caleb resmunga e se levanta, seguindo para uma mesa que agora eu vejo estar pronta para três. - Será que agora podemos comer, já que o Senhor Eu não me Atraso Nunca, chegou? - Richard se levanta sorrindo, enquanto nega com a cabeça.
- Vamos almoçar, antes que Caleb comece a roer a mesa de fome. - Ele para de falar e me analisa por um momento. - Está tudo bem, Christian? - Eu respiro fundo, pois fazia tempo que não fazíamos isso, apenas nós três, almoçando como irmãos que somos fazendo-me lembrar do dia que eles foram até a minha Empresa para almoçarmos juntos e eu, como o grande filho da puta que sou, os tratei de forma tão seca.
- Está sim, eu estava apenas pensando que... - Olho para os meus irmãos que me olham preocupados. - Me desculpem. - Eles trocam olhares, mas me olham ainda sem entender e novamente eu respiro fundo e começo a falar o que está me sufocando. - Eu... Eu fui um grande idiota com vocês dois. Principalmente com você, Richard. - Ele nega com a cabeça e se aproxima com Caleb, ficando a poucos passos de onde eu estou. - Sim, eu fui. Eu não valorizei a nossa irmandade. Não valorei o seu sacrifício por continuar em Boston, apenas para cuidar de mim e Caleb...
- Eu não fiz nenhum sacrifício, Christian, eu fiz porque vocês eram os meus irmãos, os meus pirralhos que eu não poderia deixar sozinhos e se fosse preciso, eu faria de novo sem hesitar. - Ele coloca a mão no meu ombro e ouvir a sua sinceridade, me faz sentir um nó se formar em minha garganta, mas o engulo de volta e continuo, antes que eu me acovarde novamente.
- Eu não escutei quando vocês tentaram me falar o quanto eu estava sendo ingênuo e impulsivo em acreditar naquela mulher. Eu os afastei. Falei palavras duras na intenção de machuca-los, pois eu queria fazer isso, sendo que eu pensava que vocês estavam tentando me machucar inventando aquelas coisas da mulher que eu acreditava amar. - Dou uma risada amarga por ver o quanto eu fui idiota, mas eles não me interrompem, esperando que eu desabafe. - Hoje eu consigo ver que eu estava apenas cego por estar sendo manipulado, pois hoje eu entendo que aquilo não era amor, mas mesmo depois de tudo, eu continuei os afastando, com a minha frieza e estupidez. Eu só... Desculpem-me, por favor... - Respiro mais uma vez sentindo a minha voz embargar e meus olhos marejarem e olho para os meus irmãos que estão da mesma forma. - Só me perdoem! Perdoem-me por tudo que os fiz passar, por ter sido um grande filho da puta, por ter te agredido, faltando com o respeito que eu devo a você, por ser o meu irmão mais velho, Richard. Perdoem-me...
Paro de falar, pois não consigo mais e depois de muitos anos, eu me permito chorar mais uma vez, mas dessa vez sentindo um alívio no peito por ter conseguido falar tudo isso e logo estou entre os braços dos meus irmãos e dessa forma, compartilhando nossas lágrimas, eu sei que estou perdoado e que de agora em diante, poderemos recomeçar. Que poderemos ser os irmãos que sempre fomos o que na verdade, nunca deixamos de ser, apenas eu que me afastava a cada dia mais, não percebendo que eles sempre estavam comigo e por mim, em tudo que eu precisasse, sem ao menos ter que pedir.
- Eu não tenho o porquê perdoá-lo, meu irmão. - Richard começa a falar e se afasta, assim como o Caleb. Eu tento interrompê-lo, mas ele não permite e volta a se aproximar, pegando o meu rosto entre suas mãos, fazendo exatamente igual quando eu era apenas um garotinho - Você é humano, Christian, dessa forma está suscetível a erros, da mesma forma que pode se arrepender por suas atitudes impensadas e você fez isso há muito tempo, mesmo continuando distante. - Ele sorri de lado e volta a falar. - Eu sempre soube que você continuava a se afastar por estar envergonhado, mas se te faz se sentir melhor e se você precisa ouvir isso, então eu te perdoo. - Ele beija a minha testa e se afasta, secando o seu rosto.
- O meu perdão é mais caro. - Caleb fala também secando o rosto, mas sorri com o seu jeito debochado de sempre. - Eu preciso muito de um barco, se você me fizer um, está mais do que perdoado, minha cópia mais nova. - Ele me abraça e acabo sorrindo, retribuindo o seu abraço. - Eu nunca estive bravo com você, mas confesso que eu ficava triste, sentindo a falta da minha outra metade.
- Obrigado. - Nos afastamos do abraço e Caleb sorri e sei que vai falar alguma gracinha.
- Será que podemos comer agora? Pois toda essa sessão dramalhão de novela mexicana me deixou com mais fome.
Richard gargalha da cara de coitado que ele faz e eu sorrio, pois esses são os meus irmãos e mesmo que eu não tenha demonstrado por todo esse tempo, nunca deixei de amá-los, da mesma forma que eu sei que eles me amam e, sentindo o coração mais leve, sentamos a mesa para o nosso almoço.
(...)
- Christian, você trouxe as informações que foram levantadas por Taylor e Samantha? - Encaro Richard por um momento e me lembro da conversa que tive com Taylor.
- Sim eu trouxe, mas o que você tem a me dizer sobre, Equipe Ghost? - Ele fica em silêncio, enquanto Caleb alterna o olhar entre nós dois, confuso.
- O Taylor te contou. - Ele afirma, mas eu assinto assim mesmo. - Você conquistou mesmo a simpatia daquele grandalhão. - Ele murmura sozinho, mas ouvimos, no entanto ele me encara e começa a falar. - Eu sei exatamente o que ele contou a você, eu presumo, porém eu achei irrelevante mencionar algo que dizia respeito apenas a ele, mas eu tinha certeza que não haveria ninguém mais apto para te acompanhar do que o Taylor.
- Sobre o quê vocês estão falando? - Caleb pergunta, mas o ignoramos.
- Mas eu deveria saber que o meu Segurança, na verdade é muito mais do que um ex-Militar aposentado você não acha?
- Christian, dentro da profissão que exercemos há certas coisas que não precisam ser compartilhadas, no entanto se ele achou que deveria te fornecer essas informações, sinta-se privilegiado, pois ele poderia continuar mantendo-se nas sombras quando fosse necessário, mas por te conhecer e tendo ciência que você não tolera mentiras, eu posso assumir que ele te respeita muito, tanto que te contou algo que era até então considerado confidencial e isso estava muito além do que eu poderia falar.
- Ei! Eu por um acaso virei um móvel dessa sala? Sobre o quê vocês estão falando? - Caleb fala exasperado e Richard e eu o encaramos.
- Nada! - Falamos juntos e ele bufa revirando os olhos, se jogando novamente no sofá e, Richard me olha cúmplice enquanto pega o telefone.
- Danielle, a sala de reuniões está pronta? - Ele aguarda a resposta e continua. - Ótimo, peça para Samantha, Taylor e o Jay nos aguardar que estamos indo. - Novamente ele aguarda e me olha. - Tudo bem, quando ele chegar me avise, obrigado.
- O que foi? - Pergunto por ver que ele ficou sério de repente, enquanto desliga o telefone, suspirando em seguida.
- O Raymond ligou e está vindo aqui para a Empresa. - Empertigo-me na cadeira, levantando-me em seguida, seguindo o exemplo do meu irmão. - Está tudo bem, vamos começar logo com isso e quando ele chegar, nós veremos o que ele está nos trazendo de novo. - Assinto e saímos da sua sala e caminhamos para as escadas, descendo um andar, para entrarmos numa sala bem parecida com a que tenho na GNIH e percebo que a Empresa do meu irmão, segue um padrão bem parecido com a minha, onde encontramos Taylor, Samantha e outro homem que deduzo ser o Jay. - Não vou florear as apresentações, pois vocês já se conhecem, com exceção desse camarada aqui. - Richard se aproxima e coloca a mão no ombro do homem que se levanta. - Este aqui é o Jay Foster, ele é um Agente Especialista em Informática e o melhor Hacker que e a minha Empresa poderia ter contratado e para deixar claro, ele também é membro da Equipe Ghost. - Richard me encara com um sorrisinho e ouço Caleb bufar, por ele não fazer ideia do que seja isso. - Esses são meus irmãos, Caleb e Christian Grey. - Ele nos apresenta respectivamente, mas Caleb se joga na cadeira, com seus dramas de sempre.
- Eu na verdade sou apenas um ouvinte que está perdido no assunto, mas não precisam se preocupar, pois isso é irrelevante. - Richard nega com a cabeça dando uma risada e eu apenas o encaro.
- Como vocês puderam perceber, são iguais apenas na aparência, mas um é dramático ao extremo. - Richard se senta e fazemos o mesmo, enquanto eu vejo Samantha morder os lábios segurando uma risada. - Mas vamos ao que interessa, pois vamos discutir dois assuntos que até então eram distintos, mas há suspeitas que nem tanto.
- O que você quer dizer com isso, Richard? - Jay pergunta e todos assumem uma postura profissional.
- Eu imagino que tanto você, quanto Samantha está ciente do caso da Senhorita Anastásia Steele, não é mesmo Jay? - Richard arqueia uma sobrancelha para eles, que fazem cara de paisagem e meu irmão apenas nega com a cabeça. - Mas enfim, me falem o que vocês descobriram até agora, pois até então, o que parece às informações que eu tenho, são diferentes das que vocês têm? - Eles assentem e eu entrego a pasta para Richard, que começa analisar as informações e me olha espantado.
- Essa foi a minha reação quando eu li o que tem nessas folhas. - Eu falo e ele volta a lê-las.
- O quê? Eu também quero saber. - Caleb praticamente arranca a pasta da mão do Richard e à medida que vai lendo, seus olhos vão se arregalando. - Caralho! A Ana sabe que tem essa quantia de dinheiro em seu nome?
- Não! Ela não sabe. - Ele me encara esperando que eu continue. - A princípio, vocês sabem o que me levou a investigá-la. - Falo envergonhado por sequer ter cogitado que Ana fosse igual à Débora e meus irmãos assentem. - Mas depois que Taylor e Samantha começaram a investigar mais a fundo, descobrimos que ainda existe um terceiro relatório, o que de fato é o Oficial sobre a vida da Anastásia, mas que ainda não tiveram acesso.
- Isso é correto, Senhor Grey. - Jay chama a minha atenção e aguardamos para ver o que ele irá dizer. - Depois que Samantha e Taylor tiveram sinal verde sobre os meios que iríamos utilizar para decodificar o arquivo, eu estou tentando, mas devo dizer que não está sendo fácil devido aos códigos utilizados para manter o arquivo em sigilo.
- Como assim, Jay? Até onde eu sei isso seria fácil para você. - Richard pergunta confuso e ele dá um meio sorriso.
- Séria se o código fonte não mudasse toda vez que eu conseguisse romper uma barreira, pois quem o codificou não queria correr o risco que ele fosse quebrado e eu arrisco a dizer que a assinatura utilizada na codificação desse arquivo não é desconhecida por mim, pois é bem parecida se não for idêntica à utilizada por um grande Hacker e, que se a situação fosse outra, eu não iria desafiá-lo de forma alguma.
- Por quê? Quem seria esse grande Hacker? - Caleb faz a pergunta que está explícita nos olhos de todos e, Jay suspira.
- Porque esse Hacker foi o meu Mentor quando eu ainda estava na Universidade.
- Você tem certeza disso, Jay? - Samantha pergunta e pega na mão dele, que sorri de forma afetuosa para ela e agora eu percebo que além de compartilhar o mesmo sobrenome, sustentam largas alianças douradas em suas mãos esquerdas.
- Sim, eu tenho.
- Ótimo! Mais isso agora, mas enfim, me falem tudo que vocês têm.
Richard retoma o assunto e, Samantha e Taylor começam a explanar tudo que descobriram e à medida que eles vão contando, sobre a visita ao Hospital de Portland, ao Orfanato, as entrevistas com os vizinhos e paroquianos que frequentavam a Igreja que o Padre Lutero era Presbítero, eu vejo surpresa nos olhos dos meus irmãos, no entanto antes que alguém pudesse se pronunciar, ouvimos o celular de Caleb tocando e ele pede desculpas, mas olha confuso por um momento, até abrir um imenso sorriso, atendendo em seguida.
- Fala peste da minha vida! - Presto atenção em sua ligação, pois eu sei que é a Anastásia e vejo o seu sorriso se fechar conforme vai ouvindo a conversa, até que seus olhos param em mim me deixando em alerta. - Claro, mas ele está aqui comigo nesse momento. Aconteceu alguma coisa, Ana? - Ouvindo o seu tom preocupado, levanto-me num rompante fazendo com a minha cadeira bata na parede e me aproximo dele tentando pegar o seu celular. - Ei, solta o meu telefone seu ogro. Que merda, Christian! - Ele resmunga no momento que consigo pegá-lo, mas não lhe dou atenção, levando o aparelho ao meu ouvido.
- Anastásia! Aconteceu alguma coisa? Onde você está? - Ouço sua respiração profunda e meu coração acelera por saber que algo está errado e a confirmação vem com suas próximas palavras.
- Christian! Eu... Eu preciso falar com você!
- Onde você está que estou indo te buscar? - Taylor se levanta e caminha para a porta abrindo-a.
- Não é necessário, Christian, me passa o endereço do local que você está que eu chegarei mais rápido se for de táxi. Você está na sua casa? - Eu estaco no lugar e pelo o tom de sua voz eu sei que ela está chorando e isso me deixa com uma inquietação estranha no peito.
- Não. Eu estou na GSS, a Empresa do Richard.
- Tudo bem, me envia o endereço que daqui a pouco eu chegarei aí. - Respiro fundo, pois eu sei que ela não irá dizer onde está me deixando nervoso e irritado.
- Certo, mas você está bem?
- Não, mas eu acho que assim que eu chegar até você, tudo ficará bem. - Ela desliga o telefone e o encaro por alguns segundos, até ouvir a voz de Richard.
- Aconteceu alguma coisa, Christian?
- Eu não sei, mas ela não está bem. - Olho para os meus irmãos e lembro-me que há outras pessoas na sala, no entanto eu envio o endereço por mensagem do celular do Caleb mesmo, o entregando em seguida. - Ela virá para sua Empresa. - Ele assente, mas não fala nada, olhando para Jay e Samantha.
Eles continuam a conversar, mas eu não consigo prestar atenção em mais nada, mesmo sabendo sobre o assunto e à medida que os minutos vão passando eu vou começando a ficar sufocado e começo a andar de um lado para o outro, sentindo o meu peito se apertar como se estivesse sentindo que alguma coisa estivesse prestes a acontecer, no entanto eu paro e verifico a hora e nesse horário ela deveria estar na Loja, será que a Vanessa fez alguma coisa com ela? Só em pensar nessa possibilidade eu sinto o meu sangue ferver, mesmo estando preocupado que outra coisa possa ter acontecido e dessa forma eu volto a andar, afrouxando o nó da minha gravata e tirando o paletó do meu terno, jogando sobre a cadeira.
- Christian! - Olho para Richard e percebo que estamos apenas nós três na sala. - Se acalme! Não sabemos o que aconteceu, mas você precisa estar tranquilo para quando ela chegar aqui. - Eu respiro fundo algumas vezes, mas fico em alerta, quando o telefone da sala começa a tocar e meu irmão me olha antes de atender. - Pode falar Danielle. - Ele me olha e assente e eu respiro mais uma vez sabendo que ela chegou. - Sim, ela é minha cunhada, traga até a sala de reuniões, por favor. - Ele desliga e volta a me olhar. - Fique calmo.
Assinto e alguns minutos depois, ouvimos batidas na porta que se abre em seguida e o meu coração se aperta por vê-la com o rostinho vermelho, correndo o olhar pela sala até que seus olhos encontram os meus e os vejo marejarem novamente e sem pensar duas vezes eu caminho em sua direção que solta as suas coisas no chão e me abraça, enquanto chora sem parar me deixando ainda mais preocupado.
- O que aconteceu, Anastásia? - Ela nega com a cabeça, mas continua chorando, vejo Caleb se aproximar e pegar as suas bolsas que estavam no chão e coloca-las sobre uma cadeira, para sair da sala por um momento e retornar com um copo com água na mão. - Conversa comigo! O que aconteceu? Alguém fez algo com você? - Ela se afasta e me olha com tanta tristeza que eu não consigo entender. - Você está me deixando assustado.
- Beba um pouco de água, Ana. - Caleb se aproxima entregando o copo a ela e vejo o quanto suas mãos estão trêmulas, mas mesmo assim tenta sorrir para o meu irmão.
- Vamos nos sentar e você me conta o que aconteceu, tudo bem? - Ela assente e nos sentamos e enquanto ela toma a água eu respiro fundo, tentando controlar o meu coração que está acelerado, mas espero o seu tempo, até que após respirar fundo ela começa a falar.
- Eu... Eu não sei o que fazer. - Ela olha para o copo vazio em suas mãos e continua. - Se fosse antes, eu não pensaria duas vezes em obedecer ao meu tio, mas agora... - Ela nega com a cabeça e olha para os meus irmãos, até seus olhos pararem em mim. - Agora eu não posso e me sinto mal por não obedecê-lo. Eu... Eu não sei o que fazer. - Olho para meus irmãos que estão tão confusos quanto eu, mas meu coração dói por ver que ela está sofrendo por algo que precisa decidir, só não sei ainda o que possa ser.
- Ana! - Eu pego a sua mão sentindo o quanto está gelada e ela fica me olhando. - O que aconteceu? O que você precisa obedecer ao seu Tio?
- Eu... Eu preciso ir embora para o Brasil.
- O quê? - Pergunto assustado e meu coração parece querer explodir apenas por ouvir isso, mas ela nega com a cabeça.
- Mas eu não posso, entende? Eu não posso ir embora. - Ela olha rapidamente para os meus irmãos e volta a sua atenção em mim, tocando o meu rosto e eu seguro a sua mão, mantendo-a no lugar, sentindo o seu toque frio na minha pele. - Eu não consigo ir embora, não agora. Não depois de conhecer você. - Engulo em seco e antes de começar a surtar eu preciso entender isso direito, pois meu temperamento está à espreita para explodir, sem saber por quê.
- Pequena, nos explique isso direito, pois não estamos entendendo. Por que você precisa ir embora, ainda mais para o Brasil? - Richard se levanta e se aproxima, agachando na frente dela, mas ela tenta pegar sua mochila, sendo entregue por Caleb que está ao seu lado.
Ela pega um envelope, me entregando em seguida, fazendo com que eu tire a mão da sua, que ainda estava em meu rosto e o abro, pegando o seu conteúdo e na medida em que vou pegando os documentos vou ficando confuso, até pegar os passaportes, entendendo o que ela quis dizer em ter que ir embora. Eu pego a carta e começo a lê-la, porém vou sentindo o meu sangue ferver conforme as palavras descritas vão pesando na minha mente e eu não permitirei que Anastásia vá embora, de forma alguma.
- Você não vai embora! - Ela me olha com os olhos marejados novamente e eu coloco a carta na mesa, no qual meu irmão mais velho a pega, mas eu não importo, pois eu pego o rosto de Anastásia entre as mãos fazendo com que ela foque sua atenção toda em mim. - Você não vai embora, Anastásia, pois eu não vou deixar. Está me ouvindo? - Ela assente e uma lágrima desliza por sua face. - Eu não vou deixar você sair daqui, de perto de mim, nunca! Nunca, está me ouvindo? - Novamente ela assente e eu beijo os seus lábios e sei que não estou sendo delicado, mas só a possibilidade dela ir para outro País me deixa louco.
- Christian! - Richard chama a minha atenção, obrigando a me afastar de Ana que está ofegante, tanto quanto eu, mas eu olho para o meu irmão. - Você sabe o que isso significa, não sabe?
- Sim, eu sei! - Olho para Ana e a puxo para os meus braços, fazendo com que ela apoie a cabeça em meu peito, soltando um suspiro e meu coração se acalma, por ela estar aqui. Por ela ter me procurado antes de tomar uma decisão sozinha. - Mas eu não vou permitir que... - Uma batida na porta chama a nossa atenção e Danielle entra, procurando o meu irmão com os olhos.
- Senhor Grey, o Senhor Raymond Steele acabou de chegar com a esposa e está aguardando.
- Obrigado, Danielle, acomode-os na minha sala e sirva-lhes algo para beber. - Ela assente e meu irmão continua. - Peça para que eles aguardem mais alguns minutos que já irei atendê-los. - Novamente ela assente e se retira em seguida.
Meus irmãos me encaram e eu apenas aperto Anastásia ainda mais em meus braços, como se eu a soltasse, ela simplesmente pudesse sumir e ficar fora do meu alcance, o que de fato eu não irei permitir, pois se ela entrou na minha vida para me resgatar, eu estou na dela para protegê-la e é isso que eu farei, não importe por cima de quem eu tiver que passar.
Eita que parece que o Senhor Gelo, virou Senhor Raivoso 🤭🤭🤭?
Agora é Oficial! A coisa vai esquentar 🤭🤭🤭!
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